Fanfic: Um amor desastrado - GN | Tema: GN
Giovanna o viu afastar-se e admirou os músculos bem desenhados. Muitas mulheres o seguiam com os olhos e, disposta a ignorar os sentimentos incômodos que experimentava, Giovanna apanhou o celular e um pedaço de papel na bolsa de praia. Talvez ele encontrasse Robin, a cd-rom de saias.
Assim seria forçada a deixar de pensar em Alexandre, nos interesses que tinham em comum, na poderosa atração sexual, no...
— Alô? — respondeu a voz do outro lado da linha.
Estava prestes a responder quando percebeu que sua cliente, Marsha Wignate, havia mudado a mensagem em sua secretária eletrônica.
— Alô, aqui fala madame Marsha, sensitiva em treinamento. Hoje é segunda-feira, doze de fevereiro. Se for Ronald, filho, não deixe de usar seu impermeável. Ouvi o boletim da meteorologia esta manhã e eles estão prevendo chuvas e muito vento em Siracusa. Se for Sara, querida, não fale com nenhum homem de áries, e nem beba água da torneira. Se for Lew, aposte vinte dólares nos números três, quatro e sete do quinto páreo. E se for Giovanna, passei pela casa dos Sheridan à noite de ontem, e fiquei espantada com as más vibrações do lugar. Quero a opinião de um especialista, e por isso convidei uma sensitiva de Atlanta para ir comigo à casa amanhã. Se for outra pessoa, não tenho nada a dizer, o que significa que não precisa perder tempo deixando um recado.
Depois da melodia, que parecia o tema do filme A Hora do Pesadelo, Giovanna deixou uma mensagem explicando à cliente que passaria alguns dias fora da cidade, mas podia ser encontrada no número de seu celular, caso ela quisesse comprar a casa antes que outra pessoa a adquirisse. Sorrindo das próprias táticas de venda, Giovanna entrou em contato para anunciar que estava fora da cidade, mas levara o celular, caso precisassem encontrá-la.
Depois de dar todos os telefonemas necessários, verificou a luz da bateria e, constatando que ainda dispunha de energia para uma chamada de longa distância, discou o número da casa de John Sterling, que levara escrito num pequeno pedaço de papel.
— Alô? — atendeu uma voz infantil.
— Posso falar com Lucy, por favor?
— Lucy-mamãe?
Giovanna piscou. A amiga mal acabara de sair da igreja e já estava sendo chamada de mãe! Devia ser uma experiência traumática.
— Sim, Lucy-mamãe — disse. — Vá chamá-la, meu bem.
— Alô? — outra voz atendeu. O locutor parecia um pouco mais velho que o primeiro. — Quem está fAlexandredo?
Giovanna começou a irritar-se.
— Sou eu quem devo fazer esta pergunta. Quem é você?
— Sou Peter... Quero dizer, sou Jamie Sterling. Com quem quer falar?
O filho do meio.
— Preciso falar com Lucy.
— Por quê?
Respirando fundo, decidiu não perder a calma.
— Porque somos amigas, e eu quero conversar com ela.
— Mas... ei, eu estou fAlexandredo!
— Alô? — Atendeu uma terceira criança, dessa vez uma menina. Era a mais velha, Giovanna lembrou. Uma garotinha com cara de coruja e humor de tubarão.
— Posso falar com Lucy, por favor?
— Quem está fAlexandredo?
— Meu nome é Giovanna. Sou amiga dela.
— No momento ela está indisposta.
Giovanna afastou o telefone da orelha e olhou para o aparelho. Indisposta? Que vocabulário para uma criança!
— Estou ligando de longe, meu bem. Tem certeza de que ela não pode atender?
— Lucy e meu pai estão lá em cima, pulando na cama.
Giovanna ficou quieta. Como não pensara nisso? Estavam em lua-de-mel! Onde mais poderiam estar? Mas, antes que conseguisse formular uma resposta adequada, a voz da amiga soou do outro lado da linha.
