Fanfics Brasil - ` Deusα de Pedrα (αdαptαdα)

Fanfic: ` Deusα de Pedrα (αdαptαdα)


Capítulo: 10? Capítulo

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Capitulo IV

Na manhã seguinte, eles deixaram a ilha e foram
para Paris;Ucker era de novo o desconhecido sério e impassível. Havia
se despedido de seus empregados, mas não tomara conhecimento da
presença de Dulce. Era como se a estada na ilha e seu fim traumático
nunca tivessem acontecido.
Dulce estava sentada sozinha no avião,
tentando se distrair com uma revista. Mas o tempo todo tinha diante dos
olhos a expressão de horror de Ucker, ao pensar que ela quisera se
matar. Nunca antes uma mulher havia se desesperado por ter relação
sexual com ele. Ucker a tinha levado de volta para casa, mandando que
uma empregada lhe fizesse companhia pelo resto da noite.
No
aeroporto de Paris, o Rolls-Royce de Ucker os esperava para levá-los à
casa nos arredores, em Aujon. Dulce tratou de sentar no canto, bem
afastada do marido. Ele abriu o barzinho embutido.
— Quer tomar alguma coisa?
— Não obrigada. — Dulce não tentava esconder o ódio que sentia.
Servindo-se de um uísque, Ucker acomodou-se no banco; o silêncio entre eles era tão pesado que podia ser tocado.
Dulce
evitava pensar na casa de Ucker; não importava como ela fosse, queria
achá-la horrível, pois representava a prisão onde deveria ficar pêlos
próximos cinco anos.
Chegaram diante de um enorme portão de ferro
trabalhado, que foi aberto por um empregado solícito; ele cumprimentou
o patrão com alegria. O caminho que se estendia era largo e margeado
por fileiras de árvores altas e frondosas, e levava a um palacete bem
no estilo francês, com uma pequena torre em cada extremidade. O espaço
entre elas era de tijolo à vista, com janelas dispostas a intervalos
regulares, e uma grande porta.


Saindo do carro, Ucker ajudou-a a descer. Depois subiu os degraus
com passos largos, deixando um espaço grande entre ele e ela, que vinha
atrás. Na porta, uma senhora de meia-idade, provavelmente a governanta,
os esperava.
— Esta é a sra. Hernant, minha governanta. — Dirigiu-se à mulher: — Minhas instruções foram seguidas?

Sim, senhor, tudo foi feito conforme o senhor mandou. — A governanta
olhou Dulce de uma maneira estranha, com um toque de triunfo em seus
olhos frios.
Ucker levou Dulce através do hall de mármore e subiu a
escada, cujo corrimão era um trabalho de arte. Chegando em cima, virou
à direita e abriu a porta de uma sala grande e arejada, mobiliada com
peças Luiz XV. Ele permaneceu na porta e fez sinal para que Dulce
entrasse.
— Há um banheiro pegado a esta sala — ele explicou —, e
também o quarto de dormir. Esta suíte é para seu uso pessoal. — Dulce
virou-se depressa, apavorada que ele pudesse ficar por ali, também.

Não se preocupe comigo. — Ucker parecia ter lido os pensamentos dela. —
Não vou voltar a perturbá-la. De agora em diante, nossas relações serão
estritamente as de patrão e empregada. Terá completa liberdade na casa
e arredores e poderá dispor do chofer para ir a Paris sempre que quiser.


— E quanto às obrigações?
— Deve ser minha anfitriã sempre que eu
precisar e deve me acompanhar nas reuniões sociais sempre que for
solicitada. Também deve jantar comigo uma vez ou outra, quando eu
estiver por aqui.
— Depois de uma pausa, ele continuou: — Preciso de seu passaporte.
— Por quê? — Dulce perguntou, desconfiada.

Para provar sua identidade. Como minha esposa pode optar por ser cidadã
francesa; mas acho que, como nosso arranjo é temporário, vai preferir
continuar como súdita britânica, não é? — Dulce confirmou. — Preciso
então notificar as autoridades para que você possa continuar morando na
França.
Dulce hesitou um instante, mas, como não conhecia as leis
francesas, acabou lhe entregando o passaporte. Ucker saiu e ela pôde
examinar melhor seus aposentos; eles ficavam no fundo da casa, e as
janelas se abriam para um jardim muito bem cuidado e cheio de árvores e
flores. A sala onde estava se comunicava com o quarto, decorado com
peças antigas de extremo bom gosto; o banheiro, ao contrário, era
moderno, mas também muito bonito.
Bateram à porta. Quem será?, pensou Dulce. Não seria Ucker de novo. Quanto menos o visse, melhor.


