Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Terminou que o ar condicionado estava mesmo quebrado. A mansão estava sozinha a não ser por Anahí, Rebekah e Joseph (fora os seguranças rondando a propriedade), e Rebekah se negou a dormir em outro quarto que não fosse o seu. Assim, não se sabe como, houve uma encomenda urgente de um ar condicionado de luxo por um preço exorbitante, que chegou 2 horas depois. Problema foi instalá-lo.

Rebekah: Estou com fome. – Disse, impaciente. Joseph tinha o ar condicionado novo nas costas, e Anahí futucava algo na parede com uma chave de fenda. 

Joseph: Rebekah, se você reclamar de mais alguma coisa hoje eu juro por Deus que vou cometer um crime. – Disse, virando o rosto.

Anahí: Eu também estou. CUIDADO COM ISSO! – Disse, saltando pro lado quando Joseph se virou pra encará-la – É só a verdade. – Disse, dando de ombros. Joseph suspirou.

Joseph: “Ame as mulheres”, a bíblia diz... – Disse, se abaixando pra pôr o ar condicionado no chão – “São seres divinos”, a bíblia diz... – Rebekah caiu na gargalhada, observando o irmão sair de cara fechada. – Vou pedir uma pizza, e é problema de vocês. – Avisou. Anahí sorriu, ficando na ponta do pé pra olhar a instalação do ar. Parecia firme. 

Houve um silencio por um instante. Rebekah se sentou, pondo os parafusos pro lado na cama e suspirou. Anahí, já acostumada a longos silêncios, continuou seu trabalho sem perceber que estava sendo observada.

Rebekah: O que aconteceu com você? – Perguntou, em tom baixo. Anahí a olhou, franzindo o cenho. 

Anahí: Não entendi. – Disse, se abaixando pra apanhar um parafuso no chão.

Rebekah: Você era linda. Não que não seja mais, mas... Você tinha aquele cabelo lindo, e o seu corpo, você sempre sorria e você era cheia de energia... O que aconteceu com você? – Perguntou, quieta.

Anahí: Todos sabem o que aconteceu comigo. – Disse, sem jeito.

Rebekah: Eu não. Estive fora do sistema por anos. Sem nem um telefonema. – Anahí ergueu as sobrancelhas – Eu conheci um cara. Matt. Era gerente de um posto de gasolina. – Anahí se sentou, ouvindo – E ele era a coisa mais linda em que eu já havia posto meus olhos. – Ela sorriu.

Anahí: Foi dele que Joseph perguntou quando você chegou. – Rebekah assentiu – Você disse que ele estava seguro.

Rebekah: Eu larguei tudo e fui viver com ele. Uma vida normal. Nós fomos morar juntos, eu comecei a trabalhar em uma delicatessen. Joseph enlouqueceu. – Ela revirou os olhos, sorrindo. – Mas nós tínhamos uma vida normal. Um trabalho que nos ocupasse durante o dia, um jantar caseiro a noite, depois um filme, cobertores e carinho. Era suficiente pra mim.

Anahí: Joseph deixou? – Rebekah deixou – Sem querer ser arrogante, mas o histórico dos seus namorados que sobreviveram não é muito bom. – Isso era fato: Joseph era louco pela irmã. Se alguém a machucava, ele cuidava da morte da pessoa como se fosse uma ofensa pessoal. Rebekah sorriu.

Rebekah: Ele é super protetor, mas ele me ama e viu que eu estava feliz daquele jeito. Aceitou, mesmo sem entender. Eu fui normal por 5 anos: Carteira assinada, marido apaixonado, uma casa de cerca branca... Mas não se pode fugir do nosso mundo. – Ela sorriu de canto, se lembrando – Gente demais me odeia. Me encontraram, me cercaram e eu chamei por Joseph e ele quadruplicou nossa segurança... Mas seria uma questão de tempo até que o atingissem. Eu tive que partir. Acabaria comigo vê-lo morto por minha causa. 

Anahí: Ele aceitou? – Perguntou, franzindo o cenho.

Rebekah: Armei um flagrante. Ele me viu com um amigo nosso na nossa cama. Foi a coisa mais difícil que eu fiz na minha vida. A dor, o choque nos olhos dele, a incredulidade... Me mataram por dentro. Ele me colocou pra fora de casa aos gritos, pelo braço. – Ela sorriu, triste – Parti, e ele está seguro, 24 horas por dia. É o que precisava ser feito.

Anahí: Mas você o ama. – Observou.

Rebekah: Com cada célula do meu corpo. – Confirmou – Mas ele precisa viver. A vida dele, não a minha. Aqui estou. – Ela deu de ombros – Não soube de nada do que aconteceu nos últimos anos. Só voltei a falar com Joseph há 2 meses.

Anahí: Eu sinto muito. – Disse, se levantando – Por mais incrível que pareça, eu me aconteci. – Disse, retomando o trabalho.

Rebekah: Como assim? – Perguntou, confusa.

Anahí: Cometi o mesmo erro que você só que imensamente pior. Me casei na igreja, tive uma filha. Rosalie. – Disse, sentindo a fisgada dolorosa transpassar seu peito. Ela puxou o suporte, testando pra ver se estava firme – Mataram ela antes que completasse um ano. Meu casamento acabou. Eu enlouqueci . Passei meses internada num hospício. Sai, fiquei um tempo isolada, então seu irmão me achou. – O choque de Rebekah era genuíno – Ia me matar, mudou de idéia. Aqui estou.

Rebekah: Candice queria um filho. Ele devia esfregar isso na cara dela. – Disse, parecendo indignada.

Anahí: Ele tentou, mas ela foi embora antes que desse tempo. – Disse, olhando o suporte, duvidosa.

Então, por reflexo ou costume, saltou tomando impulso na cadeira e se lançou no suporte, se balançando no ar pra testar o peso. Houve graciosidade no ato, o cetim azul do hobby balançando no ar, o salto em si. Seus braços doeram bastante, mas só depois de estar no ar que ela reparou o que tinha feito. Havia saltado sozinha, por instinto, e não havia se esborrachado no chão. Podia fazer isso. O cheiro de queijo derretido a alertou pra um Joseph fascinado, observando na porta. Ela saltou de volta pro chão, tropeçando e quase caindo, encarando-o em seguida, mas ele ainda sorria. Rebekah olhou de um pra outro, com a sobrancelha erguida, então sorriu.

Joseph: Jantar. – Anunciou, erguendo a mão em que haviam quatro caixas de pizza. Por enquanto era só.