Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí passou por uma bateria de exames aquela manhã. Primeiro veio o medico, que a examinou e tirou amostras de sangue, avisando de antemão que ela estava seriamente anêmica. Joseph fechou a cara com isso. Depois, na ordem, a ginecologista e o dentista, mas esses dois não encontraram nada fora do normal. Depois o dermatologista, que receitou uma formula, um hidratante mais concentrado, pra pele áspera e ressecada dela. Por ultimo o fisioterapeuta, que examinou o pé dela, fazendo perguntas. Joseph assistiu essa parte. Ele perguntou como foi feita a fratura e os cuidados tomados depois, o que fazia Anahí ter que voltar a noite do incêndio, e isso doía. Mas ele dissera que ela precisava beber até a ultima gota daquela maldita dor, então ela contou tudo, claramente. O fisioterapeuta tinha uma maquina, parecia uma câmera digital, mas era uma aparelho de raio X. Tirou algumas “fotos” do pé dela, guardando o aparelho pra revelar os negativos. Precisava disso pra ter uma visão mais clara, mas pôde dizer que com a fisioterapia adequada, ela seria capaz de voltar a andar normalmente. A nutricionista a examinou, olhou o relatório que o medico havia deixado e montou uma dieta pra ela.

Anahí: Estou exausta. – Avisou, deixando o hobby cair sobre as pernas de novo e se deitando de costas na cama. Joseph sorriu.

Joseph: Reclama... – Alfinetou, e ela ergueu a sobrancelha.

Anahí: Tá achando graça? Eu já vi mais médicos hoje do que eu gostaria de ter visto minha vida inteira. – Joseph caiu no riso – Acabou agora, né? – Perguntou, com um toque de desespero. Vai que ele tinha chamado um otorrino, um oftalmologista, e Deus sabe lá mais o que?

Joseph: Quase no final. – Garantiu, e Anahí gemeu.

Ela não diria nunca, mas ver médicos a lembrava de Alfonso. Lembrava do modo compenetrado como ele se dedicava ao trabalho. Ela não queria essas lembranças. Mas, pra alivio dela, a próxima pessoa a entrar foi uma manicure. Anahí riu disso. Foi rápido, até normal. No final estava com as unhas dos pés e das mãos impecavelmente feitas, com francesinhas brancas. Há muito tempo Anahí não tinha vaidade, mas gostou de se ver bem tratada assim, talvez até bonita naquele hobby luxuoso. O estado de espírito dela, curiosamente, foi melhorando. O próximo foi um estilista. Ele fez ela tirar o hobby, ficando de sutiã e calcinha, e não escondeu seu desapontamento com o corpo esquelético.

Anahí: Desculpe. – Disse, sem jeito, enquanto ele passava o dedo sob a arcada das costelas dela, pensativo.

Joseph: Não tem porque se desculpar. – Disse, sentado na cabeceira da cama dela com um alicate que a manicure deixara, futucando a unha.

Estilista: Você só precisa se cuidar, tem um corpo maravilhoso. – Garantiu, e ela sorriu – Vai ficar ótima.

Joseph: É o que eu estava dizendo. – Ele foi de mal jeito e cortou a mão, fazendo uma careta e colocando o dedo na boca.

Anahí: O que você ainda está fazendo aqui? – Perguntou, erguendo os braços enquanto o estilista a media com uma fita.

Joseph: Observando o espetáculo. – Disse, na maior cara de pau, cruzando os braços – Não faremos muitas peças ainda, Lui, apenas o necessário. Ela vai ganhar corpo rapidamente, de forma que se perderiam. Quando voltar ao seu corpo normal, retomaremos isso. – Disse, calmamente. 

Lui: Claramente. – Assentiu, passando a fita em volta do quadril dela – De quais cores você gosta?

Anahí: Nada claro, por favor. – Disse, rouca.

Joseph: Ela está de luto. – Disse, e Anahí o lançou um olhar de agradecimento – Use outros tons, mas sempre com a matiz preta.

O estilista foi embora, e o cabeleireiro veio. O tal Franco. Era baixinho, quase careca, gay, e Anahí o adorou. Os dois conversaram por um tempo antes de irem ao ponto. Ela terminou sentada no banquinho da penteadeira, todas as luzes apontando pra ela, e no espelho uma mulher magra, mas muito bem cuidada em um hobby cobre e de olhos azuis a encarava. Franco depositou suas armas na mesa: Todo tipo de pente, escova, tesoura, chapinhas, secadores... Tudo. Ela viu a expressão dele ir desmontando ao passar a escova pelos cabelos dela.

Joseph: O que é? – Perguntou, se aproximando, olhando de Anahí pra Franco. Sem resposta ele olhou o cabelo dela, procurando algo errado – O que é?? – Insistiu.

Anahí: Não tem reparo, não é? – Perguntou, triste, e o olhar de Joseph passou dela pra Franco.

Joseph: O que ela está dizendo? – Pressionou.

Franco: Está muito fraco. – Ele ergueu a escova cheia de fios. 

Joseph: Daí você passa um creme e para de cair. Não é assim que funciona? – Perguntou, confuso. Anahí sorriu, triste.

Franco: Eu posso tentar uma serie de hidratações periódicas e cauterização, mas... – Ele olhou o cabelo de novo, mordendo o lábios – Olhe isso. 

Joseph olhou, procurando o que era tão ruim, então achou. Anahí sempre andava com o cabelo em uma poupa, então isso não era visível, mas o cabelo dela havia partido em vários pontos, em varias alturas. Estava curto aqui, longo ali, cheio de pontas duplas, opaco, quebradiço. Joseph parou um instante, desgostoso. Não entendia de cabelo, mas sabia que aquilo não estava bom.

Anahí: Tudo bem. – Joseph e Franco olharam – Você sabe o que precisa fazer.

Franco: Vou dar o meu melhor, prometo. – Garantiu, beijando a cabeça dela, e Joseph se afastou, calado.