— Entrez — ela disse e a sra. Hermant entrou.
— Desculpe, sra. Uckermann, mas o patrão me disse que a levasse para conhecer a casa toda.
Dulce
se espantou por ser chamada de sra. Uckermann; esse nome não parecia
seu. Seguiu a governanta, que lhe mostrou todos os quartos e salas.
Achou a sala de jantar maravilhosa, com sua mobília pesada, os
candelabros do mais fino cristal, o lustre brilhante. A sra. Hermant
era muito educada e prestativa, mas Dulce tinha a impressão de que ela
se ressentia de sua presença naquela casa. Por que a governanta não
gostava dela? Por acaso teria medo de que Dulce resolvesse dirigir a
casa à sua própria maneira? Para deixar a mulher mais sossegada, ela
disse com um sorriso:
— Obrigada por me mostrar a casa toda; o sr.
Uckermann me contou com que eficiência dirige a casa e o quanto ele
confia em você. Terei que recorrer a você quando precisar de auxílio
para organizar as festas e reuniões que teremos aqui!
Por um momento
a sra. Hermant pareceu surpresa, mas depois a desconfiança fugiu de seu
olhar e suas maneiras ficaram mais naturais e agradáveis.
Voltando
para seus aposentos, Dulce notou que já haviam guardado sua roupa nos
armários. Para dar ao quarto uma aparência mais pessoal, colocou um
porta-retrato de Alfonso sobre a cómoda, pôs os livros na prateleira e
tornou a arrumar algumas gavetas. Encontrou na escrivaninha uma caixa
de papel de carta com suas iniciais gravadas e durante algum tempo se
ocupou escrevendo para o irmão e para Maitê. Não contou a Poncho que
estava casada, mas disse que gostava muito do novo emprego; isso
deixaria o irmão tranquilo. Para Maitê, mandou o endereço e o telefone,
pedindo-lhe que a procurasse na primeira vez que parasse em Paris.


Com as cartas prontas, deu uma volta pelo quarto, parando perto da
janela para apreciar a vista. Não sabia se Ucker pretendia ou não
jantar em casa, mas era melhor se arrumar. Depois de um banho gostoso,
trocou de roupa, se maquilou e penteou os cabelos.
Às sete horas
saiu do quarto. Em toda a parede que acompanhava a escada, havia
retratos de várias pessoas, muito aristocráticas, provavelmente os
ancestrais de Ucker pelo lado da mãe; eles pareciam olhá-la com
desprezo por ser a nova senhora em Aujon e não estar à altura do cargo.
Com um sorriso, Dulce pensou em todas as mulheres que dariam a vida
para ser a sra.Christopher Uckermann. No entanto, não era bom ser
casada com Ucker.
— O sr. Uckermann a está esperando na sala pequena, senhora — a governanta avisou, assim que ela acabou de descer a escada.
Dulce
ficou feliz por não precisar jantar na imensa sala; mas, afinal, a sala
pequena não era tão pequena assim! Ucker estava de pé em frente à
lareira, os olhos acompanhando o movimento rápido das chamas. Quando
ela chegou, ele ordenou que o jantar fosse servido; em seguida foi até
a bandeja com as bebidas e serviu um copo de xerez para Dulce, sem lhe
perguntar se queria.
— A sra. Hermant lhe mostrou a casa toda?

Mostrou, sim; achei-a lindíssima. — A sala ficou em silêncio e, para
quebrá-lo, ela continuou: — Pertence à sua família há muito tempo?

Desde que foi construída. Por algum tempo, durante a Revolução
Francesa, eles foram obrigados a entregá-la, mas felizmente ela não foi
saqueada; mais tarde a família caiu nas boas graças de Napoleão e ela
nos foi devolvida.
O silêncio tornou a encher a sala, mas dessa vez
Dulce não fez nada para quebrá-lo; felizmente, a empregada entrou para
servir o jantar. A mesa não era muito grande e dava, no máximo, para
oito pessoas; mas, sentados um em cada ponta, pareciam muito distantes
e não havia muita chance de conversar, principalmente devido à
movimentação da empregada que entrava e saía.