— Alô?
Ela estava ofegante.
— Ei, não conseguem esperar pelo menos até as crianças irem dormir?
— Giovanna! — Lucy riu. — Não é o que está pensando. John estava testando as molas do novo colchão.
— Ah, sim! É assim que as pessoas casadas chamam... aquilo?
Lucy riu novamente, apesar do barulho ensurdecedor no fundo da ligação.
— Deixe de ser maliciosa. Telefonei para o seu escritório esta manhã e eles disseram que você havia saído da cidade. Deixe-me adivinhar. Nick, o Noite-Toda?
Giovanna moveu-se na cadeira.
— Não.
— Dale, o Delicioso?
Gotas de suor brotavam em sua testa.
— Também não.
— Alguém novo?
Respirando fundo para reunir coragem, Giovanna disparou:
— Estou em Fort Myers com Alexandre.
— O que disse? Espere um minuto. — Lucy afastou o telefone da boca e, depois de emitir um assobio agudo, gritou: — Silêncio! — O barulho cessou imediatamente e ela voltou ao aparelho. — Desculpe. Pode repetir o que disse, por favor?
— Estou em Fort Myers com Alexandre.
— Está com Alexandre... em Fort Myers? — Lucy repetiu com voz surpresa.
— Exatamente. Estou em Fort Myers com Alexandre. — Ficava mais fácil cada vez que repetia a frase, mas ainda temia sofrer um derrame a qualquer minuto. — Ele decidiu viajar de qualquer maneira. Eu o levei ao aeroporto, e lá ele me convenceu a acompanhá-lo. Não tenho férias há quase dois anos, e ele parecia meio desesperado...
— Oh, Giovanna! Você é a melhor amiga que uma mulher pode querer ter!
— Eu... sou?
— Tenho estado tão preocupada com Alexandre! Agora posso relaxar, porque sei que está cuidando dele. Como ele tem se portado?
— Bem, ele está um pouco deprimido, mas acho que é normal.
— Tenho certeza de que se trata apenas de vaidade ferida. Mesmo assim, sinto-me muito mal. Pode tentar alegrá-lo? Leve-o para dançar, ou proponha alguma atividade divertida e excitante.
As mãos de Giovanna suavam tanto que ela quase derrubou o telefone. Forçando uma gargalhada, ela respondeu?
— Bem, não se as palavras Alexandre, divertido e excitante podem coexistir, mas vou tentar.
— Faça-o relaxar. Quem sabe ele encontra alguém interessante nesta semana? Talvez tenha um romance de férias...
— Alexandre está atraindo todos os olhares femininos — Giovanna contou, sem revelar que fazia parte do time de admiradoras.
— Ótimo. Eventualmente ele vai acabar percebendo que não fomos feitos um para o outro, e que nosso casamento jamais teria dado certo. Por enquanto, a melhor coisa que ele pode fazer é divertir-se.
— Certo — Giovanna respondeu, agindo como se recebesse uma missão. — Como é a vida de casada?
— Maravilhosa! — Um grito agudo interrompeu a conversa. — Tenho de desligar! As crianças estão desmontando a cozinha. Obrigada mais uma vez, Giovanna. Você é um anjo. Até logo.
Giovanna olhou para o telefone silencioso. Anjo? Estava mais para pecadora, com todos aqueles pensamentos sobre Alexandre girando em sua mente.
— Qual é o problema? — ele perguntou minutos mais tarde, jogando-se na cadeira com um suspiro exausto. — O Ministério da Saúde proibiu o consumo de frituras?
— Não. Acabei de falar com Lucy.
— Refere-se a Lucy Sterling?
— Ela mesma.
Alexandre fechou os olhos e ela sentiu uma pontada de dor ao ver o sofrimento em seu rosto.
— Como estão os recém-casados?
— Ocupados, a julgar pelos gritos das crianças.
