Fanfic: Paixão sem compromisso (Adaptada) AyA [Finalizada] | Tema: Rebelde/ Aya/ Romance + Hot

De fato, não era muito diferente de amar um homem que somente queria dormir com ela. E Anahí sofria também por causar preocupações ao pai.

— Eu não sou tola, papai. A última vez em que acreditei num final feliz entre uma mulher e o príncipe encantado, foi quando você e mamãe me levaram para assistir a Cinderela. Eu tinha cinco anos!

— O que devo entender? — Franklin ergueu a cabeça.

—  Eu sei que há uma chance em um bilhão de ter um futuro em comum com Alfonso Herrera. Ele é rico, bonito, pode­roso...

— Está me dizendo que você não é boa o suficiente para ele? Aquele ordinário teria sorte se você o fizesse beijar seus pés, todos os dias.

Anahí ponderou que isso já havia acontecido no clube de campo e que ela vibrara mais do que ele com o doce momento, portador de grandes esperanças.

— Ainda bem que concorda — falou Franklin, estudando a expressão da filha.

— Ainda bem que deseja isso de um homem.

Claro que Anahí desejava, mas não admitiria nem aquela vontade nem outras perante o pai.

— Sou realista, papai, e Alfonso também. Ele tem o mundo dele; e eu, o meu. Não devemos nos esquecer disso.

— E daí? Você continua achando que não serve para ele.

— Alfonso nada me disse a esse respeito, exceto para elogiar você, sua firma, e acenar com novos contratos. Devia agra­decer a ele, quando chegar aqui.

Contudo, Franklin não amoleceu.

— Nenhum serviço de segurança prevê que o agente deva morar na casa do contratante. Acho melhor cancelar o con­trato com Alfonso Herrera imediatamente.

—  Por favor, nem fale nisso. Seu futuro e o meu estão envolvidos. Portanto fique calmo e bonzinho, está bem?

— Vou tentar — ele resmungou.

Hank e Sammie não demoraram a chegar e já foram en­trando.

— Está na cozinha, Franklin? — Hank elevou a voz.

— Claro — disse Sammie. — Ele mora aqui.

Anahí receou pela integridade física de Alfonso, se aqueles dois, insuflados por seu pai, resolvessem dar uma lição ao empresário, agredindo-o. Ela balançou a cabeça, na tentativa de livrar-se do pensamento. Depois, conduziu o pai pelo braço até a sala, onde os amigos o aguardavam.

— Vamos, papai, você tem visitas.

— Só um instante. Talvez eu esteja ocupado, comendo, quan­do nosso cliente chegar. Ou, quem sabe, esteja no hospital...

— Não me importa se estiver em Marte. — Anahí endure­ceu o tom. — Você apertará a mão dele e agradecerá o con­trato. Por favor.

Sem parecer convencido, Franklin meneou a cabeça e dei­xou o recinto.

Imediatamente, Hank o saudou, perguntando sobre Alfonso.

— Está atrasado. Imagino que foi comprar roupas novas — disse Franklin.

— Ele se veste bem — Sammie atalhou.

— Não o bastante para namorar minha filha.

Na cozinha, Anahí ouviu o comentário do pai. Não havia jeito. Ela encostou a cabeça na porta do refrigerador, assim quem sabe conseguiria esfriá-la.

— Tem razão. — Sempre servil, Hank apoiou o chefe. — Alfonso combina mais com moças comuns.

Anahí rolou a testa contra a superfície fria. A campainha tocou.

— Vic não sabe abrir a porta? — protestou Hank. Como o senhor não se mexeu, Anahí foi até a modesta sala a fim de resolver o assunto, mas Hank adiantou-se e abriu a porta.

— Olá para todo o mundo. Estou na casa certa?

Era Peg, como sempre trajando uma roupa esquisita, meio hippie, meio antiquada, cheia de brilhos, a cor combinando com a de seus cabelos. Não havia sido convidada para a jo­gatina, apesar de merecer a simpatia do grupo. Talvez ti­vesse trazido comida, Hank pensou. Pizza.

