Fanfics Brasil - Capítulo 19 A aposta (Continuação)

Fanfic: A aposta (Continuação) | Tema: Fátima Bernardes William Bonner


Capítulo: Capítulo 19

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Deitados na cama de Fátima, os dois estavam suados, exaustos e saciados. Já passava das cinco da manhã. Completamente nu, William estava de barriga pra cima, com o corpo descoberto pelos lençóis. Apoiava a cabeça com a mão direita, enquanto a mão esquerda repousava sobre sua barriga. Pensativo e sem sono, ele olhava para o teto. Fátima, por sua vez, estava deitada de bruços. O lençol cobria apenas seu bumbum. Suas costas estavam despidas, o cabelo jogado de lado e os seios esmagados entre o corpo dela e a cama. Cruzou as mãos embaixo da cabeça e ficou deitada, com a cabeça virada para William, mas seu olhar vagava completamente perdido. Estava um silêncio absoluto no quarto, apenas o som dos grilos em um coro sincrônico ressoavam no quarto, bem distante. William girou a cabeça para o lado e olhou para Fátima, que retribuiu o olhar. Ele sorriu pra ela e acariciou seu queixo. Fátima ficou imóvel, apenas fechou os olhos e respirou fundo.


                - Um milhão pelos seus pensamentos! – ele perguntou calmamente, sorrindo.


Fátima abriu os olhos e olhou pra ele. Sorriu com o canto da boca.


                - Não estão à venda.


Ele riu.


                - Algum deles me inclui? – ele questionou, curioso e com um olhar brincalhão.


                - Isso você nunca vai saber... – ela riu novamente, levantando o corpo, se apoiando em seus cotovelos e coçando a cabeça. O braço esquerdo impedia que William visse seus seios, de onde ele estava.


William girou a cabeça e voltou a olhar para o teto. Fátima refletia em silêncio, ao lado dele.


                - O que foi que a gente fez, William? Confusa é pouco para o que eu tô...


Ele girou o corpo todo para o lado dela. Sentiu uma vontade de acariciar suas costas nuas, mas temeu que ela interpretasse mal sua carícia em um momento que ela tentava falar sério. Reprimiu sua vontade e tentou pensar racionalmente a respeito daquela conversa.


                - Você está arrependida? – ele engoliu seco, com medo que ela tivesse. Arrependimento era algo que JAMAIS percorria a mente de William naquele momento. Faria um milhão de vezes tudo de novo, se pudesse. Ele teve com Fátima o melhor sexo que já havia feito em toda sua vida. Foi um misto de desejo, tesão, excitação, curiosidade e uma vontade louca reprimida há tempos. Ela olhou pra ele e respondeu, decidida:


                - Não. Não me arrependo de nada.


                - Faria tudo de novo?


                - Sim.


William sentiu um alívio percorrer-lhe por inteiro. Era um bom sinal. Reciprocidade era sempre um bom sinal.


                - Se te ajuda a ficar menos confusa, eu também não me arrependo jamais. – ele pausou, mas prosseguiu. O coração dele pediu que ele falasse. – Você é incrível. A mulher mais incrível que já esteve comigo, é... eu diria que... “nessas” circunstâncias. O que eu senti com você aqui hoje, eu não senti com ninguém, nunca. Obrigado por confiar em mim.


Fátima respirou fundo. Não estava preparada pra ouvir aquilo, não naquela hora. O coração dela palpitou e ela tentou disfarçar loucamente a comoção por ter tomado conhecimento de que fora a melhor mulher na vida de alguém, sexualmente falando. Apesar de encarar com uma pontada de machismo aquela afirmação dele, ela sentiu sinceridade em William. Ela achou que, de alguma forma, até mesmo sem perceber, ele foi sensível e delicado.


                - Olha... Isso não me ajuda a ficar menos confusa. Na verdade, atrapalha bastante. Mas obrigada, eu... – ficou em dúvida se elogiaria o desempenho dele, mas preferiu não fazê-lo. Não se sentia pronta pra isso ainda. - ...eu ainda não entendi porque você considera minha atitude como um ato de confiança. Não estou sendo irônica, é sério.


