Fanfics Brasil - Capítulo 39 - FINAL A aposta (Continuação)

Fanfic: A aposta (Continuação) | Tema: Fátima Bernardes William Bonner


Capítulo: Capítulo 39 - FINAL

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Trilha sonora do início do capítulo: We both know – Gavin DeGraw feat. Colbie Caillat (Link:


 


               


 


O vendaval derrubava as folhas secas de uma árvore, em uma estrada de chão batido. No fundo, a luz do sol mesclada com a tonalidade das montanhas neblinadas, formavam uma bela obra abstrata da natureza.


Com uma camiseta amarela clara de mangas ¾, um jeans e óculos escuros, William dirigia em silêncio pela estrada. Apenas ouvia a melodia da música, que se encaixava perfeitamente no momento em que ele estava vivendo. Olhar pra frente, por aquele caminho que remetia a tantas lembranças, fazia com que ele se sentisse verdadeiramente emocionado. Se fechasse os olhos, ainda podia visualizar perfeitamente. Ela com um vestido vermelho ao seu lado e a música do Three doors down tocando no rádio... O local onde havia uma imensa poça d’água, onde o carro dele atolou. A chuva fria e intensa caindo sobre o seu corpo, enquanto ela se afastava lentamente, com os pés descalços. O cheiro, os sons e sensações ainda estavam muito reais em sua memória. Ele olhou pra ela, ao lado direito dele, sentada no banco do passageiro, exatamente no mesmo lugar que ela estava naquele dia memorável. Com os olhos vendados, ela repousava a cabeça no vidro. Mas resmungou, curiosa:


- Onde você está me levando, William?


Ele sorriu.


                - Calma! Que desespero! Você já vai saber!


Ela sacudiu a cabeça.


                - Calma? Eu estou com essa venda no rosto desde que saímos de casa, lá n Rio! Você não quis nem que eu visse pra que rodovia você iria!


                - Lógico! É surpresa! TENHO CERTEZA que você nem imagina onde é!


Fátima bufou. Girou o pescoço pra trás. Tateou com a mão, até alcançar a cadeirinha de bebê. Segurou uma perninha.


                - Oi filho! Seu pai é louco e botou a mamãe sem enxergar! – ela olhou pra William. – Você está de olho nele?


                - Tô! O tempo todo pelo retrovisor.


                - E se a chupeta dele cair? Você está dirigindo, não vai nem conseguir pegar! Vou tirar essa venda! – ela foi com as mãos em direção aos olhos.


                - NÃO! – William quase deu um pulo. – NÃO TIRA! Não é pra tirar! Pô, amor, organizei com tanto carinho essa viagem, você vai estragar tudo?


Ela sacudiu a cabeça novamente.


                - AI WILLIAM, tomara que a polícia te pare na barreira, sabia? E te pergunte se você está me seqüestrando. EU VOU FALAR QUE ESTÁ!


William riu.


                - Ah, vai? E vai levar seu filho pra visitar o pai na cadeia?


                - Lógico que não! Eu arrumo outro pai pra ele! – ela riu, provocativa.


William gargalhou.


                - Ah, mas não arruma mesmo! Não é, filhão?


Ele falou, passando pelo exato local onde ele supunha ter acontecido o primeiro beijo. Tinha como referência uma árvore imensa, na qual os galhos balançavam absurdamente durante a chuva daquela madrugada. William sentiu seu coração disparar ao atravessar o portão. Olhou adiante e a viu. Ela estava EXATAMENTE igual há pouco mais de um ano atrás. As paredes estavam da mesma cor, o jardim tão bem cuidado quanto, a piscina cheia e até o clima estava parecido. Ele estacionou. Ordenou que Fátima não tirasse a venda e ficasse quieta. Desceu, abriu as portas traseiras e tirou Théo de dentro do carro. Com o filho no colo, ele olhou fixamente pro visual impactante daquela casa. Observou por alguns segundos, com os olhos marejados. Tentou não chorar com a força emocional que aquela casa representava pra ele. Engoliu seco e beijou o rosto do filhinho dos dois. Queria tanto que ele fosse um pouco maior, pra entender o tamanho da importância que aquele momento tinha pra ele... Mas não faltariam oportunidades. Ele cresceria conhecendo cada detalhe da história de amor dos pais.


                William deu a volta no carro. Abriu a porta de Fátima, ajudou que ela descesse, lentamente.


                - Chegamos? – ela questionou, com um tapume preto nos olhos.


