Fanfic: A aposta (Continuação) | Tema: Fátima Bernardes William Bonner
- William, você tá maluco? Aqui não!
- Aqui não o quê? Não estou nem te encostando!
Fátima bufou e olhou para os lados.
- Mas essas árvores tem olhos e ouvidos. A Alice, ela me fiscaliza o tempo inteiro e fica me interrogando, desconfiada de alguma coisa!
William soltou uma sonora gargalhada, ainda encostado no carro dela.
- Era só o que me faltava! Alguns tem que enfrentar a sogra, eu tenho que enfrentar a amiga ciumenta! Deixa de ser trouxa, Fátima! Corta as asinhas dessa menina, senão ela vai mandar em você!
Ela olhou nervosa pra ele.
- William, da minha vida cuido eu, tá? Licença, deixa eu entrar no meu carro.
- Não, não deixo não. Não me deu a resposta se aceita meu convite.
Fátima franziu a testa, cruzou os braços e olhou pra ele.
- William, eu nem to arrumada pra jantar fora, olha aqui o jeito que eu tô!
- Mas não é agora né, nem escureceu! É mais tarde, tipo nove da noite. Posso passar na sua casa?
Fátima refletiu. Disfarçou uma dúvida, quando na verdade estava louca pra aceitar o convite. Fechou os olhos rapidamente e tomou sua decisão.
- Desde que não me leve em um pub irlandês... SAI, deixa eu entrar no carro!
William sorriu e deu dois passos para o lado, indicando com a mão que o caminho estava liberado. Fátima passou por ele, abriu a porta, entrou e largou-o plantado do lado de fora, olhando pra ela. Dirigiu pra casa com um sorriso nos lábios, que insistia em escapulir.
***
Fátima se arrumou impecavelmente. Usava um macacão branco justo, demarcando as curvas de seu corpo. Ele possuía um decote atrás, que deixavam as costas dela completamente expostas. Um decote discreto, mas muito sexy na frente, deixavam os seios dela torneados. Usou um batom nude, escolheu uma clutch dourada e soltou os cabelos, deixando-os completamente soltos. Olhou no relógio. Eram 21:15 e nada de William. Quando acabou de pensar nisso, o interfone tocou. Era o porteiro avisando que o rapaz estava esperando-a lá na portaria. Fátima sentiu o típico frio na barriga, que só ele causava nela com aquela intensidade. Desceu o elevador ansiosa. Quando despontou na portaria, o viu parado na parte externa do prédio, de costas. Ele estava com uma calça jeans escura e uma camiseta pólo bege. Olhou pra trás e arregalou os olhos, olhando para Fátima.
- Wow! Pra que isso tudo, meu bem?
Fátima ficou chocada. Ele nunca tinha chamado-a assim. Jamais esperaria isso dele. Mas fingiu que não ouviu e sorriu.
- Obrigada.
William deu passagem a ela, que desceu na frente dele. Quando se aproximaram do carro, ele levantou as mãos e disse:
- Opa! Já sei que nada de abrir portas.
Fátima gargalhou.
- Que bom que aprendeu rápido!
Ela entrou no carro dele. As lembranças do dia que saíram pra balada em Petrópolis vieram com toda força. Olhou para os lados e foi inevitável pensar naqueles bancos ensopados na hora do temporal. O cheiro era exatamente o mesmo de que ela se lembrava. Dessa vez, William não perguntou o que ela queria ouvir. O som do carro já estava tocando Stillness of Heart, do Lenny Krevitz. (Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=xAvo25-GhrE). Sentado ao lado dela, ele deu uma olhada no fundo dos seus olhos, sorriu e piscou um olho. Fátima estremeceu com aquele olhar.
- Posso te levar em um restaurante que adoro ou você tem alguma preferência? – ele perguntou.
- Não, pode ser o seu. Vamos ver se eu gosto gastronômico é tão bom quanto o musical. – ela sorriu, provocativa, olhando pra ele.
- É? Gosta de Lenny Krevitz?
- Sim, muito!
- Hum... Bom, tem algumas outras coisas também, para as quais eu tenho bom gosto...
Fátima mordeu na boca.
- Como, por exemplo...? – ela perguntou, reticente.
- Pra mulher.
Fátima gargalhou, sem olhar pra ele.
- Cafajeste.
