Fanfic: Paixão sem compromisso (Adaptada) AyA [Finalizada] | Tema: Rebelde/ Aya/ Romance + Hot

Ele parou de girar na pista. Mal conseguia respirar. A boca de Annie era incansável; a língua, ávida por explorar o território onde se alojara.

Quando ela, finalmente, recuou, ele ainda se sentia ator­doado. Anahí, ao contrário, sorria e balançava os quadris numa exibição especial para ele.

—  Machuquei você? — perguntou. — Quer sentar-se e descansar um pouco?

Alfonso ergueu as sobrancelhas e tocou os próprios lábios com a mão.

— Venha aqui.

Ela se aproximou e teve a boca capturada por Alfonso num beijo repleto de urgência e força viril. A danceteria logo foi esquecida: as pessoas, a música, as luzes piscantes. O cheiro, o calor, a energia de Alfonso se converteram no novo mundo de Anahí, até que ele lhe livrasse os lábios.

Hora de uma pausa. O som ganhou ritmo lento, os jovens dançarinos se calaram, Anahí e Alfonso permaneceram onde estavam, imperturbáveis, paralisados por um momento mágico.

— Gostou? Estamos só começando... — ele lhe sussurrou ao ouvido.

Mesmo que Alfonso não tivesse lhe prometido amor eterno, Annie sabia que desejava mais.

— Por favor, vamos dançar — pediu e foi atendida.

A música, agora romântica, os lançou em suave conexão que transcendia o atrito corporal, para despertar as neces­sidades do espírito. Trocaram olhares e sorrisos indicativos de que, mais além dos corpos sedentos, havia um inebriante encanto, responsável pelo encontro de almas.

— Não acha que já foi o bastante? — Alfonso perguntou.

— Por enquanto... — Era a resposta que ele queria ouvir. — Aonde vamos?

— Para o meu mundo — ele disse. — Quero lhe fazer uma surpresa.

Ansioso, Alfonso dirigiu o carro mais rápido do que Annie havia feito anteriormente, rumo à anunciada surpresa. A mão dela estava pousada em sua perna direita, porém ele não percebeu. Notaria, talvez, se Anahí subisse os dedos mais um pouco, mas ela se conteve. Antes de a noite acabar, Alfonso lhe pertenceria por completo. Poderia tocá-lo e desfrutá-lo, e já não havia como voltar atrás.

Anahí estudou o atraente perfil de Alfonso, seu maxilar forte, os ombros e os braços, imaginando se iriam à casa dele ou ao clube de campo. Neste, Alfonso devia conhecer o caminho para o quarto de hóspedes. De qualquer modo, estava pro­pensa a deitar-se no banco traseiro do carro, se ele quisesse.

— Estamos chegando? — perguntou.

— E logo em frente.

Olhando, Annie teve uma visão imprevista.

— Você está indo para a marina?

— É a única maneira de acessar o meu iate.

— Vamos fazer amor dentro do seu iate?

— Vamos fazer amor? — Alfonso devolveu, fitando-a e pare­cendo confuso.

— Há outra solução?

— Se você insiste... — Ele entrou no clima de brincadeira. Entre os barcos, existiam alguns que só os milionários poderiam bancar. Os nomes pintados no casco eram sugestivos. Desejo Ardente, por exemplo, combinava com o perfil de Alfonso. Seria o iate dele?

Não. A pé, caminharam de mãos dadas pelo comprido cais. A noite estava inusitadamente clara e calorenta. Algumas pessoas espaireciam no convés de seus iates, bebendo e con­versando.

— O meu é o último à esquerda — Alfonso informou. Tratava-se de uma embarcação grande, branca com uma faixa azul correndo pelo perímetro do casco. De linhas cur­vas, prometia um ambiente insinuante e sensual.

— Como se chama? — De longe, Annie não conseguiu ler o letreiro.

— Sonhador — disse ele. — Era o meu apelido nos can­teiros de obras. Os operários não acreditavam no meu obje­tivo de vencer na vida.

Curioso. Aquele nome também combinava com o perfil de Alfonso . Por isso, ele era uma pessoa tão interessante.

— Você conseguiu, Alfonso — ela declarou, quase empurrando-o para dentro do barco.

— Sem pressa, lembra-se? — Alfonso a alertou.

— Mas como se sobe aí? Saltando ou escalando uma es­cada de cordas?

Ele gargalhou alto.

— Hoje, você vai subir só em cima de mim. — Fez uma pausa para recobrar a seriedade. — Nós dois já queríamos isso durante todo o jantar e depois na danceteria. Sincera­mente, gostei das preliminares, atiça o mistério. Não é pre­ciso ter pressa, agora.

— Se você está cansado, diga-me, e irei mais devagar. Não pretendo matá-lo.

— Você é muito bondosa... — ele brincou. — Vamos.

Anahí tirou os sapatos e foi orientada por Alfonso. Entrou no iate sem dificuldade, simplesmente erguendo a perna. Ele removeu sapatos e meias e dobrou a barra da calça.

Para o espanto de Anahí, Alfonso desligou as luzes do barco, ocupou o lugar destinado ao comandante da embarcação e manipulou algumas teclas a fim de ligar o motor.

Annie olhava para a espreguiçadeira de couro, à direita do convés, supondo que funcionaria bem como ninho de amor. Com o barulho e a leve oscilação do barco, porém, ela adian­tou-se e abordou Alfonso.

— Não entendi. Por que estamos partindo?

—Esse é o meu mundo, Annie. Roubo para mim parte dessa imensidão para realizar minhas fantasias com você.

— Qual?

— Fazer amor em alto-mar, sobre um céu estrelado. Es­taremos completamente sozinhos no mar. Nenhum telefone tocando, nenhum paparazzi a nos espionar.

Ela concordou com um gesto de cabeça, ainda que seu coração se encolhesse. Desde a publicação do nu frontal da­quele jogador, os fotógrafos haviam desaparecido do alcance de Alfonso. Desde o assédio das duas malucas na loja Kiki, nenhuma outra fã se oferecera para ele. Como Alan tinha previsto, o rei havia sido destronado e substituído.