Fanfics Brasil - 13 Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian

Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni


Capítulo: 13

1010 visualizações Denunciar


Depois de esperar Christian tomar um banho – ele bem que me chamou para acompanhá-lo, mas preferi ficar quietinha -, aconchegamo-nos na sua cama. Ele tinha fechado as janelas e descido uma linda cortina azul, que combinava com alguns móveis do quarto. Um bom gosto absoluto. Logo em seguida, ligou a TV e pegou o filme, colocando-o num aparelho de DVD. Tentei não pensar muito no modo carinhoso que Christian me puxou para os seus braços, fazendo meu corpo se aninhar no dele. O maldito ainda teve a cara de pau de ficar me alisando os cabelos. Sério, ele não parou por nada.


Não conseguimos terminar de assistir ao filme. Tudo bem que já tinha assistido antes, mas, quando a Julia contracenou uma cena mais picante com o Dominic West, Christian começou a me beijar feito um louco.


Então, já era. Eu não tinha chance alguma perante o seu charme. Era uma presa fácil demais.


Quando acordei, Christian dormia calmamente, abraçando-me de lado. Já era dia. Saí da cama devagarzinho, não queria acordá-lo. Estava tão belo daquela forma... Lindo demais.


O peso do arrependimento começou a me invadir quando cheguei até a cozinha e constatei que já eram nove horas da manhã. Peguei um copo de água e bebi de uma só vez. Lulu veio me dar bom-dia, e eu acabei segurando-a em meus braços.


- Oh, Lulu... O que vou fazer com seu pai? Diz pra mim...


A gatinha começou a lamber as patas, ignorando-me completamente. Devia estar mancomunada com ele, estavam juntos na missão de me deixar louca. Tudo o que aconteceu foi tão errado! Eu havia perdido o juízo, completamente. Onde estava com a cabeça quando aceitei tamanha insensatez? Que idiotice da minha parte!


Uma voz sussurrante cortou meus sentidos, chamando-me de vadia. O anjinho consciente que tanto tinha chorado para que eu não caísse em tentação, agora sorria e dizia, com uma expressão irônica: “Tentei avisar, sua estúpida. Agora, chora.”


Foi exatamente o que fiz. Soltei Lulu na cozinha e me debulhei em lágrimas, procurando as minhas roupas.


Encontrei-as na sala, devidamente dobradas.


Sem a presença de Christian confundindo meus sentimentos, coloquei a cabeça para funcionar.


Como podia ter dormido com outro cara dois dias antes do meu casamento? Era loucura demais!


Nada me justificava.


Outra voz se fez presente. Desta vez, chamou-me de traidora. Soltei um soluço engasgado, sentindo as lágrimas ensoparem meu rosto. Vesti as roupas e calcei meus sapatos. Procurei pela minha bolsa, que havia deixado em cima de uma mesa pequena, logo na entrada do apartamento.


Eu estava sendo injusta com todo mundo, inclusive comigo mesma. João não merecia aquele comportamento.


Minha infidelidade havia ultrapassado todos os limites. Era absurdo ficar dando espaços ao Christian. Mesmo se ele quisesse alguma coisa... Não, claro que não queria nada. Ele sabia perfeitamente que eu ia me casar, portanto queria se divertir as minhas custas. Afinal, eu era a garota corretinha incorruptível. Devia ser um prêmio para ele, uma coisa interessante e diferente... Um desafio.


Era isso. Christian estava me usando o tempo todo.


Ciente da força de sua própria sedução, organizou aquela armadilha para me fazer dormir ali.


Não, não ponho a culpa nele, ponho em mim mesma. Fui uma garota, uma adolescente boba.


Certamente ele riria de mim quando acordasse, pensando no quão fácil foi me ter de novo.


Um cenário inteiro foi montado na minha cabeça. Eu, a corretinha, traindo o meu noivo e me deixando levar por um garoto de programa. Com aquela conversa de romantismo explícita nas letras da Paula Fernandes, Christian queria que eu fizesse o quê? Largasse o meu casamento, desistisse de tudo, só para ter o prazer de me ver arruinar a minha vida? Claro que ele não pretendia ficar comigo, seria idiotice criar laços com uma mulher como eu, tendo dormido com mulheres de vários tipos, inclusive mais experientes e bonitas. Christian era areia demais para o meu diminuto caminhão.


As coisas ficavam cada vez mais claras na minha mente, como a água mais cristalina. Tudo havia sido um plano cruel, muito bem elaborado. Christian era um conquistador, um bom conquistador, vivia a mercê disso.


