Fanfic: Seduzida por vingança Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Presumira, quando vira seu terno caro, que havia sido enviado pelo banco que tomara a casa, mas agora, que o via melhor, mudou de idéia.

Não parecia nem um pouco um banqueiro. Seus cabelos espessos, ondulados, eram usados num corte longo demais para aquela profissão, chegando até o colarinho nas costas.

Havia também alguma coisa decididamente não conservadora sobre suas feições fortes. Se não estava enganada, seu nariz havia sido quebrado em algum momento. E havia uma indicação de alguma coisa indomada em torno da linha forte do maxilar.

Se vestisse roupas menos elegantes, pensaria que fazia alguma coisa física para viver. Física e perigosa. Um campeão de boxe, talvez. Ou um pirata.

— Lamento fazê-lo esperar — desculpou-se polidamente quando chegou ao último degrau. Alfonso quase riu.

Ela não lamentava nada. Mulheres como ela pensavam que o mundo era delas.

É claro, ser rica e bela era uma combinação poderosa.

Embora, possivelmente, agora que a situação financeira de seu amoroso pai mudara, tivesse que se apoiar mais na beleza.

Alfonso se irritou ao perceber que a achava tão atraente com roupas como sem elas, embora aquela imagem nua não estivesse longe de sua mente.

Também o irritava perceber que era fantástica sem nenhum dos artifícios que eram as armas comuns daquela espécie de mulher rica.

Não havia um traço de maquiagem no rosto adorável, sem mencionar seus mais do que adoráveis olhos verdes.

Não tivera a certeza de que seriam belos? É claro, eram os olhos da mãe dela.

Estudou-a cuidadosamente e tentou descobrir o que havia herdado do pai, além do ar natural de reserva. — E você é? — perguntou ela friamente enquanto estendia a mão direita para cumprimentá-lo. — Herrera — resmungou ele, controlando-se enquanto lhe apertava a mão.

Tocá-la de qualquer forma, modo ou maneira, podia ser perigoso, assim ele manteve qualquer contato o mais breve possível. — Alfonso Herrera. — Este nome não me é desconhecido — disse ela, uma ruga delicada se formando em sua testa. — Já nos conhecemos? — Não. —Achei que não — pensou ela em voz alta. — Mas... — a ruga desapareceu de repente, substituída por um sorriso que fez as entranhas de Alfonso darem um nó.

— Agora sei quem você é — disse ela com um relâmpago de reconhecimento. — Você é o Herrera de todas aquelas placas de "Vende-se" em torno de Sidney. Você é Herrera Real Estate. — Sou eu — ele admitiu.

— Então foi contratado para vender a casa. — Não.

Ela pareceu desconcertada. — Não compreendo. Se você não é um agente de imobiliária, então por que está aqui? — Estou aqui, srta. Portilla — disse ele, a boca se curvando na antecipação de seu momento de triunfo —, não para vender esta casa, mas para tomar posse dela.

Comprei-a a uma hora, então é minha, assim como tudo o que está dentro dela. Mais uma vez, a satisfação lhe foi negada. Porque ela não pareceu arrasada, apenas surpreendida.

— Céus! Isto foi rápido. Conseguiu um bom preço? — Paguei o preço de mercado — disse ele, um pouco seco.

Por que ela não estava mais aborrecida? A resposta era óbvia: porque já sabia sobre a retomada da casa pelo banco e sua provável venda.

Por quê? Porque ainda estava em contato com o pai amoroso. — Mmm — disse ela —, pensei que o banco a venderia em leilão. Mas isto não tem importância.

Minha única preocupação é remover minhas coisas pessoais. — Por que não as tirou antes? — perguntou ele, abrupto. — Teria tirado se conhecesse a situação.

Mas não conhecia. Estive no exterior nos últimos meses. Quando mamãe entrou em contato comigo e me contou o que acontecera, voltei imediatamente.

Meu avião pousou muito cedo esta manhã. Realmente não achei que fosse criar problemas se viesse aqui pegar minhas coisas.

Não pretendia demorar, mas estava tão cansada depois do vôo que não resisti e dormi um pouco.

— Compreendo — disse ele.

Agora sabia por que ela não aparecia nos noticiários ultimamente. Estava no exterior. Provavelmente passeando pelos diversos pontos de diversão dos ricos e famosos: St. Moritz, a Riviera francesa, talvez as ilhas gregas?

A pele dela tinha aquela cor de mel quente que indicava uma vida de prazeres ao sol. — Escute, não vou demorar a embalar o que quero — continuou ela, apressada. — Prometo não levar nada que não devo. A prata da casa está a salvo, garanto — terminou ela com outro daqueles sorrisos que lhe davam nó nas entranhas.