Os dois riram. O clima naquele dia estava diferente. Havia uma liberdade e uma leveza, que sentiram pela primeira vez um com o outro. Estavam mais a vontade, se sentiam mais confortáveis em conversar, brincar e fazer piadinhas. Conversaram sobre diversos assuntos. O restaurante era lindo, moderno e arrojado. Estava lotado, mas William havia feito uma reserva, então não precisaram entrar na fila de espera por mesas. Se sentaram no mezanino, perto de uma janela de vidro imensa. O restaurante era no alto e de lá conseguiam ver parte da cidade, de cima. De entrada, comeram bruschettas de frango com cream cheese. Tomaram um lambrusco branco, muito bom. O senso de humor de William era ainda mais aguçado do que ela conhecia e imaginava. E para ele, Fátima era muito mais doce do que parecia. Falaram pouco sobre si mesmos e absolutamente nada sobre os dois. Não mencionaram também o cargo. Conversaram sobre trabalho, sobre os colegas e sobre diversos assuntos que não fossem causar um clima pesado.
Já passava da meia noite. Eles jantaram e estavam pagando a conta. William deixou Fátima esperando na saída do restaurante enquanto ele buscava o carro. Não demorou muito até que ele chegasse.
- Acabei de descobrir que esqueci o documento do meu carro lá em casa. – ele esfregou o rosto, meio tenso.
- E...?
- E eu vou ter que passar lá pra pegar antes de te levar. Algum problema?
- Não, tudo bem. – ela demonstrou tranqüilidade.
William dirigiu até sua casa, que era próxima ao restaurante. Tinham vários barzinhos em frente o prédio dele, a rua estava muito movimentada. Fátima notou que não havia nenhuma vaga de estacionamento no entorno.
- Aff, eu vou ter que guardar o carro na garagem, como vou estacionar nessa muvuca aqui? – ele sacudiu a cabeça negativamente.
- Aqui é sempre assim?
- Sempre, todos os dias. É terrível!
Ele entrou com o carro pelo portão e parou em uma vaga próxima ao elevador.
- Vem, desce aí! – ele disse, desafivelando o cinto.
- Não, você não vai só pegar o documento? – ela questionou.
- Sim, mas você vai ficar sozinha aqui esperando? Vem, pô! É bom que você conhece meu apartamento.
Fátima sentiu um clique. “Filho da mãe, ele fez de propósito!”, pensou. Cerrou os dentes, olhou pra ele e disse.
- William... eu não estou ACREDITANDO que esse documento do carro era uma desculpa pra você me trazer pra cá! – ela colocou a mão na testa, indignada.
- Não, foi uma coincidência maluca. De verdade. Acho que é o destino que conspira ao nosso favor! – ele sorriu, mordendo na boca.
- Ao NOSSO? – ela levantou o tom de voz.
- Ao meu. – ele piscou um olho pra ela.
Fátima revirou os olhos, bufando. Desceu do carro, bateu a porta com força e disparou até o elevador. De braços cruzados, esperou o elevador sem olhar pra ele. Entraram sozinhos, Fátima ficou em silêncio levemente emburrada. William percebeu.
- Ei. – ele chamou e ela olhou pra ele, séria. – Eu jamais faria com você algo que você não queira, espero que você saiba disso.
- É claro que eu sei. Você não é louco de fazer isso. - William riu.
- Ah, e a propósito: Você está linda. Acho que eu ainda não disse isso.
- Obrigada. Mas já me acalmei, pode parar de me adular. – ele riu novamente, mais alto dessa vez.
Pararam no andar do apartamento dele. William destrancou a porta e deixou que ela entrasse antes dele.
- Não repara a bagunça, hein?
Fátima correu os olhos por todo o apartamento. Estava mais organizado do que ela imaginava que seria, mas muito mais bagunçado do que ela considerava ideal. Ele ficou andando perto dela, mostrando a sala.
- Tá, mas vai logo pegar o documento.
- Ah! Claro! – ele agiu como se tivesse se esquecido.
Fátima sorriu e balançou a cabeça negativamente. Como uma pessoa podia ser tão bagunçada? Ou então, muito cínico. Ela aproveitou que estava sozinha na sala e olhou para os porta retratos na estante. Havia um de William de beca, colando grau. Um segundo, onde ele estava no meio de duas garotas, que ela achou que fossem suas irmãs porque eram parecidas com ele. E uma terceira fotografia chamou a atenção dela. Era ele com os pais, beijando o rosto da mãe. Fátima conferiu se ele não estava vindo e voltou a observar a foto. Era muito bonita, principalmente por aquele ato de carinho de William com a mãe. Fátima foi sugada de seus pensamentos quando ouviu a voz dele.
