Fanfic: ` Deusα de Pedrα (αdαptαdα)
— Mas não compreende? Ele não estava querendo roubar o dinheiro! —
Dulce estava desesperada. — Poncho pretendia devolvê-lo no dia
seguinte, mas foi enganado por um homem que fugiu com tudo! Ele está
muito arrependido do que fez e eu estou pronta a repor a quantia que
foi tirada; assim, o senhor não terá nada a perder!
— Guarde o seu
dinheiro, srta. Espinoza. Não admito que haja um ladrão entre meus
empregados e quero que seu irmão receba o castigo que merece pelo crime
que cometeu!`
—— Não pode ser tão cruel! — Dulce insistiu. — Poncho é muito criança, tem somente vinte anos. Ele é ainda um garoto.
— Está perdendo tempo, mademoiselle. Seu irmão tem idade bastante para saber o que faz e para enfrentar as consequências de seus atos. E você não o está ajudando, quando tenta tirá-lo das
encrencas em que se mete. Um dia ele terá que enfrentar sozinho o
resultado de suas ações; ele não vai poder passar a vida toda se escondendo atrás da saia da irmã!
Dulce levantou-se desanimada e indignada pela maneira como aquele homem estava destruindo a vida de seu irmão! Ele era insensível a suas súplicas! O cansaço e a raiva
falaram mais forte quando ela o viu aproximar a mão do botão, chamando
alguém para levá-la para fora. Sem pensar no que estava fazendo,
levantou o braço e afastou a mão dele do botão.
— Não vai fazer isso, não! — ela exclamou indignada. — Se acha que esperei durante quatro horas dentro deste monstro de concreto, andando de sala em sala, de andar em andar, só para ouvir o que acabou de dizer, está muito enganado. Pode continuar sendo o todo-poderoso para esse pessoal que trabalha para você, porque todos morrem de medo de vê-lo! Mas eu não tenho medo de você. Não tenho medo de dizer que é ruim, vingativo, desprezível! Acho que é como tem que ser para estar na posição que está, não é? — Agora era a vez de Dulce falar com sarcasmo: — Acho que deveria ter pena de você. Pena por ter que fazer tantos inimigos, desgraçar companhias
pequenas, despedir gente que precisa tanto do emprego! Mas precisou
agir assim para chegar onde está, não é? Aposto que não deve ter um só
amigo no mundo!
Christopher Uckermann limitou-se a apertar as mãos
nos braços da poltrona, seus olhos mais duros do que o aço. Mas ele não
tentou impedi-la de falar nem apertou o botão chamando alguém para levá-la para fora.
Apenas a olhava enquanto Dulce continuava a atacá-lo, agora
completamente tomada pela raiva, cansaço, desespero.
— Meu irmão cometeu um erro, sei disso. Mas você está se vingando de uma maneira cruel, arruinando a vida toda dele, quando ele mal começou a viver! Mas se pensa que vou ficar de braços cruzados esperando que isso aconteça, está muito enganado! Vou contratar o melhor advogado de Paris para defendê-lo e vou fazer o possível para que seu nome sr.
Uckermann, seja levado para a lama! Juro que vou fazer isso! — Dulce
tremia, as lágrimas lhe escorrendo pelo rosto; fechou as mãos, querendo
atingi-lo no rosto. Como gostaria de ser homem, para dar um soco naquele homem intransigente. — Se ter
dinheiro significa ser o que você é, peço a Deus que jamais tenha nada.
— Engolindo as lágrimas e com muita altivez, ela concluiu: — Agora pode
apertar essa campainha e chamar seu empre¬gado para me levar embora. Já
disse tudo o que pretendia.
imediatamente, mas ele permaneceu sentado, quieto. Depois, com bastante calma, Christopher Uckermann se manifestou:
— É muito. . . leal, mademoiselle Espinoza.
De repente, a raiva a abandonou e Dulce sentiu-se imensamente cansada; colocou a mão na testa, pois sua cabeça doía e latejava.
— Poncho é tudo que tenho na vida!
Christopher Uckermann se inclinou na cadeira, perguntando:
— Voou para cá hoje de manhã?
— Sim. Soube de Poncho assim que aterrissamos e vim direto para cá.
— Aterrissamos? — Christopher Uckermann indagou sem compreender.
— Estive trabalhando no voo noturno que partiu de Hong Kong.
— Virando-se, ela se encaminhou para a porta. — Vou embora agora.— Estava tão zonza que parecia não ter muita direção.
Num instante, ele estava perto dela, ajudando-a a se manter; Dulce tentou livrar-se do braço que a segurava.
— Já disse que estou indo embora, não precisa me pôr para fora!
— Havia amargura em sua voz.
— Quando foi a última vez que comeu? —Christopher perguntou sem soltá-la.
— Que diferença isto lhe faz?
—
Eu ia tomar um lanche, quando me avisaram que você queria falar comigo.
Acho melhor me fazer companhia, antes que caia desmaiada por falta de comida.
— Comer com você? Preferia comer com uma cobra! — Novamente ela tentou se livrar, mas ele a segurava com firmeza.
