Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

 Pisco forte com o sono quase me derrubando quando o Jaime se movimenta em cima do meu corpo ao finalmente voltarmos com as nossas respirações e sentidos aos normais. Ele inclina um pouco o seu corpo pro lado e se enfia no vão entre meu corpo e o encosto do sofá, ainda ficando com uma das suas pernas por cima das minhas enquanto deita sua cabeça sobre um dos meus seios, deixando seu braço estendido pela minha cintura, rodeando ela. Me agarra todo apertado, ficando com meu corpo todo aconchegado no seu braço. Sorrio largo com isso, praticamente me acordando. Levo uma das minhas mãos pro topo da sua cabeça e começo a acariciar seus cabelos com as pontas dos dedos, por ora penteando seus cabelos até chegar com a mão na sua nuca, acariciando ali também. Ele suspira, soltando o ar pelo nariz, me apertando mais contra seu corpo. Hoje ele ta afim de me esmagar de todos os jeitos possíveis.

Eu to tão cansada. Não sei quanto tempo vou aguentar ficar assim sem dormir. Ele com certeza já ta no quinto sono. Ter pesadelos todas as noites me deixa exausta no outro dia. Sempre me da a sensação que não dormi bem ou que não dormi o suficiente, mesmo indo dormir bem cedo. Enfim. Duas semanas com pesadelos sem parar, praticamente já me acostumei. O bom de tudo isso que sempre tive o Jaime do meu lado. Ele sempre deu um jeito de acordar primeiro que eu e na primeira oportunidade me acordar do pesadelo. Aos poucos ele aprendeu a lidar com isso também e acabou parando de se preocupar. Tive que procurar um psicólogo pra lidar melhor com a minha vida nesse momento e confesso que desde então, as coisas estão sendo mais fáceis. Claro que ontem o mocinho aqui quase estragou tudo. Mas, eu sei que seria praticamente impossível viver longe dele. Não consigo mais. Me acostumei demais da sua presença na minha vida. Na verdade, ele em si é a minha vida. Suspiro alto.

Jaime: Pensei que tinha dormido aí. Já ia te acordar... – Ele diz com a voz pesada de sono quando inclina seu rosto pra cima e assim me olha, com uma cara toda amassada: Não quero que durma torta. Vem, vamos subir...

Ele diz já se movimentando do meu lado e levantando. Eita. Passa seu corpo por cima do meu e só agora que acho um pouco graça ele estar de camisa social e sem calça. Só não chego a rir do jeito dele porque não estou nas melhores situações também. Antes de me levantar, ajeito a minha calcinha e então ele me ajuda ao esticar sua mão. A seguro firme e me levanto também do sofá, parando com meu corpo na frente do dele. Ele me olha de um jeito todo bobo enquanto sorri largo ao cruzar nossos olhares. Fazia tanto tempo que não sentia meu coração na boca assim por ele. Só de vê-lo dessa forma parado em minha frente. Tão meu. Uma sensação tão boa me preenche nesse momento. É como se quisesse realmente parar tudo e ficar assim com ele pra sempre. Claro. Completamente sem roupa ou completamente com roupa. Não nessa mistura louca que me da vontade de rir. Respiro fundo e então desabafo como se minha vida dependesse disso.

Angélica: Eu te perdoo. – Ele assimila o que digo e então demonstra confusão.

Jaime: Eu realmente não quis dizer que você da moral pra ele... Não do jeito que você entendeu, só... – Eu o corto sorrindo com o seu jeito atrapalhado em tentar entender o que eu quis dizer.

Angélica: Não... Não é isso, Jaime! – Desvio meu olhar por alguns instantes.

Jaime: Ok. Eu tenho que me sentar? Porque realmente não lembro a 0merda0 que fiz dessa vez. To ficando tenso. Não gosto de ficar tenso, Angélica. Eu começo a falar umas coisas sem sentido e muitas vezes não paro de falar, enfim, não quero que pense que eu... – O corto mais uma vez.

Angélica: Jaime! Para... Deixa eu falar. – Ele leva suas mãos rapidamente de encontro com a sua boca e ali cruza dois dedos fechando ela. Respiro fundo quando finalmente posso continuar: Eu te perdoo por tudo. Pelo o que já fez, pelo o que deixou de fazer, pelos motivos errados que não demos certo antes e principalmente pelo dia do atropelamento. Eu sei que demorei pra te dizer isso e que faz tempo que espera por esse perdão e... – Eu respiro fundo ao perceber seus olhos mareando: Peço desculpa por isso. Acredito que tava precisando me sentir bem e confortável pra realmente ser sincera e te perdoar. E a hora é essa, Jaime. Eu to mais do que pronta pra te perdoar... – Sorrio terna pra ele quando pauso ao perceber algumas lágrimas deslizando pelas suas bochechas. Levo minhas mãos na altura do seu pescoço e ali acaricio suas bochechas com os polegares conforme limpo suas lágrimas. Então, continuo com o olhar firmo no dele: Eu me perdoo e principalmente te perdoo.

