Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela
Forço meus olhos para abri-los e instantaneamente faço uma expressão de dor em meu rosto junto com um gemido também de dor que solto entre meus lábios conforme abro meus olhos. Pisco forte, sentindo cada parte do meu corpo doer quando ele finalmente acorda. Demoro pra entender onde estou. Percebo que é um quarto de hospital ao escutar alguns aparelhos fazendo barulhos ao meu lado e ao cair meus olhos pelo meu corpo sobre uma cama com uma camisola própria de hospital com uma das minhas mãos sobre a minha barriga perfurada com uma pequena agulha que liga com um tubinho que lentamente pinga o soro ao meu lado. Sinto meu nariz incomodar e ao contraí-lo também sinto o tubinho de oxigênio dentro dele. Tento me mexer, mas além da dor não deixar, minha outra mão esta praticamente presa na mão do Jaime que ta sentado em uma poltrona ao lado da minha cama. Seu corpo está um pouco inclinado pra frente o que deixa só a sua testa encostada no colchão da minha cama; dorme todo torto.
Ele percebe que me mexo e que tento tirar minha mão dali, pois não demora pra resmungar e acordar em um sobressalto, assustado, olhando rapidamente pra mim. Eu desvio meu olhar do dele, e o abaixo pra minha mão, tentando mais uma vez força-la pra tirar de baixo da dele. Consigo quando ele facilita e levanta da poltrona, ficando mais próximo do meu corpo. Agora, com ambas as mãos livres, tento mais uma vez ajeitar o meu corpo que deve ter escorregado durante a noite pela posição que está a cama, numa posição quase sentada. Por algum motivo minha cama está assim e não sou louca em mudar isso, portanto, tento me ajeitar, mas dói e muito. Expresso isso em meu rosto e pelos gemidos de dor que solto. Acompanho as mãos do Jaime se aproximando do meu corpo e rapidamente digo.
Angélica: Não preciso da sua ajuda! – Não olho pra ele. Continuo com o meu olhar fixo em uma das minhas mãos.
Jaime: Para com isso. Me deixa te ajudar. – Ele diz com um tom de suplico.
Angélica: Não me toca, Jaime! – Digo mais firme. Mas minha voz ta falha, não passa muita confiança.
Nossas atenções mudam de foco quando somos interrompidos pela entrada de um médico no quarto. Já é um homem de idade, ou pelo menos aparenta pelo excesso de cabelos brancos em sua cabeça. Está todo de branco, apenas com uns sapatos vermelhos. Isso acaba chamando um pouco a atenção pelo contraste com o resto da roupa e do Jaleco. Ele entra sorridente e de certa forma, isso me tranquiliza. Aproxima do meu corpo logo trazendo junto ao seu rosto uma prancheta com alguns papéis que passa rápido os olhos, empurrando pra cima. Para com o seu corpo na frente dos aparelhos ao meu lado e ali fica comparando alguma coisa com o que mostra no visor de cada aparelho com os seus papéis na prancheta. Faz algumas anotações. Volta com os papéis na posição inicial e volta sua atenção pra mim, virando seu corpo. Arruma seus óculos em seu rosto, sem deixar de sorrir.
Dr. Francis: Bom dia, moça dos anjos. – Ele me olha por alguns instantes e consigo sorrir bem fracamente sem mostrar os dentes. Ele desvia seu olhar pro olhar do Jaime, parado ao lado do meu corpo: Bom dia, Jaime.
Jaime: Bom dia, Doutor. – Ele estica sua mão e o Doutor rapidamente corresponde esse aperto de mão por cima do meu corpo. Acompanho esses movimentos com o olhar. Em seguida, soltam as mãos.
Dr. Francis: Bom... – Ele volta com a sua atenção pra mim. Vira um pouco o seu corpo e acaba sentando do meu lado, no espaço que sobra da cama. Diz com uma expressão tranquila: Como você está?
