Fanfic: Para sempre ❤
Vick narrando
Já estava tarde, havia anoitecido e eu praticamente nem havia notado, Cláudia veio várias vezes me ver, trazer coisas para eu comer já que eu estava totalmente entretida com o livro.
Estava muito cansada e minhas costas doíam, olhei no relógio e o mesmo marcava 20:00 hrs, então finalmente resolvi dar uma pausa e sair um pouco daquela biblioteca, mas levaria o livro comigo, é claro.
Subi até o quarto e o mesmo estava vazio, coloquei o livro sobre a comoda e fui para o banheiro, tomei um banho demorado de uns 40 minutos, sai enrolada na toalha, fui até o closet, vesti minha lingerie, passei creme, coloquei um vestidinho roxo tomara que caia com uma fitinha preta amarrada abaixo dos meios seios já que na cintura não dava mais né.
Me olhei no espelho e até que não estava ruim.
Desfiz o coque que havia feito, penteei o cabelo e peguei apenas alguns fios prendendo para trás com uma prisilhinha, deixando o resto solto, coloquei uma rasteirinha, passei perfume, voltei para o quarto, peguei o livro e sai do quarto.
Estava passando em frente a sala de TV que ficava no andar de cima e ouvi o barulho da TV ligada, abri um pouco a porta e Ablon estava lá, deitado no sofá, sem camiseta com uma calça de moletom, seu cabelo estava escuro o que indicava que estava molhado, me aproximei um pouco mais e percebi que ele dormia, seu semblante finalmente parecia tranquilo, passei os dedos lentamente pelo seu rosto, eu estava com tanta saudade de ficar bem com ele.
Inclinei o corpo e dei um leve beijinho em seus lábios, suspirei e levantei, me virando para sair dali antes que ele acordasse e percebesse a minha atitude de fraqueza, mas percebi que já era tarde demais quando suas mãos seguraram meu pulso.
Vick: Desculpa, não queria te acordar – disse sem olhá-lo -
Ablon: Tudo bem, eu estava te esperando, nós... precisamos conversar – ele disse com a voz um pouco rouca -
Vick: Ablon...
Ablon: Por favor Vick, sem brigas, apenas conversar, não quero ficar nesse clima, não fez bem pra mim, não fez bem para você e muito menos para os nossos filhos. Só estou te pedindo mais uma chance.
Suspirei fundo e me virei para ele, segurei um sorriso quando olhei seu cabelo todo bagunçado e a cara de sono que ele estava, como ele podia ser tão lindo mesmo ao acabar de acordar ?
Ele me puxou com uma certa cautela e me colocou ao seu lado.
Vick: Eu também não quero brigar, mas....
Ablon: Mas eu sou um idiota e acabo estragando tudo. - ele não havia me deixado terminar – Eu tenho sim algo a te contar – o olhei atenta – mas eu ainda não estou pronto, entenda por favor, eu preciso de um tempo, eu só quero o seu bem o bem de vocês três, só que as vezes a mentira é melhor que a verdade e você sabe disso, não sabe ? Você é o tipo de pessoa que sempre quer ver o bem dos outros e se uma mentira dependesse da felicidade deles ? O que você faria ?
Vick: Depende, mas se essa mentira fosse em relação a mim e afetasse alguém que eu amo se ele soubesse a verdade, mesmo que doa em mim, eu esconderia, não por muito tempo, porque eu não gosto de mentiras, mas o tempo suficiente para que eu pudesse contar sem afetá-lo tanto, se é que isso é possível.
Ablon: Então me entenda meu amor – alisou meu rosto – é para o seu bem, eu vou te contar um dia, prometo que vou, mas agora eu não posso, me desculpe mas eu não posso – ele abaixou a cabeça -
Vick: Promete que vai me contar ? Porque eu vou precisar saber.
Ablon: Prometo.
Vick: Então – levantei seu rosto – eu espero.
Ablon: Tem certeza ?
Vick: Tenho, você está aqui, está se esforçando e agora me disse o motivo, eu entendo você, eu te amo, não quero ficar brigando. Vou esperar.
Ablon: Eu já te agradeci por ser tão perfeita ? - ele deu o sorrisinho de lado que eu amava -
Vick: Não sou perfeita, então não tem o que agradecer, mas você sim é perfeito. Muito. - mordi o lábio inferior -
Ablon: Eu te amo – ele disse enquanto sua mão estava na minha nuca e ele me olha fixamente -
Retribui o olhar e seus lábios se aproximaram dos meus quebrando a distancia entre nós.