                - Sim!


                - Posso tirar? – ela foi com a mão nos olhos.


                - Não! Espera aí! – ele conduziu-a dois passos a frente do carro. Bateu a porta e parou ao lado dela. – Pronto, pode tirar. – ele sentiu um frio na barriga.


Fátima puxou com tudo a venda pra cima. Olhou ao redor. Tapou a boca com as duas mãos, chocada, surpresa, atônita e incrédula.


                - Meu Deus!! Não é possível! – ela olhou pra ele. Ele sorria pra ela, com o neném nos braços. – A casa da serra!


De olhos arregalados, ela corria o olhar pra todos os lados. William observava, encantado.


                - Olha, filho! Aqui que o papai... digamos, “conheceu” a mamãe. – ele dizia pra Théo.


Fátima olhou pra ele e riu.


                - Meu Deus! As cadeiras da varanda! Estão idênticas! – ela atravessou a grama e passou pela borda da piscina.


William trancou o carro e foi atrás, conversando com o Théo.


                - Ali o papai viu ela de biquíni pela primeira vez. – ele apontou pra piscina. – Ali nós conversamos tomando um vinho, acho até que foi ali que eu me apaixonei... – ele apontou pra varanda.


                - Ele tem seis meses, ele não está entendendo nada do que você está falando, William! – ela gritou de longe e riu.


Parou na varanda e se debruçou no peitoril. Lembrou-se exatamente da cena dela saindo de saltos pra ir ao pub com ele e vendo-o fumando, no escuro. Fechou os olhos e pôde notar que até o cheiro de eucalipto era ainda o mesmo de que ela se lembrava. A piscina, aquela porta, tudo! Cada detalhe revigorou todas as lembranças que ela gostava de guardar com muito carinho na memória. Olhou pra porta. Estava fechada. Sentiu um apertozinho no coração. Queria tanto ver como estava por dentro, mas supôs que ela não estava alugada pra ninguém portanto, estava trancada. Viu que William subiu os dois degraus. Théo estava coçando os dentinhos em um brinquedo de morder. William colocou-o sentadinho na cadeira. Se aproximou de Fátima e abraçou por trás. Ela fechou os olhos, sentindo o corpo dele encostado no dela, novamente naquele lugar. Parecia um sonho.


                - Eu não tenho palavras pra agradecer essa surpresa, amor! Muito obrigada! Foi incrível ver essa casa assim, mesmo que só pelo lado de fora... Me trouxe uma paz de espírito e uma tempestade de lembranças deliciosas e muito marcantes pra mim!


William franziu o cenho.


                - Como assim, só pelo lado de fora?


                - Ué... está trancada a porta.


Ele enfiou a mão no bolso. Retirou um molho de chaves e colocou em cima do peitoril do guarda corpo da varanda, em cima das mãos dela.


                - Mas como...?


William sorriu.


                - Abre a porta.


Ela correu até lá. Testou duas chaves e na terceira conseguiu encontrar a que destrancava a enorme porta que dava para a sala. Abriu e entrou. Suas pernas ficaram bambas, por dois motivos: Rever aquela sala, aquela mesa, aquela escada e a porta daquela cozinha, todas idênticas há pouco mais de um ano atrás, fizeram com que ela se arrepiasse. Mas a surpresa maior foi o que ela viu nos aparadores, ao lado da mesa e perto da escada: Três porta-retratos deles, lado a lado. Um deles era do nascimento do Théo, no qual estavam os dois emocionados, com toucas cirúrgicas, beijando o rosto de um pequenino bebê todo enrugadinho, embrulhado em uma toalha de hospital. O outro era de uma viagem pra Angra que fizeram juntos, um mês antes do Théo nascer. Ela estava em pé na orla, com uma barriga imensa, que William beijava ajoelhado no chão. E a terceira, Fátima se emocionou ao lembrar. Era do evento do Prêmio Petrobrás de Jornalismo, a premiação que foram juntos em São Paulo. Foi o dia em que se reconciliaram e se tornou a data comemorativa do namoro deles. Faria exatamente um ano, naquele sábado. A viagem surpresa seria pra comemorar, mas Fátima NUNCA imaginou que Petrópolis seria o destino. De volta pra onde tudo começou. Com os olhos cheios de lágrimas, ela olhou pra ele. William se aproximou dela lentamente. Théo esticou os bracinhos e foi pro colo da mãe. William fitou-a.


