Fanfics Brasil - 20 Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian

Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni


Capítulo: 20

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– Ah, amiga... Nem acredito, você finalmente vai se casar – continuou Lara, a gordinha que o Fernando queria. – João deve estar tão feliz! Ele sempre te amou muito.


“O nome do noivo é João? Ótimo, ela certamente não vai escolher nosso negão sarado”, pensei, rindo sozinho.


– É verdade, também estou muito feliz. Posso ser sincera com vocês?


Também estou morrendo de medo! – Mayte admitiu.


– Isso é altamente normal – respondeu Cláudia, a única mulher casada entre elas. Seus lábios grossos eram mesmo incríveis. – Tenho certeza de que vai adorar a vida de casada. É tudo muito diferente, mas é gratificante.


Edu passou por mim, dando um tapinha no meu ombro. Aquilo me fez desviar a atenção da conversa das clientes.


– Acorda, Christian, olha a taça das meninas! – sussurrou o meu colega.


Definitivamente eu tinha mesmo parado no tempo. Acordado do transe, percebi que a taça da Mayte estava vazia.


Tomei fôlego e fui enchê-la, enquanto a ouvia dizer:


– Não me vejo sendo mãe. Acho que isso vai demorar muito para acontecer.


Talvez jamais aconteça.


Ela me agradeceu quando lhe servi, porém não a encarei. Senti seus olhos se voltando para a minha direção, mas mantive os meus afastados. Sinceramente, eu não queria seduzi-la de forma alguma. Tenho consciência de que meus olhos azuis são bonitos, não sou tão idiota assim. Minhas clientes falam isso o tempo todo – algumas dizem que eles são a minha principal arma.


Enfim, não queria tentar nenhum “ataque” direto contra Mayte.


Enchi a taça das outras garotas, porém confesso que não prestei mais atenção na conversa delas. Achei que já tinha escutado o bastante daquele papo.


Afastei-me depressa, voltando para o estande com a garrafa vazia.


Encontrei o Edu no meio do caminho.


– Dá pra acreditar? Ela é virgem! – desabafei baixinho, nem sei dizer por que.


– Quem? – ele perguntou, interessado.


– A noiva.


– Sério? – Edu gargalhou. – Que delicinha!


– Enlouqueceu? Estou fora.


– Ai, Christian... Você é tão certinho que nem parece que trabalha com isso há anos.


Devia saber mais do que eu que quanto maior o desafio, melhor o prêmio.


Balancei a cabeça, negando. Detestei o comentário do Edu, de verdade. Não achava certo aquele tipo de coisa. Nunca joguei sujo daquela forma, mas creio que os outros rapazes não estão nem um pouco interessados em manter a integridade de alguém.


Virei-me na direção da mesa. As garotas faziam um brinde animadamente, juntando as taças de cristal. Olhei para Mayte; ela sorria de maneira despreocupada. Tão... bonita e delicada. Nas mãos daqueles caras, o que seria dela? E se acabasse escolhendo o Edu? Certamente ele a seduziria com sua beleza óbvia.


Não... Aquilo não podia acontecer.


Mayte precisava me escolher para que permanecesse preservada. Acabei tomando uma decisão; iria seduzi-la no começo, apenas para que me escolhesse. Depois eu a trataria com todo respeito do mundo durante o fim de semana.


É isso aí.


Depois de serem apresentadas ao Cheff, Sr. Amoretto, nossas clientes decidiram tomar alguns drinks no minibar.


Marcelo tratou de iniciar seu show de acrobacias, sendo ajudado pelo Henrique. As meninas ficaram encantadas com eles. A animação estampada no rosto de cada uma era bem óbvia.


Edu e eu começamos a retirar as coisas da mesa. Fomos ajudados pelo João e pelo Fernando, que tinham permanecido dentro do estande durante o jantar.


– Vou guiar as garotas para seus aposentos – avisou Marlos, aproximando-se de nós. – Assim que elas entrarem , podem começar a montar a festa do mesmo jeito que foi combinado.


Aquiescemos, concordando. Ele guiou as meninas para dentro da casa, então seguimos até o galpão, onde os
equipamentos já estavam semimontados.