Sua língua logo começou a explorar a minha boca como se ela já não conhecesse cada canto dali, retribui o carinho fazendo o mesmo e logo depois mordi a pontinha da sua língua encerrando o beijo com um selinho.
Vick: Nós não vamos passar disso mesmo não é ? - disse recuperando o folego, ele desviou o olhar – Tudo bem, eu disse que entenderia. Só preciso fazer algumas perguntas.
Ablon: Faça – voltou a me olhar -
Vick: Você não me traiu não né ? E nem está assim porque está pensando em fugir com alguma gostosona que você achou por aí ou daqueles canais nojentos ? Porque se for, Ablon.... Eu vou aleijar você e o seu.... - olhei para o amiguinho dele – Você nunca mais verá ele – semicerrei os olhos -
Ele caiu na gargalhada e eu continuei o encarando.
Vick: Está rindo porque está nervoso é ? - cruzei os braços e tombei um pouco a cabeça -
Ablon: Não. Eu. Estou. Rindo. Dessa. Sua. Ideia. Maluca. - ele dizia pausadamente tentando recuperar o folego – Até parece né. Eu nunca trairia você e não, não me interessei por nenhuma gostosona, e eu nunca olharia para aqueles mulheres, você sabe muito bem disso, mas amor, o SenhorAutoridade aqui é imortal, você nunca faria nada com ele.
Vick: A não ? Espera aí então que eu vou lá na cozinha pegar uma faca.
Ablon: NÃO – ele gritou me agarrando e depois rindo logo em seguida – Fica quietinha aqui.
Vick: Só se você me der mais um beijo.
Ablon: Quantos você quiser – ele me deitou no sofá, deitando por cima sem soltar o peso do seu corpo e iniciou outro beijo
Vick: Ok já chega – interrompi o milésimo beijo que dávamos – eu já estou ficando cheia de desejos e como isso não resultará em nada, vamos parar. Vamos descer, jantar e dormir. - levantei, peguei o livro que estava na mesinha e nem deixei que ele falasse nada -
Desci e entrei na cozinha.
Vick: Me ajude a colocar a mesa de jantar Bá ?
Cláudia: Claro, mas vocês querendo comer lá, isso quer dizer o que ?
Vick: Quer dizer que temos que nos acostumar. - disse pegando algumas coisas -
Cláudia: E ? - ela veio logo atrás de mim trazendo algumas coisas também -
Vick: Tem que ter mais o que ? - disse enquanto arrumava -
Cláudia: Vocês se entenderem.
Vick: Ah isso – virei e voltei pra cozinha -
Cláudia: É. - veio atrás de novo – Já arrumamos dois lugares, pra que está pegando mais ?
Vick: Porque você também é da família. Pegue o resto e não discuta. - ela realmente não discutiu e pegou as outras coisas – E em relação a nós dois, estamos um pouco melhor, o que já é muito bom. Terminei de arrumar as coisas com a ajuda dela, ela havia ido na cozinha pegar a única coisa que faltava, a jarra de suco e eu senti alguém me abraçando – Demorou porque hein ? - me virei pra ele passando os braços pelo seu pescoço -
Ablon: Estava tomando um banho gelado – fez careta -
Vick: Hum – eu sabia que ele havia ficado excitado, mas não sabia que era pra tanto, nem falei nada, já que eu também havia ficado na vontade e a culpa toda era dele que estava com esse segredinho que incluía não conseguir tocar em mim direito, eu percebia que ele estava fazendo esforço para me olhar nos olhos e até para me beijar, mas eu não ia discutir mais, prometi entender e aceitar e é isso que vou fazer -
Ablon: Vamos jantar aqui ?
Vick: Vamos, não dá para comer sempre na cozinha e deixar essa mesa só de enfeite aqui. Temos que aprender a ter modos.
Ablon: Você quem manda – me deu um selinho -
Vick: Eu sei – dei de ombros e ele sorriu negando – Vou ver porque a Cláudia está demorando tanto, pode se sentar – dei as costas e caminhei até a cozinha – tá demorando porque o dona ? - ela estava entretida mexendo no celular e deu um pulo -
Cláudia: Desculpa, é que eu fui lá e vi vocês, preferi deixá-los a sós, voltei para a cozinha e recebi um sms da minha afilhada, estava respondendo.
