Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí partiu aquela noite. Como não quis demorar no aeroporto – Christopher estava tenso e Ian, calado demais pro bem de qualquer pessoa, pegou o primeiro vôo, indo pra Portugal. Chegando no hotel ela teve duas certezas: A primeira era que fizera o certo. Depois de engolir o choque eles retomariam a vida. A segunda era que ela nunca esteve tão só.

Passaram-se duas semanas até que Anahí decidisse sair de casa. Estava pálida, mas o vento no rosto a fazia se sentir bem. Caminhou sem rumo, terminando sentada em um dos murinhos dos fundos do hotel, que davam pro mar. O por do sol estava próximo, então a vista era estonteante, e o clima era gostoso. O hotel ficava no alto de um quase-penhasco, que dava no mar. Ela se sentou no murinho, pondo as pernas pra fora, balançando-as, e respirou fundo. Em algum lugar no seu inconsciente, a curiosidade a perguntou onde será que Alfonso estava agora. Será que ele também se sentia vazio assim? Sem esperança, sem alegria? Ela pensou se devia procurá-lo... Então um flashback nítido dos olhos dele passou em sua mente, a tortura dos últimos dias, a agonia do final, e ela soube que não. Olhou o mar, se perguntando o que ia acontecer agora. Estava há mais de uma hora ali, então a paz foi interrompida. 

Anahí: Em que posso ajudá-lo, agente? – Perguntou, observando o sol, laranja vivido, se afundando no horizonte.

Carlos: Como sabe que sou eu? – Perguntou, intrigado.

Anahí: Sua surpresa é quase ofensiva. São anos de experiência. – Ela sorriu de canto – Vai me prender? – Perguntou, franzindo o cenho.

Carlos: Porque eu faria isso? – Perguntou, se sentando ao lado dela, mas na direção oposta. Ele não parecia notar o estado de degradação em que ela estava, o cabelo preso em uma poupa mal feita, magra feito a morte, usando uma calça e blusa pretas que não diziam nada.

Anahí: Não sei. Eu joguei sua parceira de um trem em movimento. Ainda devo ter algum crédito. – Disse, e o sorriso que brincou em seus lábios foi genuíno. Ele observou, fascinado. Em algum lugar no peito dela, uma fibra de seu coração dormente se agitou com o atrevimento.

Carlos: Porque está admitindo agora? – Perguntou, tentando entendê-la. 

Anahí: Minha ficha policial está limpa demais pro meu gosto. – Brincou, balançando os pés no ar. Ele a observou como se visse uma criança feliz rindo em um balanço, não uma mulher em plena depressão.

Carlos: Não vou prender você. – Negou, e ela sorriu. O sorriso não se refletia em seus olhos.

Anahí: Sei disso. – Disse, dando de ombros – Se fosse fazer, teria gritado ordem de prisão quando eu confessei. Se ainda for fazer, peço que não grite. Minha cabeça está começando a doer de novo. – Comentou consigo própria, olhando os pés.

Carlos: Tem dores de cabeça? – Perguntou, apanhando uma mecha solta do cabelo dela e pondo-a atrás da orelha. Não o achou ressecado, como estava, nem quebradiço – Achou macio, perfeito. Era a primeira vez que ele a acariciava, e isso era sublime.

Anahí: Quase que o tempo todo. – Disse, pouco se importando com o toque inoportuno. Ela não se importava mais com nada.

XXXX: Com licença. – Pediu, se aproximando.