Era o seu trabalho, o que sabia fazer de melhor e havia feito durante longos anos. O pior de tudo era que eu, mesmo sabendo, deixei que me seduzisse, que colocasse caraminholas na minha cabeça.


Irritada, peguei a minha bolsa. Estava disposta a não me deixar enganar. Christian não podia saber que eu havia caído de uma forma tão infantil. Não riria de mim, começaria a entender que eu era uma mulher madura, com capacidade de raciocinar sobre o que fez comigo. Foi com este pensamento que, tomada pelo ódio, raiva e ressentimento, tive uma grande ideia.


Abri a minha bolsa e sentei no sofá. Peguei um talão de cheques e uma caneta. Calculei mentalmente o horário que havíamos passado juntos; começamos a transar as sete e meia, dormimos à meia-noite. Quatro horas e meia. Arredondei para cinco, começando a somar e multiplicar. Supondo que ele tinha me cobrado o preço mínimo, oitocentos reais a hora, então aquilo tudo teria me custado quatro mil reais. Uau!


Estava prestes a me casar, não podia gastar aquele valor, mas preenchi o cheque mesmo assim.


Quatro mil reais, em nome de Christian Duarte. Assinei e peguei uma folha de papel da minha agenda.


Escrevi as seguintes palavras:


“Espero que seja o suficiente. Se for menos, fique com o troco. Se for mais, gostaria que me ligasse para que eu possa fazer outro cheque. Aliás, queria muito que fizesse umas fotos no meu casamento, mas tive uma ideia... Sabe as fotografias que tirou da sua irmã? Quero algumas daquelas. Vou estar no hotel, já maquiada e penteada, às dezessete horas. Esteja lá, pago qualquer preço por elas, pois meu noivo irá adorá-las. Se não puder ir, mande-me um e-mail avisando.”


Coloquei o endereço do hotel e deixei o bilhete em cima da mesa de centro, com lágrimas nos olhos. Havia sido extremamente fria em cada palavra. Não falei sobre a noite, sobre nós... E ainda evidenciei o meu casamento e deixei claro que nossa relação era meramente profissional. Acreditei piamente que aquilo era o correto a ser feito.


Peguei o elevador ainda chorando, mas tive que me acalmar. Passei na portaria e conversei com o porteiro, avisando que não tinha a chave elétrica para abrir os portões. O funcionário pediu para que eu buzinasse quando saísse, pois ele mesmo abriria.


E assim foi feito.


Cheguei em casa arrasada. Precisava tomar banho, trocar de roupa e ir trabalhar. Peguei meu celular a fim de ligar para Lara, mas acabei ficando absolutamente surpresa. Havia mais de trinta ligações de João Pedro, e umas quatro da própria Lara. Decidi ligar para o celular da minha amiga, em vez de para o número da loja.


- Onde esteve, Mayte? – ela gritou. – Pelo amor de Deus, você está bem?


Minhas mãos já tremiam.


- Está tudo bem, Lara. – Tentei manter firmeza na voz. – O que aconteceu? Está tudo certo com a loja?


- Na loja sim, Mayte. Tudo certo. O problema é você e o seu sumiço. – Lara parecia muito nervosa. - João Pedro não te encontrou em parte alguma, seu apartamento estava vazio... Ligou para todas nós! Quando me ligou, tive que inventar uma mentira horrorosa, pois era a única que sabia que você estava com aquele... Com o Christian!


Fechei os olhos. Céus... As lágrimas tornaram a cair.


- O que você disse a ele?


- Que você estava comigo... Que já tinha ido dormir, e estava um pouco estressada com o casamento. Enfim, ainda bem que ele acreditou... Amande, o João está muito preocupado. Por favor, Mayte... Diga-me que não está apaixonada por aquele gigolô! Você dormiu com ele de novo?


A tal palavra fez meu corpo inteiro tremer e as lágrimas se multiplicarem.


- Sim – murmurei, com a voz fraca.


Lara ficou em silêncio. Sabia que estava chocada.


- Sim o quê? Você está apaixonada? Oh, meu Deus, eu sabia... Sabia que isso ia dar em merda!


Mayte, esse cara não é pra você!


- Falei que sim, dormi com ele. Não estou apaixonada, Lara, não sou uma criança. Vou me casar com o João e pronto. Simples.


- Mayte... Mayte, você está perdida. Não vê que as coisas estão erradas? Como vai se casar com um cara que não ama mais? – disse Lara, repetindo as palavras da Jéssica.


O que era aquilo? Um complô contra mim?


- Claro que o amo...


