Fanfic: La Dueña de Mi Vida | Tema: ValeCamil fanfic

Jaime POV

Vim para casa quase no automático e só notei quando parei na porta da frente já com a chave na mão. Não queria estar aqui nesse momento, dar de cara com minha mulher depois de tudo que Otto disse. Não sei quanto daquilo é verdade, mas ele não parecia o tipo de pessoa que mentia para ninguém, muito menos para Angélica. Abri a porta em silêncio, na intenção de ir direto para o escritório e me trancar o resto do dia mas Heidi estava no corredor e veio correndo ao me ver.

Heidi: Amor, que bom que chegou! Estamos morrendo de saudades. - Colocou a mão na barriga, sorrindo. Detive meu olhar naquela região procurando algum simples sinal de gravidez. Ela não havia engordado sequer uma grama. - Veja filhota, teu papai chegou.

Jaime: Heidi, você não acha que está muito magra para quem esta com 4 meses de gravidez?

Heidi: Ai Jaime... Eu me cuido. Meu médico disse que estou muito saudável. - Ela sorria nervosa enquanto falava com voz manhosa. Drama. E eu odeio infinitamente isso nela.

Jaime: Marque uma consulta com esse médico essa semana, por favor? Quero acompanhar você.

Ela tentou responder mas dei de ombros antes que pudesse. Não estou com paciência para nada disso agora. Entrei no escritório e tranquei a porta. Me sentei no sofá de qualquer jeito, tentando relaxar um pouco. Como eu queria perguntar para alguém o que fazer, pedir um rumo, sei lá. Abri o twitter e dei uma olhada nas notificações. Meu fãs são as melhores pessoas para me fazer sentir bem, mesmo sem saber de muito do que acontece na minha vida. Rolei a página, lendo as mensagens de carinho, as brincadeiras e me deparei com um link do youtube. Abri pensando ser mais um vídeo carinhoso desses que fazem para mim mas quando a página carregou, notei que eram cenas de LFMB. Ou como dizia o título "Momentos de ValeCamil". Me endireitei, ficando numa posição mais confortável para assistir e dei play. Logo começou a tocar uma música que eu conhecia bem Todo Cambió, da Camila e em seguida, aparecer fotos minhas com Angélica, algumas durante as gravações, outras em premiações e shows. Ao ver, acabei sorrindo. Conseguiram de novo, meus parabéns! Um dia eu ainda vou descobrir como sabem do que eu preciso. O vídeo terminou e eu continuei olhando para tela, sorrindo feito idiota. Como eu demorei tanto tempo pra perceber o quanto eu amo a Angélica? Por que eu tive tanto medo desse sentimento? Voltei para a tela inicial do celular, determinado a ligar para ela. Era o primeiro contato da lista. Liguei e coloquei no viva voz. Queria que atendesse, que o ambiente fosse dominado pela voz dela. Conforme foi chamando, o sorriso do meu rosto ia desaparecendo. Imagino Angélica segurando o celular, vendo meu nome na tela e sem coragem de atender. Ou sem vontade talvez. Tento mais uma vez e nada. Minutos depois a maçaneta da porta é forçada e Heidi me chama em seguida. Pelo amor de Deus, será que ela não nota que quero ficar sozinho? Ela continua insistindo, diz que não está se sentindo bem, xinga, até que me vence pelo cansaço.

Jaime: Que foi? - Bufei. Ela fazia beicinho e me olhava meio de lado, na tentativa fracassada de me fazer ter dó. - Para de bobagem e fala o que quer, Heidi!

Heidi: Nossa amor... - Ela se jogou no meu pescoço dando beijinhos ali. - Por que você tá assim tão grosso comigo? Ainda ontem estava tão feliz com a ideia de ser pai de uma princesa. Da nossa princesa.

Ela sorria enquanto falava e sabendo da verdade, me irrita. Bem, Heidi sempre me irritou, mas agora é o dobro. Não consigo acreditar que foi necessário chegar a esse ponto. Precisou mentir uma gravidez para manter essa droga de casamento que até hoje não sei porque começou mas que logo vai acabar. Ela continua me beijando de leve e começa a se esfregar em mim. Sinto o estômago embrulhar imediatamente e a afasto.

Jaime: Não estou com cabeça para isso agora.

Heidi: Ah não, você vai me contar o que houve! Desde quando você me rejeita? - Solto uma risada irônica. Eu quase nem toco nessa mulher, por Deus. - Jaime, me diz, quem fez sua cabeça para você chegar assim em casa, hein?

Jaime: Que fez minha cabeça o que... Você é muito cismada, deve ter a consciência pesada, cheia de mentiras.

Heidi: Jaime, para de falar assim, está me ofendendo!

Jaime: O que quer que eu pense? Olha suas atitudes! - Elevei o tom de voz. Se ela não for esperta o suficiente para se calar agora vai ouvir o que não quer.

Heidi: Para com isso! Não posso me estressar, senão passo mal e perco o bebê. - Fez beicinho novamente, acariciando a própria barriga (ou o que devia ser uma).

Jaime: Não me venha com essa, por favor! Nem barriga você tem!

Heidi: Eu já disse que ainda vou começar a engordar!

Jaime: E como pretende fazer isso? Comendo empadinhas e sorvete? Porque se depender de um bebê para isso...

Heidi: O que quer dizer com isso, Jaime? - A feição dela mudou bruscamente, parecia assustada e até um pouco surpresa.

Jaime: O que é óbvio, 1porra1! Você não está grávida! Nunca esteve!

Ela me olhava, incrédula, procurando o que responder. Parecia tão apavorada que precisou encostar na parede para se manter de pé.

Heidi: Como tem coragem de dizer isso? Como pode desconfiar de mim dessa maneira? Não, Jaime, isso não é coisa sua, eu te conheço. Alguém provavelmente falou 1merda1 contigo e você acreditou. E aposto que sem quem é.

Jaime: Acha que sou idiota ao ponto de não enxergar algo que está bem em minha frente? Heidi eu te vejo todos os dias e nesses 4 meses de "gravidez" a única coisa que mudou foi o valor das suas contas no meu cartão de crédito. - Soquei a parede e me desviei dela, caminhando em direção a porta. - Eu não sou burro, sabia.

Heidi: Você não pode falar comigo! Jaime, onde é que você vai? - Tentou me puxar pelo braço mas me soltei sem fazer questão de responder. Afinal, ela não merecia nem que eu lhe dirigisse a palavra. - Jaime, volta aqui!

Passei pela porta, indo em direção a garagem. Heidi vinha logo atrás, me chamando e repetindo que perderia o bebê e que eu me arrependeria por isso. Subi na moto e liguei, acionando também o portão para que se abrisse. Saio devagar passando pela grama para evita-la. Aciono o portão novamente e olho pelo retrovisor, contando que ela ainda estaria ali, me chamando. Então a vejo no chão, desacordada.