Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí: Quem você pensa que eu sou, pra cair nisso? – Perguntou, quebrando a escuta entre os dedos –  Isso é pra colegiais. Eu tenho pós graduação. Acho que estou ofendida. – Disse, dando as costas.

Carlos: Vou precisar intimá-la a depor se não conversar comigo. – Disse, simples... Porém desesperado para fazê-la ficar.

Anahí parou, suspirando. Alfonso a esperava com um avião pronto pra partir, pronto pra a segunda chance deles. Se ela fosse intimada, não poderia deixar a cidade. Carlos viu ela se virar e avançar pra ele, então... Santo Deus, as mãos dela estavam nele. Revistando, mas ainda assim. O toque dela era a coisa mais sublime que ele já sentira, mesmo sob a roupa. Anahí não estava nem ai, tateando... Até que achou outra escuta,  presa na aba do terno que ele usava. Só Havia mais aquela. Ela quebrou a
mesma entre os dedos e sorriu.

Anahí: Ok. – Disse, se sentando de novo. Carlos sentou ao lado dela, com a sensação de quem tinha levado um choque. Seu corpo tremia – Em que posso ajudar?

Carlos: Recebi um presente hoje. Bem peculiar. – Disse, e Anahí ergueu as sobrancelhas.

Anahí: Também fui muito surpreendida hoje. – Disse, sorrindo, tranqüila.

Carlos: Cortemos subterfúgios: Você a matou. – Anahí ergueu as sobrancelhas – Tocou fogo nela porque ela causou o incêndio que matou sua filha. – Seguiu.

Anahí: Você está dizendo isso, não eu. – Provocou, sorrindo.

Carlos: Como você dorme a noite? – Perguntou, se lembrando do cadáver carbonizado em sua mesa. Anahí o encarou, pensando por um instante. Ok, que se dane então.

Anahí: Cá entre nós? – Ele assentiu – O som dos gritos dela enquanto queimava é a minha cantiga de ninar. – Respondeu, atrevida, e piscou pra ele.

Carlos: Ela estava consciente quando aconteceu? – Perguntou, os olhos fixos nela.

Anahí: Tão consciente quanto Rosalie estava. Ela implorou pra viver, aquela anta prepotente... Teve medo. – Debochou. Carlos não sorria – apenas estudava o lado cruel dela – Mas eu me lembro, minha mãe me disse quando eu era criança: Quem brinca com fogo acaba se queimando. É a vida. – Ela sorriu um instante, então parou, o olhar se voltando pra ele – Você 
estava envolvido com aquele incêndio, Carlos? – Perguntou, estudando-o.

A ameaça na voz dela era evidente, mas ele não se importou: Era a primeira vez que ela chamara seu nome. Ele podia estar no céu agora.

Carlos: Não. Era minha semana de folga. Ela arquitetou tudo sozinha, e executou quando eu não estava no país. – Respondeu.

Anahí: Sorte sua. – Disse, relaxando de novo, olhando a igreja. Voltou a falar após um momento – Sabe quando as pessoas falam de uma coisa, e você só acredita quando vive? 

Carlos: Por exemplo...

Anahí: Os gritos dela. – Disse, com uma satisfação tranqüila no rosto – Depois que as chamas começaram levou alguns instantes pra que ela perdesse a consciência, e ela gritou. Não eram gritos normais. – Ela se lembrou – Aquele tipo de grito alcança sua alma, se você tem uma. Atravessa as paredes, atravessa o seu corpo. Faz a pele se arrepiar. Você só acredita vivendo aquilo. – Disse, sorrindo. – Eu vi a pele se desfazer nas chamas, a carne sumir, até não sobrar nada. O cheiro, entretanto, foi desagradável. – Admitiu.

Carlos: Você não parece sentir remorso. – Comentou, fascinado.

Anahí: Não sinto. – Admitiu – Eu vou pro inferno, agente, mas Rosalie agora descansa em paz, tranqüila, no céu. Qualquer punição vale a pena só de saber que minha filha foi vingada. – Disse, tranqüila.

Carlos: Você foi cruel, podia só tê-la matado. – Advertiu.

Anahí: Ah, sim, eu fui cruel. Nas semanas em que ela esteve na minha mão, Dulce María aprendeu todos os tons que a palavra “dor” pode apresentar. Ela pagou. – Carlos suspirou – Rose descansa agora.

Carlos: Acho que exagero define. Não era pra tanto. – Disse, procurando afastar Dulce da cabeça. Entretanto aquilo irritou Anahí.

Anahí: Rosalie era um bebê. Só um bebê. Vocês explodiram um quarteirão inteiro pra matar minha filha. Eu devia matar todos vocês, e ainda assim não seria o suficiente. – Rosnou, ultrajada – O problema era comigo: Matassem a mim!

Carlos: Anahí...

Anahí: Ela nem teve a chance de viver. – Lamentou, a voz afogada – Faria um ano dali a uma semana. Estava aprendendo a andar. Só um bebê, agente. Vocês deviam ver a paz, inocência no olhar dela. A tranqüilidade com a qual dormia, a sinceridade com a qual sorria. Minha filha era inocente e feliz, e vocês a mataram! – Ela estava quase gritando. Ela respirou fundo, se sentindo um animal acuado – Dulce pagou pouco perante o que fez. 

Levou um instante de silencio. Ele ficou quieto, pra deixá-la se acalmar. Anahí fechou os olhos, tentando se controlar, respirando fundo, e a imagem dela de olhos fechados, mesmo irradiando ódio, o fez esquecer todas as ameaças e tudo o que fora dito ali.

Carlos: O que você usou pra tocar fogo nela? – Disse, ao ver Anahí recomposta.

Anahí: O tradicional: Álcool e um isqueiro. – Respondeu, quieta.

Carlos: De que era feito o isqueiro? – Perguntou, e ela franziu o cenho, confusa com a pergunta.

Anahí: Platina e prata. – Fora um presente de Joseph, de anos atrás. Era de platina, e tinha a inicial de Anahí gravada em prata na parte inferior.

Carlos: Seria esse? – Perguntou, puxando um saquinho transparente do bolso.