Fanfic: Seduzida por vingança Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

As mãos de Alfonso apertaram o volante quando chegou ao endereço que lhe fora dado.

— O Sr. Portilla não veio ao escritório hoje — haviam lhe dito quando invadira o Portilla Mortgages meia hora antes e exigira ver Alistair Portilla. A princípio, a recepcionista se recusara a dizer a Alfonso onde Portilla estaria, sem dúvida percebendo o ódio no olhar do jovem atormentado diante de sua escrivaninha. Mas a declaração ironicamente verdadeira de Alfonso, de que tinha um assunto urgente com o patrão dela referente à morte trágica de um associado nos negócios, finalmente a fizera fornecer a informação que ele queria. O Sr. Portilla e sua mulher estavam visitando a nova casa deles em construção no exclusivo subúrbio de Belleview Hill, em Sidney.

Fazendo um esforço, Alfonso sorrira e a funcionária escrevera o endereço. Não estava sorrindo agora, a bile amarga lhe enchendo a boca enquanto observava o que seria obviamente uma luxuosa mansão.

Impressionante o que se podia comprar com o dinheiro alheio! Alfonso virou o volante do velho carro enferrujado em direção à entrada de cascalho e dirigiu até a entrada da frente da casa de três pavimentos.

O arcabouço da casa estava pronto, o telhado colocado e os degraus que levavam ao pórtico instalado.

Um homem de meia-idade, vestido num terno soberbo, feito sob medida, estava em pé na varanda, uma loura de pernas longas ao lado dele.

Obviamente a esposa troféu de Portilla. Alfonso não parou para pensar, as emoções explodindo a visão do homem cuja ganância levara seu pai ao desespero e ao suicídio.

O ódio o fez sair do carro, as mãos curvadas em punhos enfurecidos enquanto subia correndo os degraus. — Alistair Portilla! — chamou enquanto subia.

Olhos cinzentos e frios o avaliaram. Portilla não parecia nem um pouco perturbado pela aproximação agressiva de Alfonso.

— Sim. Em que posso ajudá-lo?

Alfonso não conseguia acreditar na despreocupação do homem. Não via que o visitante tinha assassinato nos olhos? Alfonso resistiu ao impulso de esmurrar Portilla bem ali. Primeiro, queria que o canalha soubesse quem era e por que havia ido lá. — Pensei que você gostaria de saber que meu pai se matou semana passada.

As sobrancelhas de Portilla arquearam. — E seu pai é? — Keith Herrera. — Este nome nada significa para mim.

Não conheço nenhum Keith Herrera. Meu Deus, ele nem mesmo reconhecia o nome de seu pai!

No entanto, Alfonso sabia que seu pai... tímido, mas orgulhoso... Havia procurado Portilla pessoalmente e lhe implorado por mais tempo para pagar o empréstimo.

— Você o conhecia bem o bastante para deixá-lo fazer duas hipotecas sobre a fazenda — disse Alfonso, os dentes cerrados, — quando ele não tinha meios para pagar. Não tinha gado, colheitas, rendas. A seca de dez anos cuidara disso, mas a terra era valiosa, não era? Então você deliberadamente permitiu que ele se endividasse e então apenas a tomou! — Meu jovem, não obrigo pessoas a fazerem hipotecas.

— Não devia concordar em emprestar dinheiro quando sabe que as pessoas não podem pagar — retrucou Alfonso com veemência. — Fiz uma investigação sobre a Portilla Mortgages e este é o seu modo operante. Portilla nem piscou. — Não fiz nada ilegal. O erro foi do seu pai. Ele devia ter vendido sua propriedade e não pedir dinheiro emprestado. — Mas as terras estavam na família há gerações! Ele não sabia fazer mais nada, apenas cuidar da fazenda. — Isto não é culpa minha.

— Mas é culpa sua, e de homens como você. Sem sentimentos, sem compaixão, tudo o que lhes importa é ganhar dinheiro. — Há pouco espaço para compaixão nos negócios, filho.

— Não me chame de filho, seu bastardo ganancioso! — exclamou Alfonso, uma onda vermelha de dor fazendo-o se lançar em direção ao homem mais velho. A esposa troféu se atirou na frente de Portilla, fazendo Alfonso parar.

— Não! — exclamou ela, as mãos se erguendo para afastar os punhos de Alfonso. — Vai apenas piorar tudo e não trará seu pai de volta.

Ele olhou dentro dos impressionantes olhos verdes e viu que ela realmente também não tinha compaixão.

Estava apenas protegendo seu estilo de vida.

As sementes de uma vingança diferente foram plantadas na alma de Alfonso naquele momento; uma vingança que seria muito mais satisfatória que assassinato.

Afastando-se dela, Alfonso se virou e desceu os degraus. Quando chegou ao fim da escada, voltou-se e encarou Portilla.

— Um dia — ameaçou, os olhos tão duros como o coração —, um dia, vou destruir você. Prometo sobre o túmulo de meu pai que não descansarei enquanto não lhe tomar tudo o que lhe é mais querido, do mesmo jeito que você tomou tudo dele!