Fanfic: La Dueña de Mi Vida | Tema: ValeCamil fanfic

Jaime: Amor, cheguei.

A casa estava silenciosa, apenas uma luz acesa. Por alguns instantes, pensei que minha mulher já estivesse dormindo, mas logo ouvi sua voz que parecia um tanto rude.

Heidi: Estou aqui, Jaime.

O que eu fiz dessa vez, pensei. Ultimamente Heidi brigava comigo por qualquer coisa e depois se desculpava, dizendo que era por causa da gravidez mas eu sabia que havia um pouco de exagero de sua parte.

Jaime: Oi, tudo bem? - tirei minha jaqueta, fui ate a cama e dei-lhe um beijo na testa. -Como foi seu dia?

Heidi: Ligaram do Brasil hoje. Vão reprisar aquela novela, sabia?

Jaime: Que novela? - Era obvio que eu sabia. Meus fãs fizeram uma revolução nas redes sociais para que reprisassem e eu vi tudo. Mas era melhor se fazer de desentendido, já que ela não gostava da ideia.

Heidi: La Fea Mas Bella, qual mais seria? Disseram que seus fãs fizeram até abaixo assinado. O que acha disso?

Não pude deixar de sorrir. Minhas meninas, sempre loucas e sensacionais, embora odeiem minha mulher. E não posso culpá-las, as vezes, até eu a odeio.

Heidi: Tá rindo do que? Não vai deixar reprisar né?

Jaime: Por que não? Se fizeram tudo pra que isso acontecesse, não vou estragar a felicidade deles.

Vi a expressão da Heidi se fechar como se desejasse me matar. Esperei por seus gritos histéricos, mas a vi respirar fundo e pausadamente me perguntar se estava brincando.

Jaime: Mi amor, entenda, eu não posso acabar com a alegria das meninas. - Sorri e a abracei, tentando parece o mais carinhoso possível. Na verdade, só estava cansado demais para discutir, ainda mais por isso. - Deixe que reprisem, é só uma novela.

Mas não era só uma novela pra mim e ela sabia, por isso a odiava tanto. Desde que nos casamos, me fez prometer que evitaria falar dela ou qualquer coisa relacionada em qualquer entrevista e agora nós dois sabíamos que tudo voltaria a tona e isso a preocupava.

Heidi: Não queria ter que aguentar teus fãs dizendo que você deveria estar com a Angélica Vale.

Estremeci. Angélica. Um filme passava pela minha mente só de ouvir esse nome. A amei tanto quanto Don Fernando amou a Lety. Nossos beijos em cena eram tão reais que, algumas vezes os diretores pediam para que repetíssemos "mas dessa vez, um pouco menos apaixonados". Ela é uma pessoa incrível e gravar ao seu lado foi uma das melhores coisas que já me aconteceu na vida.

Heidi: JAIME! Está me ouvindo?

Jaime: Ahn? Desculpa, me distraí.

Heidi: Tá vendo? É só falar dela que você já muda. Depois quer que eu não ligue.

Jaime: Amor, é que...

Suspirei. Por mais que tentasse nunca encontraria um único argumento que convencesse a Heidi a não se preocupar. Era uma situação difícil pra ela e eu sabia disso. Mas era ainda pior pra mim.

Jaime: Vou tomar banho.

Saí do abraço em silêncio e caminhei até o banheiro. Fechei a porta, sentindo o estomago revirar. Lembrar de tudo isso depois de um dia estressante era para acabar de vez. De olhos fechados, via o passado como um filme em minha mente.

Se passaram 8 anos desde que tudo aconteceu. Durante as gravações, Angie e eu começamos a namorar mas decidimos não divulgar nada até a novela fosse totalmente exibida. E antes que fosse possível gritar ao mundo o quanto eu a amava, o relacionamento acabou. Sabia que ela me amava, mas tinha medo de estragar nossa amizade caso não desse certo. E como meu ciúmes não ajudava a provar que daria, ela preferiu terminar. Foi péssimo pra mim. Via Angélica o dia inteiro, tocava, beijava mas ela já não era minha. Mesmo assim, continuamos amigos e a esperança voltarmos me mantinha. Mas aí apareceu o Otto Padron. Empresário, boa lábia e rapidinho já tinha o coração da Angie nas mãos. Minha Angie. Eu a chamava assim, imitando Don Fernando.

Alguns anos depois, eles se casaram. Obvio que fui convidado e fizeram questão de deixar claro que me queriam presente. Você é como um irmão, James, não pode faltar hein?, foi o que ela disse enquanto me entregava o convite. Na época, eu sorri e aceitei, dizendo a mim mesmo que ela não significava mais nada pra mim. Entretanto, nos dias que se seguiram, busquei mil formas de provar que ela deveria ficar comigo, mas no final, deixei que se casasse. Até hoje não tenho certeza se agi certo.

Depois veio o meu casamento, como uma tentativa desesperada de esquecê-la e ser feliz com outra pessoa. Mas, como era de se esperar, não tem dado muito certo. Ainda penso na Angélica e me sinto culpado por isso. A Heidi é uma boa pessoa, me ama e merecia que eu a amasse, mas para mim ela é pouco mais que uma companhia. E o pior é que ela sabe disso.