— Contou a ela que estamos juntos aqui?
— Sim, e ela ficou aliviada.
— Por quê? Lucy esperava que eu cometesse suicídio?
— Bem, ela não usou essas palavras, mas...
— Ela não as usaria.
— Creio que ela está realmente perturbada com tudo que aconteceu. Alexandre suspirou.
— Prefiro não falar sobre o assunto, está bem?
— Como quiser — Giovanna concordou satisfeita. Olhou para a água e notou um rapaz que alugava jet-skis. — Vamos experimentar? — convidou.
— Experimentar o quê?
— O jet-ski.
— Aquilo é muito perigoso. — Sabe nadar?
— É claro que sim!
— Então, qual é o problema? Corra riscos ao menos uma vez na vida!
Ele se levantou devagar.
— Sou adepto de esportes radicais — disse, dando o primeiro passo na direção da água.
Giovanna o seguiu sorridente, fingindo acreditar na mentira.
Ela era a mulher mais irritante que já conhecera! Queria sacudi-la, mas temia pôr as mãos nela e desencadear uma incontrolável torrente de sensações e atitudes. A tatuagem que ela aplicara naquela manhã realçava a parte superior da coxa, ameaçando enlouquecê-lo.
O jovem que alugava os jet-skis ficou tão encantado com a beleza de Giovanna no biquíni sumário, que mal conseguia falar. Aproveitando a ocasião, Alexandre negociou um preço muito menor pelo equiGiovannaento e dois trajes emborrachados, embora ainda não estivesse convencido de poder enfrentar a experiência.
Giovanna espremeu-se no macacão de borracha rosa-choque e puxou o zíper com enorme dificuldade, desistindo ao constatar que ele não era grande o bastante para acomodar seus seios fartos. O vão deixado na roupa elevava o colo tentador, aumentando a temperatura de Alexandre em vários graus centígrados. Tentando disfarçar, vestiu seu macacão e descobriu que era mais curto que o ideal. Algumas flexões das pernas afrouxaram o material, acomodando-o no corpo.
— Eu dirijo — Giovanna anunciou, empurrando o equiGiovannaento para a parte mais profunda.
— Oh, meu Deus! — Alexandre gemeu ao entrar na água gelada. — Tem certeza de que isto vai ser divertido?
Ela montou no banco de vinil amarelo e ligou o motor. Depois de encaixar o elo maior do chaveiro no pulso, levantou a mão.
— Quer parar de reclamar e subir?
— Por que fez isso? — ele perguntou, apontando para a pulseira que a ligava ao jet-ski.
— Isto é uma medida de segurança. Caso eu caia, o motor será desligado imediatamente, porque a chave irá para a água comigo.
— Oh! Sinto-me muito mais tranqüilo. — Vai subir, ou não?
Resignado, Alexandre acomodou-se atrás dela.
— É melhor segurar-se!
Ainda estava procurando um lugar onde pudesse agarrar-se quando ela acelerou, lançando-os numa viagem alucinante sobre as ondas. Apavorado, segurou-se à faixa de plástico que dividia o banco ao meio e tentou fechar a boca, temendo sufocar com o vento.
— Já fez isso antes? — gritou.
— Tantas vezes que não posso contar — ela respondeu no mesmo tom, inclinando-se sobre o guidão para alcançar maior velocidade.
A medida em que progrediam, as ondas se tornavam mais altas. Giovanna as enfrentava com coragem e ousadia, rindo cada vez que o equiGiovannaento era lançado vários metros no ar, caindo com um ruído ensurdecedor sobre a superfície agitada do mar.
— Segure-se em mim! — ela sugeriu.
Assustado demais para protestar, Alexandre agarrou-a pela cintura e fechou os olhos, temendo ver o que ainda teria de enfrentar. Alguém havia dito que o afogamento era a pior e mais dolorosa maneira de morrer, mas, com um pouco de sorte, podia levar uma pancada na cabeça antes de afundar e perder a consciência.
