Fanfic: Sempre Soube | Tema: A Feia Mais Bela, Angelica Vale, Jaime Camil, Valecamil

Jaime não demorou muito no banho, se arrumou e logo desceu ao encontro da filha. Elena se encontrava na sala cercada de brinquedos pelo chão enquanto cantava junto com a tv.

– Vamos tomar café, amor! – disse enquanto a pegava no colo

Chegaram na cozinha em meio a brincadeiras e encontraram Heidi que estava acabando de por a mesa. Sentaram e logo começaram a comer. O clima na mesa não estava bom, tão pesado, quase que palpável, o silencio seria o mais desconfortante possível se Elena não tivesse tão falante aquela manhã, o que Jaime agradecia mentalmente.

– Posso terminar de comer vendo tv? – Elena disse e eles assentiram.

Jaime sabia que algo estava errado, não era a toa que Heidi tava assim e queria se preparar para o que ela viesse falar.

– O que você foi fazer ontem de madrugada? – disse logo após que Elena saiu da visão deles

– Nada demais – se limitou a dizer

– Como nada demais? Não me faça de babaca, por favor! – disse quase que em um grito

– Eu fui conversar com uma amiga. Cheguei ainda era noite - mentiu

Ela soltou um riso ironico – Sabe, isso não me choca, não mesmo. O que me choca é a sua cara de pau, sua falta de lealdade! Não to cobrando fidelidade e sim lealdade! E isso a gente já conversou! Você fui consolar sua amiguinha Angelica, ne? Um consolo muito bom, afinal..

– Para Heidi! PARA! – ele a cortou enquanto passava a mão no cabelo – Você me levou a isso! Eu... – pausou - Como você soube? – ele parou e a fitou

– Agora é a culpa é minha? – jogou o celular que apontava o que havia acontecido. Eles saindo de mãos dada em direção aos seus respectivos carros, com certeza de manhã quando se despediam – O mal caráter é seu e a culpa é minha? ME POUPE! – completou

Jaime parou, nada processava. Como pode ter vazado foto deles? Era o que não deveria acontecer, em hipótese alguma. Seu pensamento limitava-se em pensar em Angelica.

– Eu não quero explicar nada a você agora, eu não tenho o que explicar. – disse sem ao mesmo deixar ela responder. Subiu em direção ao quarto a procura de seu celular. Sabia que a partir dai tudo podia mudar, e a sensação de que algo que mal começou, ou melhor, reatou, poderia acabar.

Angelica’s POV:

Acordei com o vento derrubando algo da cômoda, avisando que logo cairia uma chuva. Revirei um pouco na cama e logo procurei pelo meu celular pra ver que horas era, já se passava das duas e o celular acusava inúmeras ligações do Jaime e mensagens do tipo “Me atende, Angie” e “Me desculpe”. Senti um medo percorrer meu corpo e um frio incomum, sem hesitar liguei pra ele.

– Oi Jaime, o que foi? – disse aflita

– Angie, Meu Deus! Porque não me atendeu? – sua voz estava tremula

– Porque tava dormindo. O que aconteceu Jaime? Você ta me deixando preocupada!

– Angelica, nos viram! Eu... eu não sei como, não sei o que dizer...

– Como assim nos viram? Jaime, pelo amor de Deus, viram o que? – saiu quase que em um grito

– Eu não sei! – parecia que estava vendo ele na minha frente, pegando em seu cabelo andando de um lado pro outro. Um silencio pairou no ar enquanto uma lagrima silenciosa caia no meu rosto. - Acho melhor tudo isso acabar por aqui – foi o que conseguir

– Angelica, não..

– Sim, Jaime! Não da! Eu não deveria ter embarcado nessa, você sabe tudo o que a gente já tinha vivido no passado, porque insistiu novamente nisso, Jaime, Porque?

– PORQUE EU TE AMO! – ele gritou

Chorei, da forma mais silenciosa que podia, mas sabia que ele estava escutando. Ele falando aquilo tornava tudo mais difícil. Eu o amava, sempre amei. E tinha certeza de que ele sentia o mesmo, era inevitável não sentir.

FLASHBACK ON

– Vamos fazer um pacto? – Jaime sugeriu com um sorriso no rosto

– Como assim? Que pacto? – sorri enquanto me aninhava em seu peito

– Assim, em uma certa idade, se nenhum de nos estivermos casados, a gente se junta pra se casar – disse botando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

– Bem, eu topo. Mas vamos fazer assim também, jurar que jamais vamos deixar de se amar, mesmo que algum dia a gente se separe e forme família, que sempre iremos ter uma ligação. – disse virando e fitando seus olhos

– Eu sempre vou amar você, não preciso jurar isso. Eu a amo, e jamais vou amar alguém do mesmo jeito. – disse enquanto passava seu dedo no meu rosto – Eu te amo, demasiadamente.

– Eu te amo mais, pra sempre! – completei e entrelaçamos nossas mãos, enquanto nossos corações já haviam sido entrelaçados desde o momento em que nos conhecemos. Logo um beijo terno selou o momento.

FLASHBACK OFF

– Não torne mais difícil – disse depois de uns longos minutos

– Difícil vai ser ficar novamente longe de você, por favor – ele dizia com sua voz embargada

– Eu to gravida, Jaime...

– Isso não é desculpa, Angie! – ele protestou.

– Eu tenho que desligar, preciso saber como está la em baixo – disse fraco

– Vamos nos ver! – ele sugeriu

– Não, Jaime. Vamos dar um tempo! – continuei antes de ele interromper – Preciso pensar, quer dizer, precisamos. Eu o amo, amo como nunca vou amar alguém, você tem um espaço dentro de mim só seu e ninguém tira. - disse enquanto mais lagrimas escorriam sobre meu rosto

– Isso é uma despedida? – novamente o silencio tomou conta durante longos segundos. Não queria responder, não sabia o que dizer. – Eu a amo, pra sempre!

– Já estou com saudades! – disse com a voz rouca

– Estou desde que nos despedimos na praça – ele falou baixo – Se cuida! – completou

– Tchau – saiu em um fio de voz

Precisava descer, mas minhas pernas não obedeciam, meu olhos queimavam e minha pele estava quente. Logo minha visão estava totalmente embaçada e novamente me joguei na cama. Meu coração palpitava no peito, dolorido. Fiquei ali durante segundos, minutos ou horas, não sei. Logo o choro se transformou em um soluço fraco e me levantei para ir ao banheiro, olhei no espelho e vi meus olhos vermelho e inchados indicando o quanto havia chorado, lavei meu rosto como se aquilo me desse coragem .

Depois de alguns minutos, desci. Na sala haviam somente Otto, seu olhar de reprovação já mostrava que sabia de tudo. Nada disse, cheguei a sua frente e o abracei. Por mais que tudo tivesse acontecendo dentro de mim, eu o respeitava, sentia afeto por ele, ate porque era o pai dos meus filhos. Talvez tivesse o amado, mas não um amor capaz de mudar o que sentia por Jaime, nada jamais ia mudar. Mas aquela altura, nada era mais importante do que pensar nos meus filhos, eles estariam acima de tudo, ate mesmo em cima do homem do qual mais amava.