Vick: Não precisa se explicar, vamos jantar, vem – peguei em sua mão, ela guardou o celular no bolso, com a outra mão pegou a jarra e entramos na sala, Ablon estava em pé ainda nos esperando -
Eu me aproximei da mesa e quando fui puxar a cadeira Ablon puxou ela para mim.
Vick: Obrigada amor, mas não precisava – me sentei, e ele fez o mesmo com a Cláudia -
Cláudia: Estou me sentindo tão desconfortável – ela disse se mexendo -
Vick: O que eu disse sobre nada de reclamar ? Você para com isso hein.
Ablon sentou-se também, na cadeira da ponta, eu estava a sua direita e Cláudia a sua esquerda.
Cláudia: Deixe-me servi-los pelo menos – levantou-se -
Vick: Cláudia, nós podemos fazer isso – a repreendi -
Cláudia: Pelo menos isso, se não daqui a pouco não faço mais nada nessa casa e não vou ter serventia -
Vick: Você faz muita coisa e sempre vai ter o que fazer aqui conosco, mas se você prefere assim, eu não vou discutir.
Ela assentiu sorrindo, parecia feliz que eu a deixasse fazer o que estava acostumada a fazer, então não tinha porque impedi-la, não é ?
Ela foi perguntando o que queríamos ou não e no final sentou-se servindo a si mesma.
Ablon: Falando em fazer muitas coisa – ele disse depois de mastigar – estava pensando em contratar alguém para ajudá-la, ou mais de uma pessoa, agora teremos uma família, o certo é termos um motorista, mais uma ajudante ou duas para a Cláudia e uma babá.
Vick: Babá ? - o olhei assustada – não precisamos de babá, eu posso muito bem cuidar dos meus filhos – disse aquilo um pouco rude demais, mas eu podia, não queria uma babá -
Ablon: São duas crianças amor, não uma, e se uma já é difícil para cuidar imagina duas, você irá precisar de ajuda.
Vick: Se eu precisar de ajuda Cláudia estará aqui.
Ablon: Cláudia já não tem muito o que fazer ?
Vick: Você contrata mais pessoas, ela é a governanta, apenas passará as nossas ordens e ajudará a deixar tudo como gostamos, e se eu me sobrecarregar com as crianças, ela me ajuda. Não quero outra pessoa, não confio em outra pessoa.
Ablon: Tudo bem, se estiver tudo bem para Cláudia, nós contratamos mais pessoas.
Cláudia: O que vocês decidirem está bom para mim e Vick está certa Ablon, não dá para confiar, hoje em dia está difícil achar pessoas que realmente saibam lidar com crianças.
Ablon: Ninguém nessa casa seria louco de maltratar meus filhos - ele franziu a testa - mas, você tem alguém para indicar ? - ele disse olhando para Cláudia -
Cláudia: Bom, tenho um afilhada, na qual estava conversando agora pouco, ela mora em Minas, acabou de completar 18 anos e quer conhecer a cidade grande, trabalhar e estudar, ela estava pedindo minha ajuda. E assim que eu pudesse iria ajudá-la. Se vocês quiserem conhece-la.
Vick: Como é o nome dela ?
Cláudia: Pamela.
Vick: Me parece uma boa ideia, alguém de sua confiança, ela pode se adaptar e eu sei o quanto é difícil mudar de uma cidade do interior para uma grande, nós seriamos uma grande ajuda.
Ablon: Se a Vick concorda, eu também concordo, liga para sua afilhada, compre a passagem dela e a mande vir no máximo em um mês, quanto mais cedo, melhor para ela ir se acostumando. Se ela não gostar, nós pagamos a passagem dela de volta sem problema nenhum.
Cláudia: Obrigada, aos dois – ela tinha um largo sorriso -
Vick: Não precisa agradecer, agora vamos terminar de jantar porque meus pequenos querem dormir.
Ablon: Como se eles fossem os dorminhocos.
Vick: Eles são, serão igual a mim tá ? Algum problema com isso ?
Ablon: Não, nenhum, imagina.
