Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni
Pela manhã, marcamos de nos encontrar no Celia’s Noivas, estabelecimento onde mandamos fazer os vestidos.
Fui a primeira a chegar, pois sou uma pessoa que vai além da pontualidade.
Sempre chego aos lugares pelo menos meia hora antes do combinado. Odeio, simplesmente detesto, ser esperada.
As meninas chegaram praticamente no mesmo horário, mas Lara foi a primeira. Pegou logo seu vestido e foi experimentar sem falar muita coisa. Notei que estava diferente, por isso decidi que devíamos ter uma conversa.
- O que aconteceu, Lara? Algum problema? – perguntei, sentando-me em uma das cadeiras muito belas que tinha na frente de um dos provadores.
- Ah... É que... Desculpe, mas não estou muito animada para entrar na igreja – ouvi-a dizer lá de dentro.
- Mas, por quê?
- É que... É que... – Calou-se.
Ela ficou tanto tempo calada, que pensei que alguma coisa tinha acontecido. Portanto, decidi abrir as cortinas e entrar no provador. Encontrei Lara sentada num banco de apoio, trajando o belo vestido de madrinha estilo dama de honra. Tudo estaria absolutamente normal, se a minha amiga não estivesse com lágrimas nos olhos.
- O que houve, Larinha? Conta pra mim, o que aconteceu?
- Ah, Mayte! – choramingou. Aproximei-me rapidamente, acocorando diante dela. Queria vêla de perto. – Eu sou tão feia!
- Feia? Mas... Lara, você não é feia! – falei com convicção, pois fui muito sincera. Lara era baixinha e meio rechonchuda, suas bochechas davam vontade de mastigar. Tinha longos cabelos castanhos e olhos da mesma cor, um pouco puxados. Era gordinha, mas, e daí? As gordinhas são lindas, e Lara era uma delas.
- Claro que sou! Olha só, este vestido parece um balão! O modelo fica perfeito em qualquer uma das meninas... Em mim, fica uma droga! – reclamou, entre lágrimas.
- Oh, Lara... Levante-se, deixe-me ver.
Ela fez o que pedi. De fato, o modelo não favorecia suas curvas. A faixa lilás que apertava abaixo do peito - e deixava o restante do vestido cair no corpo – dava-lhe um aspecto de gestante.
Chamei a costureira imediatamente. A mulher veio correndo com uma fita métrica e uma caixinha de alfinetes em mãos.
- Dona Célia, receio que será melhor fazer alguns ajustes neste modelo. – Apontei para o vestido. Lara ainda choramingava, mas tentava se controlar. – Quero esta faixa lilás na cintura dela, não abaixo dos seios.
Também creio que ficaria melhor se existissem mangas dando apoio nos braços.
- Mas... Senhorita Mayte, o modelo do vestido é...
- Não me importa o modelo do vestido – falei. – Não quero amiga minha se sentindo mal no meu próprio casamento. Faça essas alterações, pois não ficará tão diferente dos demais, apenas melhor ajustado.
- Tudo bem, mas ela terá de vir pelo menos duas vezes na semana que vem – respondeu a costureira.
- Certo, sem problemas. Lara, você terá folga nos dias em que precisar vir, ok? – defini.
- O... Obrigada, Mayte – ela gemeu, dando-me um forte abraço.
Lara mudou totalmente de humor depois que soube que seu vestido seria alterado. Ela me agradeceu pelo menos umas quinhentas vezes, e eu apenas a abracei muito forte em todas elas.
Falando sério, seria ridículo demais que fosse obrigada a usar um modelo de vestido claramente feito para mulheres magras. Infelizmente, no dia em que o escolhemos, não pensamos em nada disso.
Afinal, Lara era a única gordinha entre nós – provavelmente tinha ficado calada por pura vergonha -, embora Cláudia e eu não fôssemos tão magras quanto a Jéssica e a Fabiana. Sou uma mulher considerada normal; minha barriga me incomoda, meu quadril é largo demais para o meu gosto, sofro de celulite nas coxas e tenho estrias no bumbum.
Quando as meninas chegaram ao Celia’s Noivas, foi uma verdadeira confusão. Tínhamos combinado de provar os vestidos no nosso horário de almoço, portanto não poderíamos nos prolongar muito.
- Estão prontas para hoje à noite? – foi Jéssica quem perguntou primeiro.
Paloma fez uma careta. Talvez ela estivesse tão animada quanto eu.