— Vamos para a biblioteca? — ele sugeriu assim que acabaram de jantar.
Dulce sentou-se no sofá e Ucker se dirigiu ao bar, para servir-se de um conhaque; quando já ia sentar, ela falou:
— Pode me servir também um conhaque, por favor?
Ucker pareceu surpreso, mas serviu-a.
Ele
sentou-se numa poltrona, do outro lado da lareira. Como Ucker estava de
cabeça baixa, olhando para o copo, Dulce aproveitou para observá-lo. De
repente, ele levantou os olhos e seus olhares se encontraram; parecia
que uma corrente elétrica passava de um para o outro. Dulce desviou o
olhar.
— Abri uma conta para você no meu banco; mensalmente uma
quantia será depositada para que a gaste em suas despesas pessoais —
Ele tirou um talão de cheques do bolso e o colocou sobre a mesa, uo
lado dela.
— Não preciso de dinheiro nenhum.
— É a primeira
mulher que ouço dizer isso. — O sorriso de Ucker estava entre irónico e
divertido. — Pode começar a sacar de sua conta imediatamente.
— Não
quero seu dinheiro — Dulce falou, levantando-se. — Se eu precisar de
alguma coisa que não seja necessária para este trabalho, eu mesma posso
comprá-la.
— Não seja boba. Vai precisar de dinheiro na bolsa para pagar pequenas compras, para gorjetas e outras coisas do género.

Preferia descontar esse dinheiro da quantia que lhe devo, assim mais
depressa eu ficaria livre. — Dulce tinha as faces coradas.
Ucker deu
uns passos na direção dela que, por precaução, se afastou para trás;
ele parou há pouca distância e havia ameaça em seus olhos quando falou:

Prometi não tocá-la novamente, Dulce, mas não me force demais, ou então
vai acabar se arrependendo. Enquanto estiver usando meu nome e morar
sob meu teto, eu providencio tudo que você precisar. Está entendido? —
Seu tom de voz não admitia argumentos. — Agora, pegue esse talão de
cheques!


Por um breve instante Dulce continuou em sua atitude de desafio;
depois, pensando bem, viu que não adiantava nada desafiá-lo, pois ele
poderia cumprir suas ameaças. Quando quisesse fazer alguma coisa para
humilhá-lo, teria que fazer em segredo e com muito jeito. Sem dizer uma
palavra, pegou o talão de cheque e saiu da sala, a cabeça erguida.
Para
Dulce, as duas semanas seguintes pareceram dois meses, apesar de quase
não ver Ucker, que tinha ido para a Arábia Saudita por alguns dias.
Quando voltou, ficou praticamente o tempo todo em seu apartamento de
cobertura. Nas duas ocasiões em que veio a Aujon, tinha sido educado,
mas extremamente indiferente. Tudo parecia muito civilizado; Dulce,
porém, sabia que, por trás daqueles modos comedidos e gentis, ele
estava com muita raiva dela, por tê-lo repelido. Consciente de que
tinha que fazer tudo do gosto de Ucker, senão ele se tornaria exigente
como havia sido na ilha, ela tomava o maior cuidado para não
ultrapassar o limite ao demonstrar seu desprezo.
O tempo estava bom
e Dulce teve a oportunidade de explorar os jardins da mansão. Numa
dessas vezes pedira uma cesta à sra. Hermant para poder colher umas
flores e colocá-las na casa. Muito seca a governanta disse que
diariamente o jardineiro mandava flores para a casa e que ela mesma as
arrumavm nos vasos; em todo caso, se a sra. Uckermann não estava
gostando dos arranjos. . . Dulce disse que tudo estava muito bem, e que
nada devia ser modificado.
Para quebrar um pouco a monotonia de seus
dias, Dulce resolveu ir a Paris. Mandou que o chofer a levasse à casa
da tia de Ucker. Quando chegou lá soube que a sra. Frémond tinha ido
viajar e que ficaria com uma amiga em Monte Cario, por um mês.


Então, Dulce decidiu realmente conhecer Paris; veria todos os museus
e galerias de arte, mercados, tudo. Mas até esse prazer ficou
estragado, pois o chofer a acompanhava onde quer que fosse. Ela lhe
disse que preferia ir sozinha, que não se perderia, já que conhecia bem
a cidade; mas o chofer tinha sido insistente e encerrara o assunto
dizendo que cumpria as ordens dadas pelo patrão.
Algumas vezes Dulce
tentou sair de carro sozinha, dirigindo ela mesma. Mas novamente foi
impedida, com a resposta de sempre: o patrão dera ordens de que ela
deveria estar sempre acompanhada. Não demorou muito para Dulce
compreender que, na verdade, ela era uma prisioneira. Embora estivesse
na prisão mais bonita e luxuosa da Europa, não passava de uma
prisioneira.
Duas semanas mais tarde o secretário de Ucker telefonou
dando ordens para que organizasse um jantar para trinta pessoas, para
dali a dois dias. Ela até que ficou feliz por ter alguma coisa para
fazer. Passou horas envolvida com papéis, cardápios e listas de vinhos;
depois que tinha preparado um menu conveniente, chamou a governanta.

