Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Dias depois, longe dali...

Anahí: Me deixe em paz. – Disse, tapando as orelhas com os pulsos, encolhida numa poltrona. Joseph insistia em querer conversar sobre Rosalie. Era o inferno em terra.

Joseph: Me responda. Não incomodava o choro a noite inteira? – Perguntou, do outro sofá.

Anahí: Não. – Disse, derrotada, destapando as orelhas e se entregando a lembrança dolorosa – Ela era um bebê muito calmo, não chorava por birra. Apenas por fome, uma ou duas vezes, ou porque sentia algo. Ou a fralda. Não fazia birra.

Joseph: Nunca? – Insistiu.

Anahí: Só por atenção. – Disse, sorrindo com a lembrança. – Se ela queria atenção e você a ignorava, ela chorava, jogava as coisas. Tinha o gênio forte. Deus, eu sinto falta a cada segundo...

Joseph: Quer ter outro filho? – Perguntou, observando-a. A resposta foi quase um rugido, um sibilo.

Anahí: Não! – Quase gritou, furiosa. A idéia era nojenta. – Rosalie não vai ser substituída. Ela se foi, eu a perdi e é só isso. – Joseph sorriu, parecendo satisfeito com a resposta. – Porque não falamos de você? – Perguntou, irônica, deixando a cabeça cair de lado. A dor a atingia em ondas, as mãos dela tremiam.

Joseph: Porque eu estou bem com a vida. De nós dois, você é a suicida. – Disse, achando graça.

Anahí: Vamos falar por exemplo de como você tem ignorado, durante todo esse mês, o fato de que a sua mulher foi embora. – Joseph fechou a cara – Que não deu nem um telefonema. 

Joseph: Cuidado. – Advertiu.

Anahí: O que, eu posso conversar civilizadamente sobre a minha filha assassinada e você não pode falar sobre isso? Seja homem, Morgan. – Debochou. Ele sorriu, parecendo fascinado. 

Joseph: Você está recuperando a petulância. Isso é delicioso de se ver. – Disse, cruzando os braços.

Anahí: Você me força a comer, você me força a tomar remédios, você me força a fazer coisas que eu não quero...

Joseph: Está funcionando. – Replicou – Você está deixando de se parecer um esqueleto vivo. Se olhe no espelho, doce Anahí. Daqui há algumas semanas poderemos cogitar ter curvas de novo. – Disse, piscando pra ela.

Anahí: PORQUE? Qual o seu problema? Você nem me conhece! Porque não me deixa em paz? – Perguntou, irritada.

Joseph: Porque eu estou entediado! – Respondeu, perdendo a paciência – Porque eu não tenho o que fazer, e é interessante reconstruir um ser humano. – Disse, sorrindo de canto – E sua companhia não é das piores, isso quando não está sendo insuportável, como agora. – Assinalou.

Anahí: Eu sou um hobbie pra te tirar do tédio. – Repetiu, incrédula.

Joseph: É. Você queria a verdade, ai está ela. Não tenho o que fazer, então estou trabalhando em você. – Disse, dando de ombros. Houve uma movimentação na sala. Um dos seguranças de Joseph foi até a porta, parando lá – Você era uma mulher fascinante. Cheia de luz e atrevimento. Ainda é. Ver você voltar ao que era graças a mim vai ser um alimento eterno pro meu ego. 

Anahí e Joseph se encaravam, ela furiosa e ele divertido, quando a porta se abriu e ao mesmo tempo uma mulher entrou. Era branquinha como Joseph, tinha os cabelos loiro claro, caindo lisos e muito brevemente ondulados até os abaixo dos seios. Usava uma blusa roxa, de aparência cara, jeans e salto alto. Devia ser importante, sendo que o segurança ficou esperando atrás da porta para abri-la exatamente quando ela chegasse. Joseph abriu um sorriso carinhoso, se levantando.

Joseph: Bekah. – Disse, erguendo os braços, e a expressão séria dela mudou pra um sorriso enorme enquanto ia abraçá-lo. Não era um abraço entre amantes, era mais próximo, mais amoroso.

Rebekah: Irmão. – Respondeu, e ele a ergueu do chão, fazendo-a rir. – Que saudade. – Anahí observava, se sentindo mais o patinho feio que nunca. Passou a mão no cabelo, com um fantasma da antiga vaidade, mesmo sabendo que não ia melhorar muito.

Joseph: Bekah, essa é nossa nova hospede, Anahí. – Apresentou, e Anahí sorriu, sem jeito – Anahí, esta é minha irmã, Rebekah Morgan. 

Rebekah: Rebekah. – Disse, estendendo a mão - Você é Anahí Uckermann? – Perguntou, examinando Anahí.

Anahí: Costumava ser. – Disse, dando de ombros.

Joseph: Bekah, deixe-a em paz. – Pediu, e Rebekah rolou os olhos pra ele.

Anahí: Me deixe em paz você. – Disse, se sentando de novo.

Rebekah: Gosto dela. – Disse, satisfeita.

Joseph: E Matt? – Perguntou, observando-a.

Rebekah: Seguro agora. – Se resumiu. Anahí boiou totalmente.

Anahí: Não vê que ela não quer falar sobre isso? – Perguntou, exasperada. Rebekah olhou Anahí quase com adoração.

Joseph: Ela é minha Irmã. – Lembrou, obvio.

Anahí: E ela é mulher, e ela não é obrigada a dividir os problemas dela com você. Viva com isso, Morgan. Vá passear. – Joseph hesitou um instante, tentando se controlar.

Joseph: Preciso ficar longe de você por um tempo, antes que faça uma besteira. – Disse a si mesmo, dando meia volta e saindo. Rebekah admirava, fascinada.

Anahí: É, faça isso. – Disse, se encolhendo na sua poltrona de novo, satisfeita.

Rebekah: Isso é fantástico. – Disse, sorrindo. Anahí sorriu de volta. – Obrigada.

Anahí: Não tem porque agradecer. Joseph sufoca as pessoas com a facilidade com que troca de roupa. Não faz por mal, mas ainda assim não é agradável - Rebekah riu.

Rebekah: Pelo visto vamos ser grandes amigas, Anahí. – Disse, sorrindo, e Anahí sorriu de canto e volta. Não se esforçou pra fazer isso. 

Talvez fosse disso que ela precisasse. Uma amiga que pudesse olhar pra ela e dizer sinceramente ‘Mulher, você está horrível!’, ou alguma coisa assim. Talvez Rebekah fosse essa amiga, agora que estava ali. Mas por hora não queria pensar. Joseph a entupia de comida periodicamente, não importa a opinião dela, e as conversas sobre Rosalie a deixavam exausta. Por hora, era só.