- Você não o ama! Só ainda não percebeu. A Amande que eu conheço jamais agiria desta forma... Esse Christian te tirou do foco. Está apaixonada pelo gigolô! Não quer admitir, mas está! E ele é o que é, Mayte, acha que mudaria por você? Duvido muito! Quanto pagou para dormir com ele?


- Nada – menti. – Ele fez porque quis, está bem? – Nem eu mesma compreendi os motivos de estar defendendo o Christian.


- Deus... Será que ele se apaixonou por você? Ah... Mayte... Se essa paixão for recíproca, não acha melhor desfazer esse casamento?


- Não estou apaixonada por ele! – gritei. – Preciso desligar, Lara, estou chegando aí daqui a uma hora, no máximo, e odiaria se viesse falar comigo sobre este assunto. Está tudo resolvido, tudo sob controle!


Lara suspirou.


- Quero te ver inteira, Mayte. Se eu perceber que não está inteira, juro que conto tudo para o João.


- Você não ousaria...


- Faria qualquer coisa para te ver feliz. Acredite.


Era só o que me faltava!


As paredes da minha sala, lá na loja, estavam me sufocando. Tentava me manter erguida, mesmo morrendo de vontade de chorar sem parar. Não queria que Lara me visse fraquejando. Ela pareceu ter falado sério a respeito de contar tudo para o João.


Abri o meu e-mail e fiquei esperando alguma coisa vinda do Christian. Nada. Nem uma mensagem sequer.


João Pedro havia me ligado antes mesmo do almoço. Expliquei a ele que estava um pouco nervosa com o casamento, e que tinha preferido me afastar e conversar com uma amiga. Mais uma mentira para a minha lista mais recente. Eu estava ficando boa naquilo. Bom, acho que, quando se tem muito a perder, as mentiras podem ser ótimas aliadas.


O dia passou. Juro, nem senti. Qualquer hora era hora, cada instante perdia o significado.


Sentia vontade de sumir, de me transformar numa pequena formiguinha. O peso das responsabilidades nunca me foi empecilho, mas, naquele dia, trabalhei apenas por trabalhar. Não queria me envolver com nada, nem com os fornecedores de batons, que estavam simplesmente me enchendo o saco.


Fui jogando as coisas para o alto, empurrando com a barriga. Lara percebeu, claro, mas a simplicidade com a qual eu enfrentava as situações deixou-a de bico calado. Eu podia ser perfeitamente correta, educada, sorridente. Mas, por dentro, estava gritando. Pedindo liberdade. Tal qual o conceito do filme “O sorriso de Monalisa”. Ninguém sabe, de fato, o que está por trás de um sorriso. Ele engana, diferentemente das lágrimas.


Elas não enganam ninguém, e foi por isso que me acompanharam durante toda a viagem de volta para casa.


Era noite de quinta-feira. João Pedro me ligou de novo, avisando que estava saindo com os amigos para a sua despedida de solteiro. Fui completamente apática, não me importava. Sua ausência, para mim, era um alívio.


Deitei no sofá e pensei um pouco mais nas coisas. Como podia estar tão despreocupada com relação ao João Pedro? Não estava mais me importando como sempre me importei. Será que as minhas amigas estavam com a razão o tempo todo? Será que realmente tinha deixado de amar o João?


Era fato, eu não sentia mais vontade de beijá-lo, ou de fazer amor com ele. Não estava com saudades. Na verdade, simplesmente não pensava em mais nada além de dois olhos azuis muito brilhantes.


Christian não havia me mandado e-mail algum. Nem me ligado. Nem nada. A falta que ele me fazia era sufocante, deixava-me em um estado perturbador de vazio, solidão e tristeza. Precisava ouvir seu riso, só assim eu teria certeza de que tudo estava bem.


A sensação de suas mãos me tocando invadiram a minha lembrança, deixando a minha pele arrepiada. Meu coração acelerou, e então já estava chorando novamente.


Naquele momento percebi, talvez tarde demais, que tinha caído de vez na armadilha dele. Eu não podia me casar com o João. Não... Não o amava mais, não como antes. Era diferente. Sentia respeito por ele, e um carinho incrível. Mas... Não podia continuar o enganando.


Nem a mim mesma.


Precisava aceitar a única verdade que fazia meu corpo latejar: estava completamente apaixonada pelo Christian. Sim, era muito mais do que simples desejo... Era mais do que fantasias. Não podia haver enganos.


Aquilo queimava dentro de mim.


Depois de um dia inteiro de sofrimento, finalmente admiti a mim mesma; eu não havia feito sexo com o Christian, não mesmo... Havia feito amor, de corpo e alma, entregando a minha vida em suas mãos. Todos os sintomas estavam evidentes demais; saudades, ciúmes, bem-querer, preocupação, envolvimento, desejo...