Confesso que não prestei atenção em muita coisa. Permaneci reflexivo, tentando analisar a situação. As palavras da Mayte ecoaram na minha mente, como se ela estivesse falando no meu ouvido:


"Ah, gente... Só não gosto. João respeita isso, porém agora as coisas vão mudar. Não posso me negar a dormir com meu próprio marido."


Talvez eu tenha me precipitado na análise. Afinal, quem não gosta de sexo? E que espécie de noivo seria esse tal de João se respeitasse o fato de ela não gostar de transar? Estranho demais!


Acabei chegando à conclusão de que Mayte quis dizer aquilo literalmente falando, ou seja, dormir neste caso não seria transar. Seria apenas deitar, fechar os olhos e etc. Enfim, dormir.


Balancei a cabeça, tentando dispersar os pensamentos. Aquela dúvida estava me corroendo, embora não soubesse dizer o porquê. Minha maior vontade era chegar até ela e perguntar na maior cara de pau, porém claro que eu não ia fazer aquilo.


Seria ridículo, constrangedor e altamente antiético. A única coisa que queria saber, de verdade mesmo, era por que estava me importando tanto. A virgindade de ninguém nunca me interessou; já tirei várias. Pasme, existem mulheres que preferem perdê-la com um garoto de programa para não causarem receio nos caras de que estão a fim, o que é bem idiota, pois a primeira vez de todo mundo devia ser algo especial.


É assim que eu penso. Sexo para mim é algo muito natural e simples, sem complicações, mas isso não significa que eu não atribua valor à ação. Não me envolvo com as clientes nem relaciono o ato a algum tipo de sentimento além do desejo. Contudo, falando sério, a primeira vez em que se transa é algo que não sai da nossa cabeça pelo resto da vida. Falo isso por pura experiência. Já transei com tantas garotas que não lembro sequer da metade, no entanto tenho consciência de que jamais me esquecerei da Janice.


Bom, eu só tinha treze anos de idade, ela também. Estudávamos na mesma escola e éramos muito amigos.


Janice sempre foi a fim de mim, mas eu era muito imaturo, só queria sua amizade. Ela era especial, pois gostava de jogar videogame – vício que cultuo até hoje – e futebol de botão. Considerava Janice um amigo; nem me importava com o fato de ela ter uma vagina. Até que um dia a louca deixou super claro que tinha uma.


A menina, que era doce e envergonhada, praticamente virou bicho enquanto forçava um beijo. Foi muito
constrangedor, claro, mas se eu disser que não gostei estarei mentindo. Meus hormônios adolescentes estavam começando a aflorar, portanto minha imaginação foi longe quase de imediato. Não deu outra; fizemos amor de um modo inexperiente, estranho, sem noção e quase patético. Mas bem, não vou reclamar. Acho que aquela foi a única vez em que fiz amor na minha vida. Ou talvez não, não me lembro. Tive algumas namoradas, mas sempre fui um cara desinteressado em manter relacionamentos. Nunca fui fiel a uma mulher só, essa é a verdade. Sempre queria mais, sempre fui além. Meu desejo foi despertado pela Janice, e às vezes tenho vontade de procurá-la para ver se ela seria capaz de domá-lo. Ok, vou admitir: cheguei a procurá-la. Mas ela está casada e muito feliz. Melhor assim.


Conseguimos organizar tudo com uma velocidade impressionante. Os sofás emplumados, a pista de dança improvisada, o sistema de som, o jogo de luzes, as gaiolas ao redor da piscina... Ah, preciso falar delas.


Pensamos na possibilidade de não usá-las, mas chegamos à conclusão de que seria muito engraçado. As gaiolas são nada mais nada menos do que armações feitas de um material leve, onde cabe apenas uma pessoa, podendo ser facilmente manuseadas. Iríamos usar três naquela noite; João, Fernando e Henrique as ocupariam. Basicamente eles estariam usando suas tangas e contracenando danças sensuais dentro delas.


Os rapazes eram mesmo muito profissionais e competentes, o trabalho em equipe fluiu de modo impecável.


Quando Marlos apareceu, vinte minutos depois de ter entrado na casa, apenas o som faltava ser instalado.


João e Fernando já estavam mexendo nos fios, ajudando o Luís – um cara que havia sido contratado para cuidar da trilha sonora naquela noite –, portanto o restante resolveu trocar de roupa, a fim de ficarem prontos de uma vez.


