Musica de Cena: Ross Copperman - Holding On And Letting Go
(aconcelho a ler com a musica)

https://www.youtube.com/watch?v=9DovSYz3da0 


Ele ficaria também, se pudesse. Mas precisava tentar. Lutaria até o ultimo segundo, de modo que depois de um tempo ele se foi. Anahí ficou ali por horas, em silencio, velando o seu neném. A madrugada estava na metade quando a menina abriu os olhinhos verdes, fracos. Anahí sorriu de canto, o rosto já inundado sendo levado por uma nova rodada de lagrimas.

Anahí: Ei, minha vida. Está tudo bem. – Disse, e Rosalie levou os olhinhos até a mãe, que sorriu dentre as lagrimas pra ela – Mamãe está aqui com você. – Disse, as mãos cobiçosas no vidro. – Você é tão amada, Rose. Tão amada. Mamãe ama você. Papai também. Todos te amam, meu anjo. – Ela parou um instante, respirando fundo, buscando forças pra não cair no chão e se abandonar. Rose a olhava, quieta – Vai ficar tudo bem. Eu prometo.

A menina seguiu ali, olhando-a. Piscava fracamente, as vezes demorando pra reabrir os olhos. Anahí não se moveu. Estava perdendo-a, podia ver e podia sentir. Era o inferno na terra. Mas Rosalie precisava dela, e ela estaria ali até o ultimo minuto. Não entendia nada de medicina, mas já fora monitorizada vezes o suficiente pra saber que os batimentos da menina estavam diminuindo. Seu corpo todo tremia, e ela mal enxergava pelas lagrimas. Tudo nela gritava que ela impedisse aquilo, que fizesse alguma coisa, mas ela não podia. Então ela cantou. Fazia isso sempre que a menina tinha dificuldade pra cair no sono, ou tinha cólicas. Rosalie gostava. Alfonso voltou pra sala com Cintia, mas eles não interromperam o momento de Anahí. Alfonso caiu em um choro sofrido, tremulo. Perdera. Tentara tudo, dera o seu melhor, e não conseguira.

Anahí: É só uma gota no oceano, uma mudança no clima. – Cantarolou com o que lhe restava de voz. Até Cintia se penalizou com a cena, seus olhos se inundando – Eu estive rezando para que você e eu pudéssemos terminar juntos. – Ela não agüentou nessa parte, levando um punho até os lábios pra abafar o choro ou o grito que lhe subia a garganta, mas se manteve. – É como desejar a chuva, quando estou no meio do deserto. Mas estou segurando você, mais perto que a maioria... Porque você é o meu céu.

Junto com o final da melodia, os olhos da menina se fecharam. Muito delicadamente, muito tranquilamente, e ela tragou o ar mais uma vez, ficando imóvel em seguida. Os aparelhos começaram a apitar. Anahí fincou as unhas no vidro da incubadora, caindo no choro que lhe açoitava. Rosalie não estava mais ali pra se assustar. Um Alfonso aos soluços tocou o ombro dela, afastando-a dali, e ela lutou contra ele. Então ele a abraçou, afundando o rosto dela em seu peito, e o choro dos dois, assim como sua dor desmedida, era só um. E havia acabado.

***

O enterro de Rosalie aconteceu na manhã seguinte. Todos os amigos, conhecidos e subordinados de Anahí vieram. Era como o casamento deles dois, todos lá, reunidos de novo, mas dessa vez a tristeza era evidente. O cemitério estava cheio, mas não haviam sorrisos. O pequeno caixão branco não precisava do suporte com rodinhas, mas foi levado nele. Todos viram e compartilharam a dor de Anahí e Alfonso. Haviam muitas flores. Madison e Katherine, que não conseguira chegar a tempo, encheram tudo a vista com flores brancas e rosas. Todos levaram mais flores, e o perfume delas inebriava o ar. Enjoava Anahí. Esta estava com um vestido que Madison lhe colocara, os cabelos presos de qualquer jeito e dependia de um Alfonso abatido pra andar. Ambos pareciam meio mortos. Alfonso parecia ter perdido a alma, os olhos vazios, apenas o corpo sobrando. Anahí... Anahí nem se sabia como ainda estava de pé. Os olhos estavam totalmente vermelhos, o rosto pálido, parecendo totalmente frágil. Parara de falar desde a morte da menina. Não respondia nem reagia. Tentaram fazê-la falar, mas ela só chorava. Christopher intercedeu, pedindo que a deixassem em paz, então a abraçou e manteve. Só soube que ela chorava pelos soluços. Todos estavam sentidos, mas depois de Anahí e Alfonso os piores eram Christopher e Ian, Madison vindo logo atrás. Katherine não convivera muito com a menina, então não sentia tão de perto. Christopher e Ian trocavam alguns olhares as vezes, mas não havia o que dizer. Falharam.

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Olha, sei que vocês vão me entender então... só vou postar esse capitulo hoje, porque ele é forte demais pro meu emocional, e creio eu que esta sendo pra vocês tambem. Então.. ate amanhã! 
Beijos, comentem