Não podia continuar ignorando. Era demais para mim, insuportável.


Como uma lâmpada que acendia e iluminava a minha consciência, dei-me conta de que ele não tinha o meu telefone. E, talvez por isso, ainda não tivesse ligado. Tudo bem que Christian podia ter mandado um e-mail, mas enfim... Não tinha o meu número. Eu sentia tantas saudades... Queria entender tudo aquilo. Precisava conversar, necessitava que ele me dissesse a verdade sobre os momentos que passamos juntos. Seria uma conversa entre adultos; sem rodeios, sem jogos. Mesmo sendo loucura, precisava saber o que ele sentia, se era algo tão forte quanto o que me preenchia o peito.


Foi por isso que peguei seu cartão de visitas na minha bolsa, decidida a ligar. Christian atendeu no primeiro toque.


- Alô? – sua voz estava séria.


- Oi, Christian – murmurei.


- Mayte? – O timbre se modificou para um sussurro rouco, trôpego.


- Sim... Eu... Eu precis...


- Mayte, estou trabalhando agora – ele disse, interrompendo-me. Sua voz estava um poço de firmeza e seriedade. – Não posso falar. Estarei sábado no hotel para tirar as fotos.


- Tu... Tudo bem... – gaguejei, resfolegante.


- Até. – E desligou.


Quer mesmo que eu diga como me senti depois daquele telefonema medíocre? É simples dizer: meu mundo inteiro caiu. Desmoronei. De verdade, senti cada base que me mantinha de pé cair muito depressa, espalhando cacos pelo chão.


Christian havia me cortado tão rápido! Estava com outra mulher, fazendo seu “trabalho”.


Entregando para qualquer uma o que havia me dado com tanta delicadeza. Será que ele era delicado com todas? Será que todas ficavam encantadas, seduzidas, apaixonadas? Não duvidava. Até porque no dia anterior, no restaurante, a mulher que tinha hora marcada com ele havia dito que estava com saudades.


Soltei inúmeros soluços, chorando sem nenhuma dignidade. Parecia uma criança que havia acabado de perder seu doce. Chorei de todas as formas, até meus olhos incharem e, mesmo quando aconteceu, continuei chorando.


Será que tinha me enganado tanto assim? Céus... Por que era tão complicado?


Estava encolhida no sofá quando ouvi a campanhia. Forcei meu corpo a se levantar e verifiquei o olho mágico.


Era a Paloma. Por isso que o porteiro não tinha interfonado antes. Qualquer amiga minha podia entrar no meu prédio quando bem entendesse.


Abri a porta.


- Mayte, eu... – Paloma foi falando, mas parou quando me viu. – May! O que aconteceu?


Você está... Horrível!


- Hoje não, Paloma – murmurei, soltando um novo soluço. – Péssima hora. Por favor, vá embora. – Tentei fechar a porta, mas ela me impediu.


- Pare com isso. Precisa de ajuda! Conte-me, o que aconteceu? Foi o Christian, não foi? Lara me contou que dormiu com ele ontem. João Pedro me ligou também...


- Pelo visto, são todas umas falsas. Não conseguem esconder nada de ninguém. Vá embora, Paloma.


- Não. Somos as suas amigas. Estamos no seu time, Mayte, pare de achar que estamos contra você!


Queremos que seja feliz!


- Estou apaixonada pelo Christian – admiti, entre lágrimas. Estava pronta para falar mais coisas, contudo, simplesmente não pude. Comecei a soluçar sem pausas.


Paloma entrou no apartamento e me abraçou com força, fechando a porta atrás de si. Passei meus braços na cintura dela, enquanto tentava buscar algum conforto.


- Mas ele é só um conquistador! – continuei, com a voz chorosa mais feia do mundo. – Não posso deixar que estrague a minha vida. Vou casar com quem me ama!


- Compreendo, Mayte – ela disse, guiando-me até o sofá, mas sem deixar de me abraçar. – Você está certa.


Parei, encarando-a. Não esperava que dissesse aquilo. Tudo parecia tão errado!


- O quê? – murmurei, surpresa.


- Você está certa. Não pode trocar o certo pelo duvidoso. Seria muito idiota se largasse o casamento com João por causa de uma paixão por um garoto de programa. João te ama muito, e sei que te fará feliz. Você gosta de segurança... Ele sabe te agradar.


- Pensei que todas estavam contra este casamento. Jéssica me disse que...


- Jéssica é uma louca, Mayte. Ela não entende certas coisas. Você é uma mulher sensata.


Pode ter se desviado no caminho, mas foi apenas um lapso. Isso vai passar, vai ver... E fará a coisa certa.