Angélica: Com muita dor. – Entre tudo que estou sentindo, essa é a mais relevante. Digo mais uma vez com a voz fraca. Ele me escuta e desvia seu olhar por alguns instantes na legenda do soro ao lado da cama.
Dr. Francis: Vou pedir pra ajustarem isso pra você, tudo bem? – Ele diz enquanto volta a me olhar e depois que movimento positivamente a minha cabeça, ele mais uma vez escreve algo em um dos papéis na prancheta. Depois, volta a me olhar novamente: Vamos conversar sobre o que aconteceu então? Tudo bem pros dois? – Ele desvia seu olhar pro do Jaime que consente, mas diz.
Jaime: Ela ficou branca assim a noite toda, é normal isso? – Ele diz caindo com o seu olhar sobre mim. Eu desvio, ficando com o olhar fixo no do médico.
Dr. Francis: É normal sim. Mas, vou começar me apresentando pra você que ainda não me conhece. – Ele volta a sorrir conforme diz: Sou o Doutor Francis, clínico geral desse hospital em Santa Monica.
Angélica: Prazer. – Digo forçando um sorriso e mais uma vez, não mostro os dentes. Em seguida, ele continua.
Dr. Francis: Pode ter certeza que teria prazer em conhecê-la em outras circunstâncias. – Ele sorri terno pra mim.
Angélica: Afinal, o que aconteceu? – Não to com muita paciência pra essas formalidades, portanto arrisco dizer uma frase maior e com mais firmeza em minha voz. E consigo.
Dr. Francis: Certo, vamos ao histórico... – Ele inclina sua mão livre de encontro com a minha espetada pela agulha do soro, apenas a deixa por cima. Como uma forma de me confortar. Volta para concluir: Ontem a senhorita deu entrada aqui às 22:33 inconsciente com duas costelas fraturadas, uma breve hemorragia na região pélvica e uma luxação em seu tornozelo. Entrou como paciente de atropelamento por um veículo, que no caso, foi um carro que prestou socorro no local. Sem histórico de qualquer outro trauma na parte do corpo, além de algumas escoriações, ou seja, arranhões e roxos espalhados por todo o corpo principalmente na região das pernas. Às 23:29 ainda inconsciente, foi passada pra ginecologista plantonista do dia na qual solicitou um exame de sangue hormonal e a ultrassonografia pélvica para descobrir a causa da hemorragia. – Ele para de dizer, ficando com o olhar um pouco apreensivo buscando pelos papéis em sua frente algum detalhe que deve ter esquecido ou que pretende me dizer. Pra minha surpresa, ele diz ainda buscando com o olhar alguma coisa em seus papéis: Vocês são casados?
Angélica: Não! – Respondo rapidamente. O Jaime e o médico me olham praticamente ao mesmo tempo.
Dr. Francis: São o que? Não venha com papo de que são amigos. Do jeito que esse rapaz chorou ontem, ele não é só seu amigo. – Ele mantém seu olhar no meu por cima dos seus óculos. E eu continuo olhando pra ele, sem olhar para o Jaime.
Angélica: Eu não quero ser grossa, mas o que saber disso tem a ver com o que falta me dizer? – Minha voz está um pouco mais firme agora. Pra minha surpresa, o médico se levanta da cama e mais uma vez para com o corpo em pé do lado da cama. Desvia seu olhar do meu pro do Jaime, e volta pro meu.
Dr. Francis: Antes de qualquer coisa, quero que saiba que teve muita sorte de ter chegado apenas com fraturas nas costelas, Angélica. Aliás, ouvi dizer que o motorista do carro estava procurando vaga naquele momento, então digamos, que ele estava dirigindo mais devagar do que um carro normalmente dirige naquela rua... – Ele fica desviando seu olhar do meu pro do Jaime, repetidamente. Continua: Mas... – Ele faz outra pausa para tirar seus óculos e assim me olhar diretamente nos olhos: Não conseguimos salvar o feto. Você já chegou com uma hemorragia bem forte, e mesmo que...- Ele é cortado pelo Jaime.