- Com certeza! – respondeu Cláudia, que não via a hora de tirar “férias” do marido e da filha. – Por falar nisso, a babá chegou hoje pela manhã! Ela é um amor, Jess!
- Sim, ela é ótima e muito profissional. A Gabi está em boas mãos.
- Espero que sim! – Cláudia sorriu abertamente.
- Ah, esqueci de dizer! Meninas, não levem máquinas fotográficas, nem celulares! – alertou Jéssica. - É uma coisa que quero fazer, a despedida ficará apenas em nossas lembranças!
- Para quê tudo isso? – perguntou Paloma, desconfiada.
- Confiem em mim, é sério. Vocês vão adorar!
Sinceramente, eu não consegui me inteirar na conversa sobre a maldita despedida. Havia ligado para João Pedro na noite anterior mesmo, e ele se mostrou muito tranquilo com relação a minha viagem fora de hora; disse que estava tudo bem e que ia passar o fim-de-semana trabalhando em um projeto para uma grande empresa no ramo automobilístico. Ele também prometeu que passaria no meu apartamento antes da nossa partida, a fim de me dar um beijo.
- Só um! Dá para imaginar? – Jéssica gritou, acordando-me do transe em que eu havia entrado.
- Só um o quê? – perguntei.
- Acorda, Mayte! Estamos falando sobre você este tempo inteiro! Por isso que ainda não tinha se defendido!
– Jéssica estava mais bonita do que de costume, usando o belíssimo vestido de dama de honra. De fato, havia ficado perfeito nela.
- De quê falavam? – decidi perguntar, mas me arrependi rapidamente.
- Da sua virgindade – completou Cláudia, e riu como uma hiena. Todas riram, claro, menos eu, embora tenha ficado com muita, mas muita vontade.
- Oh, Senhor... – Paloma revirou os olhos, ainda sorridente.
- Deixem a coitada! – reclamou Fabiana. – Todo mundo tem o direito de dormir com quem quiser.
- Exatamente isso! – Jéssica praticamente gritou. – Ela tem o direito de dormir com quem quiser, mas acabou escolhendo apenas um. Unzinho! Que deprimente!
Corei de vergonha. Sério, odeio este assunto. Não consigo me portar diante dele, devo ser uma anormal. As meninas nem piscam os olhos quando falam de sexo, já eu, fico igual a uma pessoa que acaba de colocar colírio. Isso sim que é deprimente!
- Que besteira! João é um cara legal, eles namoram há tantos anos! – Lara me apoiou. – O que Mayte ia fazer? Traí-lo? Claro que não, se ele é o cara certo, para quê procurar por outros?
- Exatamente! – defendi-me.
- Tudo bem que demoraram... Quantos anos mesmo? – quis saber Cláudia.
- Uns sete – respondi, sentindo meu rosto inteiro pegar fogo.
- Sete anos só no beijinho? Gente, em que mundo vocês vivem? – Jéssica parecia realmente indignada.
- Ah, nem fale de mim. Não sou virgem desde os dezessete – disse Cláudia.
- Dezenove – completou Fabiana, sorrindo.
- Vinte – sussurrou Paloma.
- Vinte e dois – Lara comentou, meio envergonhada.
- Quinze! – Jéssica praticamente berrou. Cláudia fez todo mundo rir.
Pois é. Essas são as minhas amigas. Fazer o quê? Têm coisas na vida que não escolhemos; simplesmente amamos. Depois que aprendemos a amar, o único jeito é aceitar, conviver e, principalmente, rir.
- Tá, e daí que perdi a virgindade aos vinte e cinco? Foram só três anos depois da Lara! – Apontei.
- Este não é bem o problema – disse Jéssica, inquisitiva. – Você é a única de nós que teve um relacionamento decente, tirando a Cláudia que se casou aos dezenove.
- Ter um relacionamento decente é um problema? – questionei, fazendo caretas. Às vezes é difícil demais entender a Jéssica. Ela me olhou como se pensasse a mesma coisa, só que de mim.
- Claro que não tem nada de errado, Mayte – defendeu Paloma, vestindo suas roupas novamente. – Relaxa!
- Ah, esquece! A questão aqui é que você não tem ponto de comparação! – Jéssica grunhiu, começando a retirar o vestido.
- Ponto de comparação?
- Concordo! – disse Fabiana. – As mulheres precisam de um ponto de comparação, senão ficarão sem saber de quê exatamente gostam! Por exemplo, Amande jamais saberá se o João Pedro é bom de cama, pois ela nunca dormiu com outro cara.