Essa paixão vai acabar muito rapidamente.


Aquiesci, balançando a cabeça. Começava a me sentir mais calma. O senso de racionalidade de Paloma era um conforto, um direcionamento para a minha alma perdida. Ela estava de fora, portanto tinha uma ideia mais ampla de tudo aquilo. Certamente estava com toda razão.


Suas palavras me apontaram um caminho e, vendo que ele me levaria a algum lugar, voltei a me sentir segura.


Abracei-a ainda mais forte.


- Obrigada – murmurei. – Vai ficar tudo bem.


- Vai sim. Confie no seu bom senso – Paloma falou e enxugou o meu rosto com as mãos. Apesar de toda a dor, já me sentia melhor.


Não há nada mais reconfortante do que ter bons amigos.


Paloma decidiu ficar comigo um pouco mais. Segundo ela, não era bom que eu permanecesse muito tempo sozinha, pois isso podia dar vazão a pensamentos errôneos, movidos pelo desespero da solidão. Ela estava certa, e agradeci a sua presença.


Fizemos brigadeiro de panela – comida típica de mulheres com dor de cotovelo – e sentamos
confortavelmente no meu sofá. Paloma tentava falar sobre outras coisas, mas percebi que alguma coisa a incomodava.


- Lomita, estou sentindo que quer me dizer algo – falei, colocando uma colher cheia de brigadeiro na minha boca. Uma delícia! – Até agora só falamos de mim... Aconteceu alguma coisa?


Minha amiga curvou um pouco a boca, pensativa. Parecia travar uma batalha interna.


- Bom, é que... Acho que cheguei a uma conclusão sobre a minha vida. E isso é um dos motivos por ainda não ter matado a Jéssica por nos levar naquela louca despedida de solteira.


Franzi o cenho, curiosa. Paloma deu mais uma colherada no doce. Parecia nervosa com o que estava prestes a dizer. Como se fosse doença contagiosa, comecei a ficar também. Tudo o que estava relacionado ao fim-de-semana passado me deixava tensa.


- Desembucha – incitei.


Ela fez uma careta. Ergueu-se um pouco no sofá, colocando para trás seus grossos fios de cabelo liso. Os olhinhos puxados vacilaram, e sua pele corou de imediato.


- Eu acho que sou lésbica – murmurou.


Ahn?


Absolutamente surpresa, voltei a me sentar no sofá. Paloma havia desviado os olhos de mim, encarando o horizonte da minha sala.


- Como assim “acha”? – consegui questionar.


- Eu... Sabe... Acho os rapazes bonitos e muito interessantes... O Marcelo é um deles. Só que... Não tenho desejos... Ele me ajudou a perceber isso.


- Mas, você sente alguma coisa por mulheres?


- Sim, sempre senti. Só nunca tive coragem de aceitar. Acho que minha sensatez não me permitia enxergar a verdade – explicou, largando o brigadeiro de lado. – Não queria admitir isso a mim mesma, portanto colecionei relacionamentos ruins a minha vida inteira! Neste fim-de-semana consegui finalmente notar... Que não vou conseguir ser feliz me relacionando com homens.


Eu estava chocada, claro.


- Não sei o que dizer, Lomita...


- Não precisa, só queria que alguém soubesse. Sabe, Mayte, acho que às vezes você e eu pensamos demais nas coisas. Somos tão iguais, não é? Vivemos a vida fazendo sempre o que nossa razão nos manda.


- Isso não devia ser um problema, Paloma. Não mesmo...


- Você não sabe o quanto é difícil... – Os olhinhos dela marejaram. – Não faz ideia das coisas que já suportei.


Paloma estava sentada em um sofá individual, por isso me levantei e a puxei pelos braços. Fiz ela se juntar a mim no sofá maior, dando-lhe um forte abraço.


Era impressão minha ou todas as minhas amigas tinham algo chocante a revelar?


- Queria que me contasse tudo – sussurrei. – Quem sabe possa te ajudar? É só o que quero, amiga.


Paloma suspirou profundamente.


- Bom, eu... Sempre senti coisas estranhas, sabe? Mas nada foi mais forte do que aquilo que senti quando... – parou, parecendo bastante envergonhada. Mais lágrimas verteram de seus olhos, e eu tratei de enxugar uma a uma, bem como ela havia feito comigo há apenas alguns minutos atrás.


- Quando o quê? – perguntei, começando a ter medo da gravidade da situação.


- Mayte... Sempre fui louca, apaixonada pela Jéssica – confessou, entre murmúrios e lágrimas doloridas.