Vick: Acho bom - semicerrei os olhos para ele e ele e Cláudia começaram a rir, revirei os olhos e mostrei a língua para os dois voltando a comer logo em seguida - Estou com tanto calor que acho que mereço um outro banho. - disse entrando no quarto -
Ablon: Você acabou de comer, sabe que vai ter que esperar, não sabe ? - ele estava logo atrás de mim -
Vick: Sei sim. Por isso vou ler meu livro. - Eu havia deixado o livro em algum ponto da cozinha que agora não me lembrava, então desci para procurá-lo. Achei ele em cima do balcão, e do lado estava uma fruteira, vi uma maça linda e não resisti, sim eu havia acabado de comer, mas ainda cabia uma maçã. Fui até a pia, lavei ela e subi as escadas novamente e entrei no quarto, Ablon estava jogado na cama com o not no colo - Tá difícil largar esse computador hein – me sentei ao seu lado -
Ablon: Estou resolvendo alguns problemas. Creio que vou ter que ir na empresa amanhã. - ele me olhou rapidamente e voltou a atenção para o not -
Vick: Vai ué – encostei na cama e mordi a maçã -
Ablon: Você não se importa de ficar sozinha ? - ele me olhou, olhou para a maçã e levantou uma sobrancelha -
Vick: Nós estamos grudados por um cordão umbilical por acaso e eu não sabia ? Até parece, e eu não vou ficar sozinha, Cláudia está aqui, por mim você trabalharia normalmente todos os dias, não é porque estou gravida que preciso de você 24 horas, e porque está olhando com essa cara pra minha maçã ? - levantei a sobrancelha também e dei mais uma mordida -
Ablon: Tenho medo que você precise de mim e eu não esteja. Porque você acabou de jantar ? - soou mais como uma pergunta -
Vick: Se eu precisar, você vai estar, não se preocupe. E daí ? Cabe muito bem uma maçã ainda – dei de ombros – e está uma delicia, quer ? - estiquei o braço oferecendo -
Ablon: Assim espero. Parece muito boa, você vai me dar mesmo ? - ele olhou pra maçã e olhou para mim -
Vick: Não estou oferecendo ?
Ablon: Então eu quero – ele ia morder e eu tirei -
Vick: Mas, pensando bem, você também acabou de comer, e nem deve ter espaço aí – olhei para sua barriga – deixa que eu como – mordi novamente -
Ablon: Eu sabia que estava fácil demais – abri um sorriso – Por favor amor, me dá um pedaço – fez bico -
Vick: Como se esse bico aí me convencesse.
Ablon: Nossos filhos vão nascer com cara de maçã, você quer mesmo isso ?
Vick: A grávida aqui sou eu, e a maçã está comigo, como eles poderiam nascer com cara de maçã ?
Ablon: O pai deles está com vontade, eles também tem meu DNA, então, minhas vibrações negativas estão passando para eles, que irão sentir a mesma vontade que eu de comer a maçã e nesse exato momento eles estão fazendo bico pra mamãe que não quer dar um pedaço para o papai. - ele falou aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo eu o olhei incrédula e depois comecei a rir, rir sem parar -
Vick: Meu Deus Ablon – depois de mais de 40 minutos rindo, eu consegui falar – Nunca ouvi tanta besteira em uma frase só, vou te dar um pedaço só por ter me feito rir tanto, ofereci a maçã e ele mordeu -
Ablon: Só fui sincero, não vejo qual a graça – ele disse depois de mastigar -
Vick: Claro, muito sincero - dei mais um pouco de risada enquanto negava com a cabeça - agora, volta a trabalhar aí que eu vou ler meu livro, antes que você fale mais alguma coisa absurda – Ele fez uma cara de ofendido e eu mostrei a língua para ele, peguei o livro que estava no criado mudo, encostei novamente na cabeceira da cama, abri o livro onde havia parado e comecei a ler -
Depois de uma hora e meia lendo e ouvindo Ablon ler, xingar e digitar algumas coisas eu resolvi tomar logo meu banho para dormir, estava morrendo de calor e muito cansada.
Levantei, guardei o livro na gaveta da comoda, e fui para o banheiro. Tirei a minha roupa, liguei o chuveiro e tomei um banho de 20 minutos. Sai enrolada na toalha e fui até o closet, peguei um baby doll e o vesti. Passei creme no corpo, peguei a toalha e ao passar por Ablon percebi que ele ergueu os olhos da tela do not, ignorei e entrei no banheiro, pendurei a toalha, escovei meus dentes e voltei para o quarto.