Meu rosto virou um pimentão. Por que elas não mudavam de assunto?
- Não tenho do que reclamar – murmurei. – Agora, parem de falar do desempenho sexual do meu noivo! Vou me casar com ele, e não preciso sair experimentando por aí a fim de saber quem tem o melhor sexo. Há coisas mais importantes nesta vida, sabiam?
- Tipo o quê? – perguntou Jéssica. Ela havia feito uma expressão tão engraçada de indignação, que a Cláudia acabou rindo como uma hiena de novo.
Óbvio, rachamos de rir.
- Meu amor, são só dois dias – disse João Pedro, enquanto me abraçava. – Não há nada demais nisso, vocês só vão relaxar um pouco. Aproveite, pretendo te dar muito trabalho na lua-de-mel. – Riu maliciosamente.
Estávamos sentados no sofá do meu apartamento. Embora morasse sozinha há quase três anos, não permitia que meu noivo dormisse comigo. Ele sequer tinha as chaves. As meninas achavam aquilo um absurdo, mas eu só chamava de privacidade. Não éramos casados, logo não via motivos para viver com ele como se fosse.
Sendo assim, João dividia as contas de uma casa no centro com um amigo, enquanto eu preferia ficar sozinha.
Depois do casamento, combinamos de vir morar no meu apê até que a nossa casa ficasse pronta. Com muita sorte, não demoraria muito.
Meu apartamento era grande, espaçoso e bem decorado. João achava muito engraçado o fato de não conseguir ver nada fora do lugar, mesmo quando às vezes dava uma passadinha sem avisar - o que era raro, visto que sabia perfeitamente o quanto eu odiava surpresas.
- Eu sei, mas alguma coisa não está me cheirando bem – respondi. - Jéssica é doida, você sabe disso. Estou confiando na palavra da Lara, e só aceitei ir porque ela disse que tinha ajudado Jess nos preparativos.
- Relaxa, lindinha. Vai dar tudo certo, será tranquilo – João disse, alisando meus cabelos castanhos.
Sorri timidamente. Não adiantaria discutir, visto que não fazia ideia do que ia acontecer. Ele podia estar correto, e então eu estaria fazendo papel de rabugenta.
- Por falar nisso, e a sua despedida de solteiro? Pensou em alguma coisa?
- Será apenas na semana que vem. Os rapazes me chamaram para ir a uma boate de streaptease – comentou.
- É o quê? – praticamente gritei, erguendo-me do sofá.
João Pedro iniciou uma crise de riso que me deixou completamente irritada.
- Adoro quando faz essa cara de brava. Vem cá, estou brincando. Vamos apenas encher a cara em algum barzinho.
Soltei todo o ar que havia prendido, porém continuei muito chateada. João me puxou pelos braços, fazendo-me sentar em seu colo. Observei de perto seus lindos olhos castanhos. Eles eram pequenos e engraçados por trás dos óculos que usava.
- Minha futura esposa, apenas relaxe – ele sussurrou, dando-me um selinho rápido. – Te amo.
- Eu também – respondi, ainda meio birrenta. – Tome cuidado com essa tal despedida. Não vá beber demais, sabe que não gosto disso.
- Não se preocupe.
Naquele momento, ouvimos buzinas insistentes. Fui conferir através da janela; era a van contratada pela Jéssica. Suspirei profundamente. Estava desanimada ao extremo, mas não ia deixar transparecer. Afinal, elas estavam tão contentes! Pelo menos foi o que percebi quando me despedi do João e entrei no veículo.
Confesso que fiquei surpresa. Aliás, não, surpresa foi apelido. Quase tive um troço quando vi que as meninas bebiam drinks coloridos e gritavam como loucas as músicas da Lady Gaga, que tocavam no último volume.
Um coquetel de coloração suspeita foi praticamente atirado em minhas mãos. Sério, nem deu tempo de perguntar o que era aquilo. Sendo o que fosse, teria que funcionar para me fazer aguentar aquela viagem. Pela primeira vez na vida, simplesmente virei o copo, sentindo o mundo girar logo em seguida.
Paloma foi a única que pareceu admirada com a minha atitude. Jéssica apenas soltou um grito similar a um “uhul” e me ofereceu outro copo, desta vez com um líquido rosa dentro – ela tirava inúmeras garrafas de plástico dentro de uma caixa de isopor, que estava na mala da van, e misturava em copos com formatos estranhos.
