Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni
O momento em que fiquei sozinha me deu certo alívio. Precisava respirar um pouco, compreender melhor o que tinha acontecido. Necessitava pensar, mas era impossível tendo uma música tão alta ardendo os tímpanos.
Aquilo tudo estava sendo uma loucura sem tamanho. Quem diria que as coisas seriam assim?
Esperava por um fim-de-semana comum na praia, tomando sol com as amigas. Por que não podíamos fazer um programa normal? Será que João Pedro sabia de tudo aquilo? Duvidava muito.
O pior de tudo era que eu não sabia o que ia acontecer. Simplesmente não tinha controle sobre nada. Uma onda de pânico invadiu o meu peito depois que me dei conta disso. Comecei a passar mal.
A música estava incomodando demais, por isso fui obrigada a voltar para a sala. Fechei a porta de vidro e me sentei meio largada no sofá.
Dois minutos depois, Christian apareceu.
- Está se sentindo bem?
- Sim, só a música que está me incomodando. Fecha a porta quando passar, por favor?
- Claro.
Ele fez o que pedi e se aproximou, oferecendo-me uma bebida bem estranha. Nem perguntei o que era, virei o copo de uma vez. O líquido queimou minhas entranhas. Fiz uma careta.
- É forte!
- Trouxe outro – disse Christian, colocando mais um copo na mesinha de centro. Sentou-se ao meu lado logo em seguida.
- Pensei que fosse sua – falei, apontando para a outra bebida, que parecia ser a mesma da que eu tinha acabado de engolir.
- Não bebo quando estou trabalhando.
- Ah... – Suspirei.
Christian estava muito perto de mim, nossas coxas se encostavam de leve. Afastei-me um pouco e me virei de lado, assim poderia vê-lo melhor. Sim, podia vê-lo perfeitamente. Nossos olhos se encontraram de novo, permanecendo desse jeito durante alguns segundos.
- Então... Você trabalha com isso há muito tempo? – indaguei, meio sem assunto.
- Um pouco – respondeu, mas tratou logo de mudar o rumo da conversa: – Suas amigas são bastante animadas.
- São sim, bem diferentes de mim.
- Por quê?
- Não sei, sou anormal – admiti. Peguei o outro copo e tomei um gole generoso. - Sei que devo estar parecendo super antipática, desculpe-me por isso. Só não gosto de certas loucuras. Prefiro viver sem riscos, sabe?
- Compreendo, mas isso não faz de você uma pessoa anormal – disse Christian. – Apenas uma mulher sensata.
- Acredite, se um dia chegar a me conhecer o bastante, saberá.
- Isso é um convite para que eu te conheça o bastante? – perguntou.
Olhei-o demoradamente, e ele fez o mesmo. Sério... Aquilo estava demais. Christian seduzia apenas com o fato de respirar. Falando aquelas coisas, então... Não ia dar certo. Não ia mesmo. Eu tinha, precisava, ficar longe.
- Acho que vou dormir. – Tentei me livrar dele, deixando sua pergunta no ar. - Estou cansada...
Meus pés doem.
- Posso lhe fazer uma massagem – murmurou, meio rouco.
Encarei-o novamente. Um par cintilante de sedução me chamava... Gritava por mim, dizendo alguma coisa inteligível demais para a minha razão.
- Não... Não, Christian – sussurrei, vacilante. Foi impossível manter qualquer resquício de firmeza.
- É sério, você vai gostar. Vem aqui. Apenas relaxe.
Ele se curvou e puxou um de meus pés. Sem saber o que fazer, deixei-me levar. Christian retirou minhas sandálias com delicadeza, enquanto eu me inclinava, apoiando as costas nas almofadas.
Sentir as mãos dele acariciando meus pés foi um momento esquisito. E igualmente fantástico.
Ele tinha dedos leves, profissionais. Cada parte do meu corpo foi amolecendo aos poucos, vítima dos movimentos incríveis que aquele desconhecido fazia.
Fechei os olhos e tentei relaxar, esquecer o fato de estar sozinha na sala com um dos caras mais lindos e atraentes que já tinha visto na vida.
Concentrei-me apenas nas boas sensações.