                - Feliz aniversário de namoro pra mulher da minha vida. Essa casa, por esse fim de semana, é nossa. Sempre foi e será, de alguma forma, não é? Mas hoje e amanhã ela é, de fato e de direito.


Fátima fechou os olhos e soltou um soluço. Emocionada, encostou a cabeça no peito de William. Ele deu um beijo na cabeça dela e a abraçou, envolvendo o filho dos dois dentro do abraço. Era só o início de um fim de semana recheado de emoções e surpresas.


 


***


 


                Eram sete da noite. Fazia pouco mais de duas horas que haviam chegado. Sentado na varanda com Théo no colo, William observou o anoitecer da varanda, como tantas vezes havia feito em uma tentativa de buscar inspiração pra redigir seu tão polêmico artigo. Aquela paisagem também foi testemunha das muitas e muitas vezes que ele se sentou lá apenas pra pensar. Na grande maioria das vezes, pensar nela. Pensar em como havia se surpreendido com tudo o que estava acontecendo entre os dois. E daquela vez, não era muito diferente. Olhando para o filho deles em seu colo, era inevitável pensar novamente em COMO a vida o surpreendeu. Quando colocou os pés naquela casa pela primeira vez, nem por um minuto cogitou a hipótese de que, no ano seguinte, estaria de volta com o filho nos braços. Um filho dela. Fruto de um amor que aquela casa foi cenário para que construíssem. Parou pra pensar na vida que levaram durante todo esse ano que se passou. Curtiram cada fase, cada progresso da gravidez. O nascimento de Théo foi, disparado, o momento mais inesquecível da vida de William. Ele conseguia se lembrar perfeitamente da sensação de sentir a mão de Fátima apertando a dele, enquanto fazia força pra empurrar o bebê pra fora. Suada e ofegante, ela demonstrava uma paz e uma serenidade típicos de um momento de celebração daquela nova vida. Descobriram o sexo naquela hora, por escolha própria dos dois. Ouvir o choro de seu filho fez o coração de William quase saltar pela boca. Olhou pra Fátima e ela chorava, recostada na maca, de olhos fechados. A enfermeira se aproximou com um pacotinho muito branquinho e cabeludo. Entregou no colo de Fátima. William envolveu os dois com os braços e encostou a cabeça na dela. Choraram juntos, olhando pra Théo, enquanto ele chupava o próprio dedo com os olhinhos fechados. William salpicou beijos pelo rosto dela e acariciou a cabecinha do filho. Não conseguia descrever a intensidade da emoção que sentiu naquele dia e nos dias que se seguiram, com a presença do filho em sua vida. Não moravam juntos, nem mesmo após o nascimento de Théo. Tomaram essa decisão ainda durante a gravidez. Não queriam um casamento forçado e precoce por causa do bebê. Optaram por deixar que o relacionamento dos dois percorresse o fluxo natural. Após o nascimento, nos fins de semana, William trancava a porta de seu apartamento na sexta-feira e só abria novamente na segunda de manhã. Passava todas as horas que podia no apartamento de Fátima, com ela e o filho deles. Participava de tudo na vida do filho, o fato de morar em uma casa separada não o impedia de ser um pai excepcional. Montou até um quartinho todo azul bebê em sua casa. Eventualmente, pedia pra que Fátima fosse pra lá dormir com ele e colorir um pouco aquele apartamento tão solitário e cinzento. Era uma alegria quando ele a via entrando por aquela porta empurrando o carrinho: “Ei, papai! Chegamos!”. Por aquela mesma porta, ela já havia entrado chorando descontrolada, na traumática vez em que ela rompeu com ele. Mas aquela era uma lembrança muito remota que ele não fazia questão de avivar. Só gostava de olhar pro filho e ver nele toda uma história de amor, repleta de superações, renúncias, um respeito mútuo e uma felicidade descabida. Théo estava enorme, já se sentava sozinho e era uma criança linda e saudável. Cabeludo, ele tinha os olhos enormes e escuros, como os da mãe, mas a boca do pai. Théo mordia um sapinho de borracha e olhava pra William, enquanto resmungava. William acariciou o cabelinho dele e beijou sua bochecha. Fátima se aproximou por trás.


                - Terminei de encher a banheira dele. Vamos, amor? Vamos com a mamãe tomar banho? Depois vou colocar você pra dormir...  – ela estendeu as mãos e recebeu em troca os bracinhos de Théo esticados em direção a ela.


                - Não quer que eu dê banho nele? – William questionou, olhando pra ela de baixo pra cima.


