Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Solto a minha mão da mão do Manny enquanto o Jaime aproxima-se dos nossos corpos e faz devidos cumprimentos para os funcionários da cozinha. O Manny por sua vez dirige-se para um dos funcionários que rapidamente passa as informações pra outro e quando vejo, está uma boa movimentação ali dentro. Em um cumprimento pro outro, o Jaime para na minha frente, já que continuo perto deles. Me olha firme nos olhos com uma expressão brava, dizendo um pouco baixo para que não possam nos escutar, pelo menos, não todos que estão ali.

Jaime: Vai ser assim a noite toda? – Contraio minha testa, confusa enquanto mantenho meu olhar no dele.

Angélica: Mas eu não to fazendo nada. – O respondo no mesmo tom de voz, expressando minha confusão.

Ele não diz nada. Da uma breve bufada contraindo sua mandíbula e volta sua atenção pras pessoas que ainda faltam cumprimentar. Reviro meus olhos e por sobrar ali, decido virar meu corpo e sair da cozinha primeiro que ele. Sou mais uma vez parada por pessoas pelo caminho que faço até chegar à minha mesa. Minha mãe já está sentada lá e então sento do lado dela. Por alguns instantes isso tudo me lembrou a homenagem do México semanas atrás. Nossa. Já passou tanta coisa depois daquilo. Sorrio saudosista. Sou desconcentrada com o corpo da minha mãe levantando ao meu lado e cumprimentando alguém com um breve selinho. Oi? Desvio toda a minha atenção pra isso e percebo o corpo do Dr. Francis na frente dela, acariciando seu rosto. Eu não sei se rio ou se choro com isso. Minha mãe merece toda a felicidade do mundo nessa vida, mas imaginar certas coisas que ela pode fazer entre quatro paredes... Eca. É. Não quero imaginar. Balanço negativamente a minha cabeça com uma careta, mas mudo minha expressão quando me levanto também para cumprimentá-lo.

Angélica: Que surpresa boa. – Sorrio enquanto envolvo meus braços pelos seus, abraçando-o brevemente e ele corresponde.

Francis: Eu que o diga... – Ele diz conforme traz seu corpo rente ao meu, sorrindo sempre: Você está ótima. E não acredito que estou te abraçando em pé. – Diz rindo baixo e eu sorrio com isso.

Angélica: Os seus primeiros cuidados foram essenciais pra mim, doutor, sabe bem disso. – Ele acaba sua risada com um sorriso terno pra mim.

Francis: Vamos deixar essa coisa de doutor de lado e pensar na comida maravilhosa que deve vir por aí. – Ele diz alisando rapidamente meus braços e então se afasta do meu corpo sentando do outro lado da minha mãe.

As mesas do restaurante são quadradas com quatro cadeiras e algumas menores com duas cadeiras. São de madeira escura com as cadeiras revestidas com estofados de couro da mesma cor. Todas estão decoradas com jogo americano em um tom bege com o prato suporte e os talhares junto com os copos posicionados sobre a mesa. Sou cortada com o corpo do Jaime aparecendo no meu campo de visão e cumprimentando o Dr.Francis que logo o levanta para cumprimentá-lo. Demonstra uma certa surpresa, já que no hospital eu não queria a presença do Jaime. Me sento e não demora pro Jaime sentar do meu lado e consequentemente, do lado do doutor, na única cadeira que faltava para completar a mesa. Antes que pudéssemos comentar sobre qualquer coisa, começa uma grande movimentação de garçons que transitam com facilidade pelas mesas trazendo os pratos.

Manny: Preciso da opinião da minha mesa preferida... – Sorte que já tinha parado de comer, se não, engasgaria com o susto que levo com a sua voz seguida das suas mãos em meus ombros atrás de mim.

 Maria: Estava tudo ótimo, querido. – Minha mãe inclina o seu rosto pra cima e assim o olha diretamente com um sorriso nos lábios.

Manny: Também está tudo aprovado pela outra Angélica? – Ele com certeza abaixa um pouco o seu rosto pra tentar me olhar enquanto começa a massagear meus ombros, esfregando seus dedos naquela região.

Angélica: Sim, Manny. Está tudo ótimo! – Inclino a minha cabeça pra cima e pra trás, enxergando-o de ponta cabeça com um sorriso.

Manny: Gosto assim. – Ele sorri e inclina seu rosto de encontro com o meu, me fazendo gelar por breves momentos até sentir seus lábios tocarem rapidamente o topo da minha testa. Volto rápido com a cabeça ao normal, sorrindo nervosa.

Jaime: Vou conversar com o pessoal da série, com licença. – Ele diz olhando pra minha mãe, seguido pro Francis e se levanta.