Jaime: Como assim feto? – Eu permaneço na mesma posição, também perdida com o que ele quis dizer.
Dr. Francis: Ela estava grávida de uma semana e alguns dias mais ou menos. Não conseguimos identificar ao certo o período da gestação. – O médico que tinha desviado seu olhar pro do Jaime para respondê-lo, termina sua frase voltando a olhar para mim: Você provou para muitos o quanto é forte, Angélica. Tenha certeza disso.
Jaime: Meu Deus... – Escuto vagamente sua fala.
Eu ainda continuo na mesma posição, piscando lentamente pro médico que mantém seu olhar no meu na tentativa de assimilar o que acabara de me dizer. Não sei ao certo o que estou sentindo. É muita informação. Sem fazer qualquer tipo de esforço sinto várias lágrimas escorrendo pelo meu rosto, mas não percebo que estou chorando. Não tenho vontade de chorar, não tenho vontade de falar, não tenho vontade de nada. Sinto meu corpo pesado como se fosse muito pra mim e me deixo levar por esse peso, escorregando um pouco novamente pela posição da cama enquanto a minha cabeça fica apoiada atrás em alguns travesseiros. De canto de olho percebo o Jaime sentando na poltrona ao meu lado esfregando suas mãos em seu rosto. Minha atenção é voltada pra porta quando vejo o corpo da minha mãe entrar por ali. Ela fica parada por alguns instantes rente a porta e antes de chegar perto do meu corpo, cumprimenta o médico. Na verdade não vejo nada concreto, apenas vultos que transitam em minha frente. Então se aproxima de mim. Segura rápido uma das minhas mãos, a que não tem agulha, e a leva em direção do seu rosto, depositando vários beijinhos nela. Tenho a impressão que ela diz alguma coisa, mas não entendo. To com a sensação de que alguém está tampando os meus ouvidos.
Mesmo sem saber direito o que ta acontecendo, a sua presença me faz desabar. Agora eu quero chorar. E choro com gosto, me doendo todo o corpo pela força que faço com isso. O que acaba me fazendo chorar mais. Foram tantas coisas que caíram sobre mim em tão pouco tempo. Há 24h eu tava ao lado do homem da minha vida, ou que pelo menos acreditava que era, me despedindo da minha mãe em frente de casa pra virmos pra cá. E agora estou aqui. Em uma cama de hospital, completamente 0fodida0 da cabeça aos pés. Minha mãe inclina o seu corpo do meu lado e acaba sentando no espaço da cama onde estava o médico antes, mas fica bem do meu lado, passando um dos seus braços por trás da minha cabeça e assim me aconchega em seu braço, deixando a minha cabeça apoiada em seu ombro. Não tenho forças pra nada, portanto, ela me movimenta com facilidade. Fecho meus olhos por alguns instantes e ao abri-lo, sinto mais uma vez o mundo girar mais rápido ao meu redor. Sinto a mão livre da minha mãe acariciar uma das minhas bochechas.
Maria: Shh.Vai ficar tudo bem, meu anjo. – Ela diz baixinho com a sua voz falha de choro.
Angélica: Eu não quero ele aqui. – Não sei da onde tirei forças pra conseguir raciocinar que não queria a presença do Jaime. Na verdade, eu não quero que ele me veja assim.
Minha mãe não precisou dizer nada e muito menos eu pra que o Jaime se tocasse e levantasse da poltrona. Ele caminha pelo quarto com as suas mãos limpando suas bochechas e antes de mais uma vez fechar os meus olhos, acompanho seus movimentos até finalmente sair pela porta, mas ele o faz virando seu corpo pra me olhar. Seus olhos estão vermelhos e fundos, com as suas bochechas molhadas. Agora percebo que continua com a mesma roupa de ontem e com os cabelos bagunçados. Há semanas que ele faz isso, para seu corpo na frente da porta e vira pra dizer uma frase que me recuso a pensar agora. E ele não diz. Não diz. Ele desvia seu olhar do meu e desaparece da frente da porta. É muita dor pra eu suportar. Dor física e emocional. E meu corpo sabe disso; minha alma sabe disso. Não é a toa que sinto como se um líquido quente estivesse “abaixando” pelos meus ouvidos e dessa forma, me deixo levar pela vontade do meu corpo e da minha alma. Desmaio nos braços da minha mãe.