William riu com a preocupação dela em deixar claro que estava falando sério. É um tanto quanto patético ter uma relação com uma pessoa de tanto cinismo, que é necessário explicitar quando se está falando de coração. Mas ele gostava daqueles “trancos e barrancos” que vivia com Fátima. Nada teria a mesma graça se não fosse assim. Se não fosse com ela. Mas foi taxativo em responder a pergunta dela.


                - Fátima, é lógico que foi um ato de confiança! Você se entregou pra mim sem que eu precisasse falar nada. Você olhou pra mim parado na porta desse quarto e aí você entendeu tudo e eu também. Desculpe se estou sendo machista, não é essa minha intenção, mas é que eu sei a carga de sentimentos que engloba um ato como esse pra uma mulher. Quero te dizer que pra mim foi tão importante quanto pra você. Eu também me entreguei de corpo e alma. Também estou confuso, mas o fato de saber que você não está arrependida me dá um alívio imenso. Me dá a certeza de que os dois querem, com a mesma intensidade. E de que eu não estou sozinho nisso. – o olhar dele transparecia muito carinho e sinceridade.


O coração de Fátima pulsava ininterruptamente. “É impressionante como ele me desestrutura com tão pouco.”, pensou. Mas não era pouco. Naquele momento, tudo que William tinha para oferecer era sua sinceridade e ele estava-a arreganhando ali, para ela. Mas, no íntimo, ela sabia disso. Só não queria admitir o evidente, orgulhosa que era: Os dois gostaram e aquilo só complicou ainda mais a situação. Seria mais fácil se tivesse havido um total desajuste sexual entre eles, assim eles voltariam para casa com o coração em paz de que aquilo não passou de uma aventura louca, reflexo de uma carência absurda ilhados em uma casa na serra. Mas isso não aconteceu e era muito difícil assumir que aquele sentimento era muito superior a um caso eventual. Ela olhou no fundo dos olhos dele. Ele a encarava, esperando alguma reação dela, que ele acreditava que jamais viria, mas ainda tinha esperança. Era importante pra ele ouvir dela algo a respeito das perspectivas que ela tinha para os dois, ou do que ela havia achado da noite que acabaram de ter. Ele sentia aquele seu antigo comportamento de “macho-alfa” se despedaçar, ali na sua frente. Estava aflito, com o coração completamente entregue a uma mulher. Os papéis se inverteram completamente. E William acharia cômico, se não fosse trágico, o fato de Fátima conseguir transformá-lo daquela forma, involuntariamente e sem nenhum esforço. Mas por incrível que pareça, Fátima sentiu um ímpeto que ela não conseguiu conter. Com a mão esquerda, acariciou os lábios dele, descendo pelo queixo e alcançando seu pescoço. Repousou a mão no peito dele, deslizando por todo ele, tateando seus pelos. William apenas observava, comovido com aquele ato de carinho inesperado dela. Os olhos dele se iluminaram ao olhar pra ela e ela percebeu. William tomou impulso pra frente, a puxou pra si na cama e sentiu o corpo quente dela se encostando nele. William mordeu na boca e encarou-a. Olhou pra baixo e se deliciou com a visão dos seios de Fátima roçando em seus pelos do peito. Deslizou as mãos pelas costas dela até alcançar a nuca. Ela se arrepiou e ele pôde sentir. Ficou muito excitado e teve certeza que, com a proximidade de seus corpos, ela sentiu que ele estava. Beijou a boca de Fátima lentamente, mas com muita vontade. Se beijaram e se acariciaram por alguns minutos. Fátima se desvencilhou dele para ir ao banheiro. Pegou uma camiseta branca que estava no chão e vestiu, sem observar qual era. William ficou na cama, abraçado aos travesseiros, olhando pra ela até que a porta do banheiro se fechasse atrás dela. Aguardou imóvel e sonolento. Ouviu o barulho da descarga e a viu saindo do banheiro vestida com a camiseta dele, mas achou aquilo tão sexy que preferiu nem falar nada. Ela se sentou na cama, recostando em um travesseiro e olhando pra ele. William notou que ela estava ainda mais linda ao natural. Despenteada, com a boca e as bochechas rosadas, os enormes olhos negros estatelados e uma excitante cara de quem fez sexo a noite toda e estava exausta. Ela estava séria e comunicou William:


                - Terminei meu artigo.


