Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí foi levada direto ao hospital, flanqueada por Ian e Christopher, que não se deram nem ao trabalho de parar pra receber o dinheiro da aposta vencida. Chegando lá fizeram alguns testes, trocaram a roupa dela por um roupão do hospital e ela foi pra um apartamento, pra esperar até que as contrações atingissem o nível certo. Passou um tempo lá, andando de um lado pro outro devagar. Fora bom ter esse momento sozinha. Assim ela podia entender sua dor, recebê-la quando ela vinha, se adequar a ela. Ainda era dor e ainda era ruim, mas esse era o seu bebê, e ela superaria isso. Havia terminado de fazer uma trança embutida no cabelo quando Ian entrou.

Ian: Hey, beautiful. – Disse, se aproximando, e ela sorriu – Você não devia estar deitada? – Perguntou, se sentando na cama.

Anahí: Ainda não. Ficar de pé meio que acelera as coisas. Aconteceu alguma coisa? – Perguntou, fazendo a volta por ele, andando tranquilamente pelo quarto.

Ian: Fora Alfonso, que está parecendo uma locomotiva? – Anahí riu gostosamente – Não, fora isso tá normal.

Anahí: Mesmo eu dizendo que está tudo bem, ele não se acalma. – Disse, caminhando de volta pra Ian – Desisti. Hum... – Gemeu, baixo, respirando fundo segurando o ferro da cama.

Ian: O que? – Perguntou, distraído. Ela negou com o rosto, olhando pra frente com uma careta leve, uma das mãos na barriga – Vai nascer?! – Perguntou, os olhos arregalados, com uma posição que indicava que ele estava prestes a sair correndo.

Anahí: Só me dê um instante. Já vai passar. – Garantiu, e ele a olhou, meio desconfiado. Passou-se algum tempo e ele já ia chiar, quando Alfonso entrou.

Alfonso: Tudo pr... – Ele parou, observando a cena – Outra?

Anahí: Está passando. – Disse, respirando fundo. Haviam lagrimas rasas nos olhos dela. Depois de um instante ela respirou fundo – Essa foi pesada. 

Ian: Oi? – Perguntou, olhando-a. Foi ignorado.

Alfonso: Você contou o tempo? – Perguntou. 

Anahí: De 6 em 6 minutos, com essa. – Alfonso assentiu.

Ian: Eu estou aqui. – Disse, debochado.

Alfonso: Eu não dou a mínima. – Respondeu, no mesmo tom. - Já está tudo pronto. – Disse, beijando a testa de Anahí – Eu vou estar com você. Já consegui autorização pra entrar como assistente. 

Anahí: Dra. Reid já está aqui? – Perguntou, recomeçando a andar. Dra. Reid era a obstetra dela. 

Alfonso: Não. Está viajando. – Anahí virou o rosto, encarando-o. – Mas temos uma ótima obstetra na casa. Ela vai cuidar de tudo, e eu vou auxiliar. – Tanto Ian quanto Anahí ergueram a sobrancelha. Alfonso estava escondendo algo.

Anahí: Quem é ela? – Perguntou, lentamente, parando de andar, com uma mão nas costas.

Alfonso: Você não conhece. – Despistou.

Anahí: Você nunca aprendeu a mentir pra mim. – Disse, tentando pensar quem ele encobriria. Veio com um click. – Ah, não. Não, não, não.

Alfonso: Anahí...

Anahí: Aquela vagabunda não vai tocar em mim! Nem em mim nem no meu filho, nem pense! – Alfonso queria que o ‘caso’ dele fizesse o parto dela. Anahí nem podia acreditar. 

Alfonso: Não se irrite. – Avisou.

Anahí: Eu não estou tendo essa discussão. – Disse, voltando a andar – Encontre a Dra. Reid e traga-a de volta. Peça o jatinho a Christopher. Dêem um jeito.

Alfonso: Ela está em uma convenção em Toronto! – Disse, exasperado.

Anahí: Traga-a de volta! – Rebateu, no mesmo tom, e Ian se recostou na cama, divertido. Anahí sentiu uma fisgada aguda no ventre, a mão instintivamente indo até lá e respirou fundo de novo.

Alfonso: Você vai conseguir segurá-lo até que eu traga ela? – Cheque mate.

Anahí: Sua namoradinha vai me matar. – Ian riu gostosamente – É, vai me matar, vai matar nosso bebê, vai matar todo mundo, depois vai fugir com você, isso é o que ela vai fazer. – Disse, voltando a andar. Aquilo começara fácil, mas se mover estava ficando impossível. Alfonso respirou fundo, dando as costas – Onde você está indo? – Perguntou, indignada.

Alfonso: Procurar outro obstetra. – Disse, irônico e ela soltou um beijinho pra ele, que revirou os olhos, saindo.

Ian: Quem te viu, quem te vê. – Disse, observando-a. Anahí se encostou em uma cômoda do quarto, desistindo um pouco de andar, mas resistindo de pé.

Anahí: Que quer dizer? – Perguntou, franzindo o cenho.

Ian: Onde está a Anahí que transava comigo por diversão? – Perguntou, achando graça.

Anahí: Eu estou em trabalho de parto e você me fala de sexo? – Perguntou, rindo, e ele riu também. 

Ian: Não foi muito oportuno. Mas você entendeu. – Disse, dando de ombros – Essa não foi a Anahí que eu conheci. Louca, inconseqüente, topava qualquer coisa. – Anahí sorriu.

Anahí: Ainda sou louca, ainda sou inconseqüente, e topo qualquer coisa... Não no momento. – Disse, se desamparando da cômoda. Não havia uma posição confortável, Deus a ajude.

Ian: Não. Você é casada, e daqui há algumas horas no máximo vai ser mãe. – Anahí sorriu, acariciando a barriga – Sabe o risco que estamos correndo com isso, não sabe? – Perguntou, observando-a. Alfonso, que havia voltado, parou perto da porta, escutando.

Anahí: Essa é a minha vida. Sou feliz com Alfonso. Quero dizer, é claro que eu era feliz como eu vivia antes... Mas isso é diferente. – Analisou, caminhando com dificuldade pro sofá do quarto – Eu gosto de ficar em casa, esperando ele voltar. Gosto de como as pessoas me respeitam na rua. Elas não sabem quem eu sou, não fazem idéia, mas me respeitam ainda assim.

Ian: Você podia ter se casado com ele, do mesmo jeito, e não ter a criança. – Anahí se sentou com um esforço hercúleo, respirando fundo.

Anahí: Eu nunca quis ter filhos, você sabe. Mas durante a lua-de-mel... Eu não sei. De repente eu me imaginei vivendo ali, e ele chegando no fim da tarde, trazendo nosso filho do colégio. Ele ia largar a lancheira em qualquer canto e sairia correndo pelo apartamento, aquele toquinho de gente, rindo e gritando “mamãe!” – Ela riu, passando a mão no rosto. Alfonso sorriu perto da porta – Eu vou correr qualquer risco por isso. Porque isso agora?

Ian: Curiosidade mórbida. Me surpreendeu essa mudança toda, não sei. – Disse, dando de ombros.

Anahí: Alfonso me fez repensar o que eu sabia sobre mim. A inicio eu brigava contra isso, era invasivo, mas agora... Bom, não tenho do que me queixar. – Disse, sorrindo – Eu... Espera. – Disse, e ele viu ela fechar os olhos de novo, tragando o ar.

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