Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

(Bom, em Setembro a Bec me pediu pra dedicar uma cena específica pra ela e essa cena enfim chegou. Portanto, Bec, o penúltimo parágrafo está dedicado à você. ) 

Heidi: Jaime, ela não deixou que eu entrasse, precisava falar com você e... – O Jaime para com o seu corpo entre nós duas erguendo a sua mão direção da Heidi em um sinal com que ela parasse de falar.

Jaime: Tá, tá, tá... – Ele diz um pouco impaciente e se movimenta, ficando na frente do meu corpo com a sua atenção virada pra mim, dando as costas pra Heidi atrás dele. Isso me faz parar de sorrir forçado pela surpresa: O que aconteceu agora? Quero saber de você. Ta tudo bem?

Heidi: Jaime, eu... – Ele a corta mais uma vez, apenas virando o seu rosto pro lado na tentativa de olhá-la de canto de olho.

Jaime: Heidi, você pode me esperar lá fora, perto do portão se quiser falar comigo. Eu já vou! – Ele diz firme pra ela. Volta com o seu rosto ao normal, me olhando. Não diz nada até quando ela finalmente sai de trás do seu corpo e caminha batendo o pé pra longe dali.

Angélica: Você convidou ela? – Disparo sem aguentar essa curiosidade que estava me corroendo desde o momento que escutei a voz dela.

Jaime: Ela te disse isso? – Ele demonstra confusão em sua voz e em seu rosto.

Angélica: Não. – Falo rápido sem deixar de olhá-lo nos olhos com o meu rosto inclinado um pouco pra cima.

Jaime: Certo. Aí deduziu que eu a convidei? – Ele diz cruzando seus braços, me olhando sério.

Angélica: Não, Jaime. Só to te perguntando. – Demonstro uma chateação em minha voz. Continuo: Por que você ta assim?

Jaime: Não to assim. – Ele imita a minha voz ao dizer “assim”.

Angélica: Isso tudo é por causa do Manny? – Dou um passo na sua direção, podendo ser mais discreta ao falar disso com uma voz mais baixa.

Jaime: Acredito que você já me conhece o suficiente pra saber essa resposta. – Ele mantém seus braços cruzados, olhando pra mim.

Angélica: Af... – Respiro fundo, afastando meu corpo do dele mais uma vez: Eu quero ir embora. Já deu isso pra mim. Vá falar com a sua mulherzinha enquanto busco minha mãe.

Termino de dizer e viro meu corpo. Não espero resposta e muito menos cara feia. Caminho determinada pra fora da adega e ao fazê-lo, enxergo de longe o loiro aguado da Heidi parada próxima do portão. Na parte coberta, já que parece chover forte lá fora. Era só o que faltava hoje mesmo. Chuva. Entro no salão principal bufando baixo, mas logo tenho que me concentrar e voltar a ser sorrisos e acenos pras pessoas que ainda vinham me cumprimentar. Agora comentava mais sobre o que acharam da comida e por alguns instantes cheguei a esquecer esse momento desagradável com o Jaime. Finalmente consigo chegar perto da minha mesa e minha mãe estava só em amores com o Dr. Francis. Acabo sorrindo dessa cena. Ela toda juntinha com ele. Um falando próximo do outro e só risos. Essa definitivamente é a melhor fase de um relacionamento. Suspiro.

Angélica: Ei, mãe, to indo embora... – Digo ao parar com o meu corpo ao lado do corpo deles que estão de lado pra mesa e de lado pra mim. Ela me olha ao escutar minha voz e então continuo: To cansada.

Maria: Awn, meu anjo, está tudo bem? – Ela fica preocupada e se levanta. Fica com o corpo na frente do meu.

Angélica: Ta sim, mãe. Só to cansada mesmo! Fazia muito tempo em que não saia assim. Não to mais acostumada. – Sorrio um pouco forçada. Não quero preocupá-la.

Maria: Ta bom, meu amor. – Faço um olhar confuso pra ela por não entender a sua resposta. Ela não vai comigo, é isso? Continua ao perceber minha dúvida, mesmo que só em pensamento: Ah... – Ela ri baixinho, daquele jeito engraçado e com vergonha: Eu vou ficar aqui ainda, meu amor. Depois vou embora com ele. – Ela termina a frase quase sussurrando. Tenho que forçar meus olhos pra escutá-la.

Angélica: Tudo bem, mãe. Só não chegue muito tarde hein, mocinha. – Digo em um tom divertido, apontando um dedo na sua direção.