                - Não precisa, meu amor, obrigada! – ela se voltou pra Théo. – Seu pai é muito desengonçado pra ter banho, né meu filho? Ele te deixa todo tortinho na banheira. – ela riu.


William riu também.


                - Mentira, ele adora porque eu brinco de aviãozinho com ele! Fala pra ela, cara! Fala pra mamãe que você adora quando eu te dou banho! – William sacudiu o pezinho dele.


Fátima sorriu.


                - Eu não demoro, tá? Rapidinho!


William concordou com a cabeça e piscou um olho pra ela. Eles estavam instalados em um quarto da casa que não era nem o dela e nem o de William. Era maior, mais espaçoso e cabia confortavelmente o berço improvisado de Théo. Mas na verdade, William já havia planejado tudo. A seqüência de surpresas ainda não havia terminado.


 


***


 


Aproximadamente quarenta minutos depois, ela voltou pra varanda. Sentou-se no colo de William.


- Pronto, custou mais dormiu... E aí? – ela cruzou os braços ao redor do pescoço dele, olhando para a paisagem.


- E aí que agora a noite é nossa. Só nossa.


Fátima olhou pra ele. Os olhos de William flamejavam. Ela sorriu maliciosamente.


                - É mesmo?


                - Aham... – ele fez que sim com a cabeça. – Vem cá!


William inclinou o corpo pra frente. Fátima levantou-se do colo dele, para que ele pudesse ficar de pé. Ele segurou na mão dela e a puxou em direção a escada. Subiram juntos e foram até o quarto onde ela se hospedou, na temporada que passaram acomodados naquela casa. William parou ao lado da porta e a abriu, na frente de Fátima. Ela olhava pra ele, empolgada. O quarto estava idêntico, até com o mesmo edredom na cama. Tudo estava muito igual, era impressionante.


                William fechou a porta atrás de si e passou a chave.


Fátima olhou pra ele. Ele sorriu, com cara de safado. Ela franziu os olhos.


                - E se o Théo chorar...?


                - Relaxa... A babá eletrônica está aqui, se ele chorar a gente ouve. – ele apontou uma espécie de walking talk, em cima da escrivaninha. Ele apertou play no som portátil. Tocava The Reason, do Hoobastank. (Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=dUpSREIjapY)


William se aproximou perigosamente dela. Fátima fechou os olhos, sentindo a respiração dele em sua bochecha. Ela respirou fundo e sentiu seu corpo amolecer, completamente entregue a ele. Ela usava uma blusa preta frente-única, que deixava as costas despidas. William deslizou as mãos de leve pelas costas dela. Fátima sentiu um arrepio percorrer-lhe dos pés até a cabeça. Ele aproximou a boca da orelha dela. Cochichou:


                - De volta a estaca zero... o lugar onde eu fiz e conheci o melhor sexo da minha vida.


Fátima fechou os olhos. Deslizou a mão pela barriga dele, por dentro da camiseta. Abriu os olhos e olhou pra ele, visivelmente excitada. Ela segurou na bainha da camiseta dele e a puxou pra cima, arrancando-a por completo. William ficou vestido apenas com a calça jeans, encostado nela. Ambos os corpos pegavam fogo. A atmosfera daquele lugar proporcionava uma nostalgia sexual absurda. O cheiro do quarto misturado com o odor dos eucaliptos do jardim formavam uma mistura que remetia à aquela noite que Fátima rolou na cama, enlouquecida de tesão por ele. A sensação naquele momento era quase a mesma. Ela pulsava ao sentir a pele e a respiração dele em sua nuca. Fátima acariciou as costas e os braços dele, como se fosse a primeira vez. Sentiu William levantando lentamente a blusa dela. Fátima levantou os braços, pra que ele pudesse tirá-la mais facilmente. Ela estava sem sutiã. William fitou os seios dela. Só estavam um pouco maiores do que a primeira vez que ele os viu, por conta da amamentação. Mas ela continuava linda e estonteantemente gostosa. O corpo dela atiçava-o, no fundo de sua alma. Era incontrolável a atração que ela exercia sobre ele. Fátima encostou-se nele, fazendo com os seios dela ficassem pressionados contra o corpo dele. Ela soltou o coque do cabelo e sacudiu a cabeça. Ambos apenas de calça jeans, provocando um ao outro em pés, em frente a cama. Fátima impulsionou seu corpo pra frente, caindo na cama em cima dele. William sorriu, maliciosamente.