—  Alô, Anahí. — Ela correu a vista por todos os rostos, aparentemente aliviada por não ter errado de endereço. Franklin arregalou os olhos diante da estranha figura.

— Também quer jogar pôquer, Peg? — Anahí perguntou.

— Parece que ela trouxe alguns suprimentos para nós —interveio Sammie, quebrando o formalismo. Ela adiantou-se para apanhar, das duas mãos ocupadas de Peg, sacolas plás­ticas com latinhas de cerveja e bandejas com salgadinhos.

De sobrancelhas arqueadas, Anahí ponderou se a oferta ti­nha a ver com a discussão prévia sobre o sabor de sua comida.

— Não era necessário — disse gentilmente a Peg.

— Há mais no meu carro — informou a secretária de Alfonso, satisfeita.

— Sammie irá pegar — falou Hank, que começava a pre­parar a mesa para o jogo.

— Uau! Está quente hoje, não? — Diante do olhar espan­tado de Franklin, Peg abanou-se com um leque antigo e de­pois borrifou perfume no pescoço e no colo.

Era viciada naquilo, como um dependente químico, e na verdade o aroma do produto em spray chegava a ser enjoativo. Franklin continuou assombrado com a figura da visi­tante, e Anahí precisou repreendê-lo com o olhar, pela atitude inconveniente.

Arrependeu-se. Solitário, Franklin costumava observar com óbvio interesse qualquer mulher que lhe chamasse a atenção. Merecia ser feliz, afinal. Provavelmente, com essa finalidade Alfonso havia estimulado Peg a comparecer ali, ves­tida daquele modo sugestivo. Anahí assumiu seu dever de fi­lha, apresentando os dois.

— Papai, já conhece...

— Franklin Portilla— ele disse antes de Anahí completar a frase, e ofereceu a mão.

 — Senhora...

— Mulrooney — respondeu Peg, sorrindo — mas não me trate de senhora. Sou senhorita já faz seis anos. Pode me chamar de Peg.

— Nesse caso, você me chama de Franklin. — Dê-me o seu número e eu telefono quando você quiser. Ambos riram. Parecia que o pai e a amiga de Anahí tinham estabelecido uma imediata conexão de mútua simpatia. Anahí gostaria de permanecer na sala e ver a evolução da história, mas precisava voltar à cozinha e cuidar do jantar.

— Então, como conheceu minha pequena Anahí?

— Eu trabalho para Alfonso Herrera.

Da porta da cozinha, Anahí surpreendeu-se por Franklin não ter tido um ataque. Ao contrário, mostrava-se encantado.

— Então, protege seu chefe das mulheres atiradas? Peg concordou com um gesto de cabeça.

— Também cuido dos homens, quando se tornam um pro­blema.

— Agora há homens atrás de Alfonso Herrera? — O sorriso de Franklin se dissipou.

— Não nesse sentido — explicou Peg.

— Ela é a secretária executiva de Alfonso — Anahí não resis­tiu a intervir. — Controla sua agenda e, por isso, precisa expulsar pessoas do escritório, quando ele não tem tempo de atendê-las.

—  Certo — Peg confirmou. — Pensou que eu fosse uma guarda-costas?

— É que você não lembra uma secretária — Seu pai foi gentil. Ela deu-lhe um sorriso malicioso.

— Mas você lembra um policial.

— Ex-policial — emendou Hank, ainda arrumando a mesa. — Aquele homem lhe respeita? — Franklin quis saber. Lá vinha ele de novo, pensou Anahí. O que faria Peg se o pai chamasse Alfonso de "aquele sujeito" ou "homem nu" como vinha fazendo desde o início do contrato?

— A quem se refere? — Peg não entendeu ou fingiu não entender.

— Ao seu patrão, claro.

— Ele tem de se comportar comigo. Senão... Novas risadas.

— Não mude de assunto.

— Ah, Franklin — falou Peg, antecipando-se à resposta de Anahí. — Alfonso cozinha como um verdadeiro mestre-cuca, mas é um sujeito normal. Quer dizer, gosta de mulheres. Não é mesmo, Alfonso?