Senti uma coisa estranha se remexendo. Abri os olhos devagar, e percebi que estava sendo carregada pelo Christian. Ele me envolvia completamente em seus braços, como se eu fosse uma criança indefesa.
- O que está fazendo? – murmurei.
Christian mirou seus lindos olhos em mim, tornando a fazer a caretinha deliciosa.
- Você dormiu no sofá, vou te colocar na cama.
- Não... – Movi minhas pernas, tentando desvencilhar-me, mas não consegui. – Não precisa, ponha-me no chão.
- Estamos chegando.
Um segundo depois, já estava deitada em algo muito confortável. Olhei ao redor, observando o quarto. Estava meio desnorteada, provavelmente por causa do efeito da bebida. Sentia-me um pouco tonta.
Christian pegou um edredom macio e me cobriu, cuidando para deixar os meus pés bem aquecidos. Logo em seguida, curvou-se e me encarou de perto. Quase morri. Meu coração iniciou uma batida frenética enquanto observava o seu rosto.
- Tem algo mais que possa fazer pela senhorita? – perguntou, sussurrante.
Alguma parte consciente de mim havia escutado a pergunta, porém eu estava tão absorta no desenho dos olhos dele, que simplesmente não encontrei forças para responder.
- A senhorita está bem?
Aquiesci, balançando a cabeça.
- Precisa de alguma coisa?
- Não... Não sei se vou conseguir dormir – admiti. E era verdade. Quando ele me deixasse sozinha, o que eu ia fazer? Começar a pensar sem parar como sempre faço quando estou prestes a dormir? Sabia que, se começasse a refletir, iria embora daquele lugar antes mesmo de amanhecer.
- Perdeu o sono? – Ele fez a careta de novo. Ai, meu Deus...
- Você... Poderia fazer aquela massagem de novo? Só até eu dormir... – pedi, meio relutante.
Na verdade as palavras saíram da minha boca como se não me pertencessem. A última coisa que queria, naquele momento, era dar vazão aos meus pensamentos racionais e extremamente calculados.
- Será um prazer – disse Christian, sentando-se na cama e descobrindo as minhas pernas. Com um
movimento preciso, apoiou meus pés e contracenou os mesmos movimentos deliciosos que havia feito na sala. Desta vez, fiquei o observando. Ele não me olhou nem por um segundo, apenas mantinha concentração no que fazia.
A sensação de relaxamento era incrível, mas, por algum motivo desconhecido, não consegui fechar os olhos.
Observei cada toque, amoleci em cada ponto crítico que Christian me massageava. Vi quando estendeu a massagem para a região da minha panturrilha de um modo fantástico. Admirei cada detalhe, tocada por um silêncio extremo. Não ouvia música vinda do quintal, provavelmente a festa já tinha acabado. Pudera, com um olhar de relance para a varanda, percebi que não tardaria a amanhecer.
- Ainda não dormiu? – Christian sussurrou depois de um tempo incalculável, e seu hálito soprou meus pés.
Confesso, cada centímetro do meu corpo tremeu.
- Desculpa. Pode se recolher, vou ficar quietinha esperando o sono chegar.
- Sou seu por tempo integral, até o domingo – ele respondeu, com os olhos fixos nos meus.
De repente, aquilo ficou demais para mim. Puxei minhas pernas para longe dele, deixando suas mãos no ar.
- Christian... Vá embora, por favor. É sério, quero dormir em paz.
- Tem certeza de que este é o seu maior desejo?
- Meu maior desejo não lhe interessa. – Fui grossa de propósito. – Quero que me respeite, eu vou me casar.
- Peço perdão se por algum milésimo de segundo tenha deixado parecer que eu agi desrespeitosamente com a senhorita. Meu dever primordial é proporcionar prazer e diversão, portanto se...
- Já disse – interrompi. – Não me divirto com este tipo de coisa. Não tenho desejos secretos, fantasias, nem nada que não possa fazer com o meu futuro esposo.
Christian me encarou seriamente. Não parecia contrariado, balançado ou qualquer outra coisa. Sua expressão era calma, inalterável.
- Fico muito feliz pela senhorita. Tenho certeza de que será extremamente bem sucedida em seu casamento.
- Sim, serei – murmurei, um pouco vacilante. De verdade, sua sentença foi tão definitiva que meu único fio de raciocínio se permitiu duvidar, como se tivesse sido criado especialmente para discordar das coisas que ele dizia. Não faz sentido, eu sei.