— Poderia aproveitar o tempo para me dizer como seu irmão conseguiu se meter nessa enrascada.
Dulce
ficou tão surpresa que perdeu o jeito. Olhando para ele, viu que a
dureza e indiferença haviam deixado seus olhos, substituídas por um
brilho de divertimento. Muito espantada para reagir, ela se deixou levar para o
outro lado dn sala, para uma porta que dava no elevador particular.
Em poucos segundos as portas do elevador se abriram e ela se viu no apartamento de cobertura. Que lugar maravilhoso. Todo decorado em tons de verde-musgo, com a mobília moderna e bastante confortável. Havia lindos quadros de autores famosos cobrindo as paredes e a um canto um magnífico aparelho de som, de encontro a uma parede repleta de prateleiras com livros, discos e fitas cassetes.
—
Se quiser se refrescar um pouco, há um banheiro logo ali à direita —
Christopher Uckermann lhe indicou. — O lanche será servido em dez
minutos.
— Obrigada. — Dulce mal podia acreditar aquela mudança de atitude.
Ela
atravessou a sala e entrou pela porta indicada; saiu num quarto
bastante masculino que, deduziu, devia ser o dele. A cama era enorme.
Não resistindo à curiosidade, Dulce resolveu olhar e viu que os lençóis
eram de cetim preto. Minha nossa! Que espécie de divertimento ele tinha naquele apartamento? Provavelmente, não era para
lá que ele levava a esposa. Provavelmente ali era o lugar das
"secretárias" ou "primas", com certeza sempre lindas e sensuais.
O banheiro era tão suntuoso, que ela quase perdeu o fôlego. Havia uma banheira enorme, de mármore, tão grande que dava para três pessoas! E espelhos espalhados por todos os lados! Será que estava no ninho de um sedutor? Não era essa a imagem que tinha feito dele!
Dulce lavou o rosto e as mãos, e retocou a maquilagem, intrigada com a súbita mudança de atitude de Christopher Uckermann. Ela tinha até gritado com ele! Será que apesar
disso estava disposto a dar uma segunda chance a Poncho? Bem, pelo
menos ele tinha dito que iria escutá-la.
Acabando de arrumar os cabelos, Dulce tratou de retornar à sala. Não pôde deixar de sentir-se como um boxeador que volta para o segundo round da luta, após quase ter sido nocauteado no primeiro.
Capitulo II
Havia uma mesinha arrumada para o lanche, próxima
à grande janela que dava para o jardim. As portas estavam fechadas
porque era início de primavera e ainda soprava um ventinho frio.
Christopher
Uckermann levou Dulce até uma das cadeiras e, para surpresa dela,
começou a servi-la. Ela estranhou esse procedimento, já que ele deveria
ter milhões de empregados para fazer isso. O espanto deve ter sido notado, pois logo ele explicou:
_
Normalmente tomo um lanche leve a essa hora e acho mais fácil e rápido
eu mesmo me servir. — Ele se sentou em frente a ela e colocou vinho nos
dois copos.
Dulce reparou que o vinho era de marca famosa, de que já tinha ouvido falar mas nunca tivera condições de experimentar, por causa do preço.
— Espero que goste do vinho — Christopher comentou.
— Maravilhoso! O melhor que já experimentei; é melhor ainda do que eu podia imaginar.
— Conhece vinhos? — Christopher parecia interessado.
—Todas as comissárias de bordo têm que fazer um curso sobre comidas e bebidas, antes de serem admitidas para trabalhar em rotas internacionais.
— Espero então que também aprove a escolha que fiz para a comida.
Começaram a almoçar, primeiro em silêncio depois, Marc iniciou a conversa.
— Seu irmão conseguiu emprego na minha organização porque podia falar tanto francês como grego. Você também domina o grego?
— Sim moramos em Atenas durante quase três anos.
Christopher
Uckermann olhou-a com expressão interrogativa e Dulce achou melhor lhe
contar à respeito do pai e dos vários lugares do mundo iinde tinha
vivido. Ele parecia muito interessado no que ela dizia.
— Gosta de trabalhar como aeromoça?
—
Adoro! — Dulce respondeu, não escondendo o entusiasmo que tinha por sua
profissão. — Sinto-me muito bem, tenho uma incrível sensação de liberdade! Parece que quebro todas as leis da gravidade e do tempo!
Ela teria continuado a falar, pois realmente sentia-se muito feliz
com a profissão, mas notou que Christopher franziu as sobrancelhas;
será que o tinha aborrecido? Achou melhor mudar de assunto.
— Disse que poderíamos aproveitar a hora do almoço para falar sobre Poncho... — Dulce começou, um pouco nervosa.
— É muito persistente, mademoiselle.
Seu tom de voz era frio, mas mesmo assim Dulce sentiu-se encorajada a prosseguir.
Contou-lhe como tudo tinha acontecido. Quando terminou, já haviam
tomado o café e Christopher acendera um cigarro. Durante alguns
instantes ele ficou quieto, sem olhar para ela.