Vick: Vai demorar muito aí ainda ? - sentei meio de lado na direção dele e perguntei, ele tirou os olhos do not mas não me olhou nos olhos diretamente, ele abaixou o olhar passeando por todo o meu corpo – Ablon, to falando com você – entortei a cabeça e cruzei os braços, ele fechou os olhos e balançou a cabeça como se tivesse expulsando algum pensamento e finalmente ergueu os olhos até os meus -
Ablon: Não, eu, ham... já estou terminando, porque ?
Vick: Porque eu tenho sono leve e não vou conseguir dormir com você digitando. - segurei em seu queixo e ergui sua cabeça novamente – meus olhos estão aqui.
Ablon: Eu sei amor - ele deu um sorriso safado - só estava reparando que mesmo você não gostando, fica bem de rosa – ele desceu o olhar novamente – muito bem por sinal. - passou a mão pela minha coxa -
Vick: Alguma hora eu tinha que usar isso, não dá para recusar presentes, e até que não ficou ruim. Obrigada pelo elogio – tirei a mão dele que estava subindo – Agora termina logo isso aí, desliga e deita, estou cansada. - dei um selinho nele – Boa noite – virei de costas, ajeitei meu travesseiro e deitei, o ouvi suspirar -
Ablon: Já vou desligar – senti que ele levantou da cama, não virei para olhar, depois de uns 10 minutos ele voltou, apagou a luz e deitou – Amor – ele me abraçou por trás -
Vick: Hum ?
Ablon: Boa noite – sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar e depois me deu um beijo -
Fechei os olhos com o hálito quente dele, me segurei ao máximo para não virar e beijá-lo, isso só me faria sofrer, então, era melhor não, me concentrei em contar carneirinhos, vacas, bois, veados, pássaros, macacos, sapos, qualquer coisa, pelo menos eu ficaria com a cabeça ocupada e pegaria no sono. Demorou um pouco mas eu consegui, pelo menos eu acreditava que tinha conseguido.
Sonho
Eu estava chorando, mais uma vez pela morte de Guilherme, estava sozinha no meu quarto e de repente alguém apareceu na minha frente, ergui a cabeça e era Ablon, mas parecia que eu não o conhecia, ele sorriu para mim e veio na minha direção, usava apenas uma calça branca estava sem camisa e tinha... asas.
Vick: O que você está fazendo aqui ? Como entrou ?
Ablon: Só estou cuidando de você, agora deite-se, estarei aqui ao seu lado.
Vick: Como assim ? Eu nem te conheço. E porque está usando asas ?
Ablon: Claro que me conhece, porque elas fazem parte de mim.
Vick: Como assim fazem parte ?
Ablon: Você não se lembra de nada mesmo não é – ele abaixou a cabeça – Preciso ir, Miguel percebeu que não estou lá, sinto muito não poder ficar, eu amo você, estarei ao seu lado mesmo que você não saiba.
Vick: Não espera. - eu levantei da cama correndo – Porque esse sonho me parece familiar ?
Ablon: Porque ele é.
Vick: Quem é você ?
Ablon: Atualmente sou seu anjo da guarda. Só não sei até quando.
Vick: O que isso quer dizer ?
Ablon: Quer dizer que devido as circunstancias eu posso não te ver nunca mais – ele alisou meu rosto – não esqueça que eu te amo.
Eu não o conhecia, não estava entendendo porque ele estava dizendo que me amava, mas eu sentia algo em meu coração, não queria que ele partisse, queria que ele ficasse, que me fizesse companhia, eu estava sozinha e não queria voltar a sonhar com o Guilherme, de repente tudo ficou escuro, meus pés não saiam do lugar e eu não conseguia gritar, ele foi se afastando e levando a luz com ele, porque ele não me levava junto ? Porque ? Eu estava desesperada, queria me mexer, queria correr, mas eu não consegui e ele se foi.
Fim do sonho.
Acordei desesperada e suando muito frio. Eu ainda não conseguia me mexer, e não sabia o porque, eu queria levantar e acender a luz, ou até mesmo o abajur, mas eu não conseguia.
Comecei a chorar e soluçar baixinho, senti braços me apertarem mais e me lembrei que eu não estava sozinha, ele estava ali, era o peso dele que me impedia de sair do lugar.