Me despeço dela e do Francis. Não quis ficar muito ali e nem ficar puxando muito assunto porque to com medo onde esses assuntos podem levar. Tipo, o que eles vão fazer depois daqui ou pra onde vão. Eca. Não. Balanço a minha cabeça negativamente tentando tirar esses pensamentos dela. Caminho assim pra fora do salão principal, quase vomitado na cena patética que sou obrigada a ver. Jaime e Heidi conversando bem perto, diga-se de passagem, com a loira azeda chorando. Ou “chorando”. Depois de sexta, não acredito mais em nada que venha dela. Não quero me aproximar muito, porque eles devem ter o que conversar pra fazerem isso tão perto um do outro. Além do mais, não adianta nada eu sair agora, já que quem ta dirigindo é ele, portanto, sou obrigada a esperar a boa vontade do casal de discutirem a relação. Nessas horas sinto a falta do meu celular. Pelo menos me faria passar esse tempo. Volto com o meu corpo pra adega, já que percebi que o Jaime acompanha os meus movimentos com o olhar. Ele sabe onde estou lhe esperando. Manny está lá. Na mesma cadeira que estava sentada antes de frente pro balcão. Ele vira seu rosto e sorri pra mim quando percebe a minha aproximação.

Angélica: Você fez um ótimo trabalho por aqui. – Sorrio enquanto paro com o meu corpo do lado do dele.

Manny: Tudo fica mais fácil com uma boa inspiração. – Ele vira seu corpo pra mim conforme acompanha meus movimentos.

Angélica: Manny, você tem que parar com isso. – Sorrio de uma forma carinhosa. Não quero ser grossa pra falar sobre isso.

Manny: Com isso o quê? – Demonstra estar confuso, mas sei que no fundo entendeu.

Angélica: Com isso... De ficar em cima. Jaime já te deixou claro que estou com ele. – Sento ao lado dele, mas de lado pro balcão e de frente pra ele que também vira seu corpo da mesma forma.

Manny: Eu não estou em cima. Só te digo como realmente me sinto. – Ele toma um gole da sua bebida, mas mantém seu olhar no meu.

Angélica: Não precisa dizer. Eu sei como se sente e te agradeço por ter esse carinho por mim por tanto tempo. – Sorrio entortando os lábios. A última coisa que quero é ser rude com ele.

Manny: Até hoje me arrependo de não ter lutado por você, sabia? Deveria ter ficado contigo, ido contigo pra onde fosse. – Mais uma vez toma sua bebida.

Angélica: Eu não deixaria você mudar sua vida por minha causa. Muito menos mudar de cidade, mudar seus projetos e planos por minha causa. O que tivemos foi muito especial pra mim, de verdade, mas acabou. Eu preciso que entenda isso.  – Sorrio terna enquanto uma das minhas mãos encontra com a mão dele livre próxima do seu joelho.

Manny: Eu entendo. – Ele sorri sem mostrar os dentes enquanto leva a minha mão de encontro com a sua boca, dando um breve beijinho nela.

Jaime: Eu vou embora. Você vai comigo? - Meu pai. Que susto. Levo minha mão livre espontaneamente contra meu peito enquanto olho pra ele.

Angélica: Claro que vou junto. – Pra variar só um pouco essa noite, ele está com a sua mandíbula tensa sem deixar de me olhar firme.

Jaime: Certo. – Diz isso e simplesmente vira seu corpo, se afastando de mim e do Manny. Bufo baixo. Que mal humor. Credo.

Angélica: Eu tenho que ir... – Digo, saltando do banco e parando em pé ao lado do Manny que libera a minha mão. Me despeço com um beijo rápido na sua bochecha e continuo ao olhá-lo novamente: Espero que tenha entendido o que quis dizer.

Ele apenas sorri como resposta. Sorrio sem mostrar os dentes. O que está acontecendo com esses homens hoje? Enfim. Viro meu rosto e caminho determina pra fora da adega, passando pelo corredor que da acesso a saída do restaurante. Ao chegar perto do portão, o Jaime caminha na minha frente, abrindo o caminho que tinha que abrir pra que eu chegasse ao carro dele que já está nos esperando bem em frente.Temos que andar rápido por causa da chuva e isso é ótimo se pensar que não tive que ouvir tantas besteiras dessa vez em relação aos fotógrafos e repórteres. São as mesmas perguntas desnecessárias de sempre. Não sei porque alguns se dão ao trabalho de sair do México e vir pra cá só pra me atormentar.

Saio dos meus pensamentos e confesso levar outro susto quando vejo o corpo do Jaime partir pra cima de um repórter. A câmera dele chega a cair e alguns seguranças tiveram que chegar rápido até nós pra separar os dois. Meu Deus. Que confusão. Surge uma gritaria de ambos. Eu não to entendendo nada. Um dos seguranças me tiram dali de perto e me leva diretamente pro carro. Entro rápido e em seguida acompanho os movimentos que alguns seguranças fazem pra também trazer o corpo do Jaime pro lado dele do carro. Ele demora um pouco pra entrar porque continua apontando seu dedo em direção ao repórter e dizendo algo que ainda não consigo entender. Por fim, ele entra no carro. Está com uma expressão bem séria e brava com a sua respiração descompensada. Não vira seu rosto pra me olhar, apenas coloca rápido seu cinto e sem seguida liga o carro, saindo com pressa dali. Eu mantenho a minha posição meio de lado no banco, olhando pra ele.