                - É? Que bom, porque eu também já estou quase. Só preciso acrescentar um detalhe importante que acabei de pensar. Posso terminar de revisá-lo na minha casa, no Rio.


                - Como assim, você acabou de pensar? Pensou no seu artigo enquanto transava comigo?


William riu.


                - Não exatamente. Bom, deixa pra lá! Você me espera até a hora do almoço? Eu concluo e nós vamos embora no mesmo horário.


                - Sim, eu espero. Nem acredito que vou para minha casa!


                - É, nem eu! Acho que em casa conseguiremos pensar melhor sobre... – ele interrompeu.


                - Sobre o que? – ela questionou.


                - Sobre... nós.


Fátima respirou fundo e concordou com a cabeça. William remexeu na cama.


                - É... Acho que vou pro meu quarto. Preciso dormir pelo menos umas duas ou três horas. Amanhã será um longo dia. E se tem algo que eu NÃO vou fazer se eu ficar sozinho com você em cima de uma cama, é dormir. – ele riu, mordendo na boca.


Fátima riu e pôs a mão na testa, corando as bochechas de vergonha. William se levantou, vestiu apenas a bermuda do pijama, sem cueca. Ela o observou de longe, olhando o volume no short dele e ficando levemente excitada, quase tentada a chamá-lo para ficar só mais um pouquinho. Mas não o fez porque estava exausta, transaram várias vezes seguidas ao longo da noite. Precisava desesperadamente dormir. E sonhar com ele, como é claro que faria. Depois de uma noite daquelas, seria impossível dormir sem lembrar de tudo e ficar sentindo o cheiro dele em sua cama. Ela se levantou, deu a volta na cama e foi até a porta, onde William estava. Não se tocou de que estava vestida com a camiseta dele. Ela girou a maçaneta da porta, abrindo pra ele sair do quarto. De frente pra ela, William deu um soquinho na porta, fechando-a novamente. Agarrou Fátima pela cintura e passou a mão por debaixo da blusa dele que ela vestia. Ela estava completamente nua por baixo da roupa e ele acariciou cada milímetro dela, fazendo-a revirar os olhos. Fátima apertou a nuca dele e lambeu-lhe o lóbulo da orelha, arrepiada com os dedos dele passeando por ela. William sussurrou no ouvido dela, com a voz mais sexy que ela já ouviu na vida:


                - Bom resto de noite. Sonha comigo! Promete?


Ela trepidou e respondeu, olhando pra ele.


                - Não prometo o que eu não consigo controlar. Mas... – ela desistiu de falar.


                - Mas o que?


                - Não, esquece... Vá dormir!


                - FALA! Anda! – ele foi firme.


Ela bufou com raiva de ter dito aquele “mas”. Porém, por não ter escapatória, decidiu abrir seu coração. Só uma frestinha dele.


