Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Mantenho meu olhar firme no corpo dele que agora está um pouco inclinado de lado, com as suas mãos contra a sua bochecha que bati. Minha respiração está totalmente descompensada, com o meu peito tentando acompanhar. Em momento algum eu dei motivos pra ele pensar esse tipo de coisa sobre mim. Nunca dei em toda a minha vida e não seria agora. Sempre deixei claro que é esse imbecil idiota que eu gosto e, portanto, não daria “moral” pra mais ninguém. Aos poucos acompanho seu corpo voltando ao normal e ao me olhar, está com seus olhos mareados e uma expressão desconsolada em seu rosto. Ai não. Essas expressões de novo não. Mais uma vez tenho sorte de já ter passado antes por todas essas expressões e dessa vez consigo ser mais dura e firme na minha ainda brava pra ele. Ele tenta se aproximar de mim e eu dou um passo pra trás, me afastando dele.

Jaime: Angélica... – Eu o corto antes que continuasse a me machucar mais. 

Angélica: Chega Jaime! – Continuo indo pra trás conforme ele acompanha meus passos, tentando se aproximar.

Jaime: Não foi isso que eu quis dizer. – Ele quem está com a voz embargada agora. Eu me seguro pra não chorar agora. Não na frente dele.

Angélica: Foi sim o que você quis dizer... Pode vir pegar suas coisas amanhã. – Engulo seco. Na verdade, engulo o choro enquanto viro meu corpo mais uma vez e mais uma vez ele me para ao segurar meu braço.

Jaime: Angélica, por favor... – Dessa vez ele puxa meu corpo pra si e eu acabo ficando mais perto dele do que queria.

Angélica: Me solta! – Tento dizer firme, mas não to conseguindo mais controlar meu choro.

Jaime: Não! Me escuta... – Ele continua me puxando pra si sem tirar seus olhos dos meus: Eu só to cansado desse cara o tempo todo em cima de você e você de sorrisinhos pra ele. Tenta pensar se fosse ao contrário... – Eu o corto.

Angélica: Eu não preciso pensar. Vi muito bem a forma com que foi “conversar” com a sua mulher. – Faço o sinal de aspas novamente com a minha mão livre, já que o outro braço ele segura firme.

Jaime: Primeiro que a minha mulher é você! E por acaso me viu sorrindo pra ela? Sorrindo da mesma forma que você sorri pro Manuel? – Ele volta com a sua voz firme.

Angélica: Não vi sorriso. Mas vi muito bem a aproximação pra ter uma simples conversa. – Ele não conversar comigo com voz de choro me faz ter mais força pra não chorar também.

Jaime: Isso não tem nada a ver, Angélica. – Ele diz confuso.

Angélica: Claro que com você não tem nada a ver porque eu não fico te insultando... – Ele me corta.

Jaime: Não fala assim... – Diz bufando.

Angélica: Sou eu o problema não é? Sou eu quem fica de sorrisinhos, sou eu quem deixo fazer massagens, sou eu quem da moral... Então volta pra sua mulher. É o melhor que faz. – Digo conforme tento me soltar mais uma vez do seu braço, ele não me ajuda. 

Jaime: Eu não quero mais ninguém, você sabe muito bem disso. – Fazer esses movimentos pra me soltar dele faz meu cabelo molhado grudar no meu rosto.

Angélica: Não. Eu não sei de mais nada vindo de você. Eu só quero que você me solte! – Eu digo séria.

Jaime: Eu só tava falando daquele jeito com ela porque tava cheio de repórteres lá na frente, se você lembra desse detalhe. – Ele me ignora sobre me soltar, mas toca onde eu queria.

Angélica: Bom mesmo ter tocado nesse assunto... Qual é a 0porra0 do seu problema de brigar com um deles? –Gesticulo com a minha mão livre.

Jaime: Não quero falar sobre isso. – Ele finalmente me solta. Desvia seu olhar do meu quando se afasta um pouco.

Angélica: Não quer falar sobre isso? Me poupe. Você pode ter estragado tudo, não percebeu? – Levo minha mão livre de encontro com meu braço que ele segurava. Esfrego a região.

Jaime: To nem aí se isso pode prejudicar o restaurante. Eu não vou deixar ninguém te insultar. – Ele exalta um pouco a sua voz.  

Angélica: Como assim me insultar? – Isso me deixa confusa e demonstro.  

Jaime: As mesmas merdas de sempre, Angélica. – Ele diz impaciente. Respiro fundo ao lembrar do quanto já tive que ouvir falar sobre meu peso e aquele blablabla de sempre que me enjoa só de pensar.

Angélica: Se foi a mesma coisa de sempre, porque raios deu “moral” pra isso? – Digo um pouco mais tranquila. Nem faço questão de fazer o sinal das aspas.

Jaime: Porque eu já estava exausto! – Ele demonstra essa exaustão na sua voz e na sua expressão.

Angélica: Ah claro, ai você começa a descontar nas pessoas. Ta certo. Olha... Já ta bom por hoje. – Viro meu corpo e dessa vez não fico surpresa ao sentir a sua segurando meu braço. Pelo menos muda o braço.

Jaime: Angélica, eu tava tentando proteger sua imagem. – Ele diz puxando mais uma vez meu corpo pra si.

Angélica: Eu não preciso que você faça isso batendo nas pessoas! – Digo alto e em bom tom. Continuo: Afinal, eu sempre me cuidei muito bem sozinha em relação a isso. Não preciso de você.

Jaime: Eu quero cuidar de você! – Ele diz com a voz um pouco baixa, inclinando seu corpo em direção ao meu.

Angélica: Você ta fazendo isso completamente errado. – Me esquivo, inclinando meu corpo pra trás. Dando passos que são acompanhados pelo dele.

Jaime: Que saco, Angélica... É dando beijinho na mão então que tenho que fazer? É assim que você gosta? – Ele diz colocando sua mão livre na minha cintura, me puxando mais pra si.

Angélica: Você é ridículo. – Continuo tentando me esquivar.

Jaime: Eu só não suporto esse cara em cima de você, é tão difícil assim de entender? – Inclina um pouco o seu tronco pra deixar seu rosto rente ao meu.

Angélica: Chega, Jaime! Me solta... – Sua posição me faz olhá-lo diretamente nos olhos.

Jaime: Não vou soltar. Quero você assim perto de mim pra sempre. – Ele diz apertando firme meu braço e a minha cintura, me puxando mais,

Angélica: Mas eu não quero. – Decido revidar deixando as minhas mãos contra o seu peitoral. As forço nessa região, tentando afastá-lo. Desvio meu olhar pra elas.

Jaime: Diz isso olhando pra mim então, diz... – Ele diz firme conforme busca meu olhar com os seus olhos em mim.

Angélica: Sai, Jaime... Me solta. – Forço meu corpo pra trás, dando breves passos que de nada adianta já que ele mantém meu corpo encostado no dele.  

Jaime: Por mulher alguma do mundo eu te solto. – Sinto sua testa encostando na minha. Ele ta todo tranquilo enquanto to me matando pra me soltar.