Fanfic: La Dueña de Mi Vida | Tema: ValeCamil fanfic

Angélica POV

Estava sentada no chão abraçando minhas pernas e procurando uma maneira de contar ao Otto o que aconteceu e o que eu sinto. Nunca me disseram que havia a chance de casar com alguém, conviver alguns bons anos e não amar. Bom, eu amo meu marido, amo mesmo mas não como meu marido. Amo conversar com ele, pedir conselhos, enfim, o amo como se ama um amigo. O problema é que ele me ama como esposa, como mulher e deve pensar que sinto o mesmo. Será horrível para ele saber que não.

Otto: Angélica, me diz o que houve? - Ele estava agachado na minha frente mas eu não o olhava nos olhos. - Esta me deixando preocupado.

Angélica: Não sei como explicar... Nesses dias que passei no México aconteceram muitas coisas. Notei a falta que me faz estar no meu país, em contato com meus fãs, atuando, cantando. - Suspirei. - Eu sei que no início disse que queria dar um tempo e me dedicar ao casamento mas acabei me arrependendo depois e não tinha coragem de te falar.

Otto: Querida isso não é nenhum problema, se você quer voltar a trabalhar tem o meu apoio. Não entendo por quê tinha medo de me dizer isso.

Angélica: É que... - Deus, como eu posso dizer que não o amo? Não quero magoá-lo. - Não é só isso. - Fechei os olhos, tentando me concentrar em tudo o que precisava dizer a ele. - Quando nos casamos, eu tinha certeza que te amava e que queria passar o resto da vida com você. Só que muita coisa aconteceu desde então e notei que o que sinto por você é diferente, entende? Tenho amor por sua companhia, seus conselhos...

Otto: Mas você não me ama como seu marido. É isso que está tentando dizer não é? - Assenti. Ele suspirou, alisou os próprios cabelos e ficou de pé. Deu uma volta pelo quarto e parou novamente na minha frente. - Acho que eu devia esperar por isso não é? Mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer... Você ainda o ama não é? - Assenti novamente. - E ele, ama você?

Angélica: Não sei...

Otto: Espero que você seja feliz, Angie. De coração.

Angélica: Obrigado.

Alguém bateu na porta.

Carol: Pai, estamos prontas para jantar.

Otto: Ok filhas, nós já vamos. - Ele agachou novamente e pegou em minha mão. - Podemos jantar normalmente hoje? As meninas estão tão empolgadas com sua chegada, seria injusto estragar esse momento. Tudo bem para você?

Eu não poderia recusar esse pedido. Nos arrumamos e descemos para o último jantar em família. Forcei ao máximo para parecer bem, já Otto, parecia tranquilo. Acho que depois do episódio das fotos, ele sabia o que aconteceria em seguida e se preparou para esse momento. Meu Deus, por muitas vezes eu queria saber amar esse homem. Mas dessa vez, tudo que eu quero é que o Jaime realmente me ame.

Jaime POV

Cheguei em casa no início da madrugada. Estacionei o carro e entrei silenciosamente pela porta de trás. Tentava não fazer barulho mas acabei pisando em algo que estourou. Procurei pelo meu celular nos bolsos da calça e iluminei o caminho, tentando encontrar em que havia pisado mas antes que pudesse fazê-lo, Heidi apareceu no corredor e acendeu a luz. Esfreguei os olhos com as mãos, tentando me acostumar com a claridade. Segundos depois abri os olhos e me deparei com dezenas de balões cor de rosa espalhados pelo chão e pelo teto.

Heidi: Surpresa!!! - Ela me entregou um envelope grande. Abri e me deparei com uma foto amarelada de um rosto. Demorei alguns instantes para entender que era um ultrassom. - Parabéns papa, você vai ter uma menina.

Ela se jogou no meu pescoço, me enchendo de beijinhos nas bochechas. Não conseguia parar de encarar aquela imagem. Era difícil de acreditar que essa pequena pessoinha era minha filha. Na verdade era difícil de acreditar que eu tinha filha.

Jaime: Tá falando sério?

Heidi: É claro meu amor! Por que eu brincaria com isso? - Ela voltou a me beijar de leve, acho que esperando que eu correspondesse mas estava completamente sem reação. - Não está feliz, querido?

Jaime: Vou ser pai de uma menina. - Comecei a rir feito bobo. - Vou ser pai de uma menininha!

Heidi: Sim amor! E olha. - Ela pegou o tablet em cima da bancada e abriu o twitter. - Já dei notícia na internet! Acho que seus fãs não gostaram muito disso, mas problema deles.

Riu maliciosamente. Ela me beijou e eu correspondi, intensamente. Depois agachei até ficar na altura da barriga dela e acariciei de leve. No primeiro instante, estranhei o fato de não parecer ter crescido nada, mas não importava. Eu tenho um ultrassom, um rosto, um sexo, é mais que suficiente.

Jaime: Olá, pequenina! Eu sou seu pai.

Ela me puxou, me deu um beijo e foi para o quarto. Encostei na bancada e fiquei analisando a imagem. E eu que andei pensando em divórcio... Obvio que não podia fazer isso. Jamais deixaria essa criança crescer com pais separados. Não vou deixar.