Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

XXXX: Me perdoe! – Disse, e a voz era grossa, gostosa de ouvir. Ele se precipitou, ajudando-a. As pessoas em volta olhavam. Anahí não estava nem ai. Só queria sair do chão. 

Anahí: Está tudo bem. – Disse, e foi a força dele que a fez levantar. Ela pensou brevemente em como faria pra se levantar sozinha, mas não se aprofundou.

XXXX: Eu estava distraído, mil desculpas. Você se machucou? – Perguntou, preocupado.

Anahí: Sem sangue, sem culpa. – Disse, esboçando um sorriso de canto.

XXXX: Como você se chama? – Anahí ergueu os olhos. O homem tinha os olhos verdes. Não verdes como o de Alfonso e Rosalie, um verde mais claro... Diferente. Anahí não respondeu – Tudo bem, eu te devo um café depois dessa.

Anahí: Você não me deve nada. – Dispensou.

XXXX: Por favor. Um descanso pra uma consciência culpada. – Pediu, e ela suspirou. Assentiu em seguida. Ia entrar ali de qualquer jeito mesmo.

Anahí: Tudo bem. – Disse, e ele sorriu – Qual é o seu nome? – O sorriso dele se tornou meio misterioso, até um pouco sombrio. Anahí se perguntou se estava perdendo alguma coisa.

XXXX: Me chame de Joe. – Respondeu, com aquele sorriso enigmático no rosto.

Anahí: Joe não é um nome. – Comentou, distraída, ao se sentar. Sentia uma fisgada aguda perto do quadril. Devia ter fraturado alguma coisa, Deus a abençoe.

Joe: Eu também não sei o seu. – Disse, empurrando a cadeira pra ela. Anahí pensou por um instante.

Anahí: Me chame de Annie. – Disse, se lembrando que era assim que suas amigas, no colegial, a chamavam.

Joe: Annie, are you okay? – Cantarolou, sorrindo, enquanto se sentava. 

Anahí sorriu de canto. Isso era novidade. Ela não precisou se esforçar nem esboçar aquilo; não foi um sorriso inteiro, apenas um repuxar de lábio, mas comparado aos últimos meses era como um milagre. Ela ergueu as sobrancelhas ao notar isso. Não que se interessasse, mas ainda assim era novo.

Joe: Você parece triste. – Comentou, após fazerem os pedidos – Estou errado? – Anahí se recostou na cadeira. A dor no quadril estava passando. Talvez não tivesse fraturado.

Anahí: Eu sou triste. – Informou, conformada – E talvez não seja a melhor companhia para um café. As vezes, contagia quem está por perto. – Avisou.

Joe: Até agora não me afetou. – Disse, tranqüilo – Ninguém é triste o tempo todo.

Anahí: Eu sou. – Rebateu.

Joe: Pessoas ficam tristes, assim como ficam felizes. Não é permanente. – Contestou, os olhos sondando-a.

Anahí: Há mais de seis meses eu sou triste. Sem intervalos, sem tons de cinza. Reflita sobre isso. – Disse, olhando-o.

Joe: O que aconteceu há seis meses? – Perguntou, e ela hesitou – Não precisa falar, se não quiser.

Anahí: Minha filha morreu. – Disse, séria, olhando a toalha da mesa. Era estranho falar disso com um estranho, uma pessoa de fora. Não foi ruim.

Joe: Oh, eu sinto muito. – Disse, e ela assentiu – Quantos anos ela tinha?

Anahí: Onze meses. – Ela mexeu no guardanapo – Era o bebê mais lindo de que já se teve noticia. – Ela se lembrou do riso de Rosalie vendo ela malhar, do modo como a menina olhava, divertia. Doeu miseravelmente.

Joe: O que aconteceu? – Perguntou, observando-a.

Anahí: Um incêndio. Eu não fui rápida o suficiente, não consegui salvá-la. – Disse, em um murmúrio quase inaudível – Ela era minha razão e minha alegria. Minha vida acabou na noite em que ela partiu. – Encerrou. Ia chorar na frente de um estranho, que ótimo.

Joe: O pai dela? – Perguntou, observando-a.

Anahí: Meu ex-marido. – Disse, olhando a toalha. Se erguesse os olhos, o estranho veria que o olhar dela estava inundado. Não deixaria isso acontecer. Devia haver um resto de dignidade em algum lugar nela – Meu casamento não resistiu a isso também. Falhei em todos os aspectos.