Vesti a maldita tanguinha e a gravata borboleta.


Havia um espelho grande dentro do quarto, portanto dei uma olhada geral.


Confesso que iniciei uma gargalhada. Feito um idiota, comecei a rir sozinho. Como alguém podia achar aquilo sexy? Não sei responder, mas as garotas nunca reclamaram.


Fernando entrou no quarto no exato momento em que lágrimas começaram a sair dos meus olhos. Tinha rido tanto que comecei a chorar do nada. Meu estômago se contorcia depressa, deixando-me quase sem fôlego.


Meu colega já estava usando sua própria tanguinha, e aquilo me fez rir mais ainda. Claro, ele acabou me acompanhando.


– Também acho ridículo se quer saber! – ele disse, enquanto pegava um pente e passava nos longos cabelos.


– Mas as mulheres ficam loucas, fazer o quê?


– Ai, ai... Bom, vamos logo com isso – falei, tentando me recompor. Fazia um tempo que não ria daquele jeito, acho que desde a última visita da minha irmã, no mês passado. Ela sempre me faz rir com seu jeitinho extrovertido.


Encontrei o Edu na pequena sala do casebre. Ele já estava pronto, pegando as tochas e o querosene que usaríamos no show de pirofagia. Separei algumas garrafas de água e um extintor de incêndio, caso um de nós pegasse fogo. Seguimos para a área externa, carregando nossos equipamentos.


Estava muito ansioso e um pouco nervoso também, porém tentei manter o foco.


Precisaria de toda a minha concentração para realizar os malabarismos.


As coisas já estavam em seus devidos lugares; o ambiente havia se transformado muito depressa. As luzes do globo rodopiavam e forneciam efeitos bem legais, dignos de uma bela fotografia. Posicionei-me ao lado do Edu, perto da pista de dança, acendendo as tochas com bastante cautela.


Ficaríamos esperando o sinal do Marlos, visto que só começaríamos o show quando as garotas saíssem da casa.


Vi quando João, Fernando e Henrique entraram nas gaiolas. Edu começou a rir, e acabei o acompanhando. Na verdade, os próprios caras ficaram se zoando diante da situação, mas de onde estávamos não dava para ouvir direito o que diziam.


– Elas vão gostar disso – comentou Edu, apontando para as gaiolas. – Acho que mais do que o nosso show.


– Duvido muito – retruquei. – Quando entro numa coisa é pra fazer bem feito.


Ele riu de leve.


– Vou tirar a Fabiana para dançar.


Mayte vai perceber que formamos um belo casal. Por falar nisso... Já se decidiu?


– Decidi o quê?


– Decidiu tirar a virgindade da noiva? – Gargalhou.


Não vi graça naquilo, por isso sorri meio torto.


– Quero que ela me escolha – admiti.


Estava realmente disposto a seduzi-la com aquele propósito, mesmo a questão da virgindade não estando clara. O fato é que decidi não contar ao Edu que talvez tivesse me precipitado ao concluir que Mayte era
virgem, o que foi uma péssima ideia, pois sei que, se os caras descobrissem, cairiam em cima dela como abutres.


– Sabia que você não ia resistir – ele comentou.


Não ia perder meu tempo explicando para o Edu que queria ser escolhido apenas para deixá-la em paz, até porque ele estranharia muito a minha reação. Até eu estava me estranhando, pois não posso negar que a desejo. E, quando desejo alguém, costumo obter muito facilmente.


– Pessoal, vocês estão prontos? – Marlos falou um pouco mais alto, chamando nossa atenção. Ele estava diante da porta que separava a sala de estar da área externa. As cortinas estavam fechadas, portanto as clientes não podiam nos ver através da parede de vidro.


– O fogo está pronto! – Edu gritou de volta.


Com tudo dentro dos eixos, Marlos permitiu que começássemos a festa. O som foi ligado no último volume, fazendo ressoar batidas de techno. Adorei. A música ajudaria muito na minha concentração, por isso tratei de iniciar os movimentos de acordo com ela.


Edu entrou no mesmo estado de transe que eu, e iniciamos nossa apresentação sem sequer olhar para os lados.