O sr. Uckermann deseja dar um jantar para trinta pessoas, depois de
amanhã; gostaria que você desse uma olhada no menu que organizei e que
depois o entregasse ao chefe da cozinha. Mais tarde darei o arranjo dos
lugares à mesa. — Dulce se sentia feliz de poder estar ocupada em
alguma coisa.


A sra. Hermant pegou o papel entre os dedos, mas mal o olhou.

Certamente, senhora, se assim o quer. Mas o sr. Uckermann havia me
avisado sobre esse jantar há alguns dias, e o chefe da cozinha já fez
as compras para o cardápio que eu tinha organizado; na realidade, não
poderia preparar tudo com apenas dois dias de antecedência! Quanto aos
lugares à mesa, o secretário do sr. Uckermann já me manda tudo
resolvido na manhã do dia da festa. Portanto, se a senhora concorda,
peço licença para ir cuidar de tudo. — As maneiras da governanta eram
muito educadas e servis, mas havia um tom indiscutível de vitória e
triunfo em sua voz pausada e firme.
— Já que está tudo resolvido,
acho melhor cuidar do que precisa.— Dulce estava aborrecida por ver que
tudo tinha sido decidido antes mesmo que ela viesse a saber da reunião.


No dia do jantar, de manhã, Dulce foi a Paris para arrumar o cabelo;
como sempre, o chofer a aguardou na sala de espera. Passara a tarde se
preparando para a grande noite, pois o máximo que esperavam dela é que
estivesse bonita, bem-arrumada e que sorrisse para os hóspedes do
marido.
Às sete horas desceu e foi direto para a biblioteca, sem nem
se incomodar de ir ver se tudo estava em ordem, não só na sala de
jantar como na cozinha. Ucker estava sentado em sua escrivaninha e se
levantou quando ela entrou. Não disse nada e Glenda esperou
pacientemente que ele começasse a conversar. Por fim, vendo que ele
permanecia quieto, ela falou:
— Que tal? Estou bem para fazer o papel de sra. Uckermann?
Ucker
continuou a olhá-la por mais algum tempo, observando-a desde seu cabelo
impecável, descendo pelo decote do maravilhoso modelo Givenchy, até
chegar à ponta dos pés, calçados com lindas sandálias douradas de salto
bem alto.


— Está bastante. . . sofisticada. No entanto, ainda está faltando
alguma coisa. —Ucker virou-se e, retirando um quadro da parede, deixou
a porta de um cofre à mostra. Abriu-o e dele retirou uma caixa grande
de veludo preto. Colocou a caixa sobre a mesa e abriu-a; dentro havia
um jogo de colar, pulseira e brincos de esmeralda e brilhantes. Dulce
arregalou os olhos, maravilhada. Nunca tinha visto jóias tão lindas e
ricas como aquelas.
— Acho que ficaria bem se usasse o conjunto. — Ucker retirou as peças do estojo e`entregou-a à esposa.
— Não poderia usá-las! — Dulce se afastou um pouco.
— Por que não?
— Porque devem valer uma fortuna. Nem saberia como usá-las.

Não valem nada, se ficarem fechadas num estojo, dentro de um cofre;
elas foram feitas para ser usadas. Passaram de mão em mão pelas
mulheres da minha família, e agora devem pertencer à minha esposa.
Pareceria muito estranho se você fosse a única mulher na reunião que
não estivesse usando uma jóia!
Então tudo isso fazia parte do papel
que ela tinha naquela casa.Ucker colocou a pulseira em torno do pulso
dela e depois volteou-lhe o pescoço com a corrente finíssima, deixando
a esmeralda brilhar como um berço de brilhantes bem no centro do colo
bonito e sedoso de Dulce. O contato dos dedos de Ucker em seu pescoço
fez com que ela lembrasse, com um arrepio, do contato íntimo que já
tinham experimentado.


— Deixe que eu coloco os brincos — ela disse, tentando ficar longe daquelas mãos que a perturbavam.

