Fanfic: Loucamente Sua | Tema: Vondy

O coração de Dulce parou e suas pernas pareciam tremer. Ela sentia como se aqueles olhos a penetrassem; eram exatamente como os de seu pai falecido, mas muito mais surpreendentes porque estavam em rosto típico de origem basca.

Christopher Uckermann, fonte de fascinação e origem das desilusões de Dulce em sua adolescência. Christopher, conversa mole e persuasivo. Ele ficou ali como se não notasse o tumulto que causou, ou ainda como se notasse, porém simplesmente não se importasse. Dulce partiu havia dez anos, mas certas coisas obviamente não tinham mudado. Christopher havia encorpado e seus traços amadureceram, mas sua presença ainda chamava atenção.

Todas as garotas da cidade eram alertadas para que ficassem longe dos irmãos, mas a maioria delas sucumbia facilmente ao charme deles e se atiravam pra cima "daqueles garotos". Christopher ganhou a reputação de tirar a virgindade de todas as meninas da cidade. Mas ele não havia encantado Dulce. Ao contrário do que todos acreditavam, ela não tinha transado com ele. Ele não tinha tirado a virgindade dela. Tecnicamente não.

- Amém - disseram todos os presentes ao mesmo tempo.

- Sim, amém - disse Dulce sentindo - se um pouco culpada por seus pensamentos durante uma oração a Deus. Ela olhou por cima dos óculos escuros em direção a Christopher e viu seus lábio se moverem enquanto ele fazia, num movimento rápido, o sinal da cruz. Ele era católico, claro, como as outras famílias da região. Ainda assim parecia um sacrilégio ver um motoqueiro como ele, uma imagem tão sensual agindo como se fosse padre. Depois disso como se ele tivesse o dia inteiro, olhou para Dulce da altura de seu casaco até seu rosto. Por um instante houve um brilho em seus olhos, mas no instante seguinte o brilho sumiu e o rapaz voltou sua atenção para uma loira com leve vestido rosa ao lado dele. Ela ficou na ponta dos pés e sussurrou algo em seu ouvido.

As pessoas de luto se amontoaram em volta de Dulce e sua mãe, e ela perdeu Christopher de vista. Sorria e apertava mãos, odiando cada minuto em que eles a examinavam de perto. Ela queria ficar sozinha. Queria ficar sozinha para que pudesse pensar sobre Fernando antes de terem se decepcionado tanto um com o outro.

O ruído prolongado da Harley de Christopher chamou sua atenção e ela olhou para o lado. Ele tentou ligar o motor duas vezes depois fez uma curva em forma de U e acelerou. As sombrancelhas de Dulce e abaixarma enquanto o via passar rapidamente; seus olhos focaram na loira grudada em suas costas como uma ventosa. Ele pegou uma mulher no funeral de Fernando; escolheu - a como se tivese num bar. Dulce não a reconheceu mas ela não estava surpresa em ver uma mulher saindo do enterro com Christopher. Nada para ele era sagrado. Ele não tinha limites.

- Estou tão feliz que está em casa - Blanca disse interrompendo os pensamentos de Dulce, enquanto o carro saia do Cemitério e ia em direção a estrada 55.

Ao chegarem em casa, Dulce se sentou na grande cadeira de couro e ficou surpresa ao ver uma foto dela na escrivaninha. Ela se lembrou do dia em que Fernando tirou a foto. Foi o dia me sua vida inteira tinha mudado. Ela tinha sete anos e sua mãe tinha acabado de se casar com Fernando. Era o dia em que ela tinha deixado uma casa térrea no suburbio de Las vegas e, depois de um curto voo, se mudado para uma casa estilo vitoriano de três andares em Truly.

Em poucas horas, Dulce havia deixado a pobreza e pousado num conto de fadas. sua mãe estava feliz e Dulce se sentia como uma princesa. Enaquele dia, sentada nos degraus num vestido branco com franzidos que sua mãe havia lhe forado a usar, ela tinha se apaixonado por Fernando Savinon. Ele era mais velho que os outros homens que passaram pela vida de sua mãe - e mais legal também. Ele nao gritava com Dulce e nao fazia sua mãe chorar. Ele fazia com que ela se sentisse segura, sensaão que ela tivera poucas vezes na vida. Ele a adotou e era o único pai que teve. Por esse motivos ela amou Fernando e sempre o amará.

Também foi a primeira vez que viu Christopher Uckermann. Ele saiu dos arbustos do jardim de Fernando, seus olhos acinzentados cheios de ódio, suas bochechas estampadas de raiva. Ele a assustou, e ainda assim ela ficou fascinada por ele. Christopher era um garoto bonito, cabelos castanhos claros, pele lisa e bronzeada e olhos cor de fumaça.

- Mantenha - se longe dele! - Fernando disse enquanto viu o menino partir, com o queixo empinado e a coluna reta.

Não era a última vez que ele a alertava para se manter longe de Christopher, mas, anos depois, ela chegou a conclusão de que gostaria de ter dado ouvidos para aquele aviso.

Continua...............