Maldição, o que havia naquela criatura que o atraía tanto? Queria odiá-la, mas estava achando isto malditamente difícil.

Alfonso prometeu que tentaria com mais vigor. — Você obviamente ainda tem um conjunto das chaves da casa — disse ele asperamente. — Prometo deixá-las aqui.

Podemos combinar um lugar de esconderijo. — Acho que não, srta. Portilla. Ficarei aqui até você sair. Assim pode me entregar as chaves pessoalmente.

Ela deu de ombros num primeiro sinal de irritação. — Se você insiste. — Insisto. — Pode demorar bastante — disse ela. — Tenho que entrar em contato com uma amiga e pedir que ela venha até aqui de carro.

Tenho muitas roupas e apenas duas malas. — Está tudo bem. Eu espero. Os lábios daquela boca muito bonita se fecharam. — Você está sendo ridículo, sabia? — Estou sendo cuidadoso.

— Só quero o que é meu de direito.

— Eu também. Paguei vinte milhões de dólares pelo privilégio.

— Vinte milhões! Uau! E eu pensando que você era um oportunista ganancioso. Alfonso se esticou no seu 1,90m. — Não tiro vantagem dos infortúnios das pessoas — disse ele, insultado pela observação.

— Neste caso deveria compreender melhor minha situação — disse ela — e ser um pouco mais conciliador.

Quero dizer, não está se mudando para cá neste minuto, está? — Não. — Então, qual é o seu problema? — disse ela, os olhos verdes brilhando. — Certamente não acha que vou tirar tudo da casa. — Não tenho idéia do que possa fazer srta. Portilla.

Não a conheço. As mãos dela encontraram os quadris. — Então por que tem tanta aversão por mim? — Não tenho — mentiu ele. — Huh!

Sempre sei quando alguém não gosta de mim e você não gosta de mim, Sr. Herrera. — Você está imaginando coisas — disse ele. — Se estou, então só Deus sabe como conseguiu ter tanto sucesso no seu trabalho.

Sempre pensei que vendedores de imóveis eram especialistas em charme. Você parece ter deixado o seu lá fora.

O sorriso de Alfonso foi cauteloso. —Aah, mas não estou tentando lhe vender nada, srta. Portilla. — Oh, pelo amor de Deus, me chame de Anahí. — Se você insiste. — Eu insisto. — As mãos dela caíram dos quadris enquanto um suspiro exasperado lhe escapou dos lábios.

— Escute, compreendo que você deve ter tido um choque ao encontrar alguém em sua nova casa, especialmente sem saber quem eu sou.

Afinal, você não sabia que era eu, sabia? — Não — respondeu ele, sua mente voltando de novo para a visão dela naquele chuveiro. Seu corpo também começou a se lembrar. Alfonso limpou a garganta e abotoou depressa o paletó.

— Pensei que você era uma sem-teto que invadira a casa. — E quando descobriu que não sou? — O que quer dizer?

— Ainda assim, você continuou zangado. Quando desci, você me olhou como se eu fosse algum tipo de verme.

Isto foi porque eu a queria, nua de novo, debaixo de mim, por horas e horas. E ainda quero. O desconforto de sua crescente excitação tornou Alfonso brutalmente consciente de que continuar na provocante companhia dela por mais tempo que o necessário era masoquismo ao extremo. Precisava sair dali, e logo.

— Agora você realmente está imaginando coisas — disse ele. — Mas tem razão — acrescentou, com um daqueles calorosos, cativantes sorrisos que reservava para suas clientes mulheres.

— Estou sendo ridículo sobre isto. Então, por favor... leve o tempo que quiser empacotando suas coisas e fique mais uma noite, se precisar.

Pode deixar as chaves na filial de Bondi da Herrera Real Estate a qualquer hora amanhã. Ela pareceu atônita com a mudança súbita. ALfonso compreendeu que aquele momento em que ela ficou incapaz de falar era a hora certa de partir.

— Adeus, srta. Portilla — disse ele com um leve aceno da cabeça. — Foi um prazer conhecê-la.

— Ainda não sei o que eu fiz ou disse que o fez mudar de idéia — disse Anahí a Kara enquanto levavam outro carregamento de roupas para o carro de Kara. Eram 11:00 hora da manhã seguinte e Anahí aceitara o convite de Alfonso Herrera para ficar mais uma noite.

— Num segundo, ele passou da hostilidade para a gentileza — continuou ela. — Então disse que tinha sido um prazer me conhecer! Eu lhe digo, jamais fiquei tão perplexa em toda a minha vida. Kara lançou-lhe um olhar indagador. — Você ficou atraída por ele, não ficou?

— Você está brincando! Ele foi o homem mais grosseiro que já conheci.

— Sim — disse Kara, sem dar atenção à negativa da melhor amiga —, você ficou atraída por ele.