                - Obrigada pela melhor noite que já tive. Você foi perfeito. – ela abaixou a cabeça, constrangida. Deixar o orgulho de lado e dizer aquelas palavras a ele foi um esforço tremendo que Fátima fez e William reconheceu grandemente. Ele deu um longo e molhado selinho na boca dela, puxando-lhe o lábio inferior com os dentes, bem de leve. Virou as costas, abriu a porta e ele mesmo fechou-a, saindo do quarto. Fátima sentiu-se em uma solidão absoluta naquele momento, mas precisava disso para colocar sua cabeça no lugar. Se jogou na cama de bruços, em cima dos travesseiros e edredons, fechando os olhos e respirando fundo. Riu de si mesma, parecendo uma adolescentezinha apaixonada. Virou-se de barriga pra cima e olhou pro teto. Girou a cabeça para os lados e encarou o lado da cama onde ele estava deitado. Acariciou o travesseiro dele, puxando-o pra si e fungando com toda força, inalando o cheiro que estava nele. Era uma mistura do odor do perfume com a pele dele, que tirava Fátima do prumo sempre que ela sentia. Ela olhou ao redor do quarto. Estava claro, graças a lua que iluminou-os durante toda a noite. Tinha uma penumbra azulada. Fátima avistou sua camiseta embolada no chão, perto da cama. Olhou pra própria camiseta, concluindo naquele momento que estava usando a dele. Puxou a gola dela até o nariz e pôde sentir quase como se cheirasse o pescoço de William. Estava maravilhosamente perfumada com a fragrância dele. Mas ela quis provocá-lo um pouquinho quando devolvesse. Arrancou a camiseta e se embrulhou nela, trepassando-a por entre as pernas, pela sua barriga e braços. Se remexeu em cima dela, fechou os olhos e ficou encolhida na cama, totalmente nua e emaranhada em uma larga camiseta masculina. Pensou naquela noite. Pensou em tudo o que acontecera e era quase inacreditável. Sentiu um frio na barriga e sorriu sozinha lembrando dele. Era desafiadora, era instigante, era provocante e deliciosamente surpreendente a história que os dois construíram. O coração dela batia muito forte quando pensava que nunca teve uma relação assim, de total instabilidade, mas um tesão completo e absoluto. Lembrou-se de William deslizando os dedos pela coluna dela, fazendo ela se arrepiar. Lembrou de cada expressão facial dele quando atingia o orgasmo, fechando os olhos como se saísse de órbita, nas várias vezes que transaram. Pensou na visão dele nu, ajoelhado na frente dela, com aquele corpo de tirar o fôlego. Cada milímetro do corpo dela tinha as digitais e a saliva dele, marcando-a. Ele soube ser carinhoso e safado, na mesma medida. Foi o equilíbrio perfeito do que ela considerava ideal para uma noite de amor. Ele foi compreensivo, foi carinhoso, mas foi intenso e selvagem. Pra cada puxada de cabelo, um carinho no pescoço compensava. Pra cada mordida do queixo, uma lambidinha de leve para aliviar. E assim se deu a primeira vez deles, que mexeu completamente com ela. Fátima desejou repetir aquela noite mil vezes. Se ela não estivesse tão exausta, sentiria coragem de levantar e ir até o quarto dele nua, com o pretexto de devolver a camisa. Sentiu seu corpo coçar por inteiro de vontade, mas sugou o cheiro da camiseta dele com toda força, para satisfazê-la. E satisfez. Ela mergulhou em um sono profundo, esperando MESMO, de verdade, que o amanhã chegasse imediatamente. 



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • karlalr Postado em 13/05/2015 - 18:04:32

    Linda linda linda

  • FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:52:03

    http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer

  • FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:51:36

    Amanda, adorei a Fic. parabéns. acompanhei todos os capítulos. escrevo uma fic também se puder divulgar obg. http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer

  • dii_paulla Postado em 01/10/2014 - 00:39:27

    Eu to feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz pq o final foi simplesmente o melhor de todos os tempo, e triste pq foi o fim. Vc deve continuar escrevendo. Faz outra fic dos tempos atuais, tenho certeza q vai ser ¨®tima!

  • neucj Postado em 01/10/2014 - 00:04:32

    Poxa uma pena q a fic acabou,vc escreve muito bem. Parabéns!!! Vc devia escrever outra fic nos tempos atuais, seria ótimo.

  • andersen Postado em 30/09/2014 - 23:36:39

    continua a escrever, vc é ótima parabéns

  • luiza_piedras Postado em 30/09/2014 - 22:18:18

    Cara, você acabou com meu emocional esses meses que acompanhei a fic, e de verdade, uma parte de mim "morreu" hoje, com esse último cap. Você escreve muito bem, devia continuar!! Parabéns, amei a fic ♥ Bjoos

  • andersen Postado em 29/09/2014 - 18:53:20

    Que lindo esse capitulo, to emocionada até, só falta ser trigêmeos hahaha

  • dii_paulla Postado em 26/09/2014 - 00:32:11

    Tomara q ela conte logo da gravidez. De preferência no próximo cap. A cada dia q passa a fic fica melhor. Ansiosicima pelo próximo cap. :D

  • ma_bassan Postado em 25/09/2014 - 17:56:24

    Cada dia que passa fico mais apaixonada por essa historia!Pois parece ser mais real do que o normal,nunca tinha lido uma fic deles tão perfeita, que descreve tudo e cada detalhe !!!Perfeita perfeita, esses dois marrentinhos e perfeitos


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