Autor(a): nani.
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Acordo em um sobressalto com o meu coração pulsando forte, como se estivesse na boca. Levo uma das minhas mãos na altura do meu peito sobre o meu coração. Aos poucos lembro quem sou, onde estou e fico mais tranquila. Eu queria dormir por meses. Toda hora que eu acordar sentirei essa dor quase que insuportável por todo o meu corpo. Na ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 14
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martaduarte Postado em 07/06/2015 - 09:38:28
Li e Reli sua fic 04 vezes... linda. Parabéns, perfeita..? Acho que merece uma continuação. Como estaria a vida deles pós matrimonio, filha, carreira?? PENSA COM CARINHO
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flavia1909 Postado em 29/10/2014 - 21:37:39
to viciada*..... ;)
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flavia1909 Postado em 29/10/2014 - 21:37:10
nani por favor nao para de escrever nao......posta mais capitulos pra gente....to viciado nessa fanfic....e nao deixa a angie ficar brava com o jaime nao pelo amor de Deus...e faz a heide se fuder hehehehe...brigadoooo
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angelicamil Postado em 17/10/2014 - 18:29:09
e ai kd vc madame esqueceu da gente hem ? queremos mais por favor nao nos deixe
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yaramoura Postado em 22/09/2014 - 00:06:13
Uaaaal amei esse capítulo. Plis não demore tanto a postar nani bjus
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angelicamil Postado em 07/09/2014 - 22:23:38
gente essa fic é luxo , nota 1000 nao perco uma quero sempre mais parabéns
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iza2500 Postado em 11/08/2014 - 20:06:17
amando essa fic, tão lindo esses dois. tomara que se resolvam logo. postaaaaaa mais!!!!!!!!!
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liluni_cham Postado em 11/08/2014 - 20:03:22
( capitulo 4 ) Ai minha nossa... O Jaime mandando mensagem no cel da angie.. E a coitada da esta com o emocional tao a for da pele q acho que nao vai demorar muito pra ela cair de amores de novo pelo Jaime... Isso e, se esse amor nunca morreu de verdade. Indo para o proximo capitulo
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iza2500 Postado em 11/08/2014 - 00:58:11
Que romantico eles na torre, postaaaa maos!!!!!!
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liluni_cham Postado em 10/08/2014 - 20:46:06
A riqueza de detalhe na estoria esta fabulosa nani.. Eu to tao concentrada na estoria que nao resisto e vou ler e comentar tudo... Eu sou uma apaixonada por fanfics... E quando se trata da feia mais bela entao eu adoro.. E com personagem original do Jaime e da angie ficou bem melhor... Eu sou uma valecamil assumida... E que se dani os outros.. Esses dois tinha que ficar juntos msm.. Mais infelizmente o destino nao quis assim.. Mas ainda bem que existe as fanfics pra poder unir esses dois lindos que eu amo de paixao... A angelica falando "foca Angelica, foca" foi muito engracado kkkkk coitado do oto ficou boiando e nao entendendo nada.. Essas riquezas de detalhes nani na fic e realmente fantastico sabe? Desde uma toalha na cabeca ate um cursar de pernas... Adoro fanfic assim bem escritas que faz com que o leitor se sinta na estoria... Imaginando a cena descrita. Nani porque vc nao coloca parentezes onde tem os nomes dos personagens? E que quando to lendo eu fico confundindo o nome junto com a estoria kkkkkkk desde o cap um eu to meio confusa juntando os dois kkkkkkk ah me tira uma duvida... O oto trabalha com oque? E impresario? Indo pro proximo cap.