Estavam muito longe da praia, desenhando um ziguezague maluco que o impedia de respirar. Alexandre sentia que Giovanna se tornava mais confiante a cada manobra, o que só aumentava o perigo.
De repente ele viu uma onda mais alta se formando no horizonte. Entusiasmada, ela acelerou e foi ao encontro do vagalhão, sem se dar conta do risco que corria. Apavorado, Alexandre tomou uma decisão intempestiva: era melhor caírem longe do jet-ski, pois assim não haveria a possibilidade de serem atingidos por ele.
Quando a onda os jogou para cima, Alexandre jogou o corpo para o lado e a arrastou no mergulho alucinante, soltando-a antes de chegarem à água.
Afundou depressa, as bolhas entrando em seus ouvidos e no nariz, os sentidos temporariamente aturdidos pelo barulho assustador de toneladas de água em movimento. Com movimentos poderosos das pernas, voltou à superfície e abriu os olhos, procurando por Giovanna.
Ela não estava em parte alguma. O jet-ski flutuava alguns metros à frente, silencioso, mas não havia nem sinal da borracha rosa-choque que cobria seu corpo sedutor.
CAPÍTULO VII
Ocoração de Alexandre ameaçava explodir e o pânico corria por suas veias.
— Giovanna! — gritou. — Giovanna, onde está você? — Nadou na direção do jet-ski com braçadas vigorosas, engolindo grande quantidade de água salgada a cada onda mais forte que o atingia. Ela podia ter batido a cabeça no equiGiovannaento quando a puxara, ou caído de mau jeito e sofrido um ferimento fatal... Podia ter sido arrastada para o fundo pela correnteza, podia...
— De todas... as coisas estúpidas... que podia fazer...
Alexandre parou e olhou em volta. Uma gigantesca onda de alívio o invadiu quando constatou que a voz de Giovanna vinha do outro lado do jet-ski. Ela tossia, espirrava e o amaldiçoava cada vez que recuperava o fôlego. Estava agarrada ao aparelho, a boca aberta em busca de ar e os olhos castanhos-iluminados por uma fúria quase assassina.
— Estava tentando me matar? — disparou.
— Eu? Só tentei nos salvar! Teríamos sido atirados longe por aquela sua última manobra kamikaze!
— Bobagem! — ela comentou com descaso. Em seguida, montou no horrível assento amarelo. — Da próxima vez você ficará na praia com seu livro.
Alexandre tremia de raiva. Primeiro quase morrera de susto por julgá-la morta, afogada, e depois era obrigado a ouvir seus gritos por ter arruinado sua diversão.
— Espere um minuto! — e agarrou-a pelo braço, puxando-a de volta à água.
— Solte-me!
— Eu vou dirigir essa coisa de volta!
— Ah, não vai não!
Ele a puxou para mais perto e quase colou o nariz no dela.
— Já disse que vou dirigir, e está acabado.
Surpresa com o tom de voz firme e definitivo, Giovanna franziu a testa, mas não discutiu. Um pingo escorreu dos cabelos pelo rosto e Alexandre admirou mais uma vez a textura suave da pele. Estavam tão próximos que poderia beijá-la, mas temia ser afogado, se tentasse. A respiração arfante distendia o traje de borracha justo, ameaçando explodi-lo na altura dos seios, e seu corpo respondia à visão de maneira dolorosa e incômoda, uma vez que a roupa que usava também não era exatamente folgada. A pontada de dor o empurrou de volta à realidade e ele a soltou devagar, afastando-se em busca de segurança.
O cérebro havia sido afetado pela corrida suicida de Giovanna, Alexandre decidiu enquanto acomodava-se sobre o equiGiovannaento. Tentando recuperar parte do bom senso, estendeu a mão para ajudá-la a subir e surpreendeu-se ao vê-lo aceitar a oferta sem argumentar. Giovanna escorregou algumas vezes, o que o fez rir, e depois acabou perdendo as forças por causa de um violento ataque de riso.
