Fanfic: O inferno de Christopher (vondy) | Tema: Vondy

     Enquanto isso, o Professor Uckermann passava pelos corredores do departamento, deixando os alunos de pós-graduação e colegas professores atrás de si. Ele estava de mau humor, e ninguém teve a coragem de pará-lo para falar alguma coisa.

    Nos últimos dias ele já estava mal humorado, mas a sua  disposição rebelde foi agravada pelo estresse e falta de sono. Ele foi amaldiçoado pelos deuses da Air Canadá e, portanto, sentou-se ao lado de um pai com uma criança de dois anos, no voo de volta da Filadélfia. A criança gritou e fez xixi (no Professor Uckermann), enquanto o pai dormia profundamente. Na penumbra do avião, o Professor Uckermann refletiu sobre a lei do governo aplicada na esterilização de pais negligentes, enquanto limpava o xixi da sua calça Armani.

       Dulce chegou pontualmente para a sua reunião das quatro horas com o Professor Uckermann e ficou encantada ao descobrir que sua porta  estava fechada. Seu prazer foi passageiro, pois ela logo percebeu que ele estava dentro de seu escritório esbravejando com Pablo.

      Quando Pablo saiu dez minutos depois, ainda de pé, mas visivelmente abalado, o olhar de Dulce foi atraído para a saída de incêndio. Só cinco passos e ela estaria livre, protegida por uma porta de vaivém, correndo para fugir da polícia por disparar ilegalmente um alarme de incêndio. Parecia uma ideia tentadora.

    Pablo acenou para ela e balançou a cabeça, murmurando alguns poucos palavrões a respeito do Professor, antes de sorrir.

— Você gostaria de tomar um café comigo um dia desses?

Dulce o olhou com surpresa. Ela estava meio desorientada por ter sido convidada, assim, sem pensar muito, concordou.

Ele sorriu e se inclinou na direção dela.

— Seria mais fácil se eu tivesse o seu número.

     Ela corou e rapidamente pegou um pedaço de papel, verificando para ter certeza de que estava em branco, e apressadamente rabiscou seu número de celular.

     Ele pegou o papel, verificou o número, e depois lhe afagou o braço.

— Mande-o para o inferno, Coelhinha.

 Dulce não teve tempo de perguntar por que ele achava que seu  apelido era, ou devesse ser Coelhinha, porque uma voz atraente, mas ao mesmo tempo impaciente, chamou-a.