                - Não consigo me controlar dentro desse quarto... – ela falou, baixinho.


                - Então se descontrola, vai... – ele sussurrou.


Fátima lascou-lhe um beijo na boca de tirar o fôlego. De quatro em cima dele, mas ainda vestida, ela sentia as mãos dele apertando fortemente suas costas. Fátima mordeu o queixo dele e lambeu-lhe o pescoço. William sentiu seu corpo todo se arrepiar. Ela desceu a cabeça e beijou o peito dele. Ela desabotoou a calça dele e a arrancou com tudo. William deu um impulso e rolou pra cima dela. Segurou os braços de Fátima abertos, ao lado da cabeça dela. Beijou-lhe o pescoço, o seios e a barriga, com pequenas lambidinhas. Tirou a calça jeans dela, deslizando o tecido pelas pernas abaixo, uma de cada vez. Fazia isso olhando no fundo dos olhos de Fátima, o que a deixava ainda mais excitada. Tirou a calcinha dela e se encaixou no meio das pernas dela. Apertou-lhe as coxas com força e penetrou-a, de forma firme e lenta, em um ritmo que fazia Fátima vibrar cada milímetro de seu corpo. Fizeram amor, como se fosse a primeira vez. A sincronia de seus corpos suados se remexendo apenas enfatizava o quanto se entendiam perfeitamente dentro de suas diferenças. E, naquele momento, não existia nada no mundo fora daquele quarto.


 


***


 


                Deitada de barriga pra cima, com os braços abertos ao lado da cabeça, e completamente ofegante, Fátima ainda estava de olhos fechados. William estava com a cabeça por entre os seios dela. Atingiram o orgasmo juntos e tentavam recompor o fôlego, em silêncio.


                - Meu deus do céu... Não tem lógica não! Não sei que nuvem negra que ronda essa casa que me faz virar bicho perto de você, o que é isso!! – ele murmurou.


Fátima gargalhou.


                - Só aqui que você vira bicho, William? Até parece!


Ele riu.


                - É... Digamos que o problema não está aqui, está em você! Você que me provoca isso... – ele apoiou o queixo na barriga dela e olhou pro rosto dela.


                - É? Então eu sou seu problema?


                - Você é a solução de todos os meus problemas, isso sim. – ele sorriu.


Fátima mordeu na boca. Acariciou os cabelos dele.


                - Quem diria, hein? Olhando aqui pra esse quarto, eu fico lembrando... Quantas vezes chorei nesse banheiro, com ÓDIO porque eu estava me apaixonando por você sem querer... Você sempre me diz que eu te salvei e fiz de você uma outra pessoa. Eu nunca te disse isso... mas você também fez com que eu sentisse uma grande necessidade de ser uma pessoa melhor a cada dia. Por nós dois... por você, pelo Théo. Pela vida que nós construímos juntos, pelo filho que nós temos. Você e ele são meus maiores tesouros. Sempre serão. Obrigada por me fazer me sentir completa. Obrigada pelo namorado que você é, pelo pai que você é pro nosso filho... Eu sou MUITO feliz com você, amor...


William engoliu seco, emocionado.


                - Abre essa gaveta. – ele apontou com o olhar.


Fátima franziu a testa.


                - Han?


                - A gaveta aí... abre!


Ela girou o corpo, se esticando pra alcançá-la. Abriu e viu uma caixinha preta, bem pequena. Cabia na palma de sua mão. Ela pegou-a e olhou pra William. Ele sorriu. Fátima sentiu seu coração saltar dentro do peito. Não podia acreditar que era o que ela estava pensando! Respirou fundo e abriu a caixinha. Fechou os olhos com o que viu. Eram duas alianças de ouro.


                - William... – ele a interrompeu.


                - Casa comigo?


Fátima colocou uma das mãos na testa, incrédula. Uma lágrima escorreu pelo rosto dela. Olhou pra William novamente. Ele prosseguiu.