Ablon: Ei, o que foi ? - sua voz soou preocupada – Ele alcançou o abajur e acendeu eu virei para olhá-lo e ele também me olhou logo em seguida – O que aconteceu Vick ? - Eu o encarei e depois de reconhece-lo, como se eu não acreditasse que fosse ele que estivesse ali, eu comecei a chorar mais – Amor, por favor, estou preocupado, me fala o que está acontecendo. - ele me apertou mais em seu braços -
Vick: Eu....eu tive um pesadelo – disse perto do seu peito -
Ablon: O que você sonhou ? - ele me afastou e me olhou novamente colocando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha -
Vick: Eu... eu estava... estava no meu quarto, chorando por ter sonhado com a morte de Guilherme, e você apareceu, mas logo você disse que tinha que partir, eu não reconheci você, era como se eu não soubesse quem você era, mas mesmo assim eu não queria que você fosse embora, não queria ficar sozinha novamente, eu queria você ali comigo, meu coração estava apertado, você começou a se afastar e eu não consegui me mexer, não conseguia gritar, você estava indo e me deixando na escuridão, a luz seguia você, porque você... você tinha asas, você era um... anjo.- a ultima palavra praticamente não saiu da minha boca, senti seus braços afrouxarem na minha cintura o olhei e ele olhava para o nada, estava paralisado e não esboçava nenhuma reação sequer – Ablon – o chamei mas ele não respondeu – Olha pra mim, eu sei que foi só um sonho, e isso só aconteceu porque eu estava lendo antes de dormir, não é a primeira vez que sonho com um livro, não precisa ficar tão preocupado.
Ablon: Livro ? - ele saiu do transe e me olhou -
Vick: Sim, estava lendo um livro sobre anjos. Porque você reagiu dessa forma ?
Ablon: Eu reagi ? Não... é que... Eu acabei pensando como seria ter que te deixar e eu não gostei muito de imaginar, foi só isso. Você está melhor ?
Vick: Estou sim, foi só um susto. Você está aqui e está tudo bem, não está ?
Ablon: Está sim.
Vick: Então, que horas são ?
Ablon: 3:30 – ele havia virado o corpo para olhar para o relógio digital que havia do seu lado da cama -
Vick: Ainda está muito cedo – fiz careta – Eu geralmente não consigo dormir depois de um pesadelo. Volte a dormir. Eu vou ficar bem.
Ablon: Como se eu fosse dormir e te deixar acordada, deita aí, vou te fazer companhia – ele me virava -
Vick: Mas não precisa – me ajeitei novamente -
Ablon: Precisa sim e vocês três, precisam dormir – ele se aconchegou atrás de mim novamente e alisou minha barriga -
Eu comecei a cantarolar uma musica tentando esquecer do sonho, como eu sempre fazia, a diferença é que agora eu não precisa me agarrar ao travesseiro, eu tinha alguém que me abraçasse e eu estava me sentindo muito segura ali.
Ablon: O que está fazendo ?
Vick: Cantarolando, isso me ajuda, porque ?
Ablon: Parece que conheço essa musica.
Vick: É Nickelback, Far Away. Eu ouço sempre.
Ablon: Ah, eu sabia que conhecia, quer que eu cante pra você ?
Vick: Você sabe a letra ?
Ablon: Dificil não saber, já que você sempre escuta ela e vive cantando pela casa.
Vick: E você sabe cantar ?
Ablon: Não sou o melhor cantor do mundo mas, eu posso tentar.
Vick: Nós adoraríamos – eu me aconcheguei mais nele e coloquei minha mão em cima da sua que estava na minha barriga -
Ablon: This time, this place, misused, mistakes. Too long, too late, who was I to make you wait. - ele cantou baixinho enquanto com uma mão mexia no meu cabelo e a outra continuava alisando minha barriga, eu fechei meus olhos e fiquei curtindo aquele momento, enquanto sua voz soava rouca no meu ouvido -
Ablon narrando
Eu havia ficado muito assustado com o sonho dela, de certa forma sonhos são uma parte do inconsciente querendo se comunicar de alguma jeito, e acredito que com o livro essa comunicação ficou mais forte, em alguma lugar, na cabeça dela, ela se lembrava de tudo, bastava querer.
E eu realmente não sei se eu queria isso, era como uma bomba relógio a ponto de explodir e soltar todas as memórias apagadas, e se acontecesse, sei que ela não daria conta, ninguém daria.
Resolvi cantar para ela e tentar acalmá-la e acalmar a mim também, o que provavelmente não daria muito certo. Só que eu nunca tinha parado para prestar atenção exatamente na letra da musica, até agora.