Ele fica me olhando com uma expressão parecida com dor. Está um pouco difícil identificá-la, pois parece uma expressão ruim, mas ao mesmo tempo, eu percebo pelos seus olhos que ele ta feliz. E ele demonstra aos poucos essa felicidade conforme abre seu sorriso. E como sorri. Nossa. Como é lindo sorrindo. Ainda mais tão perto assim de mim. Ele diminui essa aproximação conforme inclina mais seu rosto em direção do meu rosto e então enche meus lábios de selinhos. Não para com esses selinhos que logo deslizam pra lateral da minha bochecha até finalmente passar seus braços envoltos da minha cintura e assim me abraçar apertado por ali. Eu correspondo esse abraço com os meus braços envoltos do seu pescoço. Ele me tira do chão por alguns instantes. Eu to toda boba sorrindo por esse homem. Ele traz seu rosto rente ao meu.

Jaime: Obrigado, Angélica... – Ele sorri tanto que parece que vai me engolir com esse sorriso. Sorrio mais com esse pensamento: Você não sabe o bem que isso me faz. E nunca vou te deixar esquecer que faria tudo pra ter ficado no seu lugar e talvez nada... – Eu o corto juntando nossos sorrisos.

Angélica: Shh... – Digo deixando nossas testas encostadas enquanto apoio minhas mãos nos seus ombros, ficando nas pontas dos pés pela posição. Mantenho meu olhar em seus lábios: Eu não quero pensar mais sobre isso.

Jaime: Eu te amo muito! – Ele traz suas mãos na altura do meu pescoço e ao segurá-lo, junta mais uma vez nossos lábios em selinhos.

Logo esses selinhos já viram um beijo calmo em que posso sentir e aproveitar toda da sua boca que desliza pela minha conforme nossos movimentos. Trago minhas mãos pros seus ombros e dali as deslizo pros seus braços, apertando essa região enquanto ele me puxa mais pra si com as suas mãos agora apoiadas na minha cintura. Eu me entrego tão facilmente pro beijo desse homem. O poder que ele tem sobre mim as vezes é assustador. Depois de tudo que passamos, eu tenho mais certeza do que nunca que ele é o homem da minha vida. E eu to tão feliz agora, mas tão. Mas também estou bem cansada. O jeito que esse ser humano me fez sua hoje, me deixou praticamente destruída. Solto nossos lábios e ao abrir meus olhos já o vejo sorrindo pra mim. Vai devagar, Jaime.

Angélica: Eu to tão cansada, vamos subir. – Falo em meio a um suspiro admirando esse sorriso.

Jaime: Vamos, pequena. Vai subindo que vou pegar a minha calça que você me obrigou a tirar por ser tão gostosa... – Diz rindo baixo enquanto vira seu corpo pra pegar a calça perto da porta da entrada.

Sorrio com esse comentário. É muito babaca mesmo. Eu to tão cansada que nem tenho forças pra dizer alguma coisa. Apenas caminho determinada pra fora da sala até a escada e assim a subo indo em direção do nosso quarto. Passo minhas mãos pela barra do vestido que ainda está amarrotado na altura da minha cintura e assim o puxo pra cima pelo meu corpo, deslizando-o pelos meus braços até finalmente deixá-lo de lado ao tirá-lo por completo. Subo na cama de joelhos e de calcinha e sutiã mesmo. Deito de barriga pra baixo, na primeira posição que meu corpo teve em contato com o colchão e pisco demorado.

Acordo em meio a uma espreguiçada esticando bem meus braços e minhas pernas por toda a região da cama. Faço isso com facilidade sem o corpo do Jaime do meu lado. Coço meus olhos enquanto me sento aos poucos na cama, deslizando-o pela bunda pelo colchão até finalmente me sentar e olhar ao redor. O banheiro também está bem quieto. Com certeza ele já desceu. Acorda sempre antes de mim agora com os pesadelos. Opa. Peraí. Paro pra pensar melhor sobre isso. Eu não tive pesadelo essa noite. Ou será que to tão acostumada a ter que não percebo mais? Não. Eu realmente não tive. Sempre acordo com um sobressalto e não foi assim dessa vez. Aliás, to até me sentindo bem. Realmente bem. Com aquela sensação de uma bela noite bem dormida.

Sorrio largo com isso. Levo minhas mãos na altura do meu cabelo e assim o prendo em um coque alto. Faz tanto tempo que não dormia bem assim. Afinal, o segredo então era realmente perdoar o Jaime? É a única coisa de diferente que aconteceu ontem que poderia justificar isso. E faz todo sentido. Em todos meus pesadelos eu buscava uma saída. Uma saída que me tirasse da fosse que tava me afundando. Aos poucos o Jaime foi se aproximando de mim novamente e eu fui melhorando, e agora que realmente me sinto bem com ele tive coragem de perdoá-lo. Uau. Eu preciso contar isso pra ele. Levanto rápido da cama e corro pro banheiro onde tomo uma ducha rápida, colocando um vestidinho solto pra aproveitar esse domingo ensolarado que pra variar faz em LA.