A única coisa da qual me lembro bem foi de ter ouvido gritos insano vindos das nossas clientes.


Durante toda a apresentação, simplesmente não prestei atenção em mais nada além dos meus próprios movimentos.


Percebi que as garotas estavam bem próximas e gritavam bastante a cada vez que Edu e eu cuspíamos o fogo para os ares. Gostava muito de fazer aquilo, estava satisfeito com meu desempenho.


Depois de vinte minutos de danças, movimentos curtos, rápidos e precisos, já me sentia confiante para tentar novas acrobacias. Edu arrasava mais do que eu, porém tínhamos combinado que ele iria “maneirar” um pouco, para que assim a diferença entre nossas técnicas não ficasse muito gritante. A música servia como verdadeira gasolina para nós.


Particularmente estava tão empolgado com o ritmo que achei que deveria me dedicar um pouco mais à pirofagia. Era uma ótima terapia, dava-me tranquilidade.


Quando nos cansamos, quase uma hora depois, apagamos as tochas e limpamos nossas bocas com as garrafas de água. O querosene que usamos para cuspir o fogo não podia ser ingerido sob nenhuma hipótese.


Edu se aproximou das meninas sem pensar duas vezes. Foi então que dei uma olhada geral; Jéssica, Fabiana, Cláudia e Lara estavam na pista, dançando como loucas enquanto bebiam drinks coloridos.


Procurei Mayte pela área externa, encontrando-a sentada num sofá, ao lado da Paloma. Ambas estavam muito sorridentes e também bebiam.


Comecei a dançar com as garotas na pista de dança, por falta de melhor opção.


Jéssica foi a primeira a se aproximar de mim.


– E aí, Christian, tudo bem? Quanto tempo, né?


– Pois é. Tudo beleza, e com você?


– Tudo ótimo também! Vocês estão arrasando! – Ela piscou um olho. Acho que Jéssica só tinha vestidos escandalosamente curtos em seu guarda-roupa, podia até apostar. Bom, o fato é que estava chamando muita atenção para si, principalmente por que era a mais empolgada na dança.


Jéssica estava tão empolgada que se permitiu contracenar passos sensuais na minha frente, incitando-me a acompanhá-la.


O que eu podia fazer? Nada, além de demonstrar a mesma empolgação. Puxei-a pela cintura e a embalei numa dança meio louca, mas muito... quente.


Olhei para Mayte de soslaio. Ela ainda conversava com Paloma, observando os garotos que dançavam nas gaiolas.


Estava ignorante ao que acontecia na pista, ainda bem. Aos poucos Cláudia foi se aproximando, e comecei a dançar com as duas, um pouco mais afastado. Edu já se engraçava para a Fabiana, mas às vezes puxava a Lara para que não ficasse afastada demais.


Sempre gostei de dançar e sou obrigado a fazê-lo com frequência, mas prefiro ritmos mais lentos e uma boa
companhia a tiracolo. Apenas uma é o suficiente. A dança tem que ser um momento tão íntimo quanto o sexo; os movimentos precisam estar encaixados, e a sintonia deve existir obrigatoriamente. Sinto muito prazer quando estou dançando com alguém.


Como se estivesse ouvindo meus pensamentos, Luís trocou a música eletrônica por uma balada romântica.


As luzes diminuíram de velocidade, e o ambiente ficou ainda mais escuro. No impulso, olhei para o sofá.


Paloma aceitava dançar com o Henrique – que havia saído das gaiolas, bem como os outros rapazes –, segurando sua mão.


Jéssica praticamente voou para os braços do João, que se aproximava depressa, exibindo seus músculos dignos de algum evento repleto de fisiculturistas.


Estava me sentindo muito idiota parado no meio da pista, sem saber o que fazer. Vi quando Fernando chamou a Mayte para dançar, mas desviei os olhos depressa.


Puxei a Lara de repente, começando a dançar com ela. Olho por olho, dente por dente. Fernando sabia que eu queria a Mayte, por isso tratei de envolver meus braços na cintura da gordinha por quem ele gamou.


– Oi – Lara murmurou no meu ouvido.


Confesso: sua voz era fininha, chegava a ser infantil, de modo que alguns pelinhos do meu braço arrepiaram.


