Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Agora...

Anahí e Alfonso assistiam televisão. Bom, ele assistia um jogo de futebol americano e ela brincava com os cabelos dele. Ele estava sentado no chão, nos pés da cama, e ela sentada na cama, com as pernas nos ombros dele, que acariciava o pé dela, alheio. Anahí pensava. Sabia que a lua de mel não duraria muito mais; ninguém vivia em lua de mel, a vida esperava por eles. Não haviam comentado sobre isso, mas ambos sabiam. Ela se sentia feliz. Feliz, no sentido bruto da palavra. Amava, era correspondida, agora estava casada. Se sentia segura, protegida... Apaixonada. Isso não podia acabar assim.

Anahí: Amor. – Disse, beijando o cabelo dele.

Alfonso: Hum? – Perguntou, distraído.

Anahí: Eu preciso te dizer algo. – Ele assentiu – Prometemos que não haveriam mentiras no nosso casamento. – Lembrou. Alfonso ergueu levemente uma sobrancelha, subitamente prestando atenção.

Alfonso: Sim. – Incentivou.

Anahí: E eu menti pra você. – Alfonso ergueu as sobrancelhas e desligou a televisão, se virando pra olhá-la. O rosto dele continha um misto de exasperação, hesitação e uma pitada de irritação.

Alfonso: O que você fez? – Perguntou, lentamente, encarando-a.

Anahí: Não fiz nada, não fique nervoso. – Acalmou – É sobre algo que conversamos há séculos... Perto do meu aniversário. – Alfonso franziu o cenho.

Alfonso: Conversamos sobre muitas coisas.

Anahí: Eu lhe disse que era estéril. – Alfonso parecia ter levado uma bolacha.

Alfonso: Você não é?! Era mentira?! – Perguntou, se precipitando – Anahí, você tá grávida?!

Anahí: Não. – Acalmou, e ele suspirou, frustrado – Eu sou estéril... Mas não no estado bruto da palavra.

Alfonso: Explique. – Disse, tentando entender.

Anahí: Eu liguei as trompas quando entrei pro clã Pierce. – Explicou – Mas meus ovários ainda funcionam plenamente. Eu ovulo, como qualquer outra mulher. – Alfonso seguiu a linha de raciocínio – A fecundação não ocorre pela laqueadura, mas ainda assim os óvulos estão lá. Durante o período de ovulação eles são perfeitamente sadios e normais, só depois, com o tempo se perdem, porque não seguem seu curso. – Explicou.

Alfonso: O que significa que seu ciclo de ovulação é saudável. – Ela assentiu com a cabeça. Quase ouve um estralo na cabeça dele ao entender – O que significa...

Anahí: O que significa que coletando meu óvulo no meu período “fértil”, fecundando-o com o seu esperma e implantando-o de volta em mim... – O coração dela estava estranhamente disparado só de falar aquilo em voz alta.

Alfonso: Nosso filho. Meu e seu, consangüíneo. – Ela assentiu, umedecendo os lábios – Gerado na sua barriga, uma gestação normal, apenas a fertilização seria in vitro. – Ele ergueu os olhos pra ela. Podia ver aquilo acontecendo.

Anahí: Eu... Eu quero ter um filho com você. – Disse, torcendo as mãos. 

Alfonso precisou de um instante pra processar isso. Ter um filho com Anahí era resumidamente uma das coisas que ele mais queria na vida... Mas ela era radicalmente contra, sempre fora.

Alfonso: Porque mudou de opinião? – Perguntou, encarando-a – Você me disse que não era possível, pelo modo de vida que nós levamos. – Lembrou.

Anahí: Nós podemos largar. – Propôs, e ele ficou quieto – Você pode voltar pro seu hospital, e eu posso retomar um curso de artes plásticas que comecei há alguns anos. Podemos ter uma vida normal. – Ele nem acreditava no que estava ouvindo – Nós dois vamos protegê-lo. – Disse, se ajoelhando e apanhando as mãos dele – Ninguém vai tocá-lo, nós vamos estar por perto. Até quando não estejamos, Christopher nunca vai permitir que ele seja machucado. – Alfonso sabia que não.

Alfonso: Porque isso agora? – Perguntou, meio alheio a realidade. Anahí hesitou, se levantando e caminhou até a janela. Ele não queria o bebê?

Anahí: Eu amo você. Mais do que achei ser capaz. – Disse, olhando a neve pela janela – Não quero que isso morra comigo. Quando nós dois partirmos, algo deve permanecer vivo, como prova do que existiu. É errado deixar que algo tão bonito termine assim. – Disse, tirando o cabelo do rosto – E eu quero ser mãe de um filho seu. – Alfonso a observava, quieto – Quero a gestação, quero o parto, quero amamentar... Eu quero viver isso. Antes não queria, não dava a minima, mas eu quero passar por isso... Se for com você. – Ele sorriu de canto.

Alfonso: Nem parece você falando. – Disse, com um toque de fascínio no olhar. Anahí, por estar de costas, não via.

Anahí: Os riscos ainda existem e ainda são grandes. Há a possibilidade de dar errado. Vai ser difícil, vamos ter problemas... Mas eu estou disposta a enfrentar isso, se você quiser ter um bebê nosso. – Disse, dando de ombros, magoada pela rejeição dele. Queria deixar as coisas claras.

Mas Alfonso não rejeitara: Ele já queria esse bebê. A vontade corria no sangue dele. Ele só ficou transtornado com a mudança repentina dos fatos. Ela estava quieta, se abraçando, olhando a rua quando sentiu as mãos dele em seus ombros. Se virou, e pra sua surpresa ele sorria, um brilho diferente nos olhos. Ele tocou o queixo dela com uma mão, vendo a confusão em seu olhar e ergueu o rosto dela.

Alfonso: Nós vamos ter um filho. – Afirmou, e a felicidade na voz dele era inconfundível. Ela o encarou por um instante, confirmando o que ele havia dito em seu olhar. E um sorriso idêntico ao dele, da mais pura felicidade, nasceu no rosto dela também.

                                                                            O TURISTA – FIM DO LIVRO UM.