Fanfic: Solo Dios Lo Sabe/ Nani. | Tema: A Feia Mais Bela

Aproveito que ninguém percebeu ainda a minha presença pra observar melhor essa cena. Minha mãe está sentada de costas pra porta, em frente ao balcão, com seus braços apoiados ali. O Dr. Francis está ao seu lado. Ambos estão com os olhares divertidos em direção da Paula e pro Jaime que estão também de costas pra porta e de frente pro fogão. A Paula está toda em gargalhadas com os movimentos do Jaime. E eu não sei se tenho vontade de rir mais dos seus movimentos com uma frigideira na mão, tentando jogar uma mistura pra cima e pegar embaixo com a mesma frigideira ou pelo fato dele estar em um avental todo rosa sem camisa e calça moletom. Exatamente como a Paula pediu que ele fizesse uma vez em troca de um favor. Não sei o que é mais engraçado, mas eu rio. Rio gostoso com essa cena. Como ele consegue ser tão idiota e ao mesmo tempo tão lindo e maravilhoso? Rio.

O Jaime é o primeiro que vira o seu corpo e me olha surpreso. Em seguida, acredito que todos percebem a minha presença, pois também se viram pra me olhar. Mas eles me olham de um jeito estranho. Aos poucos vou parando de rir ao perceber que todos param de rir também e mantêm esse olhar sobre mim. Era um olhar com misto de tristeza, felicidade, dor. Difícil de entender. Abaixo um pouco meu rosto e observo minha roupa pra ver se tinha alguma coisa de errado comigo ou com a minha roupa. Sei lá. Procuro qualquer coisa que justifique esses olhares estranhos sobre mim. Ao voltar olhá-los, eles continuam do mesmo jeito. Mas gente.

Angélica: O que foi? Estão me assustando. – Entro mais pela cozinha, correndo meu olhar um por um.

Maria: Meu amor... – Minha mãe chega a sair do banco onde está sentada e se aproxima de mim com uma expressão surpresa em seu rosto.

Angélica: Ok. Me digam logo o que aconteceu! – Isso está realmente me assustando. Ela se aproxima de mim e então coloca suas mãos na altura dos meus braços

Maria: Você faz ideia de quanto tempo não escutamos seu riso? – Pisco lento pra minha mãe. Não. Não tinha essa ideia.

Angélica: Na verdade não... Não sabia que estavam reparando nisso. – Eu mantenho um olhar confuso pra minha mãe que continua com seu olhar surpresa pra mim.

Maria: Seu riso sempre foi contagiante, minha vida. Não faz ideia do quanto sentimos a falta dele... – Ela deixa a frase solta com a voz embargada. Inclina seu corpo em minha direção e então me abraça.

Angélica: Sério que estão fazendo essa cara por causa de um riso? Gente... Não seja por isso. – Abraço minha mãe dando uma risada forçada que logo vira uma risada normal quando todos me acompanham nessa risada.

Jaime: Não é um simples riso. É o seu, Angélica! – Desvio meu olhar ao escutar sua voz. Ele já deixou a frigideira de lado em cima do fogão.  Sorri pra mim quando cruzo nossos olhares.

Maria: Exatamente... – Ela diz soltando seus braços de mim e ficando com o rosto de frente pro meu novamente: Não é um riso qualquer. E sentimos muita falta desse riso, meu amor.

Angélica: Tudo bem, gente. Fico feliz que gostem assim da minha risada. Mas, afinal, o que significa isso tudo? – Eu desvio meu olhar pro corpo do Jaime e então minha mãe da espaço com o seu corpo pra que eu possa olhar o restante da cozinha.

Paula: Seu Jaime ta pagando a promessa, dona Angélica.  – Desvio meu olhar pra Paula que está com uma expressão toda divertida em seu rosto.

Jaime: Não senhora! Estou pagando muito mais que promessa porque não tinha nada de cozinhar desse jeito. – Ele diz em um tom divertido.

Angélica: Fico feliz que consiga ficar perto dele sem quebrar nada, Paula. – Continuo dando breves passos em direção ao corpo da minha mãe que fica parada ao lado do corpo do Francis. Sorrio pra troca de olhares deles: Ok, entendi. Não precisa me contar o que quebrou dessa vez.

(Música, pessoinhas: Reik – Sabes https://www.youtube.com/watch?v=ephwPrwaY20 )Todos riem. O Jaime volta a me olhar e eu só consigo sorrir mais quando trocamos esses olhares assim, com um monte de gente por perto. Muitas vezes fizemos isso. Em entrevistas, eventos, reuniões. Sempre dávamos um jeito de nos olharmos assim. Aos poucos ele para de sorrir enquanto leva suas mãos pras suas costas, soltando o nó do avental daquela região. Tira essa peça do seu corpo e então começa a se aproximar do meu corpo com uma expressão tensa em seu rosto. Tensa, mas feliz. Ele se aproxima sem camisa e com uma calça moletom. Tenho que me concentrar e muito pra não ficar com o meu olhar focado somente no seu peitoral se aproximando cada vez mais. Ainda mais aqui, na cozinha e na frente da minha mãe.

