Fanfic: Aqui estaré | Tema: ValeCamil

        Acordei cedo na segunda-feira, estava sentindo umas contrações aquela manhã. Pensava que era normal porque o médico me disse que poderia acontecer e desejava que elas parassem mas isso não parecia ser o suficiente. Conhecem o ditado que diz “Querer não é poder?”, ele se encaixava perfeitamente a aquela situação. Otto havia ido trabalhar como de costume e eu não disse nada para ele, não queria preocupá-lo, o clima estava um pouco pesado pela nossa discussão. Havíamos passado o resto do domingo nos evitando e trocando meia dúzia de palavras, ele estava envergonhado pelo que tinha dito pra mim e eu mesmo sabendo que era verdade não podia dizer nada para que ele se sentisse melhor porque talvez o fizesse se sentir pior do que já estava e como eu disse, achava MESMO que aquelas contrações parariam a qualquer minuto e evitei falar disso até com minha mãe que me ligou naquela manhã, para todos os efeitos eu estava bem. Só Maria que sabia pois eu não tinha como esconder dela que via minha expressão de dor a cada contração.

Maria: Tem certeza que a senhora não quer que eu ligue pra sua mãe? – me olhou preocupada. Eu estava me recuperando de mais uma contração daquelas.

Angie: Não, pra que assustá-la? Aliás o médico disse que seria normal – respirei fundo quando finalmente ela passou. Caminhei até a sala pra ver o que minha filha estava fazendo e ela me seguiu.

Maria: Seria normal uma ou duas vezes mas a senhora está tendo toda hora – me olhava angustiada.

Angie: Deixa de besteira Maria, está tudo ótimo – sorri. De repente escutei a campainha tocar – Ué quem será? Você não chamou ninguém não é? – olhei pra Maria que balançou a cabeça negativamente. Ela foi até a porta e abriu e para minha surpresa era Jaime com uma rosa vermelha na mão.

Jaime: Bom dia flor do dia – entrou rindo e me entregou a flor.

Angie: Que piada mais original Jaime – fui irônica.

Jaime: Nossa essa marra toda já começa cedo é Maria? – a cumprimentou. Ela só riu.

Angie: E o que o senhor está fazendo na minha humilde residência tão cedo? Se perdeu no caminho pra sua casa? – cruzei os braços.

Jaime: Nada disso, eu só vim filar o seu café da manhã como sempre. Aliás eu adoro conversar com a Maria, ela diferentemente de você ME ADORA não é não Maria? – ela afirmou com a cabeça.

Angie: Que drama!  - revirei os olhos – Na casa do prestigiado ator e diretor Jaime Camil não tem comida não? – o encarei.

Jaime: Olha isso Maria negando comida, isso não se faz com ninguém – fez uma carinha triste.

Angie: Maria faz alguma coisa pra esse homem comer de uma vez – olhei pra ela que ria da situação.

Maria: Claro Dona Angelica, agora mesmo – saiu correndo pra cozinha.

Angie: É impressionante como você sempre consegue o que quer – balancei a cabeça negativamente. Ele foi se aproximando de mim e eu fui chegando pra trás a fim de me afastar, sabia que com ele muito perto me renderia fácil e não podia mais fazer isso. Quanto mais eu chegava pra trás mais ele vinha em minha direção com um sorriso no rosto e isso já estava começando a me desesperar. Vi que não tinha mais pra onde ir quando minhas costas bateram na parede, estava encurralada. Olhei pra ele nervosa e ele acariciou meu rosto e sorriu.

Jaime: Nem tudo – ele encostou seus lábios nos meus e me deu um selinho demorado. Dei um pulo e o empurrei e ele riu da minha reação.

Angie: Você não tem jeito mesmo – bati em seu braço.

Jaime: É que eu não resisto – disse rindo.

Angie: Eu não quero outra discussão com o Otto, Jaime – o olhei séria.

Jaime: Ah...quer dizer que teve discussão e tudo? – sorriu satisfeito.

Angie: Para com isso – bati em seu braço novamente. Ele riu e deu um beijo na minha bochecha.

Maria: Seu Jaime, já está pronto o seu café – veio sorridente.

Jaime: Obrigado Maria você é um amor – deu um beijo na bochecha dela e foi pra cozinha. Maria é claro ficou toda boba e eu comecei a rir da reação dela. Subi para o meu quarto e fui até me closet pegar uma roupa pois queria tomar um banho. Entrei no chuveiro e deixei a água cair sobre minha cabeça, estava achando que finalmente as contrações haviam ido embora, talvez fosse estresse.

Jc

Jaime: Está muito gostoso Maria, muito obrigado mesmo – falei enquanto comia.

Maria: Ai Seu Jaime, eu estou tão preocupada com a Dona Angelica – me olhou aflita.

Jaime: Preocupada? O que houve Maria? – a olhei confuso.

Maria: Ela está tendo contrações desde cedo – respondeu nervosa.

Jaime: Como não quer avisar? – comecei a me preocupar.

Maria: Ela diz que é normal, que logo vai passar e não me deixa ligar pra ninguém – respondeu preocupada.

Jaime: A Angelica tá louca? Ela sabe muito bem que isso é perigoso o bebê pode...- eu ia terminar de falar quando ouvi um grito vindo do quarto da Angie. Olhei pra Maria e subi as escadas correndo.

Jaime: Angie? Você está bem? – bati na porta do banheiro preocupado.

Angie: Jaime...acho que...minha bolsa estourou – falou com dificuldade pela dor.

Jaime: O que? Você tem que ir para o hospital agora – tentei abrir a porta.

Angie: Não...-segurou a porta pra mim não abrir – você não pode entrar aqui Jaime, eu to pelada – disse nervosa.

Jaime: Como se fosse uma grande novidade pra mim te ver nua – revirei os olhos.

Angie: Para com isso...AI – voltou a gritar de dor. Eu abri a porta correndo e a vi agachada com a mão na barriga – ta doendo muito – começou a chorar. Nesse momento tirei forças não sei de onde, a peguei no colo e levei ela em direção a cama.

Jaime: Vai ficar tudo bem – acariciei seu rosto e beijei sua testa. Fui até o banheiro, peguei sua roupa e comecei a vesti-la. Maria que chegou preocupada, viu aquela situação e não sabia o que a deixava mais perplexa, a Angie seminua, eu a vestindo ou ela gritando de dor, mas eu não tinha como explica-la naquele momento e terminei de vesti-la.

Maria: O que aconteceu? – finalmente perguntou.

Jaime: A Angie vai ter o bebê Maria, avisa por favor a mãe dela e pede que ela leve a bolsa com as coisas pro hospital, que eu vou leva-la agora – voltei a pegar a Angie no colo. Maria assentiu com a cabeça.

Angie: Jaime ninguém pode me ver chegando com você no hospital – falou preocupada.

Jaime: Não se preocupe, eu dou um jeito. Agora o mais importante é o bem de vocês dois – sorri pra ela. Ela segurou no meu pescoço e deitou a cabeça no meu ombro, então eu desci com ela e levei em direção ao meu carro. Maria abriu a porta de trás e eu a coloquei com cuidado e a fechei. Entrei no carro com pressa, fechei a porta e coloquei o cinto. Já me preparava pra sair quando Angie falou comigo.

Angie: Eu estou com medo – me olhou com lagrima nos olhos.

Jaime: Não se preocupe, eu estou com você – peguei sua mão e a beijei. Dei partida no carro e saímos em direção ao hospital.