- Isso é muito bom, e muito raro – ele prosseguiu. - Só espero, de coração, que não esteja enganando a si mesma. Espero que o motivo verdadeiro pelo qual não queira se divertir seja pela pura certeza no que diz, faz e sente. E não pela dor da dúvida ou pelo arrependimento que poderia ferir o seu orgulho ou seus valores, pois isso não existe aqui.
Franzi o cenho. Como ele falava educadamente! Sua voz macia era como música, e as palavras pareciam ganhar ritmo quando proferidas pela sua boca meio rosada.
- O que quer dizer com isso, Christian?
- Quero dizer que, aqui, você não tem nada a perder ou temer. Ninguém te julgará ou punirá, cada detalhe não pulará esses muros. Aqui você é livre, você pode ser você, inteira, sem problemas, sem dúvidas.
- Estou sendo eu! – informei, meio zangada. – Esta sou eu; com cada um dos recalques. Sim, sou uma recalcada. Tenho valores, tenho moral, tenho ética... Aqui ou em qualquer lugar, jamais serei uma pessoa passional. Não ajo por impulso, essa coisa de “a carne é fraca” não existe para mim. Sou o que penso.
- Compreendo tudo o que diz, senhorita Amande, e concordo com algumas coisas, na medida do possível.
Entretanto, posso te provar o contrário. Posso te mostrar um mundo que não conhece.
- O que você pode me provar, Christian? Que estou certa?
- Posso te provar que, às vezes, você pode ser apenas o que sentir, e não o que pensar.
- Está falando de sentimentos? Pensei que isso não existisse aqui. – Ri de forma desdenhosa.
- Estou falando de instintos. Desejo, prazer, vontades... Entenda como quiser. Existe um lado seu que quer fazer diferente do que aquilo que você pensa.
- Como tem tanta certeza disso? – perguntei. Aquela conversa estava começando a ficar estranha. Por um lado, queria que Christian calasse a boca e fosse embora, mas por outro, e talvez esse estivesse vencendo, gostaria de entender melhor o que ele dizia, pois começava a fazer sentido.
- Eu não tenho certeza, não conheço a senhorita – ele sussurrou, desviando os olhos pela primeira vez na vida. - Por isso falei, espero que seus pensamentos e desejos estejam em sintonia.
Balancei a cabeça, reflexiva.
- Uma coisa no que disse não faz sentido – comentei.
- O quê, exatamente? – Ele tornou a me encarar. Senti que, toda vez que o fazia, era como se fosse a primeira.
O abalo psicológico e físico se mantinha inalterável.
- Você falou que temos instintos... Que às vezes não agimos de acordo com o que realmente queremos. Tudo bem, concordo, mas tenho motivos. Às vezes queremos coisas insensatas demais...
Nossos sentimentos ficam confusos, eles se enroscam e não nos levam a parte alguma. Apenas a razão nos bloqueia, freia toda a insensatez... – falei, sentando-me na cama. - Você propõe um momento sem bloqueios como se isso fosse o correto. Eu não concordo, pois quem vive a vida seguindo apenas os instintos não chega a lugar algum.
- Não devemos ser escravos dos nossos instintos, mas engaiolá-los nunca ajudou ninguém.
- O que você propõe, então, Christian? – perguntei. Queria mesmo saber a sua opinião, pois era um cara experiente nessa coisa de desejo, luxúria... Enfim, ele trabalhava com isso, afinal. Devia conhecer a natureza dos desejos humanos como ninguém. Só Deus sabe quantas mulheres teve que enfrentar, cada qual com seus problemas e frustrações para serem esquecidos por meio do sexo sem compromisso. Isso tudo, para mim, era uma grande piada, mas mesmo assim não deixava de ser um estudo comportamental interessante.
- Proponho que se permita, que experimente unir desejo e ação. Resumindo; faça o que tiver vontade.
- Isso pode ser perigoso. E muito, muito insensato – falei, esgueirando-me para cobrir minhas pernas, que estavam expostas, com o edredom grosso.