Jaime: Eu quero aproveitar que estão todos aqui, principalmente sua mãe, pra te dizer o quanto eu sou capaz de fazer pra te ver sorrindo e rindo dessa forma. Pra te dizer que sou completamente louco de apaixonado por você.  – Ele diz ao parar na minha frente. Estica sua mão até um dos seus bolsos dianteiros da sua calça enquanto abaixa seu corpo na frente do meu, se apoiando apenas e um dos joelhos ao chão. Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus. Levo espontaneamente minhas mãos na altura da minha boca e ali a tampo pra realmente não gritar de surpresa: E pra te dizer que seria o homem mais feliz desse mundo se você aceitasse casar comigo... Angélica Vale Hartman, aceita casar comigo? – Termina trazendo em frente ao seu corpo uma caixinha que rapidamente a abre e então a direciona em minha direção com uma aliança dentro.

Eu sinto meu coração bater forte como nunca senti na minha vida. E eu sei que dessa vez se ele não aguentasse, eu com certeza morreria sendo a mulher mais feliz desse mundo. Ao olhar rapidamente ao redor, percebo a Paula apoiada na pia chorando e minha mãe ao lado do Francis com um sorriso gigantesco em seus lábios que é correspondido pelo Francis. Todos mantêm seus olhares em mim e acredito que estão mais ansiosos que o Jaime pela resposta. Até porque, o Jaime sabe muito bem a minha resposta. Depois de ontem, depois do poder que ele tem sobre mim ao chegar ao ponto de ter pesadelos por não tê-lo pra mim como meu suporte, depois de tudo que a gente passou e viveu desde nosso reencontro no México, é nítida a minha resposta pra essa pergunta.

Eu sorrio larga ao voltar com o meu olhar no dele e ele enfim corresponde esse olhar. Inclino meu corpo quando levo minhas mãos de encontro com os seus braços e dessa forma os puxo pra cima, querendo que ele fique em pé. Ao fazê-lo, consigo olhar diretamente em seus olhando quando abaixa seu rosto e eu ergo o meu. Sorrio tanto que to praticamente rindo que nem uma idiota. E sou mesmo toda idiota de apaixonada por ele. Subo minhas mãos dos seus braços pro seu pescoço onde as deixo apoiadas conforme acaricio bem lentamente as laterais do seu rosto. Respiro fundo na tentativa de parar de rir que nem boba.

Angélica: Sim! É claro que eu aceito casar com você, Jaime. E só não digo seu nome inteiro também se não ficamos aqui até amanhã. – Ele ri. Eu rio. Todos riem. Todos felizes e praticamente quase chorando.

O Jaime passa rápido seus braços envolta da minha cintura e então me abraça bem apertado. Sou pega de surpresa por esse abraço que logo me faz sair do chão. Com meus braços envoltos no seu pescoço, abaixo mais meu rosto enquanto ele inclina o seu pra encher meus lábios de selinhos. Ele ta tão feliz. Sorri em meio a risadas que mesmo se misturando com as risadas e certos aplausos das pessoas ao nosso redor, é a melhor risada que existe no mundo pra mim. Esses lábios, seus braços, seu corpo, sua risada, seu sorri, esse seu olhar que me olha exatamente agora, todo apaixonado são os meus combustíveis pra vida. Ele me da a força que eu preciso. Seja pra o que for. E definitivamente quero passar o resto da minha vida com essa força. Com esse homem que me faz feliz. Com esse homem que me salva e é a saída sempre de qualquer obstáculo que possa aparecer na minha frente.

Angélica: Me sinto tão viva de novo. Obrigada por isso. Eu te amo muito! – Digo conforme ele volta com o meu corpo normal ao chão.

Jaime: Eu que te agradeço por ser sempre minha. Por se manter minha por tantos anos. – Ele diz firme com o seu olhar no meu.

Sorri. Sorri e sorri mais uma vez pra não perder o costume. Da um breve passo pra trás enquanto uma das suas mãos tira a aliança da caixinha. Guarda essa caixinha novamente no seu bolso e em seguida se concentra em colocá-la em minha mão após segurá-la. Abaixo meu rosto e então acompanho seus movimentos com o olhar. Quando finalmente coloca a aliança, ele puxa minha mão rente ao seu rosto e ali da uma mordidinha no dedo com a aliança e isso me faz rir por essa mania idiota. Somos desconcentrados pelo barulho do telefone ecoando pela casa e pelos movimentos da Paula pela cozinha atendendo e se aproximando de nós em seguida. Desvio meu olhar pra ela um pouco brava por querer interromper um momento desse, mas então ela se manifesta.