Fanfic: La Dueña de Mi Vida | Tema: ValeCamil fanfic

Jaime POV

Essa é a segunda ao terceira vez que Angélica tenta fugir de mim hoje. Não me olha nos olhos, não faz questão de me ouvir. Provavelmente acha que eu quero brincar com seus sentimentos e não me deixa provar que não. Mas também não consegue me ignorar por completo. Por isso continua aqui parada na minha frente, acho que faltou coragem para ir embora. Pelo jeito que respira, sei que está segurando o choro. E pela primeira vez, não faço a menor ideia de como agir.

Jaime: Angie...

Angélica: Eu não quero ouvir suas histórias de sempre, Jaime.

Histórias? Meu Deus, o que eu fiz que a magoou tanto a ponto dela não acreditar mais no que sinto.

Jaime: Angie... - Me aproximei, coloquei minhas mãos sobre seus ombros e apertei. - Por que você não acredita em mim? Por que não acredita quando digo que te amo? Sei que fui um ciumento sem igual mas acho que nunca fiz nada que merecesse sua desconfiança.

Ela contraiu os ombros, cruzando os braços na altura dos seios. Suspirou, deixando com a cabeça cair um pouco de lado até encostar na minha mão. Virei a palma de encontro a bochecha dela e passei a acariciar com o polegar.

Angélica: Não sou para você.

Jaime: Como assim?

Angélica: Não sou mulher para um homem como você. Para um galã, astro de novela, entende?

A voz dela saia baixa, quase sussurrando, parecia me contar um segredo guardado por séculos.

Jaime: O que você tá falando, Angie? - Ela contraiu mais os ombros como se tentasse se proteger e falou algo que não consegui entender por causa da voz embargada. Puxei-a de volta para a mesa em que estávamos sentados e ela escondeu parte do rosto com as palmas das mãos. Olhava em direção ao chão, daquele jeito parado, frio. - Agora por favor me diz, o que está havendo?

Angélica POV

Flashback

Issabela: Dizem que todas a revistas e programas de fofoca estão falando de você e do meu irmão.

Angélica: Ah é? - Sorri como sempre ao falar do Jaime. - E o que tem falado?

Issabela: Ah não sei. - Ela soprava e sacudia os dedos tentando secar o esmalte que havia acabado de passar. - Foi o Sergio que me disse. Mas liga a tv, quem sabe passa.

Sempre que Issabela e eu nos juntávamos, parecíamos duas adolescentes. Víamos tv, riamos das pessoas que não gostávamos, enfim, é uma excelente companhia nas horas de folga. Eu a amo quase como minha irmã. Ligamos a tv e procuramos um desses programas de fofoca. Algum tempo depois, mostraram uma foto minha como Lety abraçada com o Jaime nos bastidores e começaram a falar das suspeitas de que existisse um relacionamento entre nós dois.

Issabela: Onde eles conseguem essas fotos, hein?

Angélica: A novela é da Televisa e o programa também, o que você acha?

Ela riu enquanto aumentava o volume para que ouvíssemos direito o que falavam.

"Será que o galã Jaime Camil, vai colocar na sua lista loiras e modelos, uma atriz mais... gordinha? É o que vamos descobrir!"

Quando as risadas dos apresentadores começaram, Issabela desligou a tv. Um silêncio constrangedor se espalhou pela sala. Sabia que ela me olhava esperando que eu comentasse algo mas fiquei brincando com alguns fios do meu cabelo por alguns instantes, sem coragem de olhar de volta.

Issabela: Não liga para essa bobagens... Eles falam qualquer coisa para aumentar a audiência.

Sorri sem graça. No fundo nós duas sabíamos que eles tinham razão.

Fim do Flashback

Não queria explicar para o Jaime o que havia dito. Na verdade, não deveria nem ter dito. Mas disse e agora ele espera que eu esclareça. Não tenho coragem para encara-lo porque ele leria meu olhar em segundos. Jogo o corpo para trás e forço um sorriso, tentando parecer mais calma.

Angélica: Não é nada.

Jaime: Eu te conheço, Angélica. Me fala logo, por favor.

Suspirei. Esconder algo dele é impossível, ele consegue entender cada movimento meu. Repeti que não era nada, torcendo para que desistisse mas em vão.

Angélica: Não sou mulher para você. - Senti minha voz embargar novamente. Desviei meu olhar e tentei continuar. - Não sou do tipo que os galãs de novela namoram.

Ele riu baixo e pegou minhas mãos, apertando-as. Acariciou meu antebraço com o polegar, quase fazendo desenhos invisíveis em mim. Depois de algum tempo riu mais alto e passou a me olhar em silêncio. Me analisava.

Jaime: Você não é o que? Dos tipos que galãs namoram? Ai Angie... Deixa de ser boba.

Angélica: É claro que é!

Jaime: Olha para mim. - Passei meu olhar para o queixo dele, torcendo que aquilo fosse o suficiente. - Olha dentro dos meus olhos. - Cruzei meu olhar com o dele. - Tenho três coisas para te dizer. Primeiro: Não sou um desses galãs de novela, como você diz. Segundo: Não existe esse "tipo". Terceiro: Você é mulher para eu passar a vida inteira junto. Não sei qual o "tipo de mulher" você pensa ser dos galãs mas você é a única que eu quero na minha vida.

Angélica: Seu tipo de mulher são modelos magras e loiras e eu não sou assim. Não sou do tipo que está sempre maquiada, maravilhosa, não sou do...

Jaime: Para de falar essas bobagens! - Ele me cortou. - Angélica Vale, olha para mim e tenta entender. Você é o meu tipo de mulher. Não porque é magra, gorda, loira, morena, azul, verde, maquiada ou com o rosto amassado de quem acabou de acordar. Você é mulher para mim porque eu te amo, entendeu? - Levantei o olhar um pouco surpresa com o que ele dizia. Parecia tão sincero, tão real e era tudo que eu queria ouvir. - Eu nunca deixei de te amar! Faltou coragem, faltou maturidade para lutar por você, eu sei. Isso nos afastou, sim, muito. Mas se você notar, eu estou aqui, na sua frente, te olhando nos olhos e jurando que, se você quiser, a gente vai ficar junto. Só preciso descobrir como conciliar isso com a gravidez da Heidi mas...

Parei de ouvir logo quando ele disse o nome dela. Um misto de culpa, raiva, talvez até um pouco de ciúmes tomou conta de mim. É a realidade voltando a tona, me tirando o folego. Não importa mais se Jaime me ama ou se ele quer estar comigo como realmente diz, porque a partir dessa gravidez, ele será obrigado a manter uma relação com a Heidi e eu sei que ela não vai desistir dele e entrega-lo a mim. Talvez ache que não tenho chance contra ela. E na verdade, ela tem razão.