Ele caminha determinado pra longe da nossa mesa e escuto vagamente minha mãe falar alguma coisa com o Manny, mas não presto muita atenção enquanto acompanho os movimentos do Jaime até perdê-lo de vista. Não sei qual o problema dele hoje. É um amor dentro do carro, mas depois, desde com a chegada dos fotógrafos fazendo aquelas perguntas, ele ficou carrancudo desse jeito. Que seja. Decido prestar atenção na conversa da minha mesa quando vejo o Manny sentando no lugar do Jaime, todo alegre e falante, dizendo sobre seus feitos aqui dentro. Como foi tudo escolhido em questão de decoração, piso, mesa e como foram selecionadas as pessoas. Nos disse os pratos que serão servidos, sendo principalmente da nossa cultura mexicana. Claro que terão pratos americanos, mas o foco é para a comida mexicana. Ficaram mais um pouco nessa conversa e eu decido dar uma olhada por aí.

Levanto e caminho pra entrada do restaurante, sempre que possível perguntando pras pessoas como estão as coisas, se estão gostando. Até chegar na adega foi uma demora. Mas, chego feliz por saber que estão todos satisfeitos. Aproveito que hoje é o dia dos cumprimentos e me apresento ao pessoal que trabalha por ali também. Manny quem ficou encarregado dos funcionários e tenho que admitir que ele fez um ótimo trabalho. São todos tão carinhosos e receptivos. E da pra perceber que não fazem isso na intenção de puxar saco. Aliás, ninguém gosta de puxação de saco e é muito ruim quando acontece. As pessoas têm que demonstrar que gostam de você pelo o que é e não porque é famosa ou porque tem algum medo do que pode acontecer. Não sei. Só sei que é horrível. Inclino meu corpo sobre o balcão, deixando meus braços apoiados sobre o mesmo enquanto peço um vinho pra continuar na conversa com Malu que vira seu corpo em busca do vinho enquanto acompanho seus movimentos.

Xxxxx: Que milagre você andando. – Tenho que me esforçar pra não arregalar meus olhos de surpresa ao ouvir essa voz do meu lado.

Angélica: Que milagre você por aqui. Quem te convidou? – Agradeço a Malu com um sorriso sem mostrar os dentes ao deixar sobre o balcão meu copo de vinho.

Xxxxx: Quanta grosseria, querida. – Diz aproximando mais o seu corpo do meu, sentando no banco ao lado do meu corpo.

Angélica: Não é grosseria, Heidi. É só um controle do restaurante. – Seguro o copo e tomo um pouco do vinho, ainda sem mexer meu corpo. De frente pro balcão sem olhá-la.

Heidi: Não se preocupe porque não quero entrar nesse lugar. Quero apenas falar com o meu marido. – Ela diz um pouco mais firme e hoje definitivamente não vou cair no joguinho dela. Sorrio de canto com esse pensamento.

Angélica: Ele está lá dentro. E já que você não foi convidada, adivinha? – Agora viro meu rosto para olhá-la com essa cara de azeda que tem, continuo ainda sorrindo: Não vai entrar, fofa. Vai ter que esperar ele sair.

Heidi: Você ainda não entendeu que faço tudo o que eu quero, não é? – Ela ri sem deixar de me olhar com uma expressão feia de sempre.

Angélica: Sinceramente? Não me importa se faz tudo que quer ou não. Só sei que no meu restaurante você não entra. – Digo bem tranquila enquanto sorrio largo pra ela e então me afasto do seu corpo, saindo de perto dela com passos largos.

Heidi: Onde você pensa que vai, to falando contigo... – Ela me segura firme pelo braço e por pouco não cai todo meu vinho na minha roupa. Tenho que me movimentar rápido com o corpo pra não cair esse líquido em mim. Respiro fundo sem tirar o sorriso dos meus lábios.

Angélica: Para que ta feio, colega. – Forço meu braço pra baixo, desvencilhando-o da mão dela.

Heidi: Eu que não me importo se ta feio ou não. Tenho que falar com o meu marido e vou fazê-lo! E passo por cima de você, como um carro se for preciso... – Ela deixa a frase solta com um sorriso sarcástico. Meu sorriso deve ter desaparecido porque ela demonstra uma expressão vitoriosa. Tenho que me concentrar pra não cair nesse jogo sujo dela, principalmente ao citar o atropelamento.

Angélica: Não sei se você é capaz de perceber, mas nem um carro me derrubou, fofa. – Respiro fundo e volto a sorrir, mesmo que um pouco forçado por lembrar disso, mas continuo: Então, não será você que conseguirá passar por cima de mim.

Heidi: É, olhando por esse lado... – Ela diz se afastando um pouco do meu corpo, com uma expressão cínica medindo ele todo. Paro de sorrir quando ela desvia seu olhar do meu e ao me olhar novamente, sorrio rapidamente: Com tanta gordura é difícil passar por cima de você.

Angélica: Eu que tenho muita gordura ou você que é magra demais? – Sorrio larga deitando um pouco o meu rosto pra olhá-la: Aliás, tem muita gente que prefere as normais, sabia? Muitos homens também. – Faço um sinal de positivo pra ela com a mão, zoando com a sua cara de trouxa.