Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Demorou alguns instantes. Alfonso, notando que ela entrara em outra contração, saiu da porta e foi caçar o obstetra. Christopher já estava ligando pra Deus e o mundo, procurando. Ian viu Anahí cravar as unhas no braço do sofá e quis ajudar, mas não viu como. Quando ela abriu os olhos, eles estavam marejados de novo, mas ela sorriu. Os dois conversaram por mais um tempo. A verdade era que Anahí e Ian eram grandes amigos, mas de uns tempos pra cá os dois não tinham tido muito tempo a sós, pra colocar os assuntos em dia. A conversa só era interrompida pelas contrações dela, cada vez mais freqüentes. 

Anahí: Você não está chateado? – Perguntou, após olhar o relógio, se recompondo. A voz estava meio tremula. 

Ian: No momento estou com medo de presenciar o parto do seu filho. – Anahí piscou duas vezes e caiu na gargalhada – Por favor, avise se estiver pra acontecer, eu não tenho emocional pra assistir isso.

Anahí: Não seja idiota, as contrações só estão ficando mais freqüentes. – Dispensou e ele agradeceu, pondo a mão no peito. – Estou perguntando pelo bebê. Por Christopher ser o padrinho.

Ian: Na verdade, não. Estava irritado porque ele foi subornado com isso. – Corrigiu – Mas eu tive minha chance. Honestamente. Eu perdi. Ai já é comigo. – Anahí sorriu – Agora houve justiça.

Anahí: Eu deixo você ser o padrinho de crisma dele. – Prometeu, e Ian riu. Ele viu Anahí se contrair de novo. Fora rápido dessa vez. – Ian... Ian, chame Alfonso. – Disse, se ajeitando no sofá. Não havia mais o que esperar. Ian saltou da cama, mas Alfonso entrou no quarto.

Alfonso: Christopher conseguiu um medico. – Disse, cansado – Acabou de chegar. A outra, como você chama, só vai ser assistente, e eu vou estar junto, então ela não vai matar ninguém, nem me seqüestrar. É o máximo que eu consegui. Qual o intervalo? – Interrompido.

Ian: Cale essa boca. – Disse, exasperado – Eu já ia te chamar. Olhe para ela. – Anahí tinha uma careta no rosto, inclinada pra frente, segurando a barriga. No mesmo momento Alfonso estava ajoelhado na frente dela.

Anahí: Não há mais intervalo. – Constatou, inquieta. – Deus, isso dói demais! – Disse, e ele apanhou a mão dela. 

Alfonso: Chame a enfermeira que está no corredor. Diga que precisamos levá-la. – Ian saiu porta a fora, gritando a plenos pulmões. Alfonso revirou os olhos e Anahí soltou um riso, meio soluço. Ela arfava.

Anahí: Estou com medo. – Admitiu, com a voz tremula, e ele apanhou a mão dela, que a apertou.

Alfonso: Olhe pra mim. – Ela o encarou. O olhar dela não estava com medo; estava apavorado – Eu sei o que vai acontecer daqui pra frente. Não vai demorar agora. Vai doer, nós já sabíamos, mas a maior parte já passou. Falta pouco. – Anahí assentiu, segurando a mão dela – Você é forte. Mais forte que eu. Já passou por coisa pior. Vai tirar isso de letra. – Anahí sorriu.

Anahí: Eu cheguei até agora sem gritar. – Disse, os olhos se enchendo d’agua, se lembrando das tardes que eles passaram no sofá de casa, assistindo filmes e rindo do escândalo que as mulheres, supostamente em trabalho de parto, faziam. Anahí garantira que não ia gritar daquele jeito.

Alfonso: Me escute. Quando chegarmos a sala de parto eu vou providenciar para que você seja anestesiada. Seu parto está correndo bem, então o procedimento não é normal, mas eu tenho colegas aqui. Você vai sentir o mínimo de dor. – Anahí assentiu. Estava branca feito papel. A dor, insuportavelmente forte, se tornara constante. Não havia um intervalo pra ela respirar, ou se preparar. Sem contar que ela estava reprimindo constantemente o impulso de fazer força pra baixo.

Anahí: Consigo fazer isso. – Disse, e ele sorriu, beijando o rosto dela. Ian entrou na sala com a enfermeira e Alfonso se levantou, se abaixando e carregando-a com cuidado – Você vai ficar comigo? – Perguntou, em voz baixa. Estava apavorada. 

Alfonso: Todo o tempo. – Prometeu, perto do ouvido dela, antes de colocá-la na cadeira de rodas.

Anahí sorriu, respirando fundo, e ele a levou pra fora dali, dando instruções a enfermeira. Ela preferiu não ouvir. Ele estaria com ela, era só disso que ela precisava saber agora.