— Mademoiselle Espinoza, sabe qual a quantia que seu irmão. . . "emprestou"?
— Não. Eu tinha tanta coisa para saber, que acabei esquecendo de perguntar a Poncho. Mas tenho economias e posso muito bem. . .
Christopher interrompeu-a bruscamente:
— Foram cem mil francos. . . ou seja, dez mil libras!
Dulce
ficou tonta, como se tivesse levado um golpe na cabeça; seu coração
começou a bater mais depressa e seu sangue parecia ter congelado nas
veias. Ela não fazia ideia de que fosse uma quantia tfto grande! Pensou que fossem apenas algumas centenas de libras!
— Pensei que fosse uma quantia bem menor! — ela conseguiu falar.
— Acho que seu irmão não dá muito valor para o dinheiro! Pelo jeito, você não dispõe dessa quantia para repor, não é?
— Tem razão. Não tenho mesmo. — Dulce baixou os olhos, nem saber o que dizer.
—
Disse que seu irmão é tudo o que tem no mundo. . . Não existe, então,
mais ninguém a quem possa pedir essa quantia emprestada? Um parente? Um
amigo?
— Acho que não tenho ninguém a quem pudesse pedir.
— Talvez seu namorado? Ou noivo?
Dulce ficou pensando em derick; mas como poderia pedir a ele, se o
conhecia há tão pouco tempo? Mesmo que ele tivesse essa quantia tão
grande e estivesse disposto a emprestá-la, isso não traria uma
submissão muito grande no futuro? Com tristeza, acenou com a cabeça,
negando.
— Nesse caso, mademoiselle, acho que me fez perder tempo.
Não pode esperar que eu retire a queixa contra seu irmão, quando não
existe nenhuma possibilidade dessa soma me ser devolvida, não é?
Dulce virou-se para ele com súplica no olhar.
— Se me der um pouco de tempo, prometo que lhe pagarei tudo! — Mas ela podia notar que o olhar de Christopher estava duro novamente. Meu Deus. Será que esse homem é
insensível e não se emociona com o desespero dos outros? — Por favor,
sr. Uckermann, não deixe que meu irmão fique preso. Por favor!
Sem olhar diretamente para ela, Christopher apagou o cigarro e respondeu:
— Há, talvez, um jeito. . .
— Mesmo? — Dulce já estava animada de novo, vislumbrando uma possibilidade de salvar o irmão.
— Essa garantia poderia ser-me devolvida dentro de um determinado espaço de tempo — Christopher disse misteriosamente.
—
Quer dizer que vai permitir que Poncho reponha o dinheiro descontando-o
do próprio salário? Isso seria maravilhoso! Oh, sr. Uckermann, nem sei
corno lhe agradecer. . .
— Não foi isso o que eu quis dizer, mademoiselle. Não pretendo
conservar seu irmão como meu empregado; não seria justo para os outros,
que nunca pensaram em "emprestar" dinheiro da firma. —-Ele levantou-se,
foi até o bar, serviu-se de conhaque e voltou para a mesa. — Não, mademoiselle Espinoza. O que
pensei foi que você poderia pagar o que ele me deve; para isso,
ocuparia uma posição vaga na minha organização.
— Eu? Está me
oferecendo um emprego? — Ela estava atónita. Sabia que Christopher
Uckermann tinha negócios no mundo todo, mas não sabia que ele tinha uma
companhia de aviação. Ou, talvez, ele tivesse um avião particular e quisesse utilizar seus serviços como comissária. — Precisa de uma aeromoça?
—
Não exatamente. É melhor que eu me explique. — Ele recostou-se na
cadeira e continuou: — Na minha posição, tenho que receber muito e meus
convidados vêm de várias partes do mundo. Mas seria muito útil ter uma pessoa habilitada
a recebê-los, que falasse várias línguas e que soubesse lidar com
pessoas de gabarito, pelo que me contou do seu passado, acho que está capacitada para o cargo. Que tal,mademoiselle?
— Então, eu teria que desistir. . . de voar?
— Claro! Preciso de uma pessoa que faça o papel da minha anfitriã.
— Eu seria uma espécie de secretária social?
— Muito mais que isso, `mademoiselle — Christopher falava em tom
seco e indiferente. — A posição que estou lhe oferecendo é a de minha esposa.
Dulce não podia acreditar nos próprios ouvidos. Ficou olhando pira a figura calma e fria sentada à sua frente.
— Poderia repetir o que disse, por favor?
— Pedi-lhe que seja minha esposa. — A voz continuava fria e sem emoção.
Autor(a): lovedyc
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— Pedi-lhe que seja minha esposa. — A voz continuava fria e sem emoção.- Mas. . . deve haver milhares de mulheres que dariam a vida pina serem sua esposa! — Ela estava boba. Por que ele lhe propu¬nha uma coisa tão absurda? — Você nem me conhece!— Já sei o suficiente a seu respeito para saber que está ...
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:12
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:11
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:11
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:11
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:10
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:10
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:09
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:09
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:09
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anjodoce Postado em 16/05/2010 - 02:50:08
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