Angélica: Jaime, o que aconteceu? – Ele não se vira, não se movimenta, não me responde. Continua olhando tenso pra rua. Respiro fundo: Jaime... – Fico mais uma vez sem resposta. Tento mais uma vez com a voz mais alta: Jaime??

Jaime: Coloca seu cinto, Angélica. – Responde seco e sem me olhar.

Angélica: Mas o que aconteceu pra te deixar desse jeito? – Olho frustrada pra ele por não ter me respondido.

Jaime: O cinto! – Af. Bufo enquanto reviro os olhos e arrumo meu corpo no banco pra colocar o maldito cinto.

Fizemos o caminho todo sem nos falar. Quer dizer, ele sem falar. Se não fosse pelo barulho da chuva, com certeza estaria um silencio insuportável. Eu odeio quando ele não me diz o que está acontecendo. Ainda mais pela forma que ele reagiu. Seja o que for que o repórter tenha dito, ele não poderia ter reagido daquela forma. Pelo menos não hoje. Não na frente de todo mundo com um monte de repórter e fotógrafo filmando e clicando tudo que tinha acontecido. Nesse exato momento toda a mídia já deve ta sabendo. Af. Af. Af. Ele é tão egoísta às vezes. Mas tão. Chega me dar repulsa em ficar muito tempo por perto. Agradeci a todos os santos possíveis quando finalmente ele embica seu carro pela entra da garagem. Mas sou novamente frustrada quando o portão da garagem não abre. Com certeza deve ter caído a energia. Ele bufa do meu lado quando desiste de tentar abrir a garagem e desliga o carro. Foda-se essa chuva, não vou ficar mais perto desse mau humor todo. Até porque, agora quem ta mau humorada aqui sou.

Solto meu cinto e saio do carro sentindo os primeiros pingos da chuva tocarem pela minha pele. Escuto ele chamando pelo meu nome enquanto fecho firme a porta do carro. Dou a volta e caminho decidida pra entrada. Às vezes odeio essas casas estilo americana que tem mais jardim na frente da casa do que a própria casa. Não demoro pra escutar outra batida de porta atrás de mim e a sua voz chamando pelo meu nome. Sua voz fica cada vez mais perto até que sinto sua mão segurando firme um dos meus braços, fazendo com que meu corpo pare em um tranco ao vira-lo em sua direção. O olho brava e ele tem o mesmo olhar em mim.

Jaime: O que você ta fazendo? Acabou de se recuperar, vai ficar doente. – Tenho que me segurar e muito pra não rir irônica pra ele nesse momento.

Angélica: Ah, agora você se preocupa comigo? Que lindo, Jaime... Eu agradeço sua preocupação! – Forço meu braço pra baixo e ele me solta.

Jaime: E quando foi que não me preocupei com você? – Eu fico olhando-o incrédula por uns instantes.

Angélica: Às vezes realmente não entendo qual é o seu problema! – Reviro meus olhos conforme viro meu corpo pra continuar meu caminho pra dentro. Ele me para mais uma vez, segurando firme meu braço.

Jaime: Não começa com isso de novo, Angélica. – Volto a ficar de frente pra ele forçando meu braço pra baixo, tentando me soltar.

Angélica: Ta me machucando... Me solta. – Eu apelo pra ver se assim ele me solta.

Jaime: Eu quero conversar com você. – Ele me solta sem parar de me olhar sério.

Angélica: Agora você quer conversar? – Rio sarcástica. Paro e então continuo: Mas agora quem não quer conversar aqui sou eu. – O tempo todo temos que falar um pouco alto pelo fato do barulho da chuva atrapalhar um pouco. Nessa altura do campeonato, já estávamos bem molhados.

Jaime: Então seu querido Manny pode tocar em você, te fazer massagem, beijar sua mão, fica em cima de você a noite toda que não tem problema... Mas ficar aqui pra conversar comigo você não pode. To entendendo. – Ele sorri irônico conforme se afasta um pouco do meu corpo.

Angélica: Esse é o maldito problema? Eu conversar com o Manny? – Exclamo minha indignação gesticulando ao afastar os braços do meu corpo.

Jaime: Antes fosse só conversar... Mesmo eu do seu lado numa mesa, você da moral pro cara ficar de massagem pra cima de você! – Ele também gesticula, apontando seu dedo pra mim. Respiro fundo ao pensar sobre algo.

Angélica: O que você quis dizer com eu dou “moral” pra ele? – Faço o sinal das aspas com as minhas mãos ao lado da minha cabeça.

Jaime: Acredito que seja esperta o suficiente pra entender, até porque... - Dou rápido o passo que separava nossos corpos enquanto estendo meu braço junto com a minha mão contra o seu rosto. Sorte que peguei o jeito de dar um tapa bem dado na cara de quem merece.