- Oh, é sim. Mas é apenas um momento. Um simples gesto que pode mudar a sua vida. Você percorre as lembranças e diz: “sim, eu fiz porque eu quis, e foi bom”. Não há arrependimentos quando fazemos o que sentimos. E, se houver, é um arrependimento justificável.
Fiz uma careta. “Justificável? Duvido muito que possa justificar ações baseadas na força dos instintos”, pensei.
- E se eu... E se isso acabar afetando a minha vida? – continuei. - Pode ser um momento sem importância, mas... E se não for tão desimportante assim? Se acabar envolvendo sentimentos?
- Bom, então finalmente irá descobrir o que quer. Ninguém merece viver numa prisão criada por si mesmo. É a pior de todas, e muita gente vive nela.
Refleti um pouco. Incrivelmente, aquilo começava a fazer sentido.
- É assim que você se justifica? – questionei.
- Como assim? – ele sussurrou, meio rouco. Oh, eu não aguentava mais sustentar o seu olhar, mas o fazia mesmo assim. Aqueles dois pedacinhos do céu pesavam uma tonelada.
- É desse modo que justifica o que faz? Seu maior desejo é viver assim, agradando mulheres e ajudando-as a agradarem a si mesmas?
- Meu maior desejo não está em questão, senhorita Amande. Desculpe, mas não vou falar sobre isso.
- Então você também é escravo de alguma coisa. Deseja falar sobre isso, mas não pode ou não se dá o direito.
Viu que não podemos viver apenas fazendo o que desejamos? – retruquei, sentindome vencedora do embate.
Christian se esgueirou na minha direção. Seu rosto ficou perto. Pisquei os olhos umas trezentas vezes, achando que a imensidão azul de seu olhar finalmente me afogaria.
- Na verdade, senhorita Amande, eu não desejo falar sobre isso. De verdade – disse, e me deu um beijo úmido na testa. – Tenha um bom dia.
Christian se levantou e fechou as cortinas, mas não antes de eu descobrir que o sol já brilhava no horizonte.
Sem que pudesse me despedir, ele saiu do quarto, deixando-me com os meus pensamentos.
Porém, daquela vez, eles tinham mudado um pouco.
Eram novas reflexões.
Não faço ideia do exato momento em que consegui dormir, mas não deve ter demorado tanto.
Simplesmente passou despercebido. Acho que estava mesmo cansada.
Quando acordei, meu primeiro impulso foi abrir as cortinas que davam para varanda. A vista era simplesmente perfeita. Fiquei tão admirada, que dei passos vagarosos na direção da barra de proteção. Esgueirei-me ali e observei cada detalhe da linda praia diante de mim. A água do mar estava num azul límpido, cintilante, com ondas calmas beijando a areia branquinha. Os coqueiros balançavam a favor do vento. Inspirei profundamente o cheirinho delicioso de maresia. Que dia lindo!
Acredito que passei alguns minutos embalada pelas ondas, sentindo o movimento leve que fazia, como se tivesse compondo uma música. Não evitei sorrir, nem abrir os braços para receber o sol. Só então percebi que ainda usava o vestido da festa da noite anterior. Imediatamente, senti-me muito suja.
Olhei para baixo a fim de conferir meu estado deplorável, e acabei percebendo que, dali, o pessoal que estava na área externa podia me ver, bem como eu a eles. Que mico!
Como se não bastasse estar imunda, despenteada - e provavelmente fedida -, percebi um par de oceanos, tão brilhantes como o original, olhando-me de cima a baixo. Christian já estava acordado – se é que ele havia chegado a dormir –, e trabalhava mexendo em alguns talheres no estande de culinária.
- Bom dia, senhorita Amande! – ele falou alto, mas só um pouco. Dava para escutar perfeitamente dali. Senti-me uma boba por não ter reparado nele antes. – Dormiu bem?
- Muito bem. Bom dia! – Sorri. – O dia está lindo, você já viu isso? – Apontei para o horizonte à minha frente.
- Não hoje! – confessou, erguendo sua boca para a esquerda de novo. Ah, Christian... Não faça isso...
- O que está esperando? Venha ver! – chamei. Só que foi no impulso. Havia me esquecido que estava com a cara amassada, provavelmente com um bafo horrível, e o cabelo desgrenhado.
- Chego em um minuto. – Christian sorriu. Sim, desta vez mostrou seus belos dentes brancos.
