Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Carlos destrancou sua sala, pensativo. Abriu um armário de arquivos, retirando-os da frente e bateu no fundo de madeira, removendo-o. Atrás haviam fotos de Anahí. Dezenas. Centenas. Fotos de jornal, revista, fotos profissionais, partes destacadas, como os olhos, um mosaico de fotos dela. Ele respirou fundo, se lembrando do olhar vivo dela em si. Ele tinha um mural enorme, bem maior que esse, gigante, em casa. Ele tinha cada parte dela memorizada na cabeça. Mas agora ela usava uma aliança no dedo, ele viu. Uma aliança de compromisso. Estava noiva. Aquilo estava violentamente errado. Ele se lembrou de Alfonso abraçando-a, dela nos braços dele, e teve nojo.

Carlos: Só passando por cima de mim. – Rosnou, olhando as fotos.

Parece que Alfonso conquistou mais um inimigo pessoal.

***

Meia hora depois Carlos não suportou, voltou até a cela. Anahí seguia sentada do mesmo modo, como uma estatua, só que agora cantarolava baixinho. A aliança seguia em seu dedo.

Anahí: Vou começar a me senti lisonjeada pela atenção, agente. – Disse, abrindo os olhos.

Carlos: Eu estava olhando seu caso. – Disse, dando sinal pra abrirem a cela. – Insultar Dulce María não é uma atitude inteligente. – Disse, após entrar na sala. Se aproximar dela o instigava.

Anahí: Insultar? – Perguntou, parecendo confusa. – Foi um elogio. – Disse, descarada, rindo de leve em seguida.

Carlos: Parece tranqüila pra quem está presa. – Disse, observando as covinhas que se formavam no rosto dela ao rir.

Anahí: Eu deveria estar nervosa? – Perguntou, tranqüila.

Carlos: Você está presa. – Ressaltou.

Anahí: Não por muito tempo. – Disse, de forma natural – Embora eu tenha perdido minha reserva pro jantar. – Disse, dando de ombros – Alfonso vai estar uma arara de qualquer forma... – Murmurou pra si própria, suspirando em seguida.

Carlos: Alfonso? – Perguntou, se fazendo de casual. Precisava mantê-la falando.

Anahí: Meu noivo. – Disse, ainda refletindo sobre o estado de humor de Alfonso, e ergueu a mão direita pra ele.

Carlos: Vai casar? – Perguntou, cruzando os braços.

Anahí: Se eu lhe responder o que me veio a cabeça, provavelmente receberei outra acusação de desacato a autoridade. – Disse, erguendo as sobrancelhas – Sim, eu vou. No outono. – Disse, falsamente educada.

Carlos respirou fundo, segurando a resposta. Preveria vê-la morta que esposa de outro homem. Se encarregaria disso se fosse necessário.

Carlos: No outono? – Perguntou, o sangue fervendo de ódio.

Anahí: Sim. Estava aqui, pensando enquanto espero... Usarei diamantes amarelos na decoração da igreja e do salão de festa. – Disse, e ele viu os olhos dela vagarem por um instante... Estava em outro lugar. – Em pontos estratégicos, de modo que a luz encontre eles. Vai ficar lindo.

Carlos: Diamantes amarelos são raros. Onde pretende encontrar tantos? – Perguntou, cortando. Não suportava vê-la planejando aquilo, criando esperanças pra algo que não iria acontecer. Os olhos de Anahí voltaram a se focar e ela riu.

Anahí: Não vai ser problema, acredite. – Disse, tranqüila. Houve um breve alvoroço do lado de fora e ela se levantou. Carlos observou, confuso – Ele realmente está uma arara. – Disse, olhando o chão – Enfim. Você é simpático, talvez receba um convite. Você e Dulce. – Ela riu gostosamente, apanhando as luvas – Deus sabe que ela precisa sair um pouco. – Disse, revirando os olhos.

Carlos: Vai a algum lugar? – Perguntou, observando-a vestir as luvas.

A resposta cruzou o corredor usando um terno preto. Alfonso parou por um instante, olhando Carlos dentro da cela com Anahí. Ela estava longe, mas ele não gostou do olhar do outro sobre ela. Anahí ergueu os olhos e sorriu ao encontrar o olhar dela.

Anahí: Vou embora. – Respondeu, apontando – A propósito esse é meu noivo. – Carlos encarou Alfonso, que ergueu a sobrancelha automaticamente.

Alfonso: Já paguei a fiança, Christopher está com Madison. Vamos. – Chamou, se virando pra olhar o guarda.

Carlos: Ainda não. – Impediu. Anahí olhou, confusa. Alfonso virou o rosto lentamente, os olhos sondando o outro. Anahí sentiu o perigo no ar de onde estava, e agradeceu por a cela estar fechada. Lamentavelmente Carlos confirmou a ordem pra abrirem a cela.

Alfonso: Agora. – Rebateu, e ergueu a mão com uma pasta preta. O documento do pagamento da fiança e a ordem de soltura dela. – Venha. – Chamou, a voz um nível autoritária, erguendo o braço pra ela enquanto Carlos apanhava a pasta.

Anahí sorriu vendo o ciúme dele e foi, abraçando-o. Ele segurou o rosto dela, olhando-a como se procurasse algum machucado, então seu olhar encontrou o dela, que sorria. Ele riu, suspirando, e selou os lábios com os dela demoradamente. Alheios do lugar e da platéia.