- Meu pai e minha mãe. Gostou? – ele perguntou, parando ao lado dela.
- Sim! Linda essa foto! Faz tempo?
- Não. Foi no meu último aniversário.
- Hum... – ela andou em direção à sacada. William foi andando atrás dela. – Todos esses anos trabalhando juntos e eu nunca soube a data do seu aniversário... – ela disse olhando pra ele.
- 16 de novembro. Tem muitas coisas a meu respeito que você não sabe, na verdade. – ele disse, segurando a cintura de Fátima, encostando-a na porta de vidro e pressionando seu corpo contra o dela.
- Credo! Que medo! – Fátima disse, sorrindo.
William gargalhou. Fátima se arrepiou pois ele estava com o nariz encostado na bochecha dela.
- Não foi nesse sentido que eu quis dizer... Mas enfim. – ele aproximou a boca da orelha dela. Lambeu-lhe o lóbulo e passou a pontinha da língua pelo maxilar dela. – Essa noite foi uma tortura.
- Porque? – Fátima perguntou sussurrando, curiosa.
- Porque eu fiquei louco pra beijar sua boca a noite inteira.
Fátima mordeu nos lábios e sentiu o calor das mãos dele encostando nas suas costas despidas. William deu-lhe um beijo molhado e quente, lentamente. Fátima retribuiu, inebriada. Aos poucos, os amassos foram ficando mais quentes. William pousou a mão esquerda na coxa de Fátima e a puxou pra cima. Ela ficou com uma perna embaraçada no quadril dele e ele, encaixado nela. Ele agarrou no cabelo dela, deu um nó com a mão e puxou a cabeça dela pra trás, pra que ele pudesse lamber seu pescoço com facilidade. Fátima enfiou a mão por dentro da blusa dele e alisou suas costas, sentindo a pele dele pegar fogo. Sentiu a mão de William trespassar seu corpo, apertando um dos seios dela. Ofegantes, eles mal conseguiam raciocinar. Ela pôde sentir quando William desceu as duas mãos pelas costas dela, pegando na parte de baixo de seu bumbum e apertando-o, com força. Naquele momento, Fátima deu uma crise de consciência e o empurrou, descolando sua boca da dele.
- William, pára! Onde é o banheiro? Preciso ir agora!
- Quê? Porquê?
- Onde é?
- Segunda porta a direita.
Ela saiu andando apressada sem olhar pra trás. William encostou a testa na porta, agoniado. Estava excitado demais pra ser interrompido. As mãos estavam trêmulas, o corpo pegando fogo e a boca toda borrada com o batom dela. Ele andou pela sala, esperando por ela. Bebeu uma água pra ajudar a refrescar-se e acalmar-lhe os ânimos. Limpou a boca com um guardanapo e coçou a cabeça, ansioso.
Enquanto isso no banheiro, Fátima jogava uma água na nuca, deixando escorrer por suas costas. Respirou fundo e se olhou no espelho. Estava com batom até na bochecha, toda borrada. Limpou cuidadosamente com o papel higiênico e retocou. Apesar da vontade pulsar dentro dela, ela não iria se entregar pra ele. Não naquela noite. Só de desaforo por ele ter atraído-a com a desculpa de pegar um maldito documento, achando que a noite terminaria como ELE queria. Ela precisava ter total controle da situação e de seus próprios instintos, caso contrário, tinha certeza que se arrependeria depois. Não poderia permitir que todos os encontros deles, a partir de agora, acabassem na cama. Não era um objeto sexual dele, muito menos estava preparada pra viver uma relação de “amigos que se pegam e transam quando estão carentes.” Não era isso que ele era pra ela. A vontade de fazer amor com ele era incontrolável, ela sentia seu corpo inteiro formigar. Seu estômago, a essa altura, já estava dando cambalhotas dentro dela. Mas tinha que ser mais forte que isso. Devia isso a ela mesma. Jogou mais um pouco de água nas costas e no pescoço. Prendeu o cabelo no alto da cabeça, se soprou e abanou tentando refrescar-se, sem sucesso. Respirou fundo e saiu do banheiro. William estava encostado no balcão, com um copo de água na mão. Fátima pegou sua bolsa no braço do sofá e olhou pra ele.
