Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí: Não quero falar de mim. – Disse, encolhida na poltrona da sala, naquela noite.

Joseph: Tudo bem. Beba isso. – Lembrou, e ela tomou um gole do chocolate quente. Estava delicioso.

Anahí: Porque Candice foi embora? – Perguntou, quieta, e ele a encarou – Ela não gosta de mim?

Joseph: Não tem nada a ver com você. – Disse, jogando o jornal que lia na mesa de centro – Ela me deixou antes mesmo de eu alcançar você. Lembra, quando nos encontramos, eu te disse que minha namorada tinha me chutado.

Anahí: Ah. – Ela se lembrou de ter achado graça – Posso perguntar porque? Se for demais, não precisa responder. – Ele negou com a cabeça.

Joseph: Ela ainda me ama, mas é teimosa feito uma porta. Ela quer algo, eu não vou dar, então esse é o modo dela de dizer que está chateada. Meio infantil, mas as pessoas são o que são. – Deu de ombros, se encostando no sofá.

Anahí: O que ela quer? – Perguntou, tomando outro gole do chocolate. Ele ergueu a sobrancelha, considerando por um instante.

Joseph: Um filho. – Respondeu, e Anahí se contraiu involuntariamente – Acho que ter aqui foi, de algum modo, um grito de que eu estou certo em negar. Não sei. Candice sempre foi muito emotiva. Ela vai ficar bem. – Ele suspirou – Assisti você por meses e me perguntei porque diabos Christopher permitiu que acontecesse. O final era completamente obvio. 

Anahí: E se ela não voltar? – Perguntou, quieta, desviando do assunto.

Joseph: Então não terei muito mais o que fazer. Talvez eu ore. – Disse, sorrindo, e ela revirou os olhos.

Anahí: Christopher não vai demorar a sentir minha falta. – Disse, quieta – Ele vai me querer de volta. O que pretende fazer, iniciar uma cruzada? – Alfinetou, ele riu.

Joseph: Não agora. Tenho outros planos em mente. – Disse, dando de ombros.

Anahí: Não vai me matar, não é? – Perguntou, observando-o.

Suas luzes estão acesas, mas você não está em casa.

Joseph: Não. Nem vou permitir que ninguém mais o faça. – Anahí pressionou os olhos, respirando fundo – Você só precisa de ajuda, e vai superar isso.

Anahí: Não vou superar. Eu já até enlouqueci. – Lembrou, e ele sorriu de canto.

Joseph: É porque você está ainda está em negação. Você foge das lembranças, então foge dos fatos. – Anahí franziu o cenho – Eu li em algum lugar que quando você tem um cálice de dor, você precisa bebê-lo até o fim. Até a ultima gota, então vai poder seguir em frente. Ele está na sua frente, mas você recusa, então não acaba.

Anahí: Você é louco. – Condenou – Eu perdi minha filha, que era a razão da minha vida, e eu afundei. É simples. As vezes o jogo acaba e você perde. – Resumiu.

Sua mente não pertence a você.

Joseph: Você não tinha relacionamentos, então abraçou o maior de todos: Se casou. Engravidou, teve sua filha, ela morreu. Seu casamento acabou. Você em depressão e teve um distúrbio temporário. O jogo não acabou, você só recebeu uma mão ruim. – Rebateu.

Anahí: Não tenho motivos pra continuar jogando. – Negou.

Joseph: Escute. Eu mesmo já pensei nisso, ao passar dos anos, mas ao invés de me esconder eu sai atrás de provas de que eu estou errado. Existe um mundo inteiro esperando por você. – Ponderou, e ela negou com a cabeça – Boas cidades, artes e musica. Pode ser tudo seu. Você pode ter tudo que perdeu de volta.

Seu coração soa, seu corpo treme...
Outro beijo é o que é preciso.

Anahí: Eu já vi tudo. – Dispensou, e ele sorriu.

Joseph: Presunçosa. Vou te provar que não. – Aceitou, tranqüilo – Te provei, hoje a tarde, que você não está morta. Devia ter se visto, ofegando de susto, corada. Estava linda, até de cabeça pra baixo. 

Anahí parou, pensando consigo mesma. Seu coração se prostrara de novo, mas ela sabia o que ainda podia sentir. A lembrança da sensação trouxe junto lembranças de como sua vida era quando os dias eram risos com Ian, e montando roubos. A sensação de ver a policia dando voltas em vão era maravilhosa. Ela se lembrou do vento nos cabelos, do barulho dos tiros, dos risos ofegantes. Ela se sentia tão feliz, tão plena, tão bonita, tinha tanto poder... E agora ela não tinha nada Literalmente nada. Joseph viu os olhos dela se encherem d’agua, mas não interrompeu, a deixou pensar.

Anahí: Eu não quero morrer. – Sussurrou, rouca, erguendo os olhos pra ele. 

Você não pode dormir, você não pode comer
Não há dúvida, você está fechado.

Joseph: Nem vai. 

Anahí: Não quero morrer, mas não posso continuar vivendo assim. – Ela engoliu seco, os olhos transbordando, as lagrimas caindo pelo rosto pálido – É só tristeza, e dor, eu não tenho esperança, não vejo uma luz pra algum futuro, é tudo tão... – Ela parou consigo mesma, respirando fundo.