Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Houve risos, pizza, vinho e ar condicionado aquela noite. Depois de comerem terminaram de pôr o ar-condicionado no suporte e esse funcionou perfeitamente bem. Terminaram no tapete do quarto, com uma das melhores garrafas da adega pessoal de Joseph, falando sobre nada e rindo. Algumas horas depois foram pra cama, e o vinho foi doce com Anahí, lhe entregando um sono rápido... Mas acordou sobressaltada, soada e ofegando, no meio da madrugada. Seu sono raramente durava até a manhã. Ela suspirou, secando a testa. Estava acomodada no centro da cama, que era muito confortável. O colchão a acolhia suavemente, se moldando ao seu corpo, e o perfume dos lençóis era floral. Ela se acalmou. Se levantou, de sutiã e calcinha mesmo, e após apanhar o hobby foi atrás de Joseph. Ele não se importava em acordar no meio da noite por ela. A recebia em sua cama, a abraçava e os dois conversavam ou ficavam quietos mesmo, até o sono chegar. Ela parou com a mão na maçaneta da porta do quarto dele quando ouviu um som baixo, porém angustiante vindo da porta ao lado. Soluços. Ela abriu a porta do quarto e Joseph dormia, de cueca, atravessado na cama como sempre. Sorriu e fechou a porta, caminhando até a próxima. Uma vez mais perto os soluços se tornaram mais altos.

Anahí: Rebekah? – Perguntou, batendo de leve na porta do quarto. Houve silencio do lado de dentro. Ela ia entrar, então reparou na sua semi nudez. Entre ela e Joseph não havia disso, a intimidade dos dois era grande, mas Rebekah ainda era algo incerto. Abriu o hobby impacientemente, vestindo-o e abriu a porta. Rebekah estava sentada na sua penteadeira, com o rosto nas mãos. – Desculpe.

Rebekah: Eu acordei você? – Perguntou, a voz tremula pela tentativa de conter o choro, secando o rosto – Perdoe. 

Anahí: Não, eu acordei sozinha. – Disse, se aproximando.

Rebekah: Por favor, não diga a Joseph. – Pediu, o rosto claro vermelho pelas lagrimas.

Anahí: Tudo bem. Você quer ficar sozinha? – Perguntou, se perguntando se seria mesmo uma boa idéia ir atrás de Joseph agora. Ele acordaria pra ela, como sempre, e ouviria a irmã. Rebekah assentiu, com o rosto se desculpando, e Anahí atendeu.

Só estava no meio do caminho da saída quando percebeu que já passara por aquilo. Já tivera crises de choro e já dissera que queria estar só, mas no fundo não queria. Ficar só não resolvia. Na verdade queria que alguém brigasse e ficasse com ela, que lhe dissesse que aquele inferno ia passar. Olhou Rebekah, tão frágil em seus cabelos loiros, e antes de raciocinar voltou. A outra observou, confusa entre as lagrimas, e Anahí ofereceu a mão pra ela se levantar, abraçando-a em seguida. Rebekah hesitou, então aceitou o abraço, afogando seu choro no ombro da outra. Anahí a ninou pela meia hora que se seguiu, e só então a outra conseguiu parar de chorar. Ainda assim parecia desolada.

Rebekah: Choro todas as noites, só que antes não tinha ninguém pra ouvir. – Disse, dando de ombros e aceitando o copo d’agua que Anahí oferecia.

Anahí: Você já pensou em trazê-lo pra cá? Treiná-lo? Foi o que eu fiz com meu marido, ele era um civil, e deu certo. – Rebekah dispensou a idéia com um aceno de cabeça e um sorriso triste.

Rebekah: Ele se orgulha de ser honesto. Você precisava ver o orgulho, a serenidade, até a paz de espírito que emanavam dele no fim do mês quando ele trazia as contas pagas pra casa. – Disse, secando o rosto – Quase nunca me deixava ajudar, eu tinha que roubar as contas antes que ele visse e pagá-las, ou ele não deixava. Economizamos algum tempo pra comprar um carro, e você tinha que ver o sorriso no rosto dele. – Ela riu, se lembrando. 

Anahí: Talvez, sabendo a verdade, ele faria isso pra ficar com você. – Disse, amarga. Fora o que Alfonso fizera, afinal.

Rebekah: Veja. – Disse, puxando a correntinha do pescoço, entregando-a a Anahí, que olhou. Nela havia um anel de ouro, nada demais, com um pequeno diamante em cima. Muito singelo, mas bonito – Ele ficou economizou o que não tinha durante 3 anos pra me comprar esse anel e fazer uma surpresa. Olhe o tamanho. – Disse, com carinho.

Anahí olhou o pequeno diamante. Os diamantes amarelos que ela colocou sob a luz em tigelas no seu casamento eram o dobro do tamanho desse. Era claro que fora comprado com um esforço hercúleo. 

Rebekah: Entretanto, de todas as maravilhas e jóias que eu já tive na vida, essa foi a mais linda. – Anahí a devolveu o colar – Ele não conseguiria, e eu não posso pedir isso. Ele está seguro, vai encontrar outra mulher, que vai fazer ele feliz... – Ela caiu no choro de novo, e Anahí esperou – Meu Deus, como isso dói! – Lamentou, respirando fundo.

Anahí: Não chore. – Disse, erguendo o rosto da outra e secando-o – Nós duas estamos com problemas em relação ao futuro... Mas vamos conseguir fazer isso. – Disse, apertando a mão da outra – Eu não acreditava nisso até conhecer Joseph, mas agora acredito. Se há chance pra mim, há pra você também. Eu posso ser sua amiga. – Rebekah franziu o cenho. Ninguém se aproximara dela, sabendo quem era, sem ter interesse antes.

Rebekah: Amiga? – Repetiu, e Anahí assentiu – Você quer ser minha amiga?

Anahí: Quero. No termo mais absoluto. Eu te ajudo com isso. Estava indo procurar ajuda quando te ouvi chorar. – Rebekah ergueu as sobrancelhas – Eu termino as noites na cama do seu irmão, com ele. – As sobrancelhas da outra se ergueram mais ainda – Dormindo. – Esclareceu, mas Rebekah não se demoveu – Eu não consigo dormir a noite inteira. Tenho pesadelos, então ele me acolhe.

Rebekah: Vocês dois são realmente estranhos. – Comentou, e Anahí sorriu – Nunca vi Joseph agir assim.

Anahí: Ele também não é lá muito normal, mas o de nós 3, é o que está em melhor estado. – Rebekah riu e Anahí sorriu – Vou ajudar você. Você vai conseguir superar.

Rebekah: Posso te ajudar também. – Disse, o rostinho se enchendo de entusiasmo – Eu já usei o cabelo curto, sei de vários penteados. – Disse, apontando pro cabelo de Anahí, que sorriu. – Posso abraçar você? – Anahí sorriu e ela a abraçou.