Meus olhos se abriram ao máximo, absolutamente surpresa, estarrecida. Porém, de repente, aquilo tudo começou a fazer sentido.


- É por isso que... Que você sempre foi meio implicante com ela – falei, alisando-lhe os cabelos.


- Jéssica é tão... Tão linda, sabe? Tão... Ah, Amande, não sei explicar. Só sei que sempre fui louca por ela, desde o ensino médio. – Paloma parecia desesperada, falando tudo muito depressa. - As coisas pioraram muito depois que ela me arrastou para uma festa na casa de uma colega no ano passado... Vocês não foram, pois tinham compromisso. Naquela festa... Ela... Ela me beijou, Mayte.


Meu coração só faltou sair pela boca. Estava muito surpresa. Mesmo. De verdade. Não fazia ideia de que aquilo tudo podia ser possível. Era irreal demais para que eu acreditasse.


- Vocês já ficaram? – quase gritei.


Paloma soltou um soluço.


- Sim... Ela estava bêbada, sabe? Mas... Eu não estava, Mayte. Beijei a Jéssica porque quis, porque sempre foi o meu desejo mais profundo... Não sei o que deu nela... Não sei o que pensou no momento... Só sei que a atitude partiu dela, e eu devolvi o beijo com a mesma intensidade. Não foi algo simples, banal... Foi um momento bem demorado e intenso, May. Difícil de assimilar... – Paloma falava e chorava, como se aquilo fosse um absurdo sem tamanho, como se realmente não acreditasse que estava me confessando. – Depois que terminou, Jéssica simplesmente não tocou no assunto. E nem eu... Foi como se nem tivesse acontecido.


Não consigo entender até hoje... Fico mantendo a esperança de que faça de novo. Mayte, isso é horrível.


- Paloma... Acho melhor você não esperar nada da Jéssica – falei, lembrando-me das confissões que nossa amiga havia me feito no domingo.


- Por quê?


Comecei a lhe narrar toda a história que a Jéssica havia me contado, cada detalhe sórdido.


Desde o padrasto que a abusava, até a verdadeira “carreira” que seguia. Contei sobre o absurdo que tinha sido a nossa completa ignorância sobre o assunto, visto que poderíamos ter ajudado desde o começo. Paloma parecia cada vez mais nervosa com a situação, e isso, de alguma forma, deixava-me triste.


- Não acredito nisso... – resfolegou, tomada por lágrimas. Sua dor havia aumentado bastante. – Como ela teve a coragem de fazer isso consigo mesma... Amande, o que eu faço? Pensava que ela era uma modelo... Quando na verdade é uma... Não... Não posso acreditar! Preciso falar com ela, May... Preciso!


Afaguei os cabelos de Paloma, tocada pela compaixão.


- Paloma... Jéssica não vai deixar de ser o que é. Eu te conheço, sei as coisas que gosta...


Assim como a conheço. Posso dizer com convicção que ambas são como água e óleo. Você também sabe disso, só está cega pela paixão. Sabe que, mesmo se tivesse algo a mais com a Jéssica, não iria acabar bem.


Precisa manter os pés no chão, essa foi a vida que ela escolheu... E que nada tem a ver com você – expliquei.


Paloma balançou a cabeça, concordando comigo.


- Eu sei... Você tem toda razão. Acho que o que me resta é esquecê-la de vez. É uma pena, pois também sou amiga dela e a quero muito bem. Não vou deixar de manter contato nunca... Até porque não quero me distanciar de vocês. São tudo o que tenho de melhor.


- Nem deve se distanciar... Odiaria se fizesse isso.


- Não vou, prometo – jurou. – E também direi toda a verdade na próxima reunião que tivermos.


Claro, sem falar nada sobre a Jéssica. Só preciso ser sincera com todas... Não quero mais me esconder, Mayte.


- Tenho certeza de que ninguém vai sair te julgando ou te tratando diferente por causa disso.


Confiamos em você, amiga. O importante é se sentir bem consigo mesma... – falei. Apesar de ainda estar muito surpresa, tentei manter a minha cabeça no lugar. Paloma estava precisando do nosso apoio, e eu realmente duvidava que alguma das meninas o negasse.


- Tenho muito medo, May. De pensarem que estou dando em cima de vocês... De não quererem mais a minha presença, de não se sentirem confortáveis. – Paloma voltou a chorar, mas se afastou um pouco e pegou mais uma colher de brigadeiro. – Eu sou a mesma pessoa... Vocês me conhecem há muitos anos. A única diferença é que não vou mais ir atrás de namorados. Quero encontrar alguém para mim, e será uma mulher. Uma namorada.