Ablon: This time, This place, misused, mistakes. Too long, too late, who was I to make you wait. (Esse tempo, esse lugar, desperdícios, erros. Tanto tempo, tão tarde, quem era eu para te fazer esperar ?) - eu cantei enquanto com uma mão mexia no cabelo dela e a outra continuava alisando sua barriga - Just one chance, just one breath, just in case there`s just one left. Cause you know, you know, you know. (Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro, caso reste apenas um. Porque você sabe, você sabe, você sabe). That I love you, I have loved you all along. And I miss you, been far away for far too long. (Eu te amo, eu sempre te amei. E eu sinto sua falta, estive tão longe por muito tempo). I keep dreaming you`ll be with me, and you`ll never go. Stop breathing if, I don`t see you anymore. (Eu continuo sonhando que você estará comigo, e você nunca irá embora. Paro de respirar se, eu não te ver mais ). Com toda a certeza desse mundo – disse para mim mesmo dando uma pausa - On my knees, I`ll ask last chance for one last dance. Cause with you, I`d withstand, All of hell to hold your hand. (De joelhos, eu pedirei uma ultima chance para uma última dança. Porque com você, eu resistiria, a todo o inferno para segurar sua mão) - sorri ao perceber como aquela letra se encaixava bem ao que eu sentia por ela, mal sabia ela que eu já tinha enfrentado o céu e o inferno para ficar ao seu lado -I`d give it all, I`d give for us. Give anything but I won`t give up. `Cause you know, you know, you know. (Eu daria tudo, eu daria tudo por nós. Eu daria qualquer coisa, mas não desistirei. Porque você sabe, você sabe, você sabe). That I love you, I have loved you all along. And I miss you, been far away for far too long. (Eu te amo, eu sempre te amei. E eu sinto sua falta, estive tão longe por muito tempo). I keep dreaming you`ll be with me, and you`ll never go. Stop breathing if, I don`t see you anymore. (Eu continuo sonhando que você estará comigo, e você nunca irá embora. Paro de respirar se eu não te ver mais). So far away, so far away, been far away for far too long. (Tão longe, tão longe, estive tão longe por muito tempo). So far away, so far away, been far away for far too long. But you know, you know, you know. (Tão longe, tão longe, estive tão longe por muito tempo. Mas você sabe, você sabe, você sabe). I wanted, I wanted you to stay. Cause I needed, I need to hear you say. (Eu quis, eu quis que você ficasse. Porque eu precisava, porque eu preciso ouvir você dizer). That I love you, I have loved you all along. And I forgive you, for being away for far too long. (Eu te amo, eu sempre te amei. E eu perdoo você, por ficar tao longe por tanto tempo).So keep breathing, cause I`m not leaving you anymore. Believe it Hold on to me and, never let me go. (Então continue respirando, por que eu não estou te deixando mais. Acredite em mim, segure-se em mim e nunca me solte) – a apertei mais forte em meus braços - Keep breathing, cause I`m not leaving you anymore. Believe it Hold on to me and, never let me go. Keep breathing Hold on to me and, never let me go. Keep breathing Hold on to me and, never let me go. (Continue respirando, por que eu não estou te deixando mais. Acredite em mim, segure-se em mim e nunca me solte. Continue respirando, segure-se em mim e nunca me solte. Continue respirando, segure-se em mim e nunca me solte). Nunca meu amor, nunca, por favor – sussurrei ao terminar a musica -
Ela já tinha a respiração tranquila há muito tempo, estava bem e estava dormindo, resolvi não dormir e zelar pelo sono dela, afinal, eu não precisava, e talvez ela fosse precisar de mim, passei o resto da noite pensando em tudo que havíamos passado, em como a minha vida tinha mudado e como ela mudaria ainda mais daqui em diante, mas de qualquer forma, eu não imaginava minha vida sem a Vick, eu simplesmente não poderia existir.
E isso soava tão clichê, mas era a pura verdade.
Autor(a): Fraanh
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Vick narrando Acordei e Ablon ainda estava abraçado comigo, me espreguicei e virei lentamente, dando de topa com seus olhos. Vick: Já está acordado ? Ablon: Acordei cedo, vou para a empresa. Vick: Hum. Obrigada pela musica, eu tive um sono muito tranquilo, e eu n&a ...
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