— Você está acabando comigo — ele riu, tentando ajudá-la a sair da água gelada.
— Então não deve ter muita resistência — ela respondeu entre uma e outra gargalhada. Finalmente conseguiu acomodar-se sobre o vinil escorregadio e entregou a chave a Alexandre, lembrando-o de ajustar a pulseira de segurança.
— Nunca precisei de resistência para conviver com Lucy — ele comentou com sinceridade.
— Mas eu não sou Lucy — e enlaçou-o pela cintura, pronta para partir.
A respiração quente em sua nuca provocava arrepios, e as palavras giravam em sua mente como uma provocação. Não sou Lucy. Como se não tivesse consciência da diferença. Não sou Lucy. De repente percebia que estava se divertindo como não conseguia há muito tempo, e sentia-se feliz por Giovanna ser... bem, apenas Giovanna.
Animado, ofereceu um sorriso por cima do ombro e disse:
— É melhor segurar-se.
Em seguida, debruçou sobre o guidão e acionou o acelerador, lançando-os para a frente numa velocidade espantosa. Giovanna riu com um misto de surpresa e prazer, agarrando-o com força, o que o levou a pensar em gritar, também. Ele imitava as manobras que ela realizara anteriormente, enfrentando ondas enormes e aterrissando com força capaz de fazê-los bater os dentes um contra os outros. A adrenalina combinada às sensações físicas provocadas pela presença de Giovanna causavam uma euforia como jamais havia experimentado.
Alexandre jogou a cabeça para trás e gritou, sentindo a pressão das coxas femininas contra as dele. Por mais alguns minutos enfrentaram a violência da correnteza, até que, percebendo que o tempo restante era de apenas dez minutos, ele reduziu a velocidade e voltou à praia.
Emoções variadas afetavam seu corpo, todas provocadas por Giovanna e pelas mãos dela em torno de sua cintura. As ondas batiam mansas contra as laterais do jet-ski, e a música que ecoava na praia foi se tornado gradativamente mais alta. Apesar de ainda terem algumas horas antes do pôr-do-sol, várias famílias abandonavam a areia e partiam.
— Divertiu-se? — ela perguntou, pousando o queixo em seu ombro esquerdo.
Por um segundo Alexandre pensou em mentir. Tinha o pressentimento de que admitir mesmo o mais inocente prazer na presença de Giovanna era pôr em risco os próprios interesses. Mas rira mais na última hora do que imaginara ser possível, e por isso sentia-se no dever de dizer a verdade.
— Sim, me diverti muito. Obrigado por ter me ajudado a esquecer... você sabe.
— Para que servem os amigos? — Giovanna perguntou com falsa indiferença, fechando os olhos enquanto engolia a culpa. Prometera a Lucy que faria Alexandre divertir-se, mas esquecera o compromisso porque, à certa altura, passara a divertir-se mais que ele. E agora, de volta à praia, sentia-se frustrada e furiosa por pensar que não encontraria outra desculpa tão boa para abraçá-lo daquela maneira ao longo da semana.
— Talvez possamos repetir a experiência amanhã — Alexandre sugeriu.
— É claro. Isto é, se não preferir levar Robin...
— Quem?
— Meu Deus, que memória curta! Robin, a mulher esperta com o chapéu elegante.
— Por que acha que ela é esperta?
— Ela trabalha com computadores, não?
— A indústria da informática também tem sua cota de incompetentes.
— Quer dizer que ela não é esperta?
— Oh, ela é. Mas não deve tirar conclusões só porque alguém fala em código.
— Está ficando queimado de sol — ela comentou irritada. Alexandre riu e levou o equiGiovannaento de volta ao rapaz que os alugava.
— Tem certeza de que não é o reflexo da sua roupa?
