Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

O corpo de Anahí se inclinou pra frente conforme ela pôs força pra baixo, agarrando a mão de Alfonso. Por um lado era bom poder parar de reprimir o impulso de fazer força, mas por outro a dor era horrível. Alfonso estava ao lado dela, segurando-lhe de a mão, os lábios no cabelo dela, olhando pra frente, os olhos verdes impenetráveis. Anahí voltou a se recostar na cama, ofegando fortemente.

Anahí: Tem certeza de que está dando certo? – Perguntou, tremula. Não gritara, mas o rosto estava molhado tanto pelo suor quanto pelas lagrimas. Alfonso ergueu o rosto pro obstetra que estava fazendo o parto, mas o medico assentiu pra ele, tranqüilo. Ele olhou os aparelhos que estavam ligados a ela antes de responder.

Alfonso: Absoluta. – Garantiu, e ela assentiu – Vai acabar logo. – Tranqüilizou, e ela assentiu. 

Anahí: É só dor. – Ela parecia estar falando consigo mesma, se tranqüilizando perante o nervosismo. Ele apertou a mão dela, lhe dando apoio e ela cerrou os olhos, os dentes trancados, fazendo força novamente.

Por mais alguns minutos foi assim. Anahí tentou com todas as forças que tinha, e eram muitas, e ele a confortou e incentivou o tempo todo. O problema é que ela entrara em contrações há horas, e mesmo com a anestesia a dor ainda existia em si. Estava tentando com toda a sua vontade, ignorando a dor com bravura, mas estava ficando impossível.

Anahí: Não consigo fazer isso. – Disse, soluçando, erguendo o rosto pra ele entre ofegos. Ela estivera calada o tempo todo, então ele se surpreendeu com a voz dela, erguendo o rosto dos cabelos dela para encará-la. Estava pálida, os lábios brancos, o rosto molhado, com alguns fios da trança desfeita colados ali. Alfonso olhou pro obstetra de novo, buscando orientação. Seria mais útil participando do parto, mas não largaria a mão dela. O medico respondeu a pergunta dele em voz alta, pra que servisse de consolo pra ela também.

Obstetra: Está coroando. – Avisou, sorrindo. Anahí queria lhe dar um murro. Porque ele não estava desesperado também?

Anahí: O que isso quer dizer? – Perguntou, virando o rosto pro marido. Mas Alfonso saiu.  

Alfonso: Que quase acabou. – Ela o encarou, procurando por traços da mentira, mas ele sorria. O sorriso era verdadeiro.

Anahí: Está mentindo. – Disse, mas era mais uma pergunta que uma acusação.

Alfonso: Vai brigar comigo agora? – Perguntou, e ela riu. A mão dela na dele continuava apertada, o que significava que ela não deixara de tentar em momento algum. – Estou dizendo. Ele está quase aqui.

Anahí: Não está melhorando. – Disse, desolada. Agüentara a dor calada, quase heroicamente, mas toda resistência tem seu limite. 

Alfonso: Escuta aqui. – Ela ergueu as sobrancelhas com o tom dele. Era o que? – Eu quero pegar meu filho nos braços. – Anahí sorriu. Estava tão perto! – Vamos lá. Não vai desistir, não é? 

Anahí o encarou por um instante, e se lembrou do esforço dele na ultrassom em que o sexo do bebê ficou evidente. Deu as costas ao monitor, mas queria tanto ver o filho que não conseguiu ficar na sala. Pediu desculpa e saiu. Se lembrou dele da vez em que o bebê mexeu pela primeira vez. Eles estavam indo dormir, e ela sentiu. Ele passou pra cima dela, deixando a cabeça pousar na barriga dela, querendo ouvir. Não mexeu de novo, mas ele não desistiu. Adormeceu com a cabeça ali e ela o amou. Amou a imagem, amou o momento, o amou em cada pedaço. Nenhuma dor valia mais que aquilo.

Anahí: Nunca. – Respondeu, em um murmúrio, duas lagrimas caindo silenciosamente pelo rosto e sorrindo. Poderia ser derrotada e morrer em dor, mas não desistiria. Alfonso viu ela respirar fundo, olhando o teto, como se tentasse reordenar as coisas, então ela agarrou a mão dele com força, o corpo se inclinando de novo. Não desistindo.