– Oi, tudo bem? – perguntei.


– Tudo! Estou adorando a festa, vocês arrasam!


– Obrigado, fico feliz por estar se divertindo.


Girei a Lara para o lado direito, tentando encontrar a Mayte na pista de dança. Não tive sucesso, mas vi o Fernando dançando com a Cláudia. Que estranho! Fiz outro movimento e tornei a encarar o sofá; Mayte ainda estava sentada, desta vez sendo convidada pelo Marcelo. Vi quando negou, balançando a cabeça.


– Vocês são de alguma agência ou o quê? – perguntou Lara. Nossos rostos estavam meio grudados, só que, como ela era baixinha, seu cabelo roçava na minha barba. A sensação era boa.


– Somos treinados para proporcionar toda diversão possível – murmurei, sem saber direito o que responder.


Não queria assustar a garota, ela parecia tão inocente. O que eu ia dizer? “Somos garotos de programa, e aquele colega meu ali quer te foder”?


– Ah...


Vi quando Marcelo se aproximou e praticamente roubou a Fabiana do Edu. Ele, por sua vez, foi seguindo na direção da Mayte. Para minha surpresa, ela também o rejeitou.


Depois de girar o corpo mais uma vez, dei de cara com o Fernando. Ele fez uma careta e sinalizou para trocarmos de par.


Não sou idiota, esperei o momento certo para fazê-lo. Não queria dançar com a Cláudia, tinha que começar a agir. Dali a algum tempo seria o momento de fazer as escolhas, e todo meu plano daria errado se não tivesse sequer uma chance de trocar meias palavras com a Mayte.


Sendo assim, aguardei o Edu retornar à pista de dança. Assim que se aproximou – sei que ele ia acabar pegando a Fabiana de volta –, adiantei-me e puxei o Fernando para a Lara. Com outro movimento, juntei o Edu com a Cláudia e finalmente me vi livre.


Quase ri de tudo aquilo, não fosse o nervosismo que tomou conta de mim a partir do momento em que me dei conta de um detalhe: eu podia ser rejeitado pela Mayte com a mesma facilidade que ela havia rejeitado os outros rapazes.


Suspirei profundamente, saindo da pista de dança. Mayte parecia distraída, encarando alguma coisa além da piscina.


Meu estômago começou a doer de verdade, e meu coração batia cada vez mais acelerado. Reações esquisitas até demais para a minha compreensão. Nem tentei explicá-las; simplesmente cheguei o mais perto que consegui, rezando mentalmente para não ser descartado.


Havia treinado umas trezentas frases de efeito no percurso da pista até o sofá, mas quando Mayte notou minha presença e virou seu rosto na minha direção... perdi a fala. Sim. Eu, Christian, trinta e um anos de conquistas, não soube o que dizer para uma mulher. E olha que nem consegui vê-la direito, o ambiente estava demasiado escuro.


Totalmente desnorteado, senti-me um idiota enquanto estirava uma mão na direção dela, sem nada dizer.


– Desculpe, eu não quero dançar – ela disse, com a mesma voz delicada de sempre.


Claro que não queria dançar. Já tinha notado isso sozinho.


– Se me der apenas um bom motivo, prometo que ninguém lhe incomodará – consegui responder.


– Tenho um perfeito: não sei dançar – Mayte respondeu. Pareceu meio envergonhada.


Então era isso? Ela não sabia dançar e estava com medo?


Não consegui conter um riso.


– Isso pode ser um motivo, mas não é um problema – falei. Minha mão ainda estava esticada, esperando sua aceitação. – Venha comigo, você não vai pisar no meu pé. E, se assim fizer, tenho certeza de que não acharei ruim.


Não acharia mesmo.


– Bom, na verdade eu não apenas não sei dançar, como também não gosto.


Simplesmente não me atrai.


“Como não?”, pensei. Em minha opinião, poucas coisas conseguem ser mais envolventes do que uma dança.


A resposta da Mayte só havia me deixado ainda mais curioso com relação a ela. Uma mulher que não dorme com o noivo e não gosta de dançar. O que mais não se permitia fazer?


– E o que te atrai, senhorita Mayte?


– questionei, aproximando-me um pouco mais. Minha mão já estava ficando dormente, porém a mantive no ar.