- Sim... Você vai ver, tudo vai se resolver. Conte comigo, Lomita, estou do seu lado.


Paloma sorriu, enxugando as lágrimas na gola de sua blusinha azul.


- Estamos em situações tão complicadas, não é?


Suspirei.


- Sim... Às vezes culpo essa maldita despedida de solteira – admiti. - Mas acho que, se não fosse ela, eu continuaria no escuro com relação a muitas coisas. Coisas sobre mim, sobre vocês... Foi uma descoberta para todo mundo.


- É verdade, já desisti de praguejar mentalmente aquela despedida. – Paloma se inclinou no sofá e conferiu o relógio de parede que estava na cozinha. – Está muito tarde, acho que já vou indo.


- Ah, não, Paloma... Por favor, dorme aqui comigo. Não quero ficar sozinha. Não posso ficar pensando no Christian, é sério – confessei, sentindo meu coração partido começar a latejar. Os milhões de caquinhos em que ele se dividiu começaram a se remexer dentro de mim, provocando uma dor absurda.


De imediato, lágrimas doloridas invadiram o meu rosto. Comecei a soluçar como uma criança, imaginando Christian dormindo com outra mulher naquele exato momento. O pensamento era assustador, e me deixava com uma infelicidade fora do comum. Sentia-me perdida, abandonada e completamente envergonhada pelo que fiz.


A única coisa que queria era que ele me ligasse. Queria muito ouvir sua voz dizendo que as coisas terminariam bem. Mas... Não podia esperar que isso acontecesse, pois não ia. A verdade era uma só; nada ficaria bem até que eu finalmente o esquecesse. Com o casamento, seria obrigada a fazê-lo, e então ficaria pronta para ser feliz com o João.


- Amiga... Estou nervosa com tudo isso – disse Paloma, voltando a me abraçar forte. - Tenho certeza de que o casamento é a melhor opção, mas estou com medo.


- Também estou, mas vou superar. Juro que vou – respondi, porém sem nenhuma convicção. A verdade era que estava perdida, sentia-me cega no meio de um tiroteio. Contudo, só existia uma direção a ser seguida.


Não podia olhar para trás, pois recuar não iria fazer sentido. Minha única escolha era seguir em frente e me conformar. Rezar para que nenhuma pedra no caminho me fizesse cair.


Organizei o sofá-cama na minha sala, e Paloma acabou dormindo comigo. Sério, nem me importei por ter descoberto que era lésbica, isso não mudaria em nada a nossa amizade. Já havíamos dormido juntas muitas vezes, e ela sempre me respeitou e nunca me olhou de forma diferente, mesmo quando trocava de roupa na sua frente. Por que isso mudaria agora?


Assistimos a alguns filmes e pegamos no sono naturalmente. Nada de comédias românticas ou dramas, optamos por filmes de ação com muitos tiros e cenas eletrizantes. Tudo para que não nos lembrássemos de nossas dores. Tentávamos espantar cada um dos medos, deixando-os de lado.


Ignorando-os.


Juntas, vencemos mais uma noite.


Paloma tomou o desjejum comigo e seguiu para casa. Ia trocar de roupa e retornar ao seu ateliê, pois tinha algumas encomendas pendentes. Fiquei muito agradecida pela força que me deu, pois muito provavelmente não conseguiria suportar sozinha. Tinha medo de cometer uma loucura, como por exemplo, procurar pelo Christian.


Como ia me casar no dia seguinte, fui trabalhar apenas no período da manhã. Dei várias instruções para Lara, pois ela ia abrir a loja e ficaria responsável por tudo enquanto eu estivesse na lua-de-mel. Organizei muitas coisas; solucionei problemas e adiantei pendências. As funcionárias foram devidamente instruídas. Trabalhei arduamente, e isso me distraiu bastante. Fiquei muito feliz com o meu desempenho, e também despreocupada, pois confiava em Lara e sabia que as coisas estariam em ordem mesmo com a minha ausência.


No almoço, comi alguma coisa numa padaria e fui ao salão de beleza. Não ia deixar tudo para o dia do casamento - a ideia foi realmente dividir em partes, adiantar logo o que já podia ser feito.


Sendo assim, fiz uma sessão completa de depilação. Sério, cada pelinho do meu corpo foi removido.


Um sofrimento imenso, mas que valeu a pena. Os resultados ficaram ótimos.


Também fiz as minhas unhas dos pés e das mãos. Foi um processo demorado porque decidi decorá-las.


Porém, no fim, ficaram belíssimas; com arranjos maravilhosos de flores na cor branca, prateada e champagne.


