Fanfic: La Dueña de Mi Vida | Tema: ValeCamil fanfic

Jaime POV

Meu voo saia em algumas hora. Não queria ficar sozinho no saguão mas também não queria andar pela Cd. de México sem rumo. Então acabei por ali, falando sozinho e aquecendo poltronas.

As palavras de Angélica não saíam da minha cabeça. Ela está feliz com Otto, com a vida que leva agora. E eu achando que ela ainda pensava em mim, que sentia minha falta...

Angélica: Eu sinto sua falta, Jaime.

Levantei num pulo e me virei. Angélica estava realmente ali na minha frente?

Angélica: Desculpa, eu estava te procurando e acabei ouvindo o que você disse.

Fiz que sim com a cabeça, ainda ser crer no que via.

Angélica: Ei, não faz essa cara, parece que está vendo um fantasma. - sorriu sem graça, sem me olhar nos olhos.

Busquei sua mão e a trouxe para mais perto. Levantei sua cabeça para que me olhasse nos olhos e apertei de leve seus ombros. Só então consegui dizer olá. Sorrimos e ficamos em silêncio por alguns instantes. Eu queria beijá-la mas obviamente não podia. Ela já tinha me rejeitado vezes suficientes para que eu entendesse que devia respeitar seu casamento. Além disso, estávamos no aeroporto. Deus, estávamos no aeroporto! Me afastei rapidamente, como quem acorda de um transe, olhando para todos os lados e procurando algum paparazzi ou algo do tipo.

Jaime: Vamos sair daqui, Angie.

Ela assentiu com a cabeça e andando um pouco distante me seguiu para a rua.

Angélica POV

Talvez não tenha sido uma boa ideia vir procurar Jaime no aeroporto, deveria ter mandado uma mensagem ou sei lá. Nós dois juntos andando pelo México era algo digno de sites de fofoca. Ainda mais depois da cena que fizemos no saguão. Eu só peço a Deus que ninguém tenha fotografado.

Estávamos no meu carro indo em direção a casa da minha mãe. Não encontraríamos outros lugares para conversar ser sermos vistos no meio de uma quarta-feira. Seguíamos pelas ruas com os vidros fechados como dois fugitivos. O silêncio era constrangedor. Algumas vezes nossos olhares se encontravam e tentávamos puxar um assunto, mas sem sucesso. Logo que passamos pela entrada do condomínio, Jaime parou o carro, tirou o cinto e virou o corpo para mim.

Jaime: Ok, já chega desse silêncio. Por que foi me procurar depois de ter me mandado embora?

Abaixei a cabeça e fiquei brincando com minhas mãos, tentando disfarçar o nervosismo. Não sabia o que responder porque não sabia porque tinha ido.

Jaime: Não tem nada para me dizer?

Mas uma vez, ele coloca a mão no meu queixo e levanta minha cabeça, obrigando a olhá-lo nos olhos. Acaricia de leve minha bochecha com o polegar e novamente pergunta se eu não tinha o que dizer.

Angélica: Eu não queria que você fosse embora daquele jeito. Você é meu hermano, Jaime. - Ele suspirou e revirou o olhar. - Não queria que nossa... Nossa amizade se perdesse por completo.

Ele endireitou o corpo no banco, virando o olhar para frente.

Jaime: Ainda dá tempo de pegar meu avião, você se imp...

Angélica: Me importo. Não quero que você vá embora sem que a gente converse.

Jaime: Olha Angie, me desculpa, - ele olhava para frente, segurando firme o volante. - mas eu não quero conversar se for para ficar ouvindo essa história de que somos hermanos. Você sabe muito bem que significa muito mais que isso para mim.

Coloquei minha mão na perna dele e pedi para que olhasse para mim. Notei seu olhar marejado e meu coração se partiu. Poucas vezes vi Jaime chorar fora de cena. Ele que fazia o tipo machão sempre parece ter perdido a pose.

Jaime: Eu entendi ontem que Otto te faz feliz e que eu tenho que aprender a lidar com isso mas não consigo assim tão rápido. Vamos voltar para o aeroporto e a gente esquece que isso aconteceu, tá?

Ele ligou o carro e acelerou. Pensei em dizer alguma coisa mas antes que saísse qualquer palavra, eu já chorava.

Jaime POV

Em menos de 24hrs essa era a segunda vez que eu fazia Angélica chorar. Sentia que ela estava confusa e abalada com a minha presença e desejei sumir. Por isso estou voltando para o aeroporto. Vou deixá-la em paz, deixar que continue feliz com Otto. Ele parece ser um bom marido e quem sabe no futuro seja um bom pai. E eu preciso aprender a fazer o mesmo. Heidi está grávida agora e ela precisa de mim.

Parei o carro no estacionamento do aeroporto. Depois de alguns minutos em silêncio - sempre perco a noção do tempo quando estou com Angélica - ela me chamou baixinho. Me virei para olhá-la e vi que ainda chorava, só que agora de forma mais delicada, como uma criança que precisa de proteção. Tomei coragem de trazer o corpo dela junto ao meu. Logo que seu rosto encostou no meu peito, ela explodiu num choro desesperado.

Jaime: Ei, não gosto de te ver assim. Vim para matar a saudade do teu riso e não para te fazer chorar. Angie, por favor...

Angélica: Toda vez que eu acho que vou te esquecer, você volta.

Jaime: Eu não vou te incomodar mais se você prometer ficar bem.

Ela assentiu com a cabeça. Estava na hora de deixar Angélica ser feliz com quem a merece. Apertei seus ombros e me forcei a sorrir.

Jaime: Seja feliz, hermana.

Sai do carro, abri o porta-malas e peguei a minha. Olhei para o relógio, meu voo saia em dez minutos. Dei os primeiros passos em direção a entrada, me forçando a não olhar para trás.

Angélica: Jaime... Fica. Por favor.