Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí: Podemos conversar? – Perguntou, observando a outra.

Cintia: Não toquei na sua filha, se esse é o seu problema. – Dispensou.

Anahí esperou por um instante, então respirou fundo e avançou. Por maior que fosse a aversão de Cintia, uma vez sendo médica algo em seu interior gritava em protesto contra aquele pé, já em péssimo estado, ser forçado. Mas antes que pudesse falar Anahí a alcançou, e o inacreditável aconteceu: Anahí se ajoelhou. Se ajoelhou perante a ela, grunhindo ao dobrar o pé. O choque era indescritível. 

Cintia: O que está fazendo? – Perguntou, exasperada.

Anahí: Estou, como pessoa, te pedindo desculpas. – Disse, erguendo os olhos. Qualquer pessoa que conhecesse bem Anahí saberia o absurdo que era ver ela se desculpando; de joelhos então, era inacreditável – Desculpas pelas vezes em que fui rude, por quando eu a ameacei, ou por qualquer outra vez em que me portei mal. – Completou.

Cintia: Isso é um tipo de piada? – Perguntou, recuando um passo. Anahí podia pular no pescoço dela a qualquer momento, não era confiável. Mas a outra se manteve no chão, machucada e humilhada, ainda aos seus pés.

Anahí: E eu estou, como mãe, te implorando para que ajude a minha filha. – Disse, os olhos se enchendo d’água ao citar Rosalie – Alfonso disse que você é uma das melhores da área, que talvez possa ajudar. Eu estou aos seus pés, te pedindo pra que você olhe por ela. Pra que faça por ela o que eu não posso fazer. – Anahí respirou fundo. Cintia a observava, quieta – Eu sei que fui intragável todo o tempo com você... Mas eu imploro, pelo amor de Deus. Ela é só um bebê. Ela não tem culpa. Não merece pagar por mim. Por favor. – Terminou.

O silencio que se seguiu foi pesado. Anahí se manteve ajoelhada, todo o orgulho e a dignidade em cacos no chão, esperando. Cintia precisou de um tempo pra se recuperar do choque; Anahí interpretou o tempo como uma recusa, e seu cérebro começou a trabalhar. As pessoas sempre tinham um preço, era fato.

Anahí: Eu faço qualquer coisa. – Propôs – Salve minha filha, e eu faço o que você quiser. – Cintia ainda levou um instante, o que levou Anahí a pensar o seu extremo – Salve a minha filha... E eu o deixo para você. – Disse, a voz tremula, olhando pra frente. A medica franziu o cenho – Sei que você gosta dele. Eu peço o divórcio. – Disse, mesmo que a idéia lhe causasse náuseas – Eu o deixo livre pra você, e vou em embora. Estou oferecendo o que mais amo nesse mundo, em troca eu só peço que você ajude a minha filha.

Cintia: Tudo bem, tudo bem. – Shit! Ela ia cobrar Alfonso? O coração de Anahí se contraiu com a idéia... Mas ela pagaria. Ela daria qualquer coisa – Vamos nos acalmar. Se levante, pelo amor de Deus. – Disse, ajudando Anahí a se levantar. – Se sente, e me explique tudo. 

Anahí contou. Foi aterrorizante. Contou como a porta do quarto emperrara (ocultando o fato de que ela a abrira debaixo de bala), que apanhou a menina, colocou dentro da blusa e fugiu. Contou como a escada da emergência desabou, fazendo-os voltar, como saíram pela escada externa, que desmoronou. Contou que se jogou de lá, caindo de costas no chão, e depois fugira pra longe do prédio.

Cintia: Você se jogou do segundo andar? – Perguntou, penalizada. Anahí assentiu - A menina tomou algum impacto? – Perguntou, observando.

Anahí: Não. – Disse, se lembrando – Ela estava dentro da minha blusa o tempo todo. Eu me virei, pra receber o impacto nas costas, assim ela não ia sofrer nada. Nem um arranhão. – Lembrou – Mas então ela não acordou. Nós tentamos, ela continua inconsciente.

Cintia: Você disse que o prédio estava pegando fogo? – Perguntou, observando.

Anahí: Todo o quarteirão. Tudo desabava, e tinha aquela fumaça horrível, você não sabia onde pisar... – Suspirou.

Cintia: Fumaça? – Repetiu.

Anahí: É. As coisas estavam pegando fogo, e mal dava pra respirar. – Cintia assentiu.

Cintia: Eu acho que sei qual o problema. – Disse, e Anahí se antecipou, mas a medica a cortou – Você vai sair daqui, e ir ao setor de ortopedia. Cuidar desse pé. Eu vou até a sua filha agora. – Uma lagrima grossa caiu pelo rosto de Anahí, que suspirou – Não vou cobrar nada por isso. – Anahí assentiu. Alfonso estava fora da negociação.

Anahí: Obrigada. – Agradeceu, e a medica se levantou, indo em direção a porta. Então parou, o rosto pensativo, então olhou Anahí.

Cintia: Você realmente teria me dado o que eu pedisse, não é? – Perguntou, tentando processar tudo o que vira naquela sala. Ela teria dado Alfonso como pagamento. Anahí assentiu, quieta.

Anahí: Não importa o que me custasse. Rosalie é a minha vida. Posso perder tudo, menos ela. - Resumiu.

Cintia: Você não parece nem o fantasma da mulher que me ameaçou aqui, cheia de si. – Comentou. Anahí sorriu, amarga.

Anahí: Quando você é mãe, suas prioridades mudam. Você deixa de ser o centro do seu mundo. Acredite, não há nada que eu não faria pela minha filha. – Disse, e a seriedade em sua voz era incontestável. Cintia assentiu e saiu.

Anahí ficou um instante sozinha, sentada, respirando. Se humilhara tanto que nem podia calcular, oferecera Alfonso a aquela... Aquela... Não importava. Ela respirou fundo, buscando forças pra continuar. Sua bebê tinha que ter o melhor, não importava o preço. Se Rose ia ficar bem, simplesmente não importava.