Decidi não me arriscar demais, pois a última gota de álcool que eu tinha bebido provavelmente havia sido a meia taça de champagne no réveillon. O líquido rosa estava extremamente forte, embora fosse gostoso como chiclete derretido. Fui tomando em goles bem pequenos, assim duraria a viagem toda e não seria taxada de chata por não querer beber. Se bem que, juro, beber não é má ideia quando se está dentro de um automóvel com cinco garotas que pareciam ir a um zoológico, não a uma casa de praia.
- Prometo, este fim-de-semana será o mais inesquecível das nossas vidas! – gritou Jéssica, na metade do caminho. Ela estava tão animada, que foi impossível duvidar do que falou.
Cheguei a me sentir péssima por estar criticando tudo mentalmente, pois Jess certamente havia feito o possível para nos agradar, principalmente a mim, que era a noiva. Tentei relaxar um pouco e mandar meus pensamentos calculados para os ares. Até que foi fácil; Fabiana começou a contar altas piadas e, mesmo que algumas não fossem engraçadas, ríamos toda vez que a Claudinha fazia o favor de gargalhar.
Minha maior sorte nas duas horas de viagem foi o fato de o motorista ser altamente profissional. Permaneceu calado a viagem inteira, e seguiu corretamente o limite de velocidade, sem imprudências ou exageros. Fiquei muito satisfeita com isso, senti que pelo menos uma coisa estava sob controle; chegaríamos todas vivas, e isso era o que mais importava.
Jéssica fez o favor de abrir as janelas em alguns trechos da viagem, sobretudo quando cruzávamos alguma cidade. Ela ficava gritando como se fosse uma louca, chamando a atenção dos transeuntes. Cláudia, que também era muito extrovertida – e um pouco sem-noção -, a acompanhou em alguns trechos, enquanto Lara e Fabiana rachavam de rir. Paloma e eu apenas morremos de vergonha, pedindo para elas fecharem os vidros.
Como vimos que não ia adiantar, resolvemos começar a rir também.
Enfim, as duas horas que quase mataram o meu senso de organização findaram. Percebi que estávamos perto quando comecei a sentir um cheirinho fresco e agradável de maresia. A noite estava tranquila; não havia nuvens no céu e o clima era bem aconchegante. Quanto mais nos aproximávamos, percebíamos que as casas iam ficando ainda mais sofisticadas. Até que, por fim, entramos numa rua que ficava na beira da praia. Podia-se ver o mar – uma vastidão negra e calma àquela hora da noite –, e o barulhinho de ondas beijando a areia.
Confesso que aquilo me animou bastante. Sempre gostei de praia.
Descemos da van de um jeito bem engraçado. Lara e Fabiana estavam visivelmente alteradas, visto que haviam tomado mais de cinco copos do drink colorido. Sendo assim, as risadas foram gerais quando Lara enganchou o salto de sua sandália no batente do veículo e quase caiu no chão, se não fosse Fabiana que, sem muita coordenação por causa do álcool, acabou caindo junto ao tentar ampará-la.
- A noite nem começou e vocês já estão assim? – reclamou Jéssica, só que com um amplo sorriso nos lábios.
- Não estamos bêbadas! – rebateu Fabiana, levantando-se rapidamente. Lara conseguiu ficar de pé e, meio trôpega, sentou-se no meio-fio.
- Eu estou bem! – avisou, levantando um dedo. Essa atitude fez Claudinha rir, e então já era.
Observamos o muro da casa que Jéssica havia alugado; era enorme e coberto por uma vegetação muito bonita, com flores amarelas decorando. Fiquei logo curiosa para entrar.
Percebemos, surpresas, que o grande portão de madeira trabalhada já estava aberto, visto que Jéssica
simplesmente girou a maçaneta e nos pediu para entrar.
A sensação que tivemos foi de estar entrando na casa do Big Brother ou algo do tipo. O que vimos nos causou espasmos extremos de admiração, exceto talvez em Lara – que já conhecia o lugar – e na própria Jéssica.
Um jardim imenso se estendia diante de nós, com plantas belíssimas e muito bem iluminadas por refletores coloridos que saíam do chão. Havia uma linda piscina adiante, com uma espécie de cachoeira no canto, jorrando águas meio cor-de-rosa por causa das lâmpadas. Ao lado, uma grande área de garagem, que estava ocupada por uma espécie de estande gastronômico. Homens circulavam por ali - provavelmente uma equipe inteira de culinária havia sido contratada -, montando uma cozinha completa na área da churrasqueira. Perto da piscina, uma enorme mesa de jantar estava quase pronta, tendo um rapaz elegantemente vestido acendendo algumas velas.