Infelizmente não consegui vê-los direito, pois a distância não permitiu. Ele largou os talheres e, em dois tempos, entrou na casa.
Arrependida de tê-lo chamado, entrei no banheiro e joguei água no meu rosto. Lavei a boca só com água e me desesperei. Aquilo não ia funcionar. Tentei desembaraçar o cabelo com um pente que tinha encontrado em cima da pia, mas o maldito só ficava ainda mais fofo e rebelde.
Christian deu leves batidas na porta e a abriu, sem aguardar respostas. Saí do banheiro e decidi ser sincera:
- Preciso de um banho! Urgentíssimo! – choraminguei. Só depois reparei que ele vestia uma sunga branca muito sexy e camiseta de algodão, igualmente branca. Parecia bem à vontade. Tentei, mas não consegui evitar dar uma geral nas suas pernas bem malhadas.
Christian procurou por alguma coisa no quarto.
- Ainda não desfez as malas? – Apontou para as minhas coisas, que estavam jogadas de qualquer jeito em cima de um pequeno sofá.
- Não... Nem sabia que seria necessário.
Ele riu de leve e disse:
- Tem toalhas limpas no banheiro. Posso arrumar suas coisas no armário enquanto toma banho.
- Faria isso por mim? – perguntei de boba.
- Faria tudo, senhorita Mayte – murmurou.
Ai, não... Mal havia acordado e ele já estava falando daquele modo sussurrante, meio rouco e...
Ah, Christian, Christian...
Encarei-o, mas acabei desviando os olhos, envergonhada.
- Vou só pegar meu biquíni.
Revirei minha mala e encontrei a sacolinha de pano onde havia guardado meu biquíni cor-de-rosa com fivelas e uma saia de banho combinando. Peguei também a nécessaire que continha alguns itens de higiene. Fui ao sanitário sem sequer olhar para trás.
Meu banho foi rápido, mas completo; tive que lavar meu cabelo e refazer a depilação nos cantinhos. Esta última foi bem interessante, visto que já tinha feito todo o serviço no dia anterior. Só que, sem motivos aparentes – ou não – decidi tirar tudo. Sim, tudo mesmo, compreende?
Saí do banheiro completamente pronta. Decidi não secar meus cabelos, pois pretendia mergulhar no mar e, depois, na piscina. Não necessariamente nesta ordem.
Christian estava agachado na frente do armário de madeira, separando as minhas coisas. Decidi dar uma olhada. Arrependi-me quase que de imediato.
Qual não foi a minha surpresa quando cheguei no exato momento em que ele estava separando minhas calcinhas e sutiens? Horrorizada, corei de vergonha, porém Christian não parou o que fazia.
Fui me aproximando até que percebesse a minha presença. Não demorou muito.
- Ah... – resfolegou. – Você foi rápida.
Christian se levantou e me olhou. Não, ele não olhou para os meus olhos, nem para nada que estivesse no meu rosto. O safado deu uma bela de uma sacada nos meus seios – que contornavam super bem a meia taça do biquíni – e na minha barriga cheia de celulites, que estava à mostra.
Vergonha? Nem um pouco, que é isso? Quase morri.
- Vou pegar uma blusinha – falei, com as mãos trêmulas de raiva das dietas que não fiz e dos abdominais que menosprezei.
- Na segunda gaveta. – Christian apontou.
Curvei-me na direção do armário. A gaveta de calcinhas estava aberta e, antes de fechar, percebi uma coisa que me impressionou muito; todas as roupas íntimas que tinha trazido estavam devidamente separadas por tamanho, cor e tecido. Embora não tenha levado muitas – afinal, só íamos passar dois dias -, havia pelo menos umas oito calcinhas, quatro sutiens, mais um biquíni e um maiô.
Abri a segunda gaveta e, com as mãos ainda trêmulas, vi minhas blusas organizadas da mesma forma. Peguei a primeira que me apareceu pela frente e soltei um grunhido involuntário.
- O que houve? – Christian perguntou. – Se quiser que arrume de outra forma, eu posso...
- Está ótimo! – tratei logo de informar. – Obrigada.
Vesti a blusa, que acabou sendo uma camisetinha branca com detalhes em lilás, virada de costas para ele.