Giovanna não respondeu. Em pé na areia molhada, tentava livrar-se da incômoda roupa de borracha que, molhada, parecia ainda mais justa. Quando conseguiu despir um ombro, estava tão exausta que caiu. Sabia que a areia tornaria a tarefa de despir-se ainda mais difícil, mas não se importava.
Deitada de costas, viu Alexandre tirar o macacão e exibir o corpo poderosos. Os seios responderam de imediato à visão, uma sensação que se tornou ainda mais intensa em função do espaço reduzido, e o desejo cresceu como um cogumelo a partir de seu ventre, espalhando-se por todo o corpo. Banhado pelo sol vespertino, com os cabelos castanhos molhados e brilhantes, parecia saudável e sexy, e pela primeira vez teve de admitir que se sentia muito atraída por Alexandre Nero. Não só no sentido físico, embora olhar para ele houvesse se tornado seu passatempo favorito.
Naquele dia, enquanto Alexandre pilotara o jet-ski, pudera ver uma faceta dele que jamais imaginara existir, um lado descuidado e espontâneo que a encantara. Divertira-se com um homem que até pouco antes considerava aborrecido.
— Precisa de ajuda com a roupa? — ele perguntou rindo.
Giovanna respondeu com um movimento afirmativo de cabeça e estendeu a mão, deixando que ele a ajudasse a se levantar. Puxando o outro ombro do macacão de borracha, conseguiu fazê-lo deslizar um ou dois centímetros enquanto Alexandre atacava a gola.
— É mais difícil agora que sua pele está molhada. A borracha se torna mais pesada.
Os dedos eram como brasas sobre sua pele fria. Agarrando o material espesso, puxou-o para baixo e conseguiu libertar um braço, virando a manga do avesso. Com os dois braços livres, Giovanna foi capaz de empurrar a roupa para baixo dos quadris com movimentos insinuantes, mas teve de admitir o fracasso ao chegar nas coxas. Desequilibrada, sentou-se novamente na areia. Alexandre ria como uma criança, mas antes que pudesse censurá-lo, ele agarrou seus tornozelos e puxou-os, fazendo com que ela se deitasse para concluir o trabalho com o macacão. Deitada como um bebê gigantesco esperando a troca de fraldas, quase morreu de vergonha ao ouvir os comentários e as gargalhadas da pequena platéia reunida sob os guarda-sóis que os cercavam.
Alexandre também parecia estar se divertindo com seu desconforto. Finalmente ergueu o traje de borracha como se fosse um troféu e disse:
— Este macacão nunca mais será o mesmo!
Referia-se à deformação causada pelos seios fartos na parte superior da roupa, e o comentário provocou aplausos e assobios por parte da porção masculina da audiência.
Giovanna levantou-se, tentando decidir se adorava ou odiava essa nova e debochada faceta de Alexandre.
— Bem, enquanto banca o palhaço para essa gente tola, vou ver se encontro uma cerveja.
— É melhor ir atrás dela — um sujeito gritou quando ela se virou para partir.
— Não! Eu vou! — outro respondeu, provocando novas gargalhadas. Giovanna continuava caminhando, como se não ouvisse o que as pessoas diziam. Alexandre a alcançou.
— Ei, espere! Também estou com sede.
— Precisa de protetor solar — ela indicou, surpresa com o tom avermelhado da pele dele.
— Por quê? Não sinto nenhum desconforto.
— Espere até o sol desaparecer.
— O que vai acontecer quando o sol desaparecer?
Autor(a): GN
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Giovanna sentiu o coração bater mais depressa e, nervosa, percebeu que Alexandre também havia se dado conta da tensão sexual que crescia entre eles. Ele estava parado, os olhos fixos em seu rosto, e sabia que, como o cavalheiro que era, só esperava por um sinal. Atingiram um ponto no qual tudo que diziam e falavam assumia duplo sentido, pro ...
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