– Muitas coisas me atraem. O que te atrai, senhor...?


Senhor? Nunca me senti tão velho em toda a minha vida. E por que ela queria saber o que me atraía?


– Pode me chamar só de Christian – falei.


– Christian?


– Sim, é o meu nome.


– Então, Christian, pode me dizer o que te atrai?


“Você”, pensei.


– Neste momento, estou tentando atraí-la para uma dança – respondi, sentindome meio sufocado. Como era possível uma mulher ser firme e delicada ao mesmo tempo, como se misturasse força e suavidade de modo a compor um misto perfeito? Aquilo estava me tirando do foco.


– E isso iria te atrair? – Mayte perguntou, insinuante.


– Consideravelmente – respondi e fui muito sincero.


Quase não acreditei quando sua mão pequena finalmente segurou a minha. Puxeia do sofá com delicadeza, sem saber direito por que me sentia tão estranho. Mayte trajava um vestido preto simples, mas muito elegante, combinando com sandálias de tiras com saltos, também pretas. Seu cabelo estava solto e balançava um pouco por causa do vento marítimo.


Entrelacei meus dedos nos dela, guiando-a até a pista de dança. A música suave preenchia meus ouvidos e me levava a um lugar meio longe da realidade. Tive que controlar a minha excitação quando finalmente envolvi os braços na cintura dela.


Mayte era uma mulher não tão magra; tinha quadris largos e seios médios.


Desculpa, não deixei de reparar no seu decote discreto. Ela era alta também, de modo que, usando aqueles saltos, estávamos quase da mesma altura. Nossos rostos se colaram, e fiz questão de trazê-la para bem perto. Loucamente, aquela mulher enigmática ergueu os braços e os entrelaçou no meu pescoço.


Seu cheiro logo invadiu os meus sentidos; adocicado, parecia uma mistura de flores exóticas. Era uma fragrância marcante, intensa, mas ao mesmo tempo feminina.


Devo ter respirado fundo umas quinhentas mil vezes, pois havia gamado no seu perfume.


Aquilo só fez meu desejo aumentar ainda mais. Definitivamente, eu a queria em um nível incompreensível.


Poderia fodê-la ali mesmo, na pista de dança. Acho que era o desafio que me instigava. O doce sabor da novidade misturado com doses de mistério e o velho gostinho do proibido. Tudo isso sempre me atraiu.


Mayte se afastou de mim quando dançávamos a terceira música. Nenhuma palavra havia sido proferida, nem por ela, nem por mim. Eu não queria que parasse, mas as coisas boas costumam durar pouco.


Já estava acostumado com isso.


– Acho que já foi o bastante para quem nunca dançou na vida – ela falou baixinho, deixando um rastro de arrepios percorrendo o meu corpo com certa liberdade.


– Tudo bem – respondi, sem querer forçar a barra.


Fiz uma curta reverência, soltando Mayte de vez. Ela se distanciou muito depressa, caminhando na direção do bar, onde Marcelo conversava com a Paloma.


Fiquei sobrando na pista de dança, por isso segui para o estande. Não havia sinal do Sr. Amoretto, mas seus ajudantes preparavam alguns petiscos.


Foi quando Marlos se aproximou de mim.


– Chegou a hora, Christian – avisou, depois deu meia volta e foi para o minibar. Vi quando ele trocou algumas palavras com a Mayte, que depois seguiu para dentro da casa. Acho que ela ainda nem sabia que ia precisar escolher.


Suspirei profundamente.


Por que raios estava tão nervoso?



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Marlos convidou as garotas a irem para a sala, dizendo-lhes que uma surpresa especial as aguardava. A música parou de ser tocada, e me juntei aos meninos perto das gaiolas. Eles estavam ansiosos, mas não demonstravam. Procurei fazer o mesmo, fingindo normalidade. De fato, tudo aquilo era normal. Não devia estar nervoso com ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 70



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  • gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03

    Posta maaaaaaaaaaaais....

  • mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02

    Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.

  • vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15

    Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3

  • vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51

    Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.

  • vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24

    Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném

  • vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59

    Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/

  • vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26

    Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa

  • vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47

    Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess

  • vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13

    Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/

  • vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54

    Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?


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