Depois, fechei o armário e sorri. Ufa. Que sofrimento era estar na presença daquele homem perturbador e...
Organizado. Como eu.
E o pior de tudo era que estava só começando.
Christian adorou a vista da minha varanda. Passamos alguns minutos apenas encarando o horizonte, sem nada dizer um para o outro. Não precisava. O clima estava agradável demais. O vento corria mansamente, balançando as folhas dos coqueiros, emitindo sons característicos.
Foi então que ouvimos as vozes das meninas vindas da área externa. Elas estavam acordadas e animadas, prontas para o... Almoço. Sim, já era quase meio-dia. Percebi que estava com fome.
Sentamos ao redor da mesa, agora montada na lateral da piscina. As garotas tinham acordado muito animadas, estavam falantes e sorridentes. Confesso que não ingressei em nenhuma conversa em específico, nem mesmo compreendi as coisas que falavam.
- Senhoritas! – disse Marlos, aproximando-se. Desta vez ele usava uma bermuda branca e uma camisa florida de botões, que estavam abertos até a metade. – Preparamos um delicioso cardápio para vocês, com várias opções. Hoje, seus acompanhantes irão atendê-las particularmente. Espero que sejam muito bem servidas!
Bom apetite!
- Obrigada, Marlos! – disse Fabiana. Ela estava mais animada do que de costume.
- Você está diferente, Fabi – comentou Lara, que também havia percebido a mudança. – A noite passada te fez bem, amiga?
- Um bem imenso, Larinha! – ela respondeu, sorridente.
Uau! Fabiana e o garçom loiro. Certamente rolou.
- Ai, pessoal, estou tão feliz de estar aqui com vocês! – disse Jéssica, que estava mais do que animada, trajando seu biquíni de oncinha mais sexy. Ela usava um óculos escuro enorme e dourado.
Estava linda, como sempre.
Naquele momento, Christian colocou um prato diante de mim. Dei uma conferida, mas não consegui identificar o que exatamente era aquilo. Como estava com vergonha de perguntar – mentira, eu não queria encará-lo de novo nem tão cedo -, acabei comendo tudo sem saber. Uma atitude muito rara vinda de minha parte, pois quando digo que não gosto de surpresas isso inclui o cardápio.
Preciso saber o que estou comendo, o que vou comer e o que comerei na semana que vem. Está tudo anotado numa folha de caderno, dentro da minha agenda.
- O que quer beber, senhorita? – ouvi a voz dele sussurrando perto do meu ouvido. Assustada, dei um leve pulo. O som da risadinha sarcástica de Christian se fez presente, mas continuei sem olhá-lo.
- Me surpreenda – murmurei, olhando para Paloma, que flertava com o Marcelo na maior cara de pau.
Ah, minhas amigas... Todas enlouqueceram. Que pena!
- O que vamos fazer hoje? – perguntou Cláudia, que era a única que falava com seu acompanhante como se ele fosse uma garçonete, e não um garçom. Queria tanto agir como ela!
- Não faço ideia, não sei o que esses meninos aprontarão conosco! – disse Jéssica.
-Vamos nos divertir bastante, não tenham dúvidas! – respondeu Fernando, o acompanhante da Lara, o que tinha o cabelo comprido. Estava muito belo naquela manhã. Lara devia estar babando por ele, só não sabia dizer se já tinha rolado alguma coisa. Certamente ela nos contaria depois.
Christian apareceu depois de cinco minutos, colocando um copo grande na minha frente. O líquido era meio dourado, parecia guaraná. Tinha bastante gelo e um canudo engraçado, que formava o desenho de um coração.
Era só o que me faltava! Um coração?
Suguei o conteúdo do copo. Era bem refrescante, tinha mesmo um gostinho de guaraná no fundo, mas parecia ter mais coisas misturadas. Sinceramente? Adorei. E caía perfeitamente com o clima quente que fazia.
- Gostou? – Christian perguntou no meu ouvido. Cada pelinho da minha nuca eriçou, e meu braço esquerdo ficou com caroços enormes de tão arrepiado.
- Muito bom, obrigada – respondi, ainda sem fitá-lo.