- Me leva em casa, William.
Ele abaixou a cabeça, um pouco desapontado. Mas não podia forçar a barra com ela. Conhecia bem o temperamento de Fátima, sabia que ela era feito um parafuso, se apertar, espana. Concordou com a cabeça e sorriu pra ela, disfarçando a frustração. Estava louco de vontade de fazer amor com ela, pensou nisso a semana toda, desde que voltaram de Petrópolis.
- Você tem certeza disso?
- Tenho!
- Então ta... Como você quiser! – ele sorriu pra ela, mas por dentro estava enlouquecendo de vontade de arrancar aquele macacão branco no dente.
Enquanto esperavam o elevador, olhou para as costas de Fátima. Estavam encharcadas. Ela estava com o cabelo preso, então ele pôde ver também sua nuca. Sorriu, maliciosamente. Não tinha sido o único a usar a água pra apagar seu fogo.
No caminho pra casa, William tentou ser o mais natural possível. E conseguiu. Fátima não esperava essa conformação dele, mas ficou feliz que ele entendeu. Queria deixar bem claro que aquele relacionamento andaria no ritmo dela. Apenas.
Na porta do prédio de Fátima, William estacionou, desafivelou o cinto de segurança. Inclinou o corpo pra frente, puxou o queixo dela e deu-lhe um beijo molhado. Dessa vez não teve pegação, não teve fogo e nem amasso. Apenas um singelo beijo no fim de noite.
- Durma bem. - ele disse.
- Você também! - ela respondeu, com um sorriso.
Ela desceu do carro, bateu a porta e deu dois passos na calçada quando ouviu:
- Ei, Fátima! – ela olhou pra trás, pensando que tinha esquecido alguma coisa. – Na próxima vez, enxugue suas costas. – ele gargalhou e arrancou com o carro, deixando-a parada na frente do prédio.
Fátima bufou, passou a mão nas costas e viu que realmente estavam úmidas ainda. “Filho da mãe!”. Ela marchou portaria adentro. Mas no elevador, deixou que escapasse um sorriso bobo. Subiu pensando nele. E presumiu que, naquela noite, apenas um sonho habitaria seu sono.
Autor(a): bonemerlove
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 40
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karlalr Postado em 13/05/2015 - 18:04:32
Linda linda linda
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FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:52:03
http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer
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FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:51:36
Amanda, adorei a Fic. parabéns. acompanhei todos os capítulos. escrevo uma fic também se puder divulgar obg. http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer
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dii_paulla Postado em 01/10/2014 - 00:39:27
Eu to feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz pq o final foi simplesmente o melhor de todos os tempo, e triste pq foi o fim. Vc deve continuar escrevendo. Faz outra fic dos tempos atuais, tenho certeza q vai ser ¨®tima!
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neucj Postado em 01/10/2014 - 00:04:32
Poxa uma pena q a fic acabou,vc escreve muito bem. Parabéns!!! Vc devia escrever outra fic nos tempos atuais, seria ótimo.
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andersen Postado em 30/09/2014 - 23:36:39
continua a escrever, vc é ótima parabéns
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luiza_piedras Postado em 30/09/2014 - 22:18:18
Cara, você acabou com meu emocional esses meses que acompanhei a fic, e de verdade, uma parte de mim "morreu" hoje, com esse último cap. Você escreve muito bem, devia continuar!! Parabéns, amei a fic ♥ Bjoos
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andersen Postado em 29/09/2014 - 18:53:20
Que lindo esse capitulo, to emocionada até, só falta ser trigêmeos hahaha
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dii_paulla Postado em 26/09/2014 - 00:32:11
Tomara q ela conte logo da gravidez. De preferência no próximo cap. A cada dia q passa a fic fica melhor. Ansiosicima pelo próximo cap. :D
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ma_bassan Postado em 25/09/2014 - 17:56:24
Cada dia que passa fico mais apaixonada por essa historia!Pois parece ser mais real do que o normal,nunca tinha lido uma fic deles tão perfeita, que descreve tudo e cada detalhe !!!Perfeita perfeita, esses dois marrentinhos e perfeitos