- Uau! – Não contive minha extrema admiração.
- Jéssica, sua filha de uma... – começou Fabiana. – Como conseguiu isso? Como fez isso?
- Cara! – gritou Cláudia.
- Já falei, nada como ter muitos amigos. E amigos de amigos de vizinhos de primos... – Jéssica estava muito satisfeita. – Venham, vamos entrando. Jorge vai tirar nossas malas da van – disse, referindo-se ao motorista.
- Nossa! Mas este lugar é... Incrível! – falei, sem me cansar de observar cada detalhe.
Depois da piscina havia uma espécie de construção feita de vidro, que supus ser a casa. Era simplesmente enorme, mas, como todos os vidros estavam fechados, não dava para ver como era por dentro. Muito me admiraria se não fosse tão perfeita quanto o jardim e toda a área externa. A casa tinha dois andares e, acima, pude ver uma sacada que certamente tinha uma bela vista para o mar.
- Vamos, meninas, não se acanhem! – chamou Jéssica. Estávamos tão admiradas que quase não saímos de perto do portão.
Fomos nos aproximando, soltando expressões cada vez mais espantadas. Percebi que os rapazes bem vestidos entraram em formação como se estivessem em um quartel – eles nos receberam como se fôssemos rainhas, fazendo uma grande e exagerada reverência. Claro que achamos isso um espetáculo. Apenas os cozinheiros, que estavam na parte de dentro do estande, continuaram trabalhando. Com muita admiração, percebi que haviam montado um pequeno bar no lado oposto da piscina, e mais um rapaz estava sacudindo garrafas e copos para os ares.
- Jéssica! – gritei. – Jéssica! Jéssica... – Balancei a cabeça freneticamente.
Mal estava acreditando naquilo; nem se eu tivesse planejado ia ser tão perfeito. Parecia que tudo tinha sido calculado com muita precisão para nos agradar.
Enquanto soltávamos gritos de admiração, e agradecimentos para a Jéssica, um rapaz alto com um sorriso imenso nos lábios se aproximou.
- Senhoritas, sejam bem-vindas! Meu nome é Marlos – disse o homem, sem deixar o sorriso morrer. Parecia ser um cara muito simpático e trajava um terno elegantíssimo. Instantaneamente, achei que estava mal vestida; usava apenas um short jeans simples e uma blusa lilás. Meu cabelo curto estava em um rabo-de-cavalo. Só não me senti pior porque as meninas estavam muito parecidas comigo, exceto Lara, que vestia calça jeans e Jéssica que, como sempre, escolhera um vestido escandalosamente curto. – Fiquem à vontade, esta noite foi feita especialmente para vocês.
Acompanhem-me, preparamos um jantar fabuloso. Nosso Cheff, Sr. Amoretto, irá cumprimentá-las em breve.
“Que homem mais educado!”, foi o que pensei.
Marlos nos levou até a imensa mesa de jantar. Os pratos estavam muito bem postos, além de talheres de diversos formatos, taças, guardanapos, arranjos e velas cheirosíssimas. Alguns rapazes se aproximaram e, educadamente, foram puxando as cadeiras até todas estarem sentadas.
- Uau! – Suspirei.
- Eu disse que ia valer a pena! – comentou Lara, que já tinha se recuperado um pouco da bebida na van. Bom, pelo menos ela parecia bem melhor, embora provavelmente ainda estivesse meio “alta”.
Claudia e Paloma estavam tão surpresas, que simplesmente não falaram nada. Apenas olhavam ao redor e abriam a boca com espanto.
- Jéssica, você se superou, amiga. Sério mesmo, nunca imaginei algo assim! – disse Fabiana, tão emocionada quanto o restante.
O tal de Marlos deu a volta na mesa, ficando de frente para nós. Os outros rapazes seguiram ordenadamente na direção do estande.
- Senhoritas! – ele disse. - Nosso prazer será servi-las até o fim. Desejamos que tenham uma ótima comemoração, somos especialistas em despedidas de solteira. Neste fim-de-semana magnífico iremos tratá-las do modo como merecem. Começaremos por este delicioso jantar! Edu e Christian irão servi-las, enquanto isso, Marcelo preparará as bebidas. – Apontou para o barman que fazia acrobacias com os copos. - Vocês podem escolher o que quiserem, temos uma lista completa de drinks ao lado do guardanapo de cada uma.