Terminamos de almoçar e, sem querer perder tempo para nada, decidimos tomar banho de piscina. Os garotos se juntaram a nós e nos fizeram um desafio; homens versus mulheres no póloaquático.
Claro que a gente não tinha a menor chance, mas aceitamos a batalha como ótimas combatentes.
- Vamos acabar com vocês! – disse Fabiana, muito contente, enquanto prendia os cabelos com um elástico.
De todas nós, ela era a que mais tinha senso de competitividade.
Vou ser bem sincera, também não queria perder. Juntamo-nos no canto da piscina e começamos a montar uma estratégia. Era bem simples: as meninas que sabiam jogar melhor tentariam passar a bola rapidamente, enquanto as que não sabiam, ficariam perto da área da barra para marcar o ponto.
Havia uma distância mínima que não podia ser ultrapassada para que o jogador recebesse passe de bola, senão seria considerado impedimento. Acabamos fazendo as marcações com chinelos na lateral da piscina.
Os rapazes trouxeram as barras de ferro e colocaram uma em cada lado da piscina. Reparei quando Christian, o último a entrar na água, retirou a camisa branca e exibiu seu corpo delicioso. Ele deu um mergulho e emergiu, tendo o cabelo molhado escorrido para frente. Ergueu as mãos e o colocou para trás. Depois, olhou na minha direção. Virei o rosto.
O jogo começou e fiquei meio perdida. Os homens eram extremamente mais ágeis, fizeram o primeiro ponto em menos de meio minuto.
- Vocês são lindas, mas não jogam nada! – gritou João, o negro gostoso da Jéssica.
- Isso é o que vocês verão! – berrou Cláudia.
O jogo recomeçou e, desta vez, Claudinha conseguiu permanecer com a bola. Passou para Fabiana, que desviou do Christian e, quase afundando, jogou-a para o alto. Henrique conseguiu pegá-la.
Nadei muito depressa, tocando em seu braço por trás, e ele vacilou. Peguei a bola, desviei do Marcelo e sacudi para a Paloma, que esperava perto da área. Os meninos nem a viram. Ela mirou na barra e fez nosso primeiro ponto.
- Uhul! – gritou Fabi, sendo acompanhada pela Lara.
- Valeu, Lomita! – berrei.
- Você foi bem – disse Christian quando passou por mim. Apenas ignorei.
Bom, o restante do jogo foi praticamente dominado pelos garotos. Fazíamos pontos vez ou outra, mas eram raros. No fim, quando já estávamos exaustas, o placar demarcava vinte e cinco a onze. Uma lavada!
- Há! Eu disse que não são de nada! – falou João, muito animado. Ele parecia mesmo estar se divertindo. Os outros garotos também, visto que sorriam abertamente.
- Duvido que me vençam no pôquer! – Cláudia gritou para os ares. Os meninos falaram todos ao mesmo tempo, cada um dizendo o quanto eram bons naquele jogo.
Em poucos minutos, montaram mesas redondas na beira da piscina e se dividiram em dois grupos. Como eu não sabia jogar, tratei logo de me excluir.
- Você aprende fácil – disse Paloma, que era fera demais em qualquer jogo de cartas.
- É, senta aí! – pediu Lara, tentando me convencer a participar.
- Vocês sabem que sou horrível em blefar – respondi. – Relaxem, acho que vou dar uma volta na praia enquanto isso. Estou numa boa!
- Eu vou contigo. – Christian se ofereceu. Evitei olhá-lo, mas não o impedi.
- Alguém quer vir conosco? – perguntei, mas quase ninguém ouviu. Já estavam absortos demais nas arrumações das cartas.
Suspirei profundamente e tomei coragem.
Autor(a): jessica_ponny_steerey
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- Vamos então, Christian? – perguntei. - Claro. Ele pegou minha mão e a entrelaçou com a sua. Desvencilhei-me imediatamente. - Posso ver por onde ando – murmurei. Christian me olhou, mas não disse nada. Abriu os portões, fazendo um sinal para os dois seguranças que nos protegia. Saímos calmamente, sem pres ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 70
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gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03
Posta maaaaaaaaaaaais....
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mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02
Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.
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vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15
Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3
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vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51
Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.
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vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24
Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném
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vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59
Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/
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vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26
Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa
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vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47
Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess
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vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13
Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/
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vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54
Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?