É melhor irmos logo para a sala; os convidados já devem estar chegando.
— ucker deu-lhe o braço para levá-la para o salão, onde esperariam os
convidados.
Assim que o primeiro convidado chegou, ucker mudou
completa-mente sua maneira de agir. Deixou de ser o estranho
indiferente, distante e impassível, para se tornar o mais atencioso e
apaixonado dos maridos. Tinha sempre um dos braços em torno da cintura
ou do ombro de Dulce; estava sempre dizendo "querida", "meu amor", à
medida que a ia apresentando para as diferentes pessoas.
A
princípio, Dulce ficou completamente confusa com essa mudança de
tratamento. Depois, compreendendo que também deveria representar a sua
parte, estampou um sorriso feliz no rosto, como se realmente fosse a
esposa bem-amada de Ucker. Entre a chegada de dois grupos de
convidados, quando conseguiu por um segundo ficar sozinha com ele, foi
muito sincera e comentou:
— Meu Deus! Quanto fingimento!

Cuidado, Dulce, alguém pode ouvir você! — Ainda havia um sorriso
carinhoso em seus lábios, mas seus olhos estavam cheios de ameaças.
— E você acha que eu ligo, se alguém nos ouvir?
— Fizemos um trato, está lembrada?
— Mas você não cumpriu a sua parte nele! — Ela tinha um tom de desafio na voz.
Ucker segurou-a um pouco mais perto de si e lhe disse no ouvido, com voz clara e decidida:

Lute quanto quiser comigo, desde que seja em particular. Lembre-se,
Dulce, em público, somos um casal feliz e você é a noiva que me ama
demais! E, claro, eu adoro você! — Ucker disse com extrema ironia. — Te
amo demais! — Para indignação de Dulce, ele se inclinou e beijou-lhe o
ombro descoberto.


Durante o jantar, Dulce ficou numa ponta da mesa e Ucker na outra;
havia muitos convidados e eles estavam tão longe um do outro que não
trocaram uma única palavra.
— Ucker a conservou muito escondida — uma mulher americana, sentada ao lado de Dulce, comentou. — Onde ele a encontrou?

Nós nos conhecemos através do meu irmão, com quem Ucker mantém
negócios. — Dulce ficou encantada em ver como podia dizer isso com voz
firme e natural.
Todos pareciam muito curiosos a respeito dela,
imaginando quem seria aquela moça que tinha conseguido "pescar" um dos
partidos mais cobiçados de toda a Europa. Depois de um certo tempo,
Dulce notou que os convidados pareciam um pouco entediados,
principalmente as mulheres. Os homens, naturalmente, estavam sempre
interessados em falar de negócios e era por isso que estavam lá; tinham
levado suas esposas somente porque elas também haviam sido convidadas.
Quando
as mulheres se retiraram para deixar os homens à vontade, com seus
charutos e conhaque, a conversa parecia ter chegado ao fim; elas se
limitavam a conversar sobre banalidades. E, pelo jeito, várias já
haviam se encontrado em reuniões semelhantes naquela mesma semana.
Dulce teve a sensação de que aquelas mulheres apenas viviam para
participar desses jantares.
Uma ou duas dessas senhoras pareceram um
pouco mais sinceras elogiaram Dulce pelo jantar que havia oferecido.
Mas ela tinha consciência de que muita coisa não saíra como deveria; o
arranjo da mesa estava alto demais, o que obrigava as pessoas a se
inclinarem para poder ver umas às outras; a sobremesa tinha sido fraca;
uma senhora grega estivera sentada entre dois rapazes que não entendiam
nada de grego. . .
Quando os homens novamente se reuniram às
mulheres, ainda houve algumas conversas, mas logo todos começaram a se
despedir. Ucker ficou ao lado de Dulce para as despedidas finais, sua
mão apoiada carinhosamente no ombro dela.


Assim que o último convidado saiu, Ucker mudou o modo de agir e voltou a ser frio e distante.
— Acho que tudo .correu bastante bem — ele comentou.
— Acha mesmo?
— Acho. Afinal de contas, não foi tão assustador assim, não é?
— Nem tinha por que ser! Os hóspedes foram todos muito simpáticos e amáveis. — Dulce frisou bem a palavra "hóspedes".
Por um instante Ucker olhou para ela, mostrando que tinha entendido a indireta; mas resolveu ignorar.
— É melhor ir deitar, deve estar bastante cansada. A sra. Hermant providenciará para que tudo seja posto em ordem.
— Eu já havia lhe dado essa ordem.
— Muito bem. Depois de tirar as jóias, entregue-as à empregada e diga-lhe que as traga para mim.
Dulce
girou sobre os calcanhares e, sem dizer mais nada, deixou-a de pé,
sozinha, no grande hall que pouco antes estava cheio de gente, vozes e
risos.



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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

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  • anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:12

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  • anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:11

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  • anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:11

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