Pegamos a bendita lista, mas ninguém conseguiu se concentrar muito nas bebidas, exceto, talvez, a Jéssica.
Confesso que estava um pouco distraída com os rapazes que nos serviam. Na verdade, mal tinha percebido o quanto eles eram belos, mas foi impossível não notar depois que Cláudia e Fabiana começaram a piscar muito os olhos e a dar risadinhas entre si.
- Senhorita, deseja salada de camarão? – um deles me perguntou. Olhei para o dito-cujo e quase tive um troço. Era um loiraço muito gato, com olhos verdes e um sorriso perturbador. Seu cabelo estava um pouco arrepiado, o que o deixava ainda mais charmoso.
- Claro, por que não? – respondi, meio embasbacada. O homem me serviu com modos tão requintados que, pela segunda vez, lamentei não estar bem vestida.
Percebi que o loiro só havia servido Lara, Paloma e eu, enquanto o outro, de cabelos pretos, serviu o restante das meninas.
- Garotas, acho que vou de vinho! – disse Jéssica, ainda com o cardápio do bar em mãos. – Quem me acompanha? Este vinho rosé deve ser magnífico. Vai cair muito bem com nosso jantar.
- Por mim, tudo bem, amiga! Adoro vinho! – respondeu Fabiana, usando o próprio guardanapo, que na verdade era um lenço de linho muito elegante, para se abanar. Ainda estava pasma com a beleza dos garçons.
- Hoje estou topando tudo! – Cláudia se animou.
- Por mim, tudo bem também – falei. Todas me olharam como se eu tivesse criado pernas de polvo, asas de morcego, ou qualquer outro elemento que me tornasse uma aberração.
Tá certo, eu sei que não bebo. Não estou acostumada, e chego a me incomodar quando as pessoas bebem demais perto de mim. Porém, aquela foi a primeira vez que uma surpresa me deixou admirada de um modo agradável. Certamente uma taça de vinho não me faria mal.
- Você está bem, Mayte? – perguntou Paloma, com seu costumeiro jeito tímido.
- Estou ótima – respondi, sorrindo.
Marlos sequer nos deu a chance de chamar por ele. Assim que decidimos o que queríamos, ele já estava se aproximando com uma garrafa de vinho em mãos. O loiro delicioso veio com uma bandeja de taças colossais, e ambos foram nos servindo com uma perfeição digna de bons profissionais. Quase me arrependi de não tê-los contratado para servir os convidados no meu casamento.
- Que maravilha! – exclamou Cláudia quando deu um gole no vinho. – Está delicioso!
Jéssica abriu um sorriso que ia de orelha a orelha.
- Muito bom mesmo! – Lara riu.
De fato, o vinho estava uma maravilha, combinando perfeitamente com a salada. Tudo estava tão impecável, que chegava a ser inacreditável. Admito que achei que estava sonhando em vários momentos.
Passamos alguns minutos em silêncio, apenas nos deliciando.
- Aliás, está tudo tão perfeito! – Fabiana já terminava de devorar a salada e estava sendo servida com mais vinho pelo loiro. – Obrigada – disse ao rapaz. Ele apenas sorriu delicadamente.
Marlos se aproximou mais uma vez.
- Senhoritas, serviremos o prato principal em breve. A escolha foi estudada pelo nosso Cheff, juntamente com a queridíssima Jéssica. – Apontou para ela de modo cortês. Nós a observamos com sorrisos nos lábios, orgulhosas demais pela ótima ideia de nossa amiga. – Aproveitando o clima praieiro e o leve odor de maresia, serviremos um delicioso assado de salmão ao molho de mostarda, acompanhado por batatas souté. Teremos também um sublime arroz de frutos-do-mar e casquinha de siri, tenho certeza de que vão adorar!
Autor(a): jessica_ponny_steerey
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Marlos era mesmo muito simpático. Sua beleza evidente – composta de uma pele negra caramelada, olhos redondos muito brilhantes e um sorriso impecável -, só ficava ainda mais perfeita quando ele sorria e falava daquele modo extremamente educado. Fiquei encantada com aquele homem. - Muito bom! Obrigada, Marlos – fui obrigada a a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 70
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gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03
Posta maaaaaaaaaaaais....
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mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02
Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.
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vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15
Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3
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vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51
Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.
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vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24
Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném
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vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59
Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/
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vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26
Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa
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vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47
Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess
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vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13
Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/
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vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54
Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?