Fanfic: O Turista AyA - [ Finalizada ] | Tema: Ação, Drama, Hot, Ponny

Anahí: Você vai ficar bem? – Ele respirou fundo, como se procurasse afastar os pensamentos, e assentiu.

Mas estou segurando você, mais perto que a maioria
Porque você é o meu céu.

Alfonso: Nós vamos ficar. – Ela sorriu.

Ele viu ela dar as costas e sair e suspirou. O rumo que sua vida estava tomando era perigoso, e estava totalmente fora de controle... Mas ela o chamou, apressando-o, e ele decidiu que não queria pensar.

***

Christopher ficou furioso. Queria ir ao chalé, queria encontrar logo Madison, queria checar que Anahí estava bem... Mas a policia o cercou em Paris, o que o forçou a se retardar. A chegada no chalé foi silenciosa, a casa os acolheu, mesmo tendo os móveis cobertos por lençóis brancos. Anahí tinha um vergão negro vindo da direção do pulmão até a dobra do braço, e sentia dor ao mover ali. Todos estavam muito quietos, muito pensativos. Adrenalina era uma coisa, ter dois dos membros da família sobre ameaça de morte iminente era outra. Alfonso saiu pelo jardim, caminhando, ignorando o som dos helicópteros em sua cabeça, pensando em tudo. Matara uma pessoa. Salvara inúmeras antes, mas isso não lhe dava o direito. Atirou sem pensar duas vezes. Mas ele não podia permitir que aquela fornalha fosse acesa, ele não podia permitir... Uma vida em que ela não existisse. Caminhou até longe, até que ouviu um gemido. Franziu o cenho, na defensiva, mas não era humano. Ele adentrou as arvores, tendo cuidado pra não chegar perto da linha limite da cúpula, mas não precisou ir longe. Era um cachorro. Um labrador, cor de caramelo, caído entre as arvores, fraco. Provavelmente fora abandonado na estrada pelos donos, e penara até chegar ali.

Alfonso: Ei, garoto. – Disse, se abaixando e passando a mão na cabeça do cachorro. Estava fraco, ferido, o pelo começava a falhar, devia estar com pulgas, fome e sede, mas olhou Alfonso, farejando sua mão e lambendo em seguida. – Seus donos são mesmo idiotas, não são? 

Alfonso tentou levar o cachorro pra casa, mas ele mancava da perna de trás, de modo que Alfonso o carregou. Era grande, mas não estava em seu peso ideal, logo não deu trabalho. Encontrou Anahí no caminho de volta pra casa.

Anahí: Graças a Deus! – Disse, suspirando – Eu não sabia mais onde procurar, eu não... O que é isso? – Perguntou, parando, com uma careta.

Alfonso: O que parece? – Perguntou, obvio.

Anahí: Parece que você perdeu o juízo. – Disse, lentamente – Onde o encontrou?

Anahí: Eu não entendo, se vão abandonar assim, pra que comprar? – Lamentou, olhando o cachorro nos braços de Alfonso, que deu de ombros – Sabe que não podemos ficar com ele, não é?

Alfonso: Conversaremos sobre isso depois. – Disse, retomando seu caminho.

Anahí suspirou, olhando a grama. Ali estava mais uma briga, programada. Alfonso levou o cachorro pro quintal, lhe dando água. O animal avançou no pote, quase derrubando-o, bebendo como se tivesse anos de sede acumulada. Mesmo machucado e fraco seu olhar para Alfonso foi de gratidão.

Alfonso conseguiu uma mangueira e sabão, notando que não havia nada ali que servisse pra cachorros. Fez uma lista de compras, com sabonetes apropriados, ração, remédios, coleira, escovas, brinquedos, enfim, tudo. Estava massageando o pelo do cachorro e sorriu ao reparar que era só um pouco mais claro que o cabelo de Anahí. O cachorro aceitou o banho quieto, colaborando em tudo.

Madison: Então aqui está nossa novidade. – Disse, e Alfonso ergueu a cabeça, vendo Ian, Madison e Anahí se aproximarem. Sorriu de canto.

Alfonso: Anahí, ligue pra Christopher. Peça a ele para que traga isso. – Disse, enxaguando uma mão e erguendo a lista de compras pra Anahí, que franziu o cenho lendo.

Ian: Vejam como é a vida, a máfia, a policia, o FBI, a C.I.A, Deus e o mundo não conseguem entrar aqui, mas um cachorro consegue. – Disse, rindo em seguida. Anahí tinha o celular na mão, tentando achar sinal. – Outro dia eu consegui cobertura por aqui. Use o meu. – Disse, entregando um aparelho pequeno e preto a Anahí – Vá mais pra perto da copa das arvores. – Anahí revirou os olhos.

Alfonso enxaguou o cachorro, secando-o com uma grande toalha felpuda e passou um pente fino nele, se livrando das pulgas. Uma vez limpo e seco o pelo ganhou uma aparência melhor, assim como o cachorro. Anahí passou vidas tentando ligar, sem conseguir. Não podia sair da cúpula, sendo que os helicópteros estavam rodando. Quando por fim conseguiu telefonar, a ligação estava horrível. Ainda assim deu claramente pra ouvir a pergunta indignada de Christopher, pelo telefone.
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- Você quer que eu compre o que?!

Anahí: Eu avisei. – Disse, olhando os outros. Ian revirou os olhos.

Alfonso: O que custa? – Perguntou, secando a cabeça do cachorro. Christopher deu uma resposta malcriada pelo viva-voz.

Madison: Christopher Alexander Luís. – Disse, cansada, olhando pra frente. Houve silencio do outro lado da linha. Anahí e Ian olharam. – Me dá. – Pediu, se aproximando de Anahí, que passou o celular – Christopher... C... Chris. – Pediu, revirando os olhos pra Anahí, que riu. Ian gargalhou – Chris, por favor. Tô pedindo. – Christopher esbravejou do outro lado da linha – Não temos como simplesmente voltar pra comprar, e você está ai. Vamos, por favor... – E ela continuou a mimá-lo.

Alfonso: Como você vai se chamar? – Perguntou, olhando o cachorro.

Anahí: Alfonso... – Suspirou.

Ian: Sexta-feira. – Sugeriu, empolgado. Anahí e Alfonso o olharam – O que?

Anahí: Hoje é quarta-feira. – Disse, lentamente, e ela e Alfonso ergueram a sobrancelha identicamente.

Ian: Eu disse que estava colocando o dia de hoje? Eu gosto de sexta-feira. – Se defendeu – Idéias melhores?

Madison: Pronto. – Disse, voltando – Ele vai trazer. – Disse, com um sorriso satisfeito. Alfonso riu. – Deve estar aqui ao anoitecer.

Só que depois de tudo o que havia acontecido, ninguém tinha nenhuma idéia melhor. O nome do cachorro terminou ficando Sexta-feira. Anahí saiu dali, alegando ter sede, e Alfonso, os olhos distantes, ergueu o rosto pra Madison.