Fanfic: Paixão sem compromisso (Adaptada) AyA [Finalizada] | Tema: Rebelde/ Aya/ Romance + Hot

— Está me pedindo para viver com você, informalmente? — Tess completou.

— Eu não usaria esse termo. E você é livre e adulta.

— Por isso mesmo, minha decisão está tomada. Não vou morar com você como uma amante, Josh. E também não serei mais sua pretensa namorada em público.

— Acredita no que está dizendo? — Ele mostrou-se per­plexo. — Depois de tudo o que partilhamos esta noite?

A voz de Tess soou mais calma do que deveria. —Esta noite nada tem a ver com isso. Minhas malas estão prontas e voltarei hoje mesmo ao meu apartamento.

— O quê? — Josh arregalou os olhos, ante a notícia ines­perada.

— O contrato está rompido — ela declarou.

—  Desde quando? Veja, se não quiser mudar de quarto, tudo bem. Continue no seu, eu não me importo. Ocupe todo o espaço de que necessitar na casa.

— Não é uma questão de espaço. Graças às fotos escanda­losas daquele jogador, você já foi esquecido pelos jornais e pelo público. Não necessita mais de mim como guarda-costas.

— Necessito de você, Annie.

—Já tenho um novo trabalho — ela mentiu. — O contrato cessa quando o problema acaba. A cláusula é clara.

— Não quero vê-la metida em confusões. Seu trabalho é perigoso e você é imprudente.

—Agora quer controlar a minha vida e a minha profissão? Eu gosto do que faço, Alfonso.

— Mas não arriscará a sua segurança se estiver vivendo comigo. E descobri que você não se envolveu com ninguém, durante sua carreira, como se envolveu comigo.

— Uma noite de sexo não significa envolvimento — Annie contrapôs, para o completo assombro de Alfonso.

Em terra, após um trajeto silencioso, chegaram à mansão. As malas de Anahí estavam dentro de seu carro, na garagem. As chaves, na bolsa. E ela as empunhou, ansiosa por abreviar a despedida.

— Adeus, Alfonso.

— Como assim? É inacreditável o que está fazendo! Ele correu, impedindo-a de abrir o automóvel. —  Droga, Annie! Eu amo você! — gritou.

Isso a paralisou junto à porta do veículo. Era uma novi­dade, uma esperança.

—  Vamos entrar e conversar — propôs ele. — Não vá embora assim, movida por um impulso tolo.

—  Tolo? Você diz que me ama no calor do momento, só para eu não o deixar.

— Mais uma vez... eu não compreendo você.

— O que amar representa para você, Alfonso? Deveria pen­sar nisso. Parece-me que o amor nunca fez parte da sua vida, porque não é algo que se possa comprar e descartar como uma mansão, um iate, uma ilha, um carro de luxo...

—  Mas eu adoro você, Annie. Por que duvida da minha sinceridade?

— No seu mundo, Alfonso, não existe compromisso com as emoções e os sentimentos. Você se habituou ao conceito de que o dinheiro pode tudo.

— Aparentemente, ele não pode trazer você para mim...

— É que eu não ligo para a sua fortuna, nunca vou ligar. Ela não me dá o que quero de um homem: o amor que desejo e mereço! — Anahí exaltou-se, agitada por haver encontrado as palavras certas.

Com isso, manobrou o carro para sair dali.

— Annie! Espere!

Ela não atendeu ao pedido.

Quarenta minutos depois, Alfonso ocupava o banco do pas­sageiro no carro de Alan. Celular junto ao ouvido, escutava toques e toques sem resposta.

Qualquer outra mulher atenderia, interessada em receber explicações e pedir desculpas por havê-lo desprezado. Mas Annie era teimosa. Teimosa e encantadora em sua defesa de um amor idealizado.

Tal constatação renovou as esperanças de Alfonso.

— Vamos, atenda! Fale comigo em vez de dirigir como uma maluca!

— Para quem está ligando? — Alan indagou, embora sus­peitasse.

— Pode acelerar? Preciso chegar junto com Annie ao apar­tamento dela.

— Muito trânsito — alegou o advogado, enquanto o apa­relho de Alfonso emudecia.

— Dê-me o seu celular.

— Não trouxe.

— Por quê?

— Não esperava ser acordado de madrugada para socor­rer um sujeito que se esquece de pôr combustível nos carrões que tem.

— O de Annie estava abastecido, mas ela fugiu de mim.

— O que você fez a ela?

— Eu? — Alfonso olhou com ar de inocência para o amigo.

— Disse que a amava, só isso. Não. Também propus que ela viesse morar comigo em definitivo.

—Anahí gosta de você — foi o breve comentário de Alan.

— E eu achei que ela vibraria com a proposta, porque na prática já vive lá em casa, mas em quarto separado. Com o tempo, talvez... Annie explicou que o nosso contrato estava vencido e que ela começaria um novo trabalho. Então, eu falei que não suportava vê-la correndo riscos, que lhe daria segurança na qualidade de namorado fixo.

—  Annie é adulta e independente, Alfonso. Pode fazer o que quiser na vida.

— Menos descartar o homem que a adora e, acredito, ela me ama também.

Esquecido de que seu celular ficara sem bateria, Alfonso o empunhou de novo. Praguejou quando não conseguiu ligar.

—  O que aconteceu antes de vocês voltarem à mansão? — Alan mostrou-se curioso.

— Resumindo, uma incrível noite de amor. No iate, depois na ilha.

— Quer que eu pare num telefone publico? — Alan mos­trou-se sensível à aflição de Alfonso.

—Não, mas acelere. Annie deve estar no apartamento dela. Se ainda não pôs fogo no lugar.

— Estava tão furiosa assim ao partir?

— Mais ou menos. Queria que eu refletisse no significado do amor.

— Não é má idéia — Alan declarou.

O amigo e chefe o dispensou, na frente do prédio de Annie. Alfonso viu o carro dela estacionado na rua. Vazio. Tanto quan­to o período de ardente paixão entre eles.