Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Alfonso não teve o que dizer. Ele mesmo daria qualquer coisa pra que tivesse sido o suficiente. Ele viu Anahí se sentar na cama, segurando o rosto entre as mãos e ele soube que ela chorava. Demorou um instante, então se sentou, envolvendo-a com os braços. Ela se agarrou a camisa dele e chorou, angustiada, enquanto ele a ninava. No final ela respirou fundo, se soltando dele. Alfonso tentou falar, mas ela não deixou.

Anahí: Não vai ficar tudo bem. – Cortou, secando o rosto.

Alfonso: Eu não ia dizer isso. Eu ia dizer que nós vamos ficar bem. – Disse, pondo o cabelo dela atrás da orelha.

Um silencio pesado se seguiu. Anahí encarou Alfonso no escuro e após um instante ele ergueu a mão, acariciando o cabelo dela, ainda encarando-a. Anahí hesitou. Ele se inclinou e a beijou. O primeiro beijo desde aquele maldito incêndio. Os dois terminaram se deitando, ele com metade do corpo sobre o dela... Mas não aconteceu. O beijo estava ali, mas a sede, a vontade, estava tudo ausente. Alfonso não sentia nada, nenhuma gana, nada. Pra Anahí foi tão insosso que os olhos dela se abriam as vezes dentre o beijo, mortos. Não rendeu. Alfonso selou os lábios dela e lhe beijou a testa, se levantando da cama e sumindo na escuridão do quarto, até que Anahí o ouviu saindo no corredor. Ela ficou lá, imóvel, do jeito que ele a deixou, olhando o teto e se perguntando como era possível que o seu conto de fadas tivesse acabado assim.

A situação perdurou por mais um mês. As brigas continuavam, cada vez piores, cada vez machucando mais. Katherine bolara o roubo de alguma coisa que Anahí não sabia o que era, não se deu o trabalho de ouvir. Desconfiava de que Katherine fizera isso porque não aguentava mais ficar na mansão com aquele clima. Cá entre nós, era verdade. A infelicidade podia se sentir através das paredes, fluindo no ar. Katherine não aguentou e tratou de arranjar o que fazer. Anahí não se interessara. Falava muito pouco. Não se interessou nem quando Christopher lhe contou que Joseph estivera no hospital, enquanto Rose estava lá. Joseph Morgan matara Rosalie, e ela não tinha como reverter isso, então não importava. Aconteceu na noite da partida de Ian e Katherine. Começou como um bate boca normal, já era até de rotina.

Alfonso: Não que não dê pra compreender, as vezes as pessoas vêem suas vidas mudando sem ter o mínimo controle disso. – Alfinetou, arrumando algo na primeira gaveta a cômoda, de costas pra ela. Anahí estava deitada, apoiada na cabeceira a cama, o olhar fixado no teto.

Anahí: É claro, por exemplo, eu amei você quando você não era ninguém. – Rebateu, acida. 

Epa.

Alfonso: Desculpe? – Disse, virando o rosto pra ela. Anahí não o olhou.

Anahí: Minto? – Perguntou, suspirando.

Alfonso: Eu não era ninguém? – Repetiu, debochado.

Anahí: E era, Alfonso? – Perguntou, parecendo entediada. 

Alfonso: Me permita lembrar, eu tinha uma vida antes de você. – Anahí riu de leve, sem o mínimo sentimento.

Anahí: Claro, como pude esquecer. Um hospital, um cachorro, filmes repetidos nas noites de fim de semana. – Debochou.

Alfonso: Uma vida normal. – Corrigiu – Onde você não é preso um dia sim, outro também. Onde você não precisa se esconder debaixo de uma cúpula gigante pra ter um pouco de paz. – Rebateu.

Anahí: Sua vida era tão empolgante que quase consegue fazer com que eu sinta meu coração de novo. – Disse, sorrindo, irônica – Sério. Uma vida normal, com um salário no fim do mês. Tira minha respiração.

Alfonso: Uma vida onde a vida de um bebê não é tirada com o propósito fútil de atingir os pais dele. Onde ela pode crescer, livre e saudável, sem ter um exercito de guarda-costas ao seu redor, pela sua segurança, que falha no final de tudo. – Atacou.

Houve um instante de silencio. Os rasgos no coração de Anahí se abriram completamente, e ele voltou ao estado de migalhas. Anahí ofegou com a dor. Alfonso observou a reação dela, teve pena, mas não se retratou. Quem ela pensava que era? Anahí baixou os olhos do teto pra ele, duas pedras de algo morto embebidas em fúria.

Anahí: Como você se atreve a dizer isso? – Perguntou, se sentando.

Alfonso: Minto? – Repetiu a pergunta dela, acido. 

Anahí: Eu fiz tudo por Rosalie. Até o ultimo segundo. Eu fiz o que eu pude. – Rosnou, se levantando.

Alfonso: Assim como eu. – Respondeu, sem se mover.

Anahí: EU TERIA MORRIDO POR ELA! – Gritou, e as duas lagrimas que inundavam o olhar dela caíram, pesadas.

Alfonso: Eu também. – Disse, sem se comover – Parece que, com a minha vida patética, nada disso teria sido necessário, não é? – Perguntou, cruzando os braços.

Anahí: Está me culpando pela morte dela? – Perguntou, respirando em arfadas, parada olhando ele.

Alfonso: Não disse isso. – Negou.

Anahí: Você estaria morto antes de chegar ao chão se me acusasse disso. – Disse, com a voz fria, e ele sorriu de canto.

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Ultimos capitulos pro fim.
Eu to com o coração apertadinho novamente. 
Ja to chorando.
3°livro não vai ajudar muito no começo não