A manicure disse que ia me matar se eu pensasse na possibilidade de lavar pratos ou fazer qualquer coisa que prejudicasse a integridade delas.


Realizei uma hidratação completa no meu cabelo, pois no dia seguinte só teria o trabalho de secar e modelar o penteado. Decidi fazer um corte legal nele. Não podia mexer no comprimento para não ameaçar o penteado que já havia escolhido previamente, portanto só dei uma repicada e defini uma franja longa. Adorei cada um dos resultados.


Quando voltava para casa, vi uma coisa bem interessante na vitrine de uma loja. No impulso, estacionei o carro. Jamais havia entrado em um sex shop na minha vida inteira, mas o modelo de um lingerie na vitrine me deu uma ideia genial. Ele era feito especialmente para noivas; todo branco, e tinha meias enfeitadas com renda. A parte de cima era toda rendada, trabalhada minuciosamente com pedrinhas brilhantes. Já a parte de baixo havia sido a que mais me agradou – uma calcinha fina muito pequena, quase transparente. Na parte de trás, um lacinho branco singelo puxava um pequeno véu.


Gostei muito de tudo, pois não tinha fio-dental – odeio fio-dental -, mas era sexy e chamava atenção.


Imediatamente, pensei em usá-la na tomada de fotografias com Christian, antes do casamento. Não, sequer me dei o direito de imaginar o quanto seria estranho vê-lo de novo. Entretanto, não pretendia ficar me lamentando. Precisava mostrar a ele o quanto podia ser forte e bonita, mantendo um profissionalismo enorme.


Queria que me visse inteira, decidida a me casar. Só assim ele não riria de mim pela confusão que havia feito a minha vida se transformar. Sairia daquela palhaçada com a cabeça erguida e a dignidade reformulada.


À noite, João passou no meu apartamento.


- Foi muito boa a minha despedida – ele disse, abraçado comigo no sofá. – Fomos a uma boate, não de streap-tease, claro. O lugar era ótimo.


- Hum... – Dei-lhe um selinho tímido. Realmente não sabia o que dizer. Estava sem graça.


- Sei que vai ficar meio chateada, mas acabei bebendo um bocado. Os caras me fizeram experimentar todas as bebidas possíveis.


- Relaxa.


João suspirou, olhando-me seriamente.


- Mayte, o que está havendo, afinal? Nunca te vi tão estranha.


Afastei-me um pouco do abraço, sentindo vontade de chorar. Entretanto, engoli o nó na minha garganta e me mantive firme. Era horrível mentir. Principalmente para o João. Perguntei-me até quando aquele sofrimento ia durar. Estava ficando cansada.


- Sou uma noiva prestes a casar – respondi. – Estou uma pilha de nervos.


João sorriu, puxando-me. Deitei em seu colo, como se fosse um bebê. Ele distribuiu inúmeros beijos no meu rosto. Fechei os olhos e tentei senti-lo ao máximo. Precisava voltar a gostar das carícias dele, afinal, eram as que eu receberia dali em diante, até que a morte nos separasse.


Um frio subiu pela minha espinha quando pensei nisso, e então já tinha me levantado do sofá bruscamente.


- Acho que vou dormir mais cedo hoje. – Esta foi a minha desculpa esfarrapada. – Tenho que acordar cedo amanhã para o dia de noiva no SPA.


- Tudo bem, linda, já vou indo.


João se levantou e me deu um longo beijo, ao qual correspondi prontamente.


- Amanhã você será a minha esposa – ele sussurrou no meu ouvido. Um medo aterrador se apossou do meu corpo, enraizando-se na minha alma. – Será minha para sempre.


- Sim, meu bem – murmurei.


João sorriu e foi embora, mas não antes de me dar mais um longo beijo.


E eu... Tratei de tomar meus calmantes.


 


Vocês vão querer que eu poste o segundo livro ou somente o terceiro? É que o segundo é a mesma estória do primeiro só que é na visão do Christian



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): jessica_ponny_steerey

Este autor(a) escreve mais 86 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Acordei morrendo de dor de cabeça. Meu corpo todo parecia em frangalhos, mas nada podia ser pior do que o meu estômago. Logo de cara, vomitei tudo o que estava nele, o que de fato não era muita coisa. Tomei alguns remédios e vesti um biquíni por baixo de roupas simples. Preparava-me para encarar as sessões no SPA. Mam& ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 70



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03

    Posta maaaaaaaaaaaais....

  • mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02

    Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.

  • vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15

    Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3

  • vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51

    Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.

  • vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24

    Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném

  • vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59

    Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/

  • vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26

    Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa

  • vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47

    Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess

  • vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13

    Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/

  • vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54

    Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais