Fanfics Brasil - 3 Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian

Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni


Capítulo: 3

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Marlos era mesmo muito simpático. Sua beleza evidente – composta de uma pele negra caramelada, olhos redondos muito brilhantes e um sorriso impecável -, só ficava ainda mais perfeita quando ele sorria e falava daquele modo extremamente educado. Fiquei encantada com aquele homem.


- Muito bom! Obrigada, Marlos – fui obrigada a agradecê-lo por tanta gentileza.


- Estamos aqui para servi-las, Senhorita Mayte – respondeu. Franzi o cenho. Como sabia o meu nome? Estava prestes a perguntar quando ele fez uma reverência e se retirou, fazendo um sinal para o garçom moreno, que se aproximou, segurando uma bandeja.


O moreno não sorria e mantinha a cabeça abaixada, servindo-nos com muita habilidade, enquanto o garçom loiro retirava os pratos que já estavam vazios. Percebi que era belo, queria vê-lo de perto, mas, quando chegou a minha vez de ser servida, Paloma resolveu engajar algum assunto.


Pude notar que, até então, não tínhamos conversado sobre nada além da perfeição de tudo o que nos era proporcionado naquela noite.


- Então, Mayte, o vestido está pronto mesmo ou terá a última prova? – perguntou Paloma.


- Está prontíssimo! A última prova foi feita há duas semanas. Irei buscá-lo nesta segunda! – respondi, agradecendo ao moreno por ter me servido, porém havia perdido a deixa para encará-lo.


- Você é uma noiva perfeita! – disse Fabiana. – O casamento vai ser um sucesso, nunca vi algo tão bem planejado. Às vezes dou uma olhada no site, fico encantada com todos os detalhes que posta!


- Deu um trabalhão, mas vai valer a pena! – falei, engolindo um pedaço do salmão. Estava divino, como todo o resto.


- Então, João Pedro vai mesmo morar no seu apartamento? – perguntou Cláudia, interessada.


- Vai, por enquanto. Nossa casa não está pronta... Estão reformando a cozinha e os quartos ainda.


- Finalmente vai dormir com um cara, hem, amiga? – comentou Jéssica, como sempre, falando coisas que me deixam envergonhada.


- O quê? Você ainda tem aquele problema de não dormir com ninguém? – Fabiana ficou impressionada.


- Deixem a coitada! – defendeu Paloma.


- Ah, gente... Só não gosto. João respeita isso, porém agora as coisas vão mudar. Não posso me negar a dormir com meu próprio marido – expliquei.


Elas riram. Tipo, riram de mim e da minha mania de dormir sozinha. Dá pra acreditar? Sou mesmo uma piada!


O problema é que elas não sabem que eu tenho motivos muito fortes! Primeiro, não consigo dormir em qualquer posição. Tem que ser de lado, de preferência inclinada para a direta, com dois travesseiros na cabeça e um entre as pernas. Meus braços têm que ficar acima do meu rosto. Juro, já tentei dormir de outra forma, mas não consigo.


Segundo, odeio conversar com alguém quando estou prestes a dormir. Este horário para mim é sagrado, na verdade é o único que tenho para pensar melhor nas coisas que tenho para resolver.


Terceiro... Bom, este ponto é meio complicado. Confesso que omito de minhas amigas – e do meu próprio noivo - há algum tempo, mas a verdade é que não me vejo fazendo horas e horas de sexo. Tipo assim, em minha opinião, o sexo tem que ter hora para acabar. Se eu permitisse que João dormisse comigo, de que horas iríamos, de fato, dormir? Esta dúvida me aborrece, mas infelizmente terei que mudar meus hábitos.


- Ah, amiga... Nem acredito, você finalmente vai se casar – comentou Lara, sorridente. – João deve estar tão feliz! Ele sempre te amou muito.


- É verdade, também estou muito feliz. Posso ser sincera com vocês? Também estou morrendo de medo! – admiti. As garotas riram de leve.


- Isso é altamente normal – concluiu Cláudia. – Tenho certeza de que vai adorar a vida de casada. É tudo muito diferente, mas é gratificante.


- Não era você que estava tirando férias do marido? – Jéssica ironizou. Rimos mais uma vez.


- Esqueci de dizer; é cansativa também, principalmente quando se têm filhos – Cláudia completou, sem se abalar.


- Não me vejo sendo mãe. Acho que isso vai demorar muito para acontecer. Talvez jamais aconteça – falei. E era verdade. Só de pensar nisso, já sentia calafrios.


Neste momento, o homem moreno se aproximou e me serviu mais vinho. Nem eu tinha reparado que a taça estava vazia. Agradeci a ele, desta vez, observando-o. Ele não olhou para mim, apenas fez um gesto e saiu.


Mais uma vez não consegui encará-lo como queria, apesar de ter achado seu perfil encantador.


- Como pode dizer algo assim, Amande? Ser mãe é uma dádiva! – continuou Cláudia, enquanto pegava uma colherzinha para devorar sua casquinha de siri.


- Meu sonho é ser mãe – Jéssica admitiu. – Mas, primeiro, tenho que encontrar o cara.


- Você realmente está procurando – comentou Paloma, com desdém.


- Como assim? – Jéssica não havia entendido, mas a alfinetada foi bem óbvia. Decidi mudar de assunto rapidamente:


- Pois é, são esses detalhes que fazem com que eu me pergunte se estou preparada para este casamento.


Foram nove anos de relacionamento, mas parece que ainda tenho tanto a amadurecer! – desabafei. Acho que o vinho estava surtindo algum efeito. Nunca fui de falar tanto, principalmente sobre mim. Pior ainda se levar em conta que estávamos sendo ouvidas pelos garçons, que mantinham uma distância confortável para nos servir sempre que necessário.


- Você vai amadurecer com o tempo – disse Paloma.


- Sim, é verdade. Esse tipo de coisa nos faz mudar. Acho que você vai perceber que isso era o que te faltava na vida – concluiu Cláudia.


- Talvez... Enfim. Não posso ter dúvidas agora, o casamento é daqui a uma semana.


- Verdade – falou Fabiana. – Não fique pensando muito nisso, apenas viva o momento. Ei, vamos fazer um brinde? – sugeriu.


- Vamos! – Jéssica voltou a ficar sorridente, erguendo sua taça para o alto.


Acompanhamos o movimento dela, juntando nossas taças delicadamente, visto que elas eram grandes e pareciam ser caras.


- Ao casamento da nossa amiga Mayte! – disse Fabiana.


- À felicidade dos pombinhos! – Cláudia completou.


- E à nossa festa de despedida de solteira, que será a mais memorável de todas! – Jéssica concluiu, soltando gritos que foram acompanhados por todas nós.


Mal sabia eu que ela estava certíssima.


Sr. Amoretto, Cheff que cozinhou as maravilhas que nos foram servidas, surgiu assim que terminamos de jantar. Ele era bem mais velho do que os rapazes, mas muito bonito também. Trajava vestes impecáveis, tradicionais de cozinheiro. Beijou a mão de cada uma de modo magistral e recebeu os devidos elogios, que fizemos questão de não poupar.


Jéssica decidiu pedir alguns drinks, pois estava louca para ver o barman, o tal de Marcelo, fazendo suas acrobacias. Saímos da mesa e nos aproximamos do bar, comentando sobre como a piscina parecia atrativa – embora estivesse fazendo um pouco de frio. Marcelo era um homem alto, forte, e tinha traços orientais. Seus cabelos eram compridos, pretos e muito lisos, lembrando um samurai.


Não soube dizer se havia sido uma coincidência, mas percebi que os rapazes eram diferentes entre si - embora igualmente belos -, como se fosse impossível deixar de agradar o gosto de qualquer mulher. Por exemplo, dei uma olhada geral nos homens que trabalhavam; além do loiro e do moreno que nos serviram, tinha dois rapazes bronzeados na cozinha, além de Marlos. Ajudando o Marcelo no bar, tinha outro loiro com cabelos cacheados, parecia um anjinho.


Decidi pedir ao Marcelo para que me preparasse a coisa mais “fraca” que tinha. Ele piscou os olhos e falou no meu ouvido que iria fazer apenas um coquetel de frutas sem álcool, e que juraria não contar o “segredinho” a ninguém. Sorri amplamente, impressionada com sua gentileza. Será possível que todos aqueles rapazes eram simpáticos? Sério, eles deviam ganhar muito bem com aquilo.


Esse pensamento me fez lembrar de um detalhe muito importante; Jéssica estava pagando por tudo sozinha.


Não podia permitir tal absurdo, pois certamente ela havia gastado uma nota preta. Só com o aluguel daquela casa enorme eu já me sentiria constrangida, e ainda tinha o serviço dos rapazes - que deve ter sido ainda mais caro do que a casa.


Acabei chamando Jéssica num canto, de modo que pudéssemos conversar a sós. As meninas estavam super entretidas com o pequeno show que o Marcelo contracenava com as garrafas. Nem notaram quando nos afastamos.


- Jess, você precisa me dizer quanto custou essas coisas. Não aceito um não como resposta, preciso ajudá-la a pagar por isso – falei, olhando-a nos olhos.


Ela fez uma careta engraçada, mas depois abriu um amplo sorriso.


- Olha, Mayte, conheço-a muito bem e sei que não vai adianta dizer que não precisa... Você vai insistir até o fim e a situação vai ficar chata. Por isso, vou te mandar logo a real... Eu não estou pagando por nada – ela falou, simplesmente.


Abri os olhos ao máximo.


- Como assim? Jéssica, um serviço desse tipo não pode sair de graça!


- Vou te explicar, mas... Queria que ficasse apenas entre nós. – Jéssica, daquela vez, havia parado de sorrir.


- Sim, claro, pode falar. – Balancei a cabeça, concordando.


- Conheço esse grupo há algum tempo, trabalham lá na agência. Bom, resumindo, eles me devem alguns favores... E estão lançando este empreendimento agora. Foram meses de pesquisa, mas faltava realizarem um teste real. Bom... Nós somos o teste.


Abri a boca, embasbacada. Não sabia se tinha entendido direito.


- Esse pessoal... Está testando este tipo de serviço conosco? Somos uma... Como posso dizer?


- Cobaia – ela respondeu. – Sim, somos uma espécie de cobaia. Mas, olha, não se preocupe.


Acompanhei cada processo, tenho certeza de que sairá tudo em ordem. Tudo é meticulosamente planejado, eles são profissionais.


- Sim, não tenho dúvidas disso, mas... Ainda tem o aluguel da casa.


- Mayte, esta casa faz parte do empreendimento. Tudo é deles, inclusive a van.


- Tudo? – Soltei o ar dos pulmões, sentindo-me esbaforida. Não esperava por algo do tipo, mas, pelo visto, as surpresas estavam apenas começando.


- Tudo. Tudo mesmo. E está sendo oferecido a nós de graça. Eles só querem a nossa opinião, observar o que pode ser mudado, proporcionar experiência à equipe... Enfim. Estão testando a si mesmos.


- Poxa, eu... Nem sei o que dizer.


- Apenas relaxe, Mayte! Vamos nos divertir muito, acredite. A equipe está disposta a nos fornecer um prazer que nem imaginamos que pudesse existir.


Jéssica riu e, como Fabiana a chamava para pegar sua batida de kiwi, acabou indo embora sem me dar chance de fazer mais perguntas.


Confesso que uma pulga se instalou atrás da minha orelha depois da conversa com a Jéssica.


Sei que eu devia confiar nela, até porque estávamos sendo tão bem tratadas, que era quase impossível a equipe de rapazes falhar em alguma coisa muito séria. Tentei manter meus pensamentos focados no profissionalismo deles.


Quando terminava de tomar meu segundo coquetel sem álcool, Marlos se aproximou de nós, chamando a nossa atenção:


- Senhoritas! Nossa equipe está preparando coisas incríveis para esta noite. Contudo, sabemos que estão um pouco cansadas da longa viagem, por isso, irei apresentar-lhes a casa, que será de vocês por todo o fim-de-semana. Além disso, gostaria de mostrar-lhes seus aposentos, para que se refresquem com um bom banho e nos vejam de volta daqui a meia hora. O que acham?


- Perfeito, Marlos – Cláudia se adiantou a responder.


- Beleza! – disse Fabiana.


Eu, particularmente, estava louca para ver a casa por dentro. Seguimos Marlos silenciosamente, por incrível que possa parecer. Acho que a expectativa era tão grande, que mal conseguíamos falar alguma coisa.


De fato, não nos decepcionamos. Assim que o homem abriu uma porta grande de vidro, percebemos de cara a ampla sala de estar que se estendia diante de nós.


Acredito que nunca tinha visto sala tão grande e bem equipada. Incluía tudo; aparelho de som, TV, sofás maravilhosos de couro negro – que pareciam confortáveis –, além de toda a decoração disposta de modo impecável. Alguns arranjos de rosas vermelhas tornavam o ambiente bastante feminino, como se tivesse sido pensado exatamente para um grupo de mulheres.


Havia quadros maravilhosos com desenhos surreais que lembravam mulheres nuas. Marlos abriu todas as cortinas, e constatamos o que já sabíamos, as paredes que davam para a área externa eram de vidro.


Conforme entrávamos na casa, Marlos ia nos mostrando cada detalhe; sala de jantar, cozinha, corredores, banheiros... Tudo estava ordenado do jeito que o meu senso de organização amava.


Dizer que fiquei maravilhada é muito pouco. As meninas não ficaram diferentes de mim, visto que, a cada cômodo apresentado, uma nova onda de exclamações admiradas se fazia presente. Por fim, Marlos nos apresentou aos nossos quartos. Todos eles ficavam no andar de cima e, como eu era a noiva, acabei ficando com o maior; o que tinha a sacada com vista direta para o mar. Nem preciso dizer o quanto adorei aquela escolha. Inexplicavelmente, minha mala já estava lá.


Marlos nos avisou que estavam preparando algo similar a uma festa no andar de baixo, por isso as meninas e eu decidimos que nos arrumaríamos bem – e rápido. Pudera, se aqueles rapazes bonitos continuassem usando terno, eu continuaria me achando uma mendiga.


Quando me vi sozinha no quarto, fiquei morrendo de preguiça; acabei me deitando na cama enorme e confortável. Permaneci ali durante longos minutos. O conforto era tão grande que quase adormeci, mas a curiosidade para saber o que rolaria na festa foi muito maior. Tomei um banho quentinho de ducha – tentando ignorar a banheira de hidromassagem que praticamente gritava por mim -, sequei meus cabelos, passei uma leve maquiagem e escolhi um vestidinho preto básico com sandálias também pretas.


Fiquei pronta em uma hora. Foi quando ouvi batidinhas na minha porta; era Jéssica, perguntando se eu já estava arrumada. Soube que as meninas estavam me esperando havia vinte minutos. Confesso que me irritei com isso, odeio me atrasar para qualquer coisa que seja.


Todas estavam sentadas no sofá de couro, conversando animadamente sobre alguma coisa.


Minhas amigas se mostraram particularmente lindas naquela noite, tive muito orgulho de cada uma delas.


Notei que a porta de vidro estava fechada, e as cortinas também.


- Marlos disse que vai nos chamar em um minuto! – alertou Fabiana, que vestia um belíssimo vestidinho creme e longos brincos dourados. Estava uma gata, com seus cabelos castanho-claros muito compridos.


Nem deu tempo para que eu me sentasse no sofá. Marlos já abria a porta e nos oferecia seu amplo sorriso.


Sério, ele era um espetáculo.


- Senhoritas, estão preparadas? – perguntou.


Respondemos que sim em uníssono. A animação era geral. Eu não fazia ideia do que me aguardava, mas também estava animada – o que era muito esquisito, pois jamais havia gostado de sentir a angústia da antecipação que toda surpresa proporciona.


Marlos abriu a porta e saímos para o jardim. Imediatamente, uma música muito agitada começou a tocar.


Sério, tenho até... É difícil definir o que senti naquele instante, quando olhei para a tal “surpresa” que haviam nos preparado.


Acho que a melhor forma de definir é descrevendo a cena que se fez diante de nós.


Primeiramente, estava tudo escuro, exceto pelo jogo de iluminação fantástica que fazia o ambiente parecer uma boate muito louca; havia luz negra, um globo de espelhos enorme e luzes caleidoscópicas girando em todas as direções. Até aí tudo bem. Vários sofás que pareciam serem feitos de plumas estavam espalhados, circulando uma área logo após a piscina que, naquele momento, havia se transformado numa verdadeira pista de dança.


Marcelo girava suas garrafas e copos pelos ares, mostrando uma habilidade impressionante.


Não sei por que, mas acabei me demorando nele. Acho que fiquei com medo que quebrasse uma das garrafas.


Ou então impressionada demais com seu físico perfeito sendo exibido de uma maneira tão peculiar.


Ao lado da pista de dança, o garçom loiro e o moreno contracenavam danças sensuais juntamente com barras curtas que tinham fogo saindo pelos dois lados. O auge foi atingido quando os dois sopraram para cima e uma chama imensa invadiu a pista de dança. Sim, eles estavam fazendo um show de pirofagia bem na nossa frente.


Mas o problema de tudo não foi esse. Não mesmo, eles podiam cuspir fogo à vontade, se dependesse de mim.


O problema é que ambos usavam apenas uma tanguinha curta igual ao Marcelo, deixando seus físicos também à mostra.


Sim, fiquei horrorizada. Entretanto, creio que nada foi mais traumatizante do que as gaiolas, localizadas ao redor da piscina. Dentro delas, homens apenas de sunga e gravata borboleta dançavam no ritmo da música.


Entrei em estado de choque. Juro, fiquei simplesmente parada, com a boca aberta, tentando encontrar sentido para tudo o que via. As meninas não tiveram a mesma reação embasbacada.


Jéssica foi a primeira a gritar e sair correndo na direção da pista de dança. Cláudia também foi, puxando as mãos de Lara que, mesmo parecendo envergonhada, soltou vários gritinhos.


Paloma deu alguns passos, mas parou. Decidiu que não pagaria o mico de dançar, por isso foi direto para o bar. Pediu, ainda de longe, que Marcelo lhe fizesse a bebida mais forte que tinha. O barman atendeu prontamente, com um sorriso malicioso no rosto. Pensando bem, eles formavam um belo casal, visto que ambos tinham traços orientais.


Olhei para Fabiana, que aparentemente havia sido a única sensata. Ela estava tão pasmada quanto eu, com os olhos arregalados e os cabelos esvoaçantes por causa do vento marítimo.


- Tô fodida! – berrou, entrando em desespero. – Minha carreira acabou, me fodi, me fodi, me fodi, me fodi... – repetiu. Suas mãos tremiam enquanto as passava nos cabelos. Estava muito nervosa.


Por um segundo não entendi o que ela queria dizer com aquilo. Só então me lembrei de que Fabi trabalhava no Tribunal, e não podia entrar em nenhum tipo de escândalo.


- Oh, céus... – murmurei. Ia dizer alguma coisa, mas Marlos acabou se aproximando antes que tivesse a oportunidade.


- Algum problema, senhoritas?


Naquela altura, Fabiana já chorava. Abracei-a lateralmente e decidi resolver aquilo de uma vez.


- Marlos, minha amiga aqui tem uma carreira a zelar... Ela está com medo de arruinar tudo, entende? – falei, fingindo ter uma firmeza que certamente não possuía. Ou, pelo menos, diante daquela situação, havia sido reduzida a nada.


- Compreendo... Porém, senhorita Fabiana, não se preocupe com isso nem por um segundo – disse Marlos, tentando acalmá-la. - Não permitimos fotografias ou filmagens em nossas instalações.


Todos os profissionais assinaram um contrato de silêncio, portanto a senhorita pode se divertir à vontade sem problema algum. Nossa casa é vigiada por uma equipe especializada de segurança.


Além de tudo, todas as casas ao arredor são de veraneio, nenhuma está sendo ocupada neste fim-de- semana. A senhorita está absolutamente protegida.


Conforme Marlos ia explicando, Fabiana foi enxugando as lágrimas e se acalmando. Por fim, sorriu timidamente.


- Tem certeza? Absoluta? – perguntou.


- Sim, posso mostrar os contratos se a senhorita desejar. – Como se já soubesse que alguma coisa daquele tipo iria acontecer, Marlos retirou alguns papéis do bolso do paletó que usava.


Entregou-os a Fabiana. Ela deu uma olhada muito rápida e devolveu.


- Tudo bem, estou convencida.


- Ótimo. Desejamos que as senhoritas se divirtam, não se preocupem com nada. Podem ficar a vontade e, tendo qualquer problema ou dúvida, estou às ordens. – Com um gesto de reverência exagerada, Marlos sorriu e nos deixou a sós.


Encarei Fabiana. Ela parecia outra pessoa; seu semblante preocupado havia se dissolvido muito rapidamente.


- O que está esperando, Mayte? Vamos aproveitar! – gritou, puxando minhas mãos. Guiou-me até a pista de dança, onde os rapazes cuspiam fogo e dançavam sensualmente.


Depois de um minuto os observando, Fabiana já tinha se esquecido de mim – ela havia começado a gritar e a cantar junto com as outras meninas -, portanto me largou e finalmente pude me afastar.


Resolvi ficar com a Paloma perto do bar. Depois de pegarmos alguns drinks – pedi o meu com muito álcool desta vez -, sentamo-nos em um conjunto de sofás com plumas da cor lilás.


Não conversamos muita coisa, apenas ficamos observando o desempenho dos rapazes. Os que dançavam nas gaiolas eram sensacionais. Suas danças, sempre ritmadas, ganhavam uma beleza extremosa quando somadas aos físicos invejáveis de cada um. Admito, era uma coisa linda de se ver.


Alguns nos encaravam vez ou outra, soltavam beijinhos e riam maliciosamente. Toda vez que isso acontecia, Paloma e eu rachávamos de rir. Bom, tudo estava muito exagerado, mas não deixava de ter graça. Eu só ficaria preocupada se começassem a tirar as tanguinhas. Como nenhum deles parecia estar a fim de fazer isso, e olha que Paloma gritou algumas vezes para que fizessem – acho que ela começava a ficar bêbada -, eles continuaram “vestidos”. Ainda bem.


Não tinha a mínima noção da hora. Nenhuma das meninas tinha um relógio, por isso decidi me levantar e ir perguntar ao Marlos, que coordenava o pessoal que estava trabalhando na cozinha. Eles haviam preparado alguns petiscos, e nos serviam sempre com elegância.


- Marlos, poderia me dizer a hora? – perguntei.


- São... Três da manhã – respondeu, conferindo seu relógio de punho. – Não se preocupe, a festa está só começando.


Decidi não responder. Apenas sorri, peguei mais um drink com Marcelo e voltei para o sofá.


Paloma apontou para a pista de dança. Os garçons tinham parado de cuspir fogo e começaram a dançar com as meninas.


- Quer dançar um pouco? – ela perguntou em alto e bom tom, pois a música estrondosa não permitia que nos escutássemos normalmente. – Eles parecem felizes!


- Nem morta! – Ri alto. – Elas estão bêbadas, olha só! – Apontei na mesma hora em que Jéssica descia até o chão, sendo acompanhada pelo garçom loiro.


- Jéssica não precisa estar bêbada para fazer isso!


- É verdade! – Gargalhamos.


De repente, a música agitada deu lugar a uma canção romântica, bem lentinha. Foi neste instante que os rapazes saíram das gaiolas e vieram nos chamar para dançar. Paloma sequer pestanejou – segurou a mão de um moreno gostosão e partiu para a pista de dança. Eu me mantive irredutível.


Percebendo que ainda estava sentada – e sozinha -, os rapazes se revezaram para me chamar, dando pausas curtas de uns dois minutos entre cada convite. Eles estavam tentando me convencer, e certamente pensavam que eu não os achava bons o bastante para mim. O que era cruel, visto que a beleza deles era o único motivo para que tirasse meu traseiro do sofá. Pena que este motivo era fútil demais para a minha consciência.


Acabei rejeitando todos os caras da gaiola, o garçom loiro e o barman com cara de anjinho que ajudava o Marcelo. Foi então que o garçom moreno se aproximou. Diferentemente dos outros rapazes, ele nada falou, apenas me olhou e ofereceu a sua mão. Aproveitei a deixa para encará-lo de perto, porém o ambiente estava tão escuro que não consegui ver nada além do contorno perfeito de seu rosto.


- Desculpe, eu não quero dançar – respondi.


- Se me der apenas um bom motivo, prometo que ninguém lhe incomodará – ele disse. Sua voz era sensual...


Marcante. Era firme e doce ao mesmo tempo. Uau! Confesso que fiquei balançada.


- Tenho um perfeito: não sei dançar.


O homem riu de leve. Juro, minha pele se arrepiou instantaneamente. Seu riso inspirava sensualidade de um modo incrível!


- Isso pode ser um motivo, mas não é um problema – retrucou. - Venha comigo, você não vai pisar no meu pé.


E, se assim fizer, tenho certeza de que não acharei ruim.


- Bom, na verdade, eu não apenas não sei dançar, como também não gosto. Simplesmente não me atrai.


- E o que te atrai, senhorita Mayte? – perguntou, aproximando-se mais um pouco. Nossa!


Sério, eu daria tudo para ver suas expressões. Porcaria de iluminação!


- Muitas coisas me atraem – fui taxativa, mas fiquei curiosa: - O que te atrai, senhor...?


- Pode me chamar só de Christian.


- Christian?


- Sim, é o meu nome.


- Então, Christian, poderia me dizer o que te atrai?


- Neste momento, estou tentando atraí-la para uma dança.


- E isso iria te atrair?


- Consideravelmente – respondeu, com o mesmo tom sensual.


Christian falou aquilo tudo de uma forma tão colossal, que foi impossível não pegar na sua mão.


Ele me levantou do sofá e, sem me soltar, guiou-me até a pista de dança. As meninas ainda dançavam
agarradinhas, cada qual com seu par. Quando menos esperei, aquele homem misterioso já me envolvia em seus braços, fazendo eu me agarrar ao seu pescoço. Levando em consideração que ele estava sem camisa, posso dizer que a situação ficou, no mínimo, constrangedora. Ainda mais quando grudou nossos rostos, e pude senti-lo tão de perto. Como cheirava bem! Era um cheiro fantástico de homem bonito.


Dançamos duas músicas e meia. Estava começando a ficar desconfortável nos braços dele, pois achava aquilo tudo muito estranho. Dispensei-o brevemente e fui ao bar, pedir outra bebida ao Marcelo. Nunca havia bebido tanto na minha vida. Já estava me sentindo um pouco tonta, mas incrivelmente não estava a fim de parar.


Depois de uns vinte minutos, a música foi diminuindo de volume.


Marlos se aproximou de mim:


- Senhorita Mayte, poderia se encaminhar até a sala de estar? Chegou o momento.


Franzi o cenho, confusa. Não sabia do que ele estava falando, mas decidi obedecê-lo. Marlos foi buscar as meninas, enquanto eu praticamente me atirava no sofá de couro. Não sabia que a sensação de dormência que a bebida fornecia era tão relaxante. De verdade, sentia-me em casa.


As meninas chegaram, animadíssimas, e se sentaram no sofá.


- Gente, que tudo! Que noite maravilhosa! – gritou Cláudia. Seus cabelos curtos e cacheados estavam assanhados, mas ela continuava linda. – Jéssica... Você foi uma... Ah, uma filha de uma mãe!


Rimos.


- Está tudo sensacional! Esses caras são o máximo! Como são lindos! – disse Lara, olhando para cima de modo sonhador.


- São gatos demais! – concordou Fabiana. – O loirinho que eu dancei... Nossa! Que homem cheiroso!


De repente, Marlos entrou na sala com seu velho sorriso estampado no rosto. Paramos de fofocar imediatamente, prestando atenção nele. Seja qual fosse a novidade, certamente seria uma coisa maravilhosa.


Pelo menos eu estava convencida disso.


- Senhoritas, espero que estejam se divertindo bastante!


- Estamos sim, com certeza! – Cláudia praticamente gritou.


- Demais, vocês são demais! – Fabiana acompanhou. Soltamos um “uhul” em conjunto e depois
gargalhamos. Marlos nos olhava, satisfeitíssimo.


- O fim-de-semana está apenas começando! Neste momento, irei lhes apresentar aos nossos rapazes.


Senhorita Amande, queira se levantar – pediu. Fiz o que disse. Marlos segurou a minha mão e me levou para o meio da sala. – Como rainha desta despedida de solteira, você tem muitos direitos... Um deles é escolher, além do seu, um acompanhante para cada convidada.


- Eu? Escolher? Como assim? – Comecei a rir, do nada. Realmente estava bêbada.


- Nossos rapazes foram treinados para oferecer o maior prazer possível a vocês. Cada convidada tem direito a companhia integral de um de nossos homens, eles as servirão em todos os aspectos. Cabe a você escolher, senhorita Mayte. Posso chamá-los?


Abri a boca.


Franzi o cenho.


Olhei para as meninas.


Elas estavam tão pasmadas quanto eu. Apenas Jéssica sorria amplamente.


Um resquício de sobriedade formulou inúmeras ideias na minha cabeça, cada uma mais maluca do que a outra.


Precisava pensar um pouco, estava muito confusa. Marlos me encarava com o mesmo sorriso de sempre, enquanto eu ficava envergonhada por causa dos malditos pensamentos.


- Eu... Eu... Marlos, pode nos dar licença por um minuto? Preciso falar com as meninas – pedi.


Não consegui ver outra saída. Precisava entender aquilo direito.


Ele fez uma reverência e saiu, fechando a porta de vidro.


Meu primeiro alvo foi a Jéssica.


- Jéssica, pode nos explicar isso? – perguntei, ainda de pé no centro da sala. As meninas a encararam.


- Resumindo, é isso mesmo que estão pensando! – ela disse, animada.


- Como assim, “o que estamos pensando”? – Paloma rebateu.


Jéssica suspirou profundamente.


- Garotas, esses rapazes estão em nossas mãos. Somos praticamente as donas deles, podemos mandar e desmandar. Eles farão o que quisermos.


- O que quisermos? – Fabiana levou uma mão à boca.


- Sim. Tudo mesmo.


- Tudo mesmo? – desta vez fui eu que perguntei.


- Vou ser bem exata para que não haja dúvidas: podemos levá-los para cama. Eles realizarão todos os nossos desejos, fantasias, enfim... São profissionais nisto.


- Está querendo nos dizer que... Que estamos no meio de um bando de... – comecei, mas não tive coragem de prosseguir.


- Garotos de programa! – completou Lara, provavelmente escolhendo o termo mais razoável para defini-los.


- Você sabia disso, Lara? O tempo todo? – perguntei, admirada de verdade.


- Claro que não! Não desta parte!


- Não posso dormir com ninguém, eu sou casada! – Cláudia berrou.


- Eu vou me casar – sussurrei. – Jéssica, você foi longe demais. Isso é... Horrível. É um...


Absurdo!


- Meninas, ninguém aqui é obrigada a dormir com ninguém – disse Jéssica, calmamente. - Os rapazes vão ficar ao nosso dispor, mas podemos dispensá-los quando quisermos. Acreditem, eles irão nos respeitar bastante. Para todo caso, serão apenas nossos acompanhantes; irão realizar algumas atividades que não vão ter a ver com sexo!


- Meu Deus... – murmurou Paloma.


- Jéssica, se a minha carreira... Jéssica... Jéssica, minha carreira! – Fabiana começava a se desesperar novamente.


- Você está segura, Fabi. É sério, não colocaria ninguém nessa se não soubesse que estamos seguras.


Prometo, gente. É só deixar acontecer, vamos nos divertir!


Suspirei profundamente. Olhei para a porta de vidro. Meu limite de surpresas aceitáveis estava
se esgotando.


- Por mim, tudo bem, então – disse Fabiana, mas com as mãos cobrindo o rosto. – Foda-se, vamos nessa, meninas. Oportunidade única! Mayte, se é pra ser assim, quero o garçom loiro.


Ótimo, Fabiana estava bêbada.


- Vocês estão ficando cada vez mais loucas... – comentou Paloma. – Mas, se estamos na chuva, temos que nos molhar. Quero conhecer o Marcelo.


Encarei Paloma, com os olhos esbugalhados. Ela não era de agir daquela forma, só a perdoei porque havíamos tomado muitos drinks. Outra bêbada.


- Qualquer um, qualquer um... Quero nem olhar pra cara do sujeito – disse Cláudia.


- Digo o mesmo, qualquer um está bom – Lara completou. – Estou envergonhada!


É sério que elas estavam aceitando aquilo tudo?


Suspirei de novo. Tentei pensar, mas não consegui fazê-lo com precisão. Que escolha eu tinha?


Ir embora? Como? Jéssica havia deixado claro que ninguém seria obrigada a nada.


Sendo assim, fiz a mim mesma a pergunta mais perigosa do mundo: por que não?


- Tudo bem – consegui responder, achando que todas nós tínhamos ficado loucas.


Abri a porta de vidro e chamei pelo Marlos, dizendo-lhe que podia fazer o que devia ser feito.


Suspirei pela milésima vez e aguardei os garotos entrarem. Vergonha completa me definia.


Mal consegui encará-los, diferentemente das meninas. Elas praticamente babavam pelos rapazes, que estavam de pé, usando suas tanguinhas, um ao lado do outro, como se fossem produtos em uma vitrine.


Lamentável.


Pensei em desistir. Desisti de pensar.


- Mayte, querida, é só escolher. Irei apresentá-los agora. Este você já conhece, é o Marcelo.


– Marlos apontou para o nosso querido barman oriental. Não tive outra escolha a não ser fitá-lo.


“Oh, Marcelo...”, pensei, “Logo você?”


Marcelo sorria amplamente, exibindo seu abdome perfeito. Não parecia desconcertado, tímido, horrorizado, nem nada que podia me traduzir naquele momento.


- Este é o Henrique. – Marlos apontou para o anjinho loiro. Lindo demais! Henrique sorriu, exibindo dentes perfeitos que só o faziam ainda mais encantador. Céus... Como era belo aquele homem. Confesso que corei um pouco ao encará-lo.


- Este é o Edu. – Oh, sim. O garçom loiro se chamava Edu. E que lindo ele era. Olhos bem clarinhos... Eram azuis? Não sei, talvez fossem verdes. E que corpão era aquele?


- Este você também já conhece, é o Christian. – Apontou para o garçom moreno. Sim, o mesmo que eu havia dançado há pouco tempo atrás. Empolgada com a boa luminosidade da sala – que desta vez não iria me impedir de vê-lo -, finalmente o encarei. Ele olhava para mim seriamente.


Se disser que me surpreendi com o que vi, estarei sendo muito cruel. Surpresa é pouco para definir.


Admiração se tornou uma palavra banal, pois aquele homem na minha frente não podia ser adjetivado com palavras tão pequenas. Qualquer uma havia se reduzido a nada. Christian não era o cara mais alto, nem o mais sarado do recinto. Tinha os músculos firmes, nos devidos lugares, e a sua pele branca – diferentemente dos outros rapazes, que estavam bem bronzeados – chamava a atenção. Seu rosto era... Espetacular. Ele tinha os cabelos lisos e escuros um pouco bagunçados na testa, o que só trouxe ainda mais charme para o seu olhar. Sim... E que olhar! Composto por duas piscinas de águas límpidas, ou dois oceanos que se juntam em uma ilha paradisíaca qualquer, ou ainda duas pedras preciosas e muito brilhantes... Não dava para decidir, pois eram, de longe, os olhos mais lindos que já vi na vida. Eles ficavam ainda mais marcantes por causa do desenho de suas sobrancelhas grossas, levemente arqueadas. Sua barba estava por fazer e... Céus, como tive vontade de tocá-lo!


Encarei Christian durante eternos segundos. Ele me encarou de volta sem mexer um músculo da face. Até que, como se fosse pouco ser tão perfeito, ele sorriu. Não, minto eu, não foi bem um sorriso. Christian levantou um pouco o lado esquerdo de sua boca desenhada, contracenando uma expressão cheia de malícia.


Juro, pensei que enfartaria.


- Este é o João – disse Marlos. Acordei do transe. Na verdade, tomei um susto quando ouvi o nome do meu noivo, e fui guiada para perto de um rapaz negro, alto e muito musculoso. Era um homem bonito, sem dúvida, mas confesso que os olhos de Christian ainda estavam na minha mente.


Resfoleguei, tentando me recuperar.


- E, por último, o Fernando. – O último rapaz era muito bronzeado. Tinha o cabelo longo, castanho-claro, e tatuagens maneiras nos braços. Sorriu quando o encarei, e acabei sorrindo de volta.


Parecia ser bem simpático. – Espero que já tenha a sua escolha, senhorita Mayte.


Afastei-me um pouco, de modo que podia visualizar todos os rapazes. Confesso, quase não olhei para mais ninguém. Meus olhos estavam fixos nos do Christian. Infelizmente – ou felizmente - ele havia voltado a ficar sério.


- Marcelo pode ficar com a Paloma, e o Edu pode ficar com a Fabiana – defini, já sabendo qual era a preferência delas.


Parei.


Fitei o Christian mais uma vez. Estava quase implorando mentalmente para que fizesse a caretinha maliciosa de novo, mas ele permaneceu sério demais.


Sabendo que a preferência da Jéssica, como toda boa loira oxigenada, era um rapaz negro e alto, defini que ficasse com o João. O homem riu, olhando para a minha amiga. Não conferi a reação dela, mas tenho certeza de que havia ficado feliz.


- Henrique pode ficar com a Cláudia – falei. Renato, o marido dela, tinha cabelos meio compridos e a cor da pele muito parecida com a do Fernando. Por isso, decidi não deixar os dois juntos. Não queria que ela ficasse se lembrando do marido. Podia tê-la deixado com o Christian, mas...


Mas...


Muito bem, estava diante de dois caras. Um seria meu, o outro, da Lara. Olhei para trás, buscando o olhar dela. Não queria que minha escolha fosse baseada na minha vontade. Ficaria me sentindo uma traidora. Sério, é feio ficar desejando outros caras. Eu ia me casar, afinal. Sabia que nada demais ia rolar, mas, mesmo assim...


Lara olhou para mim e, disfarçadamente, alisou os cabelos. Entendi o recado na hora; ela preferia o cabeludo tatuado. Como sempre, escolhendo os caras mais diferentes. Pelo menos o Fernando parecia ser uma boa pessoa. Pensando bem... De quê isso importava?


Olhei, mais uma vez, para o dono de dois oceanos impressionantes.


- Fernando pode ficar com a Lara – murmurei.


Instantaneamente, Christian ergueu a boca para o lado esquerdo de novo.


Alguém já havia lhe dito para nunca fazer aquela cara? Certamente, sim. Ele tinha que ter consciência do quanto aquilo mexia com as mulheres, do contrário não o faria com tanta perfeição.


- Perfeito – disse Marlos, depois que todas as escolhas foram feitas.


“Oh, sim, Marlos... Perfeito mesmo!”, pensei.


- Bom, senhoritas, continuaremos com a festa! Rapazes... – Marlos piscou o olho para eles e saiu pela porta de vidro.


Continuei encarando Christian.


Os rapazes se aproximaram das meninas; cada qual pegou o seu par e foi saindo para a área externa. A música tinha voltado a tocar. Cláudia soltou uma gargalhada, então todo mundo riu. Menos eu. Eu... Eu só encarava o Christian.


Ele se aproximou devagar, ficando muito perto. Pegou minha mão e a beijou demoradamente.


Acompanhei o trajeto da sua boca... Uau! A sala ficou quente de uma hora para outra.


- É uma honra, para mim, ser sua companhia, senhorita Amande – sussurrou, com aquela voz sensual e adocicada. Podia sair mel da boca dele, facinho. E eu me transformaria numa abelha com igual facilidade.


Em um momento de lucidez, afastei-me delicadamente. Estava pensando coisas feias demais. O álcool tinha atingido meu cérebro, de modo que era difícil raciocinar.


- Christian, não precisa de tudo isso – falei, tentando ser firme. - Sejamos sinceros, vou me casar daqui a uma semana, e não pretendo viver fortes emoções na minha despedida de solteira, se é que me entende.


Ele pareceu refletir um pouco.


- E o que pretende viver na sua despedida de solteira, senhorita?


- Só quero me divertir com as minhas amigas.


- Suas amigas estão se divertindo. – Christian apontou para a porta de vidro, que havia ficado aberta. As meninas dançavam animadamente, cada uma com seu par. Riam, gargalhavam... O clima de descontração era geral.


- Eu sou diferente. Tenho outras concepções de diversão.


- Diga-me suas concepções e iremos nos divertir. É para isso que estou aqui – murmurou.


Encarei-o mais uma vez. Por que seus olhos tinham que ser tão lindos? Por quê?


- Neste momento quero apenas sentar e beber mais um pouco – confessei. Queria beber muito, na verdade, mas meu raciocínio não permitiu que admitisse em voz alta.


- Como quiser. Vem comigo.


Christian fez uma reverência e pegou a minha mão. Entrelaçou com a sua... Como era quente e macia!


Precisava matar a Jéssica depois daquilo.


Ele me guiou até um dos sofás e se sentou ao meu lado.


- O que vai querer beber?


- Alguma coisa forte. Bem forte mesmo, com muito álcool – incitei.


- Trago em um minuto.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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O momento em que fiquei sozinha me deu certo alívio. Precisava respirar um pouco, compreender melhor o que tinha acontecido. Necessitava pensar, mas era impossível tendo uma música tão alta ardendo os tímpanos. Aquilo tudo estava sendo uma loucura sem tamanho. Quem diria que as coisas seriam assim? Esperava por um fim-de-semana ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 70



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  • gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03

    Posta maaaaaaaaaaaais....

  • mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02

    Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.

  • vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15

    Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3

  • vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51

    Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.

  • vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24

    Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném

  • vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59

    Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/

  • vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26

    Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa

  • vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47

    Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess

  • vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13

    Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/

  • vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54

    Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?


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