Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Seis meses depois, a situação ainda não havia melhorado. Anahí não voltara a falar direito, apenas poucas coisas, só respondia o que lhe perguntavam. No inicio parara de comer, e como ninguém conseguia forçá-la, tinha picos de desnutrição que a levavam ao hospital, onde era alimentada por uma sonda. Só que ela odiava tudo dentro do hospital, odiava os médicos, odiava as cores, odiava o cheiro, enfim, tudo. Acabou quando ela acordou e estava com um tubinho de oxigênio no nariz. Teve uma crise histérica. Foi como se tivesse o demônio em si tocando seu corpo. Puxou o tubo com força, derrubando a maquina presa a ele e saltou da cama, arrancando tudo o que estava preso nela. Quando Alfonso conseguiu pará-la ela já havia quebrado a agulha do soro dentro do braço, o que a levou a uma breve operação para a remoção da mesma e tinha destruído boa parte do quarto. A partir daí ela decidiu que não voltaria mais a um hospital, então comia o que a dieta do nutricionista ordenava, apenas nas horas em que ordenava. Perdera peso, os cabelos não tinham vida, muito menos os olhos. Alfonso também não estava bem. Não lembrava, nem de longe, o medico musculoso com quem Anahí se casou. Emagrecera, perdera toda a força, as olheiras eram permanentes, parecia ter o mundo sobre os ombros. Depois do enterro não voltaram ao cemitério ou ao apartamento; nem sabiam se tinha sobrevivido ao incêndio. Aquele era um lugar onde a felicidade esteve presente de todas as formas, agora era só um fantasma. Não havia mais nada lá que valesse a pena. O casamento dos dois não ia muito bem, também. Anahí parecia evitar encará-lo. Mal o respondia. Dormiam juntos, sim, mas não havia mais nada. Nem um beijo aconteceu desde a morte da menina. A única emoção noturna era quando Anahí acordava de seus pesadelos, aos gritos. As vezes ela caia no choro, então ele a abraçava. Ela já dormia dopada, então as vezes só levantava, tomava outra dose cavalar de remédio e vagava pelo escuro até que fizesse efeito.

Nos últimos três meses, haviam as brigas. Começavam por nada, indo pro nada. Nesses momentos a força vital de Anahí voltava, em uma fúria que fazia os olhos dela brilharem de modo assassino. Nessas ocasiões ela o encarava. Começaram como discussões normais de casal, mas a coisa aumentou em uma proporção de que nas ultimas semanas foi necessário a intervenção de Ian e Christopher. Esses dois também não estavam bem, não conseguiam superar o fracasso e a tristeza era evidente, mas na hora que as brigas começavam os dois precisavam estar prontos. Ah, as brigas...

Christopher: Nossa defesa estava de pé, como sempre. Não houve nada anormal. – Disse, terminando de abrir um mapa da antiga rua de Anahí e Alfonso. Ele e Ian não desistiram de descobrir o culpado, queriam vingança – Os carros começaram a estacionar levianamente pelo quarteirão, daqui até aqui. – Apontou.

Katherine: Não tinha como saber, eram carros parando em uma rua razoavelmente movimentada. Nada suspeito. – Disse, cruzando os braços. 

Christopher: Formaram um quadrado perfeito em volta do prédio, então explodiram. – Concluiu.

Madison: Ainda nisso? – Disse, entrando na sala. Estavam de volta ao chalé, na França. Foram pra lá assim que Anahí se livrou do gesso.

Christopher: Joseph fez isso. Não consigo pensar em outra pessoa que explodiria um quarteirão residencial pra atingir uma criança. – Disse, frustrado.

Katherine: Se você sabe, porque não age? – Perguntou, quase ansiosa.

Christopher: Não posso atacar uma pessoa baseado no que eu acho. – Disse, obvio.

Madison: Pode atacar baseado nisso? – Perguntou, oferecendo o envelope que trazia nas mãos.

Christopher franziu o cenho e abriu o envelope. Haviam fotos feitas por câmeras de segurança. Ian esperou. Christopher ergueu a sobrancelha. Eram eles, sentados na recepção, naquela agonia mortal... E Joseph estava lá. Sentado, no fundo da cena, observando tudo sem ser visto. Ele foi até o hospital confirmar seu êxito. Mas antes que Christopher pudesse engolir essa, veio um estrondo da outra sala e os gritos começaram. Em geral quando os gritos vinham, a coisa já estava bem ruim. Houveram quatro suspiros na sala e Ian e Christopher saíram na frente, se apressando.