                - Eu sei, eu sei que combinamos de deixar que as coisas acontecessem normalmente, e que não atropelássemos as etapas, eu sei de tudo isso! Mas é que... eu te amo TANTO, Fátima! Poxa, cada vez que eu vou pra minha casa, mesmo que seja rapidamente, só pra pegar algumas roupas e voltar pra sua, eu sinto um vazio enorme... Eu queria dividir tudo com você! Todas as vezes que saio do seu apartamento, deixando você e o Théo, é como se um pedaço de mim ficasse pra trás, vocês são... minha vida. Será... como você quiser! Vai ser tudo no seu tempo, conforme você for amadurecendo a idéia, eu tenho paciência, eu já esperei tanto pra ter você, eu espero o tempo que precisar. Mas por favor, pense no meu pedido, pense com calma, pense com carinho. – ele pausou e coçou a cabeça, meio trêmulo. – Olha, se você quiser, eu posso deixar meu apartamento montado, eu posso... posso alugá-lo pra alguém e se por acaso as coisas não forem como imaginamos, eu posso voltar e... a gente continua como está agora. Sabe, a gente pode... – ele foi interrompido por ela.


                - Eu aceito.


William arregalou os olhos pra ela.


                - Você...


                - Eu aceito. – ela sorriu pra ele.


Ele sacudiu a cabeça. Sorriu pra ela, surpreso, agradecido, emocionado e feliz. Ele não conseguiu segurar as próprias lágrimas. William saltou pra cima dela, ignorando temporariamente a caixinha com as alianças.


                - Obrigado, amor! Obrigado... – ele dizia, enquanto enchia-a de beijos.


O futuro era uma incógnita pra eles, assim como era pra qualquer casal. Mas o mais importante naquele momento para eles era ter a certeza de que jamais se arrependeriam por não terem tentado fazer com que uma história sincera atravessasse dois extremos, do ódio ao amor e se tornasse um caminho sem volta. Viver bem é um heroísmo, mas viver um grande amor é ainda mais. Eles poderiam encontrar um milhão de motivos pra não acreditarem no futuro reservado a eles, mas batalhariam por um único que sempre os fariam crer que não existem diferenças quando a semelhança é uma só: o amor. O casal perfeito talvez seja aquele que luta um ao lado do outro e que não desiste de correr atrás dos sonhos e da certeza de que, apesar dos pesares, a cada dia, eles se escolheriam novamente. 


 


 


 



 


 


FIM.


 


 


 


Pessoal, esse foi o último capítulo da fanfic. Ainda haverá um epílogo, provavelmente ainda essa semana. Mas eu gostaria MUITO de agradecer a todos que acompanharam e elogiaram. Gostaria de agradecer também a todas as leitoras, fãs e amigas muito queridas por mim que me incentivaram e me ajudaram com sugestões para a história. 


 


 


Obrigada e até breve! ;)


 



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • karlalr Postado em 13/05/2015 - 18:04:32

    Linda linda linda

  • FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:52:03

    http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer

  • FicsBonemers Postado em 02/10/2014 - 16:51:36

    Amanda, adorei a Fic. parabéns. acompanhei todos os capítulos. escrevo uma fic também se puder divulgar obg. http://fanfics.com.br/fanfic/38533/uma-mulher-chamada-misterio-william-e-fatima- bonemer

  • dii_paulla Postado em 01/10/2014 - 00:39:27

    Eu to feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz pq o final foi simplesmente o melhor de todos os tempo, e triste pq foi o fim. Vc deve continuar escrevendo. Faz outra fic dos tempos atuais, tenho certeza q vai ser ¨®tima!

  • neucj Postado em 01/10/2014 - 00:04:32

    Poxa uma pena q a fic acabou,vc escreve muito bem. Parabéns!!! Vc devia escrever outra fic nos tempos atuais, seria ótimo.

  • andersen Postado em 30/09/2014 - 23:36:39

    continua a escrever, vc é ótima parabéns

  • luiza_piedras Postado em 30/09/2014 - 22:18:18

    Cara, você acabou com meu emocional esses meses que acompanhei a fic, e de verdade, uma parte de mim "morreu" hoje, com esse último cap. Você escreve muito bem, devia continuar!! Parabéns, amei a fic ♥ Bjoos

  • andersen Postado em 29/09/2014 - 18:53:20

    Que lindo esse capitulo, to emocionada até, só falta ser trigêmeos hahaha

  • dii_paulla Postado em 26/09/2014 - 00:32:11

    Tomara q ela conte logo da gravidez. De preferência no próximo cap. A cada dia q passa a fic fica melhor. Ansiosicima pelo próximo cap. :D

  • ma_bassan Postado em 25/09/2014 - 17:56:24

    Cada dia que passa fico mais apaixonada por essa historia!Pois parece ser mais real do que o normal,nunca tinha lido uma fic deles tão perfeita, que descreve tudo e cada detalhe